Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vict�ria K. L. Card�so Alterações do VIII par Introdução VIII par craniano: nervo vestibulococlear. ● Origem: sulco bulbo-pontino (lateralmente ao VII par). ● Penetra no osso temporal pelo meato acústico interno e o atravessa junto com o nervo facial e o nervo intermédio, mas não emerge do crânio. ● Composição: porção vestibular + porção coclear. ○ Porção vestibular = equilíbrio. ○ Porção coclear = audição. Avaliação inicial da porção vestibular: ● Teste de Romberg: avalia possíveis alterações de equilíbrio estático. ○ Modo de realização: pedir para o paciente ficar em pé, mantendo os pés unidos (um do lado do outro), com os braços para baixo, tocando o corpo. Então, o paciente deve permanecer assim em média 20s com os olhos abertos e depois 20s com os olhos fechados. ○ Nervo íntegro: o paciente mantém o equilíbrio. ○ Nervo lesado: o paciente perde o equilíbrio. ■ Geralmente o desequilíbrio é para o mesmo lado da lesão. Avaliação inicial da porção coclear: ● Teste de Weber: avalia a função da audição, tanto condutiva quanto neurossensorial, com o auxílio de um diapasão. ○ Modo de realização: estimular a vibração do diapasão e o posicionar no topo do crânio do paciente ou no meio da testa. ○ Perda condutiva: o som será mais ouvido na orelha afetada, pois a transmissão desse som ocorrerá pelos ossos do crânio e não pela orelha. ○ Perda neurossensorial: o som será mais intenso na orelha não afetada, pois a absorção do som pela orelha afetada será menor. ● Teste de Rinne: avalia a audição, por condução aérea e óssea, também com o uso de um diapasão. ○ Modo de realização: estimular a vibração do diapasão e o posicionar perpendicular ao processo mastóideo; após isso, o @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so paciente deve avisar quando parar de ouvir o zumbido. ○ Teste sem alteração: o tempo de percepção aérea deve ser maior do que o tempo de percepção óssea. ○ Perda auditiva condutiva: o tempo de condução óssea é maior que a aérea. ○ Perda auditiva neurossensorial: os tempos de condução óssea e aérea estão diminuídos, mas a condução aérea ainda é um pouco maior. Vertigem x Tontura: ● Vertigem: ilusão de movimento corporal, geralmente rotatório podendo ser espontâneo ou desencadeado. ● Tontura: percepção errônea de alteração do equilíbrio corpóreo sem ilusão de movimento. Fisiologia do equilíbrio Função geral: transformar as informações de aceleração e de gravidade em um sinal biológico. ● Principal local responsável: labirinto posterior. ● Objetivos: ○ Informar aos centros nervosos sobre a velocidade e a posição no espaço. ○ Realizar reflexos de estabilização do olhar, da cabeça e do corpo. ● Sistemas sensórios: na ocasião de qualquer alteração desses sistemas, têm-se desequilíbrio. ○ Sistema vestibular. ○ Sistema visual – percepção espacial. ○ Sistema proprioceptivo. Mecanismo: 1. Movimento da cabeça → percebido pelos canais semicirculares. 2. Movimentação das otocônias, na ampola. 3. Retirada dos estereocílios da inércia. 4. Despolarização dos estereocílios → início do estímulo aferente. a. Utrículo → fornece a informação do deslocamento em plano horizontal (frente, trás e lados). b. Sáculo → fornece a informação do deslocamento em plano vertical (subir e descer). c. Canais semi-circulares. 5. Influxo de sódio. 6. Efluxo de potássio. 7. Despolarização do nervo vestibulococlear. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so 8. Circuito da parte eferente do nervo até o córtex. 9. Volta do estímulo por via eferente. 