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01- APOSTILA DE MICROBIOLOGIA MÉDICA I - 3 PERÍODO - 2020-2

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
Universidade Federal de Jataí 
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
CURSO DE MEDICINA 
MÓDULO DETERMINANTES BIOLÓGICOS DOS PROCESSOS SAÚDE DOENÇA I 
APOSTILA DE MICROBIOLOGIA 
MÉDICA I 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profa. Dra Mariana Bodini Angeloni 
Jataí, 2020/2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUGESTÕES DE BIBLIOGRAFIA PARA ESTUDO 
BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS PARA O ESTUDO DA MICROBIOLOGIA MÉDICA I 
 
1. Aulas práticas de Bacteriologia Humana. [e-book] / organizadora, Mônica Santiago Barbosa. – Dados eletrônicos. - 
Goiânia: Gráfica UFG, 2020. 16 p. : il. Disponível em: 
https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/artigo_1.html 
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e 
Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas 
com Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)/Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, 
Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília: Ministério da 
Saúde, 2020. 248 p.: il. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-
terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes. 
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da 
Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume único [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, 
Secretaria de Vigilância em Saúde, Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3ª. ed. 
– Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 740 p.: il. ISBN 978-85-334-2706-8. Disponível em: 
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/junho/25/guia-vigilancia-saude-volume-unico-3ed.pdf 
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças 
Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria 
de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 
2019. 364 p.: il. ISBN 978-85-334-2696-2. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf. 
5. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. 
Brasília: Anvisa, 2017. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/Caderno+4+-
+Medidas+de+Preven%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia+%
C3%A0+Sa%C3%BAde/a3f23dfb 
6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças 
Transmissíveis. Leptospirose: diagnostico e manejo clinico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. 
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. 44: il. ISBN 978-85-334-
2159-2. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/leptospirose-diagnostico-manejo-clinico2.pdf. 
7. FERNANDES, T. et al. Resistência de Neisseria gonorrhoeae a antimicrobianos na prática clínica: como está o Brasil? 
Femina/FEBRASGO, v. 46, n. 02, p. 76-89, 2018. Disponível em: 
https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/34Z-ZVolZ46Z-Zn2-Z2018.pdf. 
8. FILHO, H. M. T. Gastroenterites Infecciosas. JBM. vol. 101, n. 2, 2013. 
9. LEITE, A. A. et al. Análise do líquido cefalorraquidiano. revisão de literatura. Atas de Ciências da Saúde, v. 4, n. 3, p. 
1–24, 2016. 
10. SILVA, R.C.; JÚNIOR, G.G.S. Gonorreia e sua resistência a antibióticos: uma revisão de literatura. BJSCR, v. 29, n. 1, p. 
124 – 132, 2020. Disponível em: https://www.mastereditora.com.br/periodico/20191208_112839.pdf. 
2 
https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/artigo_1.html
https://producao.ciar.ufg.br/ebooks/iptsp/bacteriologia_humana/artigo_1.html
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes
http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2015/protocolo-clinico-e-diretrizes-terapeuticas-para-atencao-integral-pessoas-com-infeccoes
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/junho/25/guia-vigilancia-saude-volume-unico-3ed.pdf
https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2019/junho/25/guia-vigilancia-saude-volume-unico-3ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/Caderno+4+-+Medidas+de+Preven%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia+%C3%A0+Sa%C3%BAde/a3f23dfb
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/Caderno+4+-+Medidas+de+Preven%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia+%C3%A0+Sa%C3%BAde/a3f23dfb
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/Caderno+4+-+Medidas+de+Preven%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia+%C3%A0+Sa%C3%BAde/a3f23dfb
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/Caderno+4+-+Medidas+de+Preven%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia+%C3%A0+Sa%C3%BAde/a3f23dfb
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/Caderno+4+-+Medidas+de+Preven%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia+%C3%A0+Sa%C3%BAde/a3f23dfb
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/3507912/Caderno+4+-+Medidas+de+Preven%C3%A7%C3%A3o+de+Infec%C3%A7%C3%A3o+Relacionada+%C3%A0+Assist%C3%AAncia+%C3%A0+Sa%C3%BAde/a3f23dfb
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/leptospirose-diagnostico-manejo-clinico2.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/leptospirose-diagnostico-manejo-clinico2.pdf
https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/34Z-ZVolZ46Z-Zn2-Z2018.pdf
https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/34Z-ZVolZ46Z-Zn2-Z2018.pdf
https://www.mastereditora.com.br/periodico/20191208_112839.pdf
https://www.mastereditora.com.br/periodico/20191208_112839.pdf
 
LEIA O CASO CLÍNICO ABAIXO E RESPONDA: 
 
CASO CLÍNICO: INTRODUÇÃO A INFECÇÕES BACTERIANAS 
 
1. É possível associar a evolução do quadro da paciente com uma infecção bacteriana? Explique. 
2. Retire do caso TODAS as alterações que indicam possível quadro de infecção bacteriana. 
3. Confirmada a infecção causada por uma bactéria discuta sobre a origem desse microrganismo. 
MECANISMOS MICROBIANOS DE PATOGENICIDADE 
 
TORTORA et al., Microbiologia, 2012
3 
 
 
 
❖ Após a realização da coloração analise a lâmina no microscópio e identifique a forma e a coloração 
das bactérias analisadas. Classifique-as de acordo com esses parâmetros. 
 
❖ Explique as diferenças entre as paredes das bactérias Gram + e Gram – tanto na estrutura quanto na 
resposta do hospedeiro quando há um quadro infeccioso. 
 
❖ Discuta sobre a importância dessa classificação na área médica. 
 
 
AULA PRÁTICA: FORMAS BACTERIANAS E COLORAÇÃO DE GRAM 
 
1. Após a paramentação de segurança, abra a placa onde foram cultivadas as bactérias (Staphylococcus aureus e 
Escherichia coli); 
2. Acenda o bico de Bunsen para esterilização da alça; 
3. Retire, com o auxílio da alça, um pequeno fragmento de uma colônia de bactéria presente na placa; 
4. Coloque o fragmento sobre a lâmina de vidro 
5. Fixe o material utilizando a chama do bico de Bunsen; 
6. Após a fixação proceda como descrito abaixo: 
Fonte: TORTORA et al., Microbiologia, 2016 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS: ANTIBIÓTICOS 
 