10. Reflexo. a. Reflexo vestíbulo ocular (RVO) → reflexo de estabilização do olhar → ocorre pelo labirinto, responsável por manter a estabilidade ocular. b. Reflexo vestíbulo espinhal (RVE) → reflexo de estabilização corporal (coluna e cordão cervical) → ocorre pelo sistema vestibular e pelo cerebelo. Tríade do equilíbrio: olho + labirinto + cerebelo. Possíveis etiologias Transtornos de desenvolvimento → hereditárias, sindrômicas e não sindrômicas: ● Síndrome de Alport. ● Síndrome de Usher. ● Síndrome do Aqueduto Vestibular Alargado. ● Síndrome de Pendred. ● Síndrome de Treacher-Collins (malformação craniofacial). ● Síndrome de Stickler. Alterações infecciosas: ● Otite média labirintizada. ● Sífilis. ● CMV (citomegalovírus) . ● Parotidite epidêmica (caxumba). Alterações por toxicidade farmacológica: ● Aminoglicosídeos (gentamicina, vancomicina). ● Diuréticos. ● Salicilatos (ácido acetilsalicílicos). ● Antimaláricos. ● Cisplatina. Trauma: ● Traumatismo encefálico. ● Trauma induzido por ruído. ● Barotrauma e irradiação. Doenças de origem neurológica: ● Esclerose múltipla. Doenças vasculares e hematológicas: ● Enxaqueca. ● Crioglobulinemia. ● Anemia falciforme. ● Discrasias sanguíneas. Distúrbios imunes: ● Poliarterite nodosa. ● HIV. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Transtornos ósseos: ● Otosclerose. ● Doença de Paget. ● Osteossíntese imperfeita. ● Acromegalia. Neoplasias: ● Schwannoma vestibular. ● Meningioma (tumor). ● Verificar com: RNM ou TC de ângulo ponto-cerebelar. Etiologia desconhecida: ● Presbiacusia. ● Doença de Menière. ● Surdez súbita. Avaliações do sistema vestibular Avaliação da motricidade ocular: ● III par - nervo oculomotor: ○ Função: acuidade visual e miose das pupilas. ○ Falha: estrabismo divergente. ● IV par - nervo troclear: ○ Função: inervação do músculo oblíquo superior, que faz os movimentos de adução, depressão e rotação medial interna do olho. ■ Gira o olho para baixo. ○ Falha: o paciente não consegue olhar para baixo e para dentro→ paresia do olhar vertical. ● VI par - nervo abducente: (é exclusivamente motor) ○ Função: motricidade do globo ocular, responsável pela inervação do músculo reto lateral → movimento de abdução do olho. ○ Falha: estrabismo convergente. Nistagmo: ● Nistagmo de vertigem central: é espontâneo e não obedece a um padrão. ● Nistagmo de vertigem periférica: é provocado (através de manobras) e ocorre dentro de alguns padrões. Avaliação da sensibilidade da face: ● V par - nervo trigêmeo: ○ Ramos: são 3 → oftálmico (V1), maxilar (V2) e mandibular (V3). ○ Função: mastigação e sensibilidade no rosto, na língua (dois terços da língua, mas não é responsável pelo gosto) e na córnea (o primeiro reflexo que some na morte cerebral é o óptico). @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Avaliação da motricidade facial: ● VII par - nervo facial: ○ Ramos: são 5 → auricular, marginal, mandibular, bucal, zigomático e temporal. ○ Funções: tirando abrir e fechar os olhos (que é função do oculomotor), todas as outras funções são do nervo facial. Ex: função gustativa de 2 terços da língua, secreção de lágrima, secreção de saliva (...). Audiometria: ● Avaliação do nervo oculomotor: ○ Porção vestibular = equilíbrio. ○ Porção coclear = audição. Avaliações do equilíbrio: ● Estático → teste de Romberg. ● Dinâmico → teste de Unterberger. ● Coordenação → testes index-index, index-nariz, index-joelho. ● Eletronistagmografia. ● Provas calóricas. ● Provas metabólicas → carboidratos e distúrbios hidroeletrolíticos. Tratamento Perda auditiva neurossensorial: ● Uso de próteses → é irredutível → AASI. ● Trata-se de um programa multiprossional. ● Possibilidades: ○ Perdas leves a moderadas: AASI → para amplificação sonora → pode-se utilizar a partir dos 6 meses. ■ Retro auricular. ■ Intra auricular. ■ Mini canal. ■ Intra canal. ■ Micro canal. ○ Perdas severas ou profundas (sem reposta ao AASI): implante coclear. Obs: mesmo quando a perda é maior que moderada, ainda se tenta o AASI antes do implante coclear. Perda auditiva condutiva: ● É potencialmente cirúrgico, mas com possibilidade de volta da audição, mesmo que parcialmente. Prevenção da perda auditiva: ● Vacinas: H.influenzae e S. pneumoniae. ● Uso de protetores auriculares → evitar ruídos altos, como no caso de locais muito barulhentos ou uso constante de fone de ouvido. @p�sitivamed
Compartilhar