1. Expliquequais são as principais classes de antimicrobianos. Como é feita essa divisão? 
2. Qual a diferença entre antibioticoterapia profilática e terapêutica? 
3. Diferencie antibióticos de efeito bacteriostático e bactericida. 
4. O que são antibióticos β-lactâmicos? Quais classes pertencem a esse grupo? 
5. Relacione a utilização dos β-lactâmicos com mecanismos de resistência adquiridos pelas bactérias. Explique a 
importância da utilização dos inibidores de β-lactamases e as combinações utilizadas para tratamento. 
6. Discuta sobre a descoberta da penicilina e sua importância na área médica. 
7. Quais os tipos de penicilina? Explique as diferenças entre elas. 
8. Explique o que são os carbapenêmicos e discuta sobre a presença de carbapenemases em algumas bactérias. 
9. Explique como é realizado a escolha pela sequência de antibióticos que será utilizada em um paciente. 
10. Discuta a indicação e efeitos colaterais da vancomicina. 
11. Discuta quem são, a indicação e os efeitos colaterais dos aminoglicosídeos. 
12. Discuta sobre a indicação e efeitos colaterais da polimixina. 
13. A imagem abaixo (Murray et al. Microbiologia Médica, 2016) representa as principais formas de resistência 
bacteriana aos antibióticos. Discuta cada um deles. 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO: ENTEROBACTÉRIAS (Gastroenterites Bacterianas) 
P. A. G., 33 anos, sexo masculino, natural e residente em Jataí-GO. Paciente é atendido no Hospital das Clínicas com 
queixa de diarreia, dor abdominal e febre alta. Relata que a diarreia se iniciou há 5 dias, tendo característica aquosa, e 
evoluiu há 3 dias com presença de muco e sangue e fezes em menor quantidade. Ao exame físico, apresenta-se 
desidratado (+/4+), hipocorado (+/4+), acianótico, anicétrico, febril (38,5ºC) e com abdome doloroso difusamente à 
palpação. Quanto aos hábitos nocivos de vida, relata residir em moradia sem saneamento básico, é portador de 
obesidade grau I, possui alimentação rica em gorduras e se alimenta constantemente em lanchonetes e restaurantes e 
é tabagista. 
1. Diante da sintomatologia do paciente, aponte os prováveis agentes etiológicos bacterianos. 
2. A partir dos agentes etiológicos levantados, aponte fatores clínicos e epidemiológicos favoráveis e desfavoráveis às 
infecções por estes patógenos. 
3. Cite quais exames laboratoriais deveriam ser solicitados para confirmar o diagnóstico e auxiliar no manejo e quais 
achados seriam encontrados nestes exames. 
4. Discuta a patogênese das infecções levantadas na questão 1, apontado características dos agentes infecciosos e da 
resposta do hospedeiro 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA PRÁTICA: UFC, ANTIBIOGRAMA E RESISTÊNCIA MICROBIANA AOS ANTIBIÓTICOS 
 
A IMAGEM AO LADO É DE UM ANTIBIOGRAMA. 
Interprete a imagem descrevendo como é realizado um antibiograma, o 
que é MIC (concentração inibitória mínima e como esses dados são 
utilizados quando há necessidade de prescrição de um antibiótico 
adequado frente a uma infecção bacteriana. 
 
UNIDADES FORMADORAS DE COLÔNIAS - UFC
Explique o conceito de UFC (Unidades Formadoras de 
Colônia) e a importância da interpretação da UFC na área 
médica. 
 
O painel ao lado representa o resultado de um 
antibiograma realizado com amostras de uma 
paciente com pielonefrite (após sucessivos quadros 
de infecção bacteriana de trato urinário). Os 
resultados demonstram a resistência (R) e a 
sensibilidade (S) da bactéria frente a diferentes 
antimicrobianos. Essa resistência ou sensibilidade se 
deve a presença (ou ausência) de enzimas nas 
bactérias. Baseado no resultado ao lado indique os 
antimicrobianos que você escolheria para prescrever 
para essa paciente. 
** Resultado inconclusivo. 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
CASO CLÍNICO: BACILOS GRAM NEGATIVOS – UFC E RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA 
D.E.M, 60 anos, deu entrada em um Hospital Universitário dia 11 de janeiro de 2013 encaminhado via SAMU 
proveniente de serviço de saúde de outra cidade, com diagnóstico de Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEI), 
com diminuição da força em hemicorpo D e disfasia, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Broncopneumonia (BCP). 
Após quatro dias na instituição, evoluiu com piora do quadro, rebaixamento do nível de consciência sendo necessária 
intubação orotraqueal (TOT) e ventilação mecânica. Foi iniciada antibioticoterapia com Piperacilina/Tazobactam. 
Entre os dias 28/01 e 01/02 foram solicitados cultura de swab retal, urina e aspirado do trato respiratório inferior, e 
foi isolado Acinetobacter baumannii carbapenem resistente (CR) 104 UFC/ml (secreção traqueal), no swab e urocultura 
(colonização). Iniciado tratamento com meropenem empírico (29/01) e, após resultados, Colistina (02/02) para 
ampliar o tratamento. No dia 02/02 houve a necessidade de troca da sondagem vesical de demora devido presença 
de leveduras (++) na urina e foi prescrito Fluconazol. Não houve melhora do quadro. Paciente permaneceu febril, 
então solicitada nova urocultura, que foi positiva para Candida spp. resistente ao Fluconazol e Voriconazol e foi 
iniciado tratamento com Micafungica. No dia 15/02 foi suspenso meropenem e mantidos Colistina e Micafungica por 
mais três dias somente. Foi associada Amicacina no dia 19/02 devido a persistência de Acinetobacter baumannii CR 
107 UFC/ml em secreção traqueal e urocultura e permanência do estado febril. No dia 20/02 foi identificado alterações 
nos marcadores de função renal do paciente e então a Colistina foi substituída pelo Ciprofloxacino e a Amicacina foi 
mantida. Dois dias depois foi acrescentado um carbapenem (meropenem) no tratamento que permaneceu até dia 
27/02. Posteriormente, foram suspensos o Ciprofloxacino e a Amicacina, mantido o carbapenem e reintroduzida a 
Colistina. Foi realizada nova cultura de material do trato respiratório inferior, na qual foram isolados Pseudomonas 
aeruginosa 105UFC/mL. No dia 09/03 isolado Pseudomonas aeruginosa CR e resistente a colistina em secreção 
traqueal e na urocultura, sendo interrompido o uso Colistina, substituída por Teicoplanina e Bactrim. Paciente 
manteve-se febril. No dia 23/03 houve retorno da utilização da Colistina, sendo está utilizada até o dia 03/04. No dia 
04/04 houve notificação Pseudomonas aeruginosa CR e resistente a colistina isolada no sangue, iniciando 
antibioticoterapia com Tigeciclina. Após tentativa de tratamento o paciente veio ao óbito no dia 14/04 devido a 
choque séptico refratário e falência múltipla de órgãos. 
 
1. Discuta a importância da determinação da quantidade de Unidades Formadoras de colônia quando há 
isolamento de microrganismos em amostra biológica de um paciente. 
2. Qual a importância da realização de exames que determinem possíveis resistências aos antimicrobianos em 
microrganismos isolados de pacientes? 
3. Explique como foram identificadas as resistências dos microrganismos aos medicamentos citados no caso 
acima. 
4. Relacione a presença de bactérias resistentes a diferentes classes de medicamentos com a evolução clínica do 
paciente do caso acima. 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO - BACILOS GRAM NEGATIVOS NÃO ENTÉRICOS: Helicobacter pylori 
EXERCÍCIOS: BACILOS GRAM NEGATIVOS NÃO ENTÉRICOS - Haemophilus influenzae 
Executivo de 37 anos volta à clínica para acompanhamento de dor recorrente na região superior do abdômen. 
Apresentou-se há três semanas queixando-se de aumento na frequência e na intensidade da dor epigástrica, com 
sensação de queimação, a qual vem sentindo ocasionalmente a mais de dois anos. Agora sofre com a dor de 3 a 4 
vezes por semana, em geral quando está com o estômago vazio, e é frequentemente acordado por ela a noite. A dor 
quase sempre é aliviada com a ingestão de alimentos ou antiácidos, mas volta em duas ou três horas. Ele admite que 
as tensões no trabalho aumentaram recentemente e que, por causa de longosperíodos de trabalho, está ingerindo 
mais cafeína e se alimentando mais de fast foods. Sua história médica é normal. O exame realizado para sangue 
oculto nas fezes foi negativo. Você aconselhou mudança na dieta e prescreveu um inibidor de bomba de prótons. Os 
sintomas regrediram inicialmente. Após um tempo o paciente retorna com os mesmos sintomas mesmo após seguir 
as orientações anteriores. 
1. Em casos como esse é importante realizar uma investigação de possível infecção bacteriana? Justifique. 
2. Pensando no contexto infeccioso bacteriano, qual a próxima conduta sua na investigação dos sinais clínicos do 
paciente? 
3. Sugira um achado microbiológico nesse caso e a relação desse achado com os sintomas do paciente. Descreva a 
fisiopatologia da infecção em questão 
4.Discuta a importância do tratamento antimicrobiano nesses casos. 
Mulher de 63 anos tem subitamente calafrios com tremores, febre e tosse produtiva. Estava bem de saúde até uma 
semana atrás, quando teve congestão nasal e leve dor no corpo difusa. Sentia-se bem até a noite anterior, quando 
ficou cansado, febril e teve tosse com dor pleurítica do lado direito. Nega tabagismo. Os sinais vitais estão normais, 
exceto pela temperatura de 38,8ᵒC. A saturação de oxigênio em ar ambiente é de 100%. Ela está confortável, exceto 
quando tosse. Ao exame físico há som pulmonar claro com ruídos na base do pulmão direito. É realizada a coleta de 
secreção respiratória e enviada para cultura. Inicia-se antibioticoterapia empírica. 
O resultado da cultura foi positivo para H. influenzae. 
 
1. Discuta sobre as formas de contaminação da paciente por essa bactéria. 
2. Além do quadro respiratório, essa bactéria pode estar associada a outros quadros infecciosos. Discuta sobre esses 
outros quadros. 
3. Se essa paciente estivesse hospitalizada o quadro acima seria mais preocupante? Explique. 
4. Há vacina disponível para essa bactéria. Dê mais detalhes sobre essa vacina e utilize o calendário vacinal do SUS 
para detalhar sobre quando deve-se realizar essa vacinação. 
9 
 
ANALISE OS RESULTADOS DE EXAMES ABAIXO: MARQUE TODOS OS DADOS QUE SE RELACIONEM AO 
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DE INFECÇÃO BACTERIANA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA PRÁTICA: EAS E UROCULTURA 
 
 
Escherichia coli
 10
0 
 
 
 
CASO CLÍNICO: BACILOS GRAM NEGATIVOS 
Paciente M.A.V., sexo feminino, 70 anos com doença de Alzheimer é levada até o pronto atendimento com um quadro 
de gastroenterite, segundo o familiar que a acompanha há 4 dias, caracterizado por fezes aquosas não sanguinolentas 
com mais de 6 episódios por dia. A paciente está confusa e agressiva com os funcionários, o que, segundo a família 
não é seu estado mental normal. Sua temperatura é de 38ᵒC, o pulso é de 130 bpm, a pressão arterial é de 76/32 
mmHg, a frequência respiratória é de 24bpm, com saturação de oxigênio de 95% em ar ambiente. Ao examiná-la você 
verifica que ela está letárgica, mas agita-se quando incomodada. As veias do pescoço estão planas. Estado geral 
regular, acianótica e anictérica. Sem alterações à ausculta cardíaca ou pulmonar. O exame de abdômen está normal, 
e as extremidades estão quentes e róseas. 
Apresenta um quadro de desidratação grave, com tempo de enchimento capilar maior que 3 segundos, e o opta-se 
por interna-la. Um cateter venoso periférico e um cateter urinário são inseridos. É efetuada a reposição de fluidos, 
com melhora gradual do quadro clínico. Foi solicitado um hemograma e um exame de urina, acompanhado de 
urocultura. Inicia-se um tratamento com antibiótico de amplo espectro. 
Mesmo após a terapia com antibiótico, após 4 dias a paciente apresenta piora no quadro, com febre de 39ᵒC, calafrios 
e reclama de dor na região lombar e piúria (presença de pus na urina). 
Inicia-se tratamento com Piperacilina/tazobactam. 
Resultados dos Exames Laboratoriais: 
ERITROGRAMA 
Hemácias 4,20 milhões/mm3 (VR: 4,3 a 5,0) 
Hemoglobina 13,4 g/dL (VR: 12,0 a 15,5) 
LEUCOGRAMA 
- Contagem de leucócitos de 14.000/mm3 (VR: 3.500 – 10.500 /mm3) 
- 85% de neutrófilos 
PLAQUETAS: 215.000/mm3 (VR: 135.000 a 450.000) 
CREATININA: 2,5 mg/dL (VR: 0,50 – 0,90 mg/dL) 
 
UROANÁLISE (EAS e Urocultura): 
 30 piócitos (leucócitos) por campo (VR: 5,0 p/c) 
 > 100.000 UFC - Unidades Formadoras de Colônias (E. coli) 
 
 
1. Quais as possíveis causas do quadro inicial da paciente que a levou até o hospital? 
2. É possível relacionar o quadro inicial da paciente com o agravamento posterior do caso? Explique as possíveis origens 
(nessa paciente) do agente causador da piora do quadro clínico da paciente após os 4 dias de internação. 
3. Após 4 dias de internação e tratamento com antibiótico, e de melhora no quadro inicial, a paciente volta a apresentar 
alterações clínicas. Explique porque, mesmo após a realização do tratamento, a paciente apresentou piora clínica. 
4. Levando-se em conta o microrganismo que foi identificado na paciente pelos exames laboratoriais, ela poderia 
apresentar um quadro clínico mais grave e fatal do que o que ela já apresenta? Explique. 
5. Qual (is) conduta (s) o médico poderia tomar para garantir um bom prognóstico nesse caso? 
 
 
 10 11 
 
 
 
RELATO DE CASO E EXERCÍCIOS: BACILOS GRAM POSITIVOS – Listeria monocytogenes 
EXERCÍCIOS: BACILOS GRAM POSITIVOS – Clostridium tetani 
 
Chamberlain, Medical 
Microbiology, 2018
A imagem ao lado representa o mecanismo de ação da toxina 
tetânica. Sobre o tétano responda: 
1. Discuta as principais características da bactéria causadora 
do tétano e formas de contaminação por essa bactéria. 
2. Explique a fisiopatologia da doença 
3. Quais são as principais alterações clínicas em um paciente 
com tétano. 
4. Explique como é realizado o diagnóstico e qual o 
tratamento do tétano. 
5. Discuta sobre a vacina anti-tetânica e utilize o calendário 
vacinal do SUS para detalhar sobre quando deve-se 
realizar essa vacinação. 
Paciente feminino, 31 anos, na 22ª semana de sua segunda gestação. Apresentava cefaleia, dispneia, dor retro-
orbitária e mialgia iniciadas há cerca de 20 dias da avaliação médica inicial. Negava uso de medicação diária, de doenças 
crônicas, etilismo e tabagismo. Sem queixas ginecológicas. À internação apresentava-se prostrada, desidratada e com 
mucosas hipocoradas e anictéricas. A pressão arterial sistêmica era de 100 x 60 mmHg, com frequência cardíaca e de 
pulso de 100 bpmin e temperatura axilar de 39,1ºC. O exame do aparelho respiratório mostrou sons respiratórios 
diminuídos bilateralmente e sem ruídos adventícios. O abdome era globoso, com ruídos hidroaéreos presentes, indolor 
e com útero palpável no nível da cicatriz umbilical e feto em boas condições. Os exames complementares revelaram: 
hemácias: 3,06x106/mm3; hemoglobina: 9,2g%; hematócrito: 26,4%; global de leucócitos: 12.400/mm3 com 9% de 
bastonetes, 84% de segmentados, 4% de linfócitos e 3% de monócitos; plaquetas: 242.000/mm3; velocidade de 
hemossedimentação: 95 mm e exame de urina rotina sem alterações. O estudo radiológico de tórax e seios da face 
estava normal. Foram colhidas amostras para hemocultura e urocultura. Durante a internação, a paciente evoluiu com 
quadro súbito de taquidispneia e dor abdominal em cólica, com interrupção dos movimentos fetais. Ultrassom 
obstétrico com gestação eutópica, com 23 a 24 semanas. Exames mostraram ausência de trombose venosa profunda 
e baixa probabilidade para tromboembolismo pulmonar, respectivamente. O ecodopplercardiograma transesofágico 
não detectou alterações cardíacas. No quinto dia de internação, a febre cessou, mas a paciente apresentou 
sangramento vaginal intenso e dor em cólica de forte intensidade. À avaliação a equipe obstétrica constatou que a 
paciente estava em trabalho de parto pré-termo com contrações uterinas efetivas e colo dilatado (9 cm). O neonato 
morreu após o nascimento. A hemocultura evidenciou crescimento de Listeriamonocytogenes. Iniciou-se ampicilina 
endovenosa na dose de um grama, quatro vezes ao dia, durante 10 dias. A paciente manteve melhora clínica, 
recebendo alta hospitalar em uso de ampicilina oral durante 11 dias. 
1. Explique as formas de contaminação pela L. monocytogenes. 
2. Explique a fisiopatologia da listeriose não invasiva e invasiva. Identifique a forma da infecção no relato de caso 
descrito acima. 
3. No relato acima indica-se o tratamento da listeriose. Discuta quando há indicação para instituir tratamento 
para a infecção com essa bactéria. 
4. Explique a importância da instrução às gestantes quanto a hábitos alimentares e de higiene. 
12 
 
 
 
 
 
 
 
RELATO DE CASO E EXERCÍCIOS: BACILOS GRAM POSITIVOS – Clostridium botulinum 
E. L. M. O., 39 anos, masculino, iniciou quadro de vômitos, diarreia e turvação visual. Dois dias depois, foi admitido 
no Hospital com aparecimento abrupto de ptose bipalpebral, disartria, xerostomia, disfagia, desconforto respiratório, 
miastenia e dor cervical que irradiava para o tórax. Ao exame, apresentava pupilas midriáticas, fotorreativas, nível de 
consciência, tônus e força muscular preservados, sem outras alterações. Na véspera do início dos sintomas, havia 
feito viagem, durante a qual havia ingerido palmito, salsicha e muçarela, servidos pela empresa transportadora. Os 
sintomas iniciaram-se, aproximadamente, 12 horas após a ingestão desses alimentos. O paciente negava uso de 
drogas, etilismo, tabagismo, contato com inseticidas ou comorbidades. Relatava que seu companheiro de viagem não 
apresentara nenhum sintoma. Negava doenças familiares. 
A avaliação laboratorial inicial revelou: Hemograma e Leucograma sem alterações. Plaquetas: 171.000. Uréia: 19 
mg/dL; creatinina: 1,0 mg/dL; Na: 145 meq/L; K: 3,9 meq/L; Cl: 111 meq/L; Ca: 8,5 meq/L; Mg: 2,1 meq/L; PCR: 12. 
Foi realizada tomografia computadorizada (TC) de crânio e punção liquórica: líquido límpido, glicose 73mg/dL, 
proteína 30mg/dL, hemácias 31/mm, leucócitos 02/mm: polimorfonucleares zero e linfócitos 100%. Culturas para 
bactérias e fungos negativas. Constando-se que o material que estava dentro dos parâmetros da normalidade. 
Aventada a hipótese de intoxicação alimentar, o paciente foi encaminhado ao serviço de toxicologia. Ele queixava de 
piora progressiva dos sintomas. Mediante a impossibilidade de se afastar um quadro de miastenia gravis foi realizada 
prova terapêutica com 1mg de neostigmine, sem melhora dos sintomas. Simultaneamente, foi feito contato com a 
vigilância epidemiológica, para notificação de provável caso de botulismo e solicitação do soro antibotulínico. Durante 
o exame neurológico, o paciente apresentou vômitos, apnéia e parada cardiorrespiratória. As manobras de 
ressuscitação foram imediatamente iniciadas com reversão rápida do quadro. O paciente foi intubado e colocado em 
ventilaçâo mecânica (VM). Logo após, foi transferido para a UTI, onde recebeu a antitoxina botulínica polivalente. O 
paciente permaneceu em VM por três semanas e, durante esse período, evoluiu com melhora progressiva das 
alterações neuromusculares. Apresentou como complicação pneumonia nosocomial com boa resposta à 
antibioticoterapia. Recebeu alta hospitalar após dois meses da sua admissão, sem déficits. 
O resultado final dos exames só foi divulgado no 15º dia de internação: toxina botulínica tipo A e toxina termolábil 
haviam sido encontradas em amostras do soro e fezes, respectivamente. Os testes foram realizados por bioensaio em 
camundongos, técnica preconizada pelo CDC de Atlanta (EUA) e pelo Ministério da Saúde do Brasil para diagnóstico 
de botulismo. 
 
1. Após a leitura do caso clínico retire TODAS as alterações (clínicas e laboratoriais) que estão associados a 
quadro de Botulismo. 
2. O que, relatado pelo paciente, foi importante para a condução diagnóstica do caso? Explique. 
3. Discuta sobre o tratamento do botulismo. 
 
DIAGNÓSTICO DE BOTULISMO (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2019) 
 
IMPORTANTE 
13 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO: BACILOS GRAM POSITIVOS – Clostridium difficile 
A.M.V., residente de Jataí/GO, sexo feminino, de 44 anos e sem antecedentes pessoais relevantes, foi submetida a 
histerectomia total abdominal uterina. De acordo com o protocolo, foi utilizada como profilaxia antibiótica a 
cefoxitina 1g endovenosa até três administrações. No segundo dia do pós-operatório, por sintomatologia sugestiva 
de cistite aguda e tendo em conta a manipulação uretral recente, foi instituída antibioticoterapia empírica com 
cefuroxima 500mg, que foi realizada durante oito dias. No décimo dia de pós-operatório iniciou um quadro clínico 
com febre associada a mal estar geral, que culminou com o aparecimento de diarreia aquosa. 
 
Foram realizados alguns exames que apresentaram os seguintes resultados: 
Hemograma: Leucócitos 14.000/mm3 (VR: 5.000 – 10.000/mm3), com 84% de neutrófilos. Plaquetas 150.000/mm3 
(VR: 150.000 – 600.000/mm3); 
PCR: 359 mg/L (Valor de referência: 8 mg/L) 
 
Para exclusão de complicações cirúrgicas, foi requisitada uma tomografia computorizada abdomino-pélvica que 
revelou espessamento da parede do reto e sigmoide. A partir dessas alterações o médico solicitou uma colonoscopia. 
Na sequência deste resultado foi realizada colonoscopia que mostrou eritemas múltiplos da mucosa retal e lesões 
consistente com colite pseudomembanosa. Perante a suspeita clínica e imaginológica de diarreia associada ao C. 
difficile, foi solicitada a coprocultura, cujo resultado inicial foi inconclusivo. A bacterioscopia realizada em amostras 
de fezes indicava a presença maciça de bacilos gram positivos. A partir desses resultados foi iniciada terapêutica 
empírica com Vancomicina durante 7 dias associada com medicamentos repositores de microbiota, com resolução 
clínica completa em quatro dias. Manteve-se assintomática e com recuperação ponderal durante duas semanas. 
 
1. Baseado no caso indique alterações clínicas e laboratoriais que demonstram que a paciente apresentou um 
quadro de infecção bacteriana. 
2. Estabeleça uma relação entre a cirurgia que a paciente foi submetida e a ocorrência da infecção pela bactéria C. 
difficile. 
3. Explique a importância da bactéria que contaminou a paciente em ambientes hospitalares. 
4. Quais os fatores de risco para a infecção por C. difficile? 
5. Apesar do resultado da coprocultura ter sido inconclusivo há dados no caso que podem levar a suspeita da 
infecção por C. difficile, quais são esses dados sugestivos? 
6. A partir da figura abaixo explique a imunopatogênese da colite pseudomembranosa. 
 
 
 
PATOGÊNESE DA COLITE 
PSEUDOMEMBRANOSA 
Ferreira, Colite pseudomembranosa associada aos antibacterianos, 
2013 
14 
 
 
CASO CLÍNICO: COCOS GRAM NEGATIVOS – Neisseria meningitidis 
Uma criança de 7 anos, previamente hígida foi internada em uma instituição de saúde localizada no município de Jataí/GO com 
história de febre alta, crises convulsivas e vomito. Na avaliação médica a criança apresentava-se com febre alta, dificuldade para 
encostar o queixo no peito e presença de manchas púrpuras por todo o corpo. Rapidamente o pediatra têm a suspeita clínica 
de meningite e realiza punção lombar para análise do LCR (líquido cefalorraquidiano) e solicita a coleta de hemocultura, 
hemograma e gasometria. Após a coleta dos exames é administrado uma dose elevada de Rocefin (Ceftriaxona) para a criança 
como tratamento de escolha. O paciente evolui com dificuldade respiratória e acidose metabólica (saturação de O2 de 89%) e 
pH sanguíneo de 6,96. O pediatra realiza a intubação da criança (ventilação mecânica) como manejo para tentar corrigir a 
saturação de oxigênio e é administrado bicarbonato de sódio 8,4% intravenoso para correção do pH sanguíneo. Mesmo com 
todo o suporte terapêutico oferecido a criança, a mesma veio ao óbito após 24 horas de internação. Ao receber o líquor para 
análise laboratorial o Microbiologista percebe que o material encontrava-se turvo e xantocrômico (aspectoamarelado), ao 
exame microscópico foi possível observar a presença de numerosas células com aspecto sugestivo de neutrófilos 
poliformonucleares. Parte do material foi separada para centrifugação para realização de coloração de Gram, pesquisa de fungos 
(técnica de Naquim) e pesquisa de parasitas. 
 RESULTADO DE ANÁLISE DO LÍQUOR 
LIQUOGRAMA 
EXAME FÍSICO RESULTADOS 
VALORES DE 
REFERÊNCIA 
Aspecto Turvo Límpido 
Cor Xantocrômico Incolor 
EXAME BIOQUÍMICO RESULTADOS 
VALORES DE 
REFERÊNCIA 
Glicose 2,0 20 – 40 mg/dL 
Relação glicose LCR/sangue < 0.3 2/3 da glicemia 
Proteínas 596,0 15 – 45 mg/dL 
EXAME DE CITOMETRIA RESULTADOS 
VALORES DE 
REFERÊNCIA 
Leucócitos 11.100 < 5 mm3 
Polimorfonucleares 88 0% 
Eritrócitos Ausentes Ausentes 
PESQUISA DE AGENTES INFECCIOSOS RESULTADOS 
VALORES DE 
REFERÊNCIA 
Bacterioscopia Direta (Método GRAM) 
presença de numerosos 
leucócitos polimorfonucleares 
e presença de diplococos 
Gram-negativos 
Ausente 
Pesquisa de BAAR (Método Ziehl-
Neelsen) 
Ausente Ausente 
Pesquisa de Fungos (Tinta Nanquim) Ausente Ausente 
Pesquisa de Parasitos (exame direto) Ausente Ausente 
 
15 
1. A suspeita inicial do pediatra é de meningite. Baseado nas alterações clínicas e nos exames laboratoriais da criança 
determine se a suspeita inicial do médico estava correta. 
2. Qual bactéria provavelmente está associada ao caso em questão? Justifique baseado nos resultados dos exames 
microbiológicos. 
3. A criança apresentava petéquias pelo corpo e alterações circulatórias sistêmicas. Explique como essas alterações 
circulatórias ocorrem. 
4. Discuta sobre o desfecho do caso e a bactéria que causou o processo infeccioso da criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
CASO CLÍNICO: COCOS GRAM NEGATIVOS – Neisseria gonorrhoeae 
L.A.M., 25 anos, feminino, casada, trabalha em um supermercado e residente em Jataí. Queixa principal: Dor e sangramento 
durante as relações sexuais 
História da doença atual: Refere ainda corrimento amarelado fluido em grande quantidade acompanhado de prurido genital 
intenso há 2 dias. Percebeu também ínguas na virilha há 4 dias, não dolorosas. Relata não ter tido febre. No interrogatório 
sintomatológico geral a paciente nega sintomas e relata disúria inicial; nega urgência miccional, polaciúria ou outros sintomas 
urinários. Ciclos menstruais regulares.Interrogatório com informações pessoais: Uma gestação sem intercorrências; Imunizações: 
não sabe informar, acha que só vacinou na infância; Método contraceptivo atual: DIU de cobre há 5 meses. Nega uso de 
preservativo com o marido e relata não ter relação sexual com outra pessoa. Hábitos de vida: Refere etilismo social, nega 
tabagismo. 
EXAME FÍSICO: Corada, hidratada, anictérica e acianótica, afebril. Consciente e orientada. ACV: sem sopros, FC= 85, PA= 100/60 
mmHg, AR: Ausculta normal. Abdômen: indolor, plano, sem visceromegalias ou massas palpáveis. Membros e pele: presença de 
vários linfonodos com cerca de 1,5 cm de diâmetros em região inguinal bilateral, móveis, indolores à palpação. Vulva e períneo: 
Normal para idade e sexo; pequenos lábios simétricos; hiperemia vestibular. Exame especular: Vagina com paredes hiperemiadas 
e presença de máculas avermelhadas em colo. Conteúdo vaginal com aspecto mucoide, fluido abundante, bolhoso e com odor 
forte. 
Imagem do exame especular 
Com base na anamnese e exame físico e ginecológico, o 
médico solicitou alguns exames. Prescreveu um creme 
vaginal e orientou retorno em 7 dias com exames. 
 
Paciente retorna em 10 dias dizendo que não houve melhora do prurido e corrimento 
Exames laboratoriais: 
Hemograma: sem alterações; Leucócitos totais = 5.600/mm3 (sem desvio). Plaquetas= 235.000/mm3 
Proteína C reativa= 12 mg/L. 
EAS: bacteriúria, nitrito positivo e restante sem alterações Urocultura negativa 
HIV e VDRL: não reagentes. 
Bacterioscópico à fresco de secreção vaginal: 
 Esfregaço vaginal corado por coloração de Gram: Microbiota 
bacteriana alterada (intermediária) 
Bacterioscópico à fresco de secreção vaginal: 
Esfregaço vaginal corado por coloração de Gram: Presença 
de diplococos Gram Negativos 
 
1. Qual o diagnóstico do caso acima? 
2. Retire do caso TODAS as informações que justifiquem o diagnóstico apontado na questão 1. 
3. Como deve ser realizado o tratamento nesse caso? 
4. Como proceder em relação à paciente? 
 
 
 
 
COCOS GRAM POSITIVOS: INFECÇÃO BACTERIANA SISTÊMICA 
 
 
Veronesi, Tratado de 
Infectologia, 2015 (adaptoado)
17 
COCOS GRAM POSITIVOS: EXERCÍCIOS 
 
1. Descreva os grupos e espécies de importância médica dentro do grupo dos cocos Gram positivos. 
2. Quais os principais quadros infecciosos resultantes da infecção por Staphylococcus sp? 
3. Quais são os fatores de risco para desenvolvimento de infecções por Staphylococcus sp? Explique. 
4. Diferencie doenças causadas por toxinas de infecções bacterianas supurativas. 
5. Como é realizado o diagnóstico de infecções por Staphylococcus sp? 
6. Explique como é realizada a diferenciação laboratorial das espécies Staphylococcus aureus e S. epidermidis. 
7. Quais espécies de importância médica fazem parte do gênero Streptococcus? 
8. Explique como os Estreptococos podem ser classificados. 
9. Relacione as espécies patogênicas humanas de Estreptococos com os principais quadros clínicos causados por 
elas. 
10. Explique a importância de realizar rastreio de S. agalactiae em gestantes. 
11. Explique os fatores que favorecem o aparecimento de infecções causadas por Enterococcus sp. 
12. Como é realizado o diagnóstico quando há suspeita de infecção por Streptococcus sp? 
13. Como é realizado o diagnóstico quando há suspeita de infecção por Enterococcus sp? 
14. Discuta sobre a gravidade de infecções sistêmicas causadas por cocos Gram positivos. 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO: COCOS GRAM POSITIVOS 
Paciente do sexo feminino, 2 anos de idade, com história de febre de 39°C há 4 dias, dor abdominal. Apresentou-se 
com a mãe na Unidade de Pronto Atendimento e, de acordo com a mãe, há 15 dias a criança havia sido diagnosticada 
com infecção respiratória e que a mesma recebeu antibioticoterapia, por acesso venoso, durante 7 dias que 
permaneceu internada no hospital. A partir dessas informações a equipe médica decide manter a criança em 
observação e, no momento da sua admissão, amostras de sangue venosa e arterial foram colhidos para exames e 
realização de hemocultura. A paciente apresenta piora no quadro clínico após, aproximadamente 24 horas desde sua 
chegada ao Pronto Atendimento, sendo que nas últimas 4 horas começou a apresentar púrpuras distribuídas por todo 
o corpo. Novas amostras de sangue foram colhidas para análise laboratorial. O surgimento das púrpuras veio 
acompanhada de agravamento do caso. Ao exame físico encontrava-se em mal estado geral (MEG), desidratada 
(+/+4), pálida, pulsos periféricos não palpáveis, tempo de enchimento capilar de 6 segundos, taquipneica e 
taquicárdica, acianótica. Frequência cardíaca de 180 bpm. Pressão arterial (PA) de 80 x 60 mmHg. Peso 12 kg. 
Neurologicamente torporosa. Abdômen normal ao exame. Antecedentes familiares: nada digno de nota. 
Antecedentes pessoais: vacinação em dia. No pronto-atendimento foi imediatamente infundida com rápido volume 
sobre pressão (50 mL/kg de soro fisiológico). 
O resultado prévio da hemocultura revelou crescimento de cocos gram positivos arranjados na forma de cachos 
coagulase positiva e a antibioticoterapia empírica começou a ser realizada imediatamente. 
Enquanto aguardava os resultados dos demais exames, houve piora do quadro apresentando agora extremidades 
arroxeadas e frias e PA inaudível. Após nova expansão sob pressão com soro fisiológico e protocolo de medicamentos 
específicos para esse quadro, a paciente foi internada na UTI pediátrica. 
Os exames realizados após a piora do quadro da criança foram liberados e apresentam-se na tabela 1. A criança 
persistiu com hipotensão arterialnecessitando o uso de adrenalina, noradrenalina e hidrocortisona. Evoluiu para 
insuficiência renal oligúrica e, apesar da terapêutica agressiva instituída, a paciente evoluiu com parada 
cardiorrespiratória 20 horas após a entrada no pronto atendimento, sem resposta às manobras habituais de 
reanimação. 
RESULTADO DOS EXAMES LABORATORIAIS: 
HEMOGRAMA 
 RESULTADOS VALORES DE REFERÊNCIA 
Leucócitos totais 21.000 6.000 a 11.000/mm3 
Neutrófilos 90% 40 a 70% 
Plaquetas 12.000 140.000 a 450.000/mm3 
Hemoglobina 8,0 10,3 a 15,2 g/dL 
 
EXAMES PARA DETERMINAR CAPACIDADE DE COAGULAÇÃO 
Dosagem de Fibrinogênio 100 300 a 600 mg/Dl 
 
18 
EXAMES DE IMAGEM: 
- O raio X de tórax mostra múltiplos nódulos periféricos mal definidos nos pulmões. 
Ecocardiograma: vegetação de aproximadamente 20 mm em átrio direito. 
 
1. Qual a principal hipótese diagnóstica da paciente? Retire do caso TODAS as 
alterações que justifique sua hipótese diagnóstica. 
2. Determine o agente etiológico envolvido no caso e discuta as possíveis origens 
desse agente na paciente. 
3. Explique de que forma o agente etiológico em questão leva à evolução do 
quadro da paciente, como descrito no caso acima. 
4. Explique a patogênese do aparecimento das púrpuras na paciente relacionando-
as com o agente etiológico e os achados laboratoriais contidos no caso acima. 
5. Além das citadas, que outras condutas médicas seriam importantes serem 
realizadas no caso dessa paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO: COCOS GRAM POSITIVOS - SEPSE 
Paciente do sexo feminino, I.V.M.C, 20 anos, natural de Goiânia/GO foi admitida na enfermaria com história de febre 
há 20 dias apresentando dispneia, tosse intensa associada à rinorréia (corrimento nasal) de coloração purulenta. Ao 
exame físico apresentava temperatura de 38,0°C, e foi diagnosticada com pneumonia. Foi iniciado antibioticoterapia 
com meropenem, tendo em vista as diversas internações prévias e permaneceu internada no hospital. No 5º dia de 
internação, a paciente mantinha-se hipersecretiva, com episódios de cianose central e queda de saturação de oxigênio, 
apresentando as seguintes alterações clinicas: sua temperatura é de 35ᵒC, a pressão arterial é de 85/40 mmHg, a 
frequência cardíaca é de 90 bpm e a saturação de oxigênio é de 94% ao ar ambiente, evoluindo com insuficiência 
respiratória aguda e síndrome do desconforto respiratório agudo, sendo realizada intubação orotraqueal, e mantida 
sob ventilação mecânica. Foi então transferida para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Durante internação na UTI e 
depois da administração de 2 litros de soro fisiológico, em 30 minutos a pressão arterial passou a 95/58 mmHg, além 
disso, necessitou de drogas vasoativas e recebeu múltipla antibioticoterapia, incluindo vancomicina. Evoluiu ainda com 
insuficiência renal aguda, sendo realizado diálise peritoneal por 10 dias, pausada por conta de infecção de líquido 
peritoneal por bactéria multirresistente; submetida, então, a hemodiálise por 10 dias. A Paciente permaneceu com 
cateter de hemodiálise por aproximadamente 40 dias, devido impossibilidade de obter outros acessos por trombose 
venosa. Foi realizado a dosagem de lactato com o seguinte resultado: Lactato: 5,0 mmol/L (Valor de referência: 0,4 – 
2,0 mmol/L). Os resultados microbiológicos apresentaram hemocultura e cultura de ponta de cateter de hemodiálise 
positivas para Staphylococcus aureus resistente à vancomicina. Iniciou-se então o tratamento com o antibiótico 
linezolida. Mesmo com todo o suporte terapêutico oferecido a paciente, a mesma veio ao óbito. 
1. Qual(is) o(s) provável(eis) diagnóstico(s) da paciente? 
2. Quais evidências presentes no quadro clínico e nos exames laboratoriais podem ser apontadas como indicativas 
desse provável diagnóstico? 
3. Quais outros exames laboratoriais deveriam ser solicitados para o fechamento do diagnóstico provável dessa 
paciente. 
4. Relacione a piora do quadro clínico da paciente com a utilização dos antimicrobianos que foram escolhidos para 
o tratamento da mesma. 
5. Discuta sobre a importância da realização das culturas e de antibiograma de forma precoce levando-se em conta 
o caso acima. 
6. Discuta quais bactérias classificadas como cocos gram positivos podem estar associadas a doença de base da 
paciente (pneumonia). 
 
19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA PRÁTICA: MICOBACTÉRIAS – Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium leprae 
BACILOS ÁLCOOL ÁCIDO RESISTENTES - BAAR 
 BACILOSCOPIA – TÉCNICA DE COLORAÇÃO DE ZIEHL NEELSEN 
 
o Diferencie os seguintes termos: BAAR, Baciloscopia e Coloração de Ziehl Neelsen 
o Explique a importância da realização da técnica acima para o diagnóstico das infecções causadas por M. 
tuberculosis e M. leprae. 
o Explique o termo “paciente bacilífero” usado nos casos de tuberculose. 
o Explique como ocorre o crescimento e como é feito o cultivo dessas duas micobactérias de importância 
médica. 
o Discuta sobre as formas de contaminação por M. tuberculosis e M. leprae. 
o Explique o tipo de material e como ele deve ser coletado para realização da baciloscopia em pacientes com 
suspeita de tuberculose. 
EXERCÍCIO: Mycobacterium tuberculosis - TUBERCULOSE 
 Pai et al., Tuberculosis, 2016
 
A imagem ao lado refere-se a tuberculose 
pulmonar durante a infecção aguda e a latente. 
1) Analise a imagem e explique todo a evolução da 
doença abordando: infecção pela bactéria, infecção 
pulmonar aguda, mecanismo de formação do 
granuloma, lesão pulmonar associada ao 
granuloma, possibilidade de evolução da doença 
para a fase latente e possíveis formas de reativação 
da infecção latente. 
2) Diferencie a capacidade de transmissão de um 
indivíduo na fase aguda e na fase de latência da 
infecção 
20 
 
CASO CLÍNICO: Mycobacterium tuberculosis - TUBERCULOSE 
TUBERCULOSE: Da infecção ativa até a tuberculose pulmonar 
 Pai et al., Tuberculosis, 2016
Homem de 32 anos HIV – positivo, cuja última contagem de CD4 é desconhecida, vai ao Serviço de Emergência com 
febre de 39ᵒC. Ele relata que teve diagnóstico de infecção por HIV há cerca de três anos, quando foi ao médico com 
candidíase oral. Recebeu terapia antirretroviral altamente ativa (HAART) e ficou nesse regime de tratamento até cerca 
de 10 meses atrás, quando suspendeu o tratamento por conta própria. Ele tem estado mais abatido recentemente e 
nas últimas 3 a 4 semanas tem tido febre, cansaço e perda de apetite. De acordo com o paciente, ele perdeu 3 Kg no 
último mês. Ele ainda relata que há, aproximadamente, 3 semanas atrás apresentou tosse não produtiva e falta de ar 
ao fazer pequenos esforços e que, na última semana está com tosse produtiva. Durante o exame físico, a pressão 
arterial é de 134/82 mmHg, o pulso está 110 bpm e a frequência respiratória é de 28 mpm. A saturação de oxigênio 
em ar ambiente é de 89% e cai para 80% quando ele anda cerca de 30 metros, com a respiração levemente dificultada. 
A glândula tireoide está normal e não há linfadenopatia cervical ou supraclavicular. O pulmão apresenta sibilos 
expiratórios fracos e não observam-se lesões na mucosa oral. O ritmo cardíaco é regular e não apresenta sopros. O 
exame abdominal é normal, o toque retal não mostra massas. 
Exames laboratoriais: Análise de secreção pulmonar: BAAR positivo. 
Exame de imagem: A radiografia de tórax é mostrada na figura abaixo, demonstrando lesão cavitária no lobo inferior 
esquerdo e nódulos inflamatórios difusos. 
1. Qual o provável diagnóstico do paciente? JUSTIFIQUE sua resposta utilizando as alterações clínicas e 
laboratoriais presentes no caso. 
2. Explique como são formadas as lesões pulmonares apresentadas pelo paciente. RELACIONE com o diagnóstico 
feito na questão 1. 
3. RELACIONE o quadro clínico do paciente com o fato dele ser HIV+. ABORDE o fato de o paciente ter 
interrompido o tratamento para o HIV. 
4. Explique como é realizado o tratamento da tuberculose. 
 
 
21 
 
EXERCÍCIO:Mycobacterium leprae - HANSENÍASE 
APÓS A LEITURA DO MATERIAL SOBRE HANSENÍASE COMPLETE A TABELA ABAIXO E RESPONDA AS QUESTÕES: 
 PACIENTE COM HASENÍASE NA FORMA 
TUBERCULOIDE 
PACIENTE COM HANSENÍASE NA FORMA 
LEPROMATOSA/VIRCHOWIANA 
Exame clínico: descrição 
das lesões de pele. 
(Quantidade de lesões e 
aspectos) 
 
Exames laboratoriais 
complementares 
- Baciloscopia: 
 
 
- Baciloscopia: 
 
- Histopatológico: - Histopatológico: 
 
 
Teste de hipersensibilidade do tipo tardia* 
(Mitsuda): 
Tamanho do halo: 
Teste de hipersensibilidade do tipo tardia* 
(Mitsuda): 
Tamanho do halo: 
PERFIL DE RESPOSTA 
IMUNOLÓGICA 
(aborde a formação, ou 
não, de granulomas) 
 
 
 
 
 
 
1. Explique a fisiopatologia da hanseníase. Aborde o acometimento de sistema nervoso periférico. 
2. Discuta sobre a forma indeterminada da hanseníase 
3. Discuta sobre a perda de sensibilidade em pacientes com hanseníase. 
4. Explique como deve ser realizado o tratamento da hanseníase e quais drogas devem ser utilizadas 
5. Considerando os diagnósticos diferenciais para Hanseníase: 
a) Indique que doença parasitária seria diagnóstico diferencial para as lesões de pele apresentadas pelos 
pacientes acima descritos? 
b) Faça uma relação entre as formas da hanseníase e a doença parasitária citada na resposta da questão 5a. 
Aborde aspectos imunológicos e fisiopatológicos. 
 
RELATO DE CASO e EXERCÍCIOS: Mycobacterium leprae - HANSENÍASE 
F.C.G, masculino, 19 anos, morador de Cacoal-RO, refere que há três meses apresentou lesões do tipo nódulos na pele, 
não pruriginosas, não descamativa, sem presença de sangramentos ou exsudatos, em antebraços, mãos e pés. Relata 
já ter realizado consultas anteriores e sido diagnosticado como lesões por micose ou alergia, sendo prescrito 
tratamento com antifúngico tópico e sistêmico. Devido a não melhora dos sintomas, procurou outra unidade de saúde. 
Ao exame físico, apresentava lesões elementares, do tipo pápulas com bordas irregulares, circunscritas, eritematosas, 
hipercrômicas, de cor marrom-acastanhadas e tamanhos variáveis de 0,5 cm a 1 cm. Após a avaliação médica, foi 
solicitado raspado dérmico, resultando em Índice baciloscópico 5 +, sendo, então, diagnosticado com Hanseníase. 
Iniciou o tratamento com uso de PQT. Após 4 meses, o paciente apresenta reação hansênica do tipo 1, em uso de 
prednisona 20mg/dia. Está aguardando a avaliação do perito do INSS, pois não apresenta capacidade laboral no 
momento por queixas de muita fraqueza e dores. 
 
1. Identifique a forma da hanseníase do paciente do relato de caso. Retire do caso elementos que comprovem sua 
resposta. 
2. Explique o fato de após 4 meses de tratamento o paciente apresentar reação hansênica tipo 1. 
3. Explique o fato de mesmo após o tratamento o paciente sentir fraqueza e dores. 22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASO CLÍNICO: Treponema pallidum - SÍFILIS 
Paciente V.G.S., sexo masculino, 28 anos, comerciante, compareceu à Unidade Básica de Saúde da cidade de Jataí-
GO, queixando-se de lesões em pele e mucosas. Na anamnese o paciente relata não ter hábitos nocivos e realizar 
exercícios físicos regulares. Na história da doença atual, o paciente relata que as lesões em pele surgiram há 5 dias 
em região de tronco, palmas das mãos e pés, além de quadros de febre, cansaço e dor no corpo. Ao ser questionado 
pelo médico, ele relata que em torno de 2 meses antes surgiu uma lesão única em língua, de bordos elevados, 
endurecidos e ulcerada, mas não procurou nenhum profissional da saúde porque a lesão era indolor e desapareceu 
em poucos dias. Ao exame físico, observa-se a presença de máculas com aspecto arredondado e regular, de coloração 
rósea em mãos, pés e rosto e, em tronco, as lesões são do tipo maculopapulares, de coloração esbranquiçada. Foram 
solicitados vários exames hematológicos e sorológicos, cujos resultados encontram-se abaixo: 
VDRL = reagente; título 1/128 (Metodologia-Floculação) 
Sorologia para HIV: reagente (Metodologia-Imunocromatografia) 
Sorologia para HBV e HCV: não reagentes (Metodologia-Imunocromatografia). 
 
1) Qual a principal hipótese diagnóstica do caso? 
2) Retire do caso todos as informações (clínicas e laboratoriais) que confirmem a hipótese diagnóstica. 
3) Explique as formas de evolução da doença do caso acima. 
4) Explique quais são os diagnósticos que podem ser realizados para a infecção do caso (divida os diagnósticos em 
direto/sorológico e treponêmico e não treponêmico). 
 História Natural da Sífilis não tratada 
 
Campinton, The modern epidemic syphilis, 2020
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CASO CLÍNICO: BACTÉRIAS ESPIRALADAS 
Paciente D.M.B., sexo masculino, 27 anos, solteiro, natural de Bragança-PA. Apresenta-se na Unidade Básica de Saúde 
(UBS) de Rio Verde/GO, com queixa de febre de início súbito há 3 dias. Ele relata que há 2 dias, cursou com mialgia 
em membro inferior direito e não procurou o serviço de saúde por achar que era cansaço do trabalho (ocupação: 
profissional conservador de limpeza e vias públicas). Refere contato constante com água de chuva e ratos no local de 
trabalho, mesmo fazendo uso de botas. Há 3 dias vem apresentando cefaleia, náuseas e dor abdominal, além da febre 
(39ᵒC, aferida em casa). Ao exame físico apresentava-se em bom estado geral, com fácies de dor, abatido, ictérico, 
Pressão arterial: 90 × 55 mmHg; Frequência cardíaca: 110 bpm; Temperatura axilar: 39,5ᵒ C; Saturação O2: 96% em ar 
ambiente. Abdômen apresentava-se plano, levemente tenso com ruídos hidroaéreos normais. Doloroso difusamente 
à palpação superficial e profunda, hepatomegalia. 
Uma amostra de sangue é coletada e analisada a fresco e submetida a cultura. A análise da amostra em microscópio 
sugere microrganismos com características espiraladas mas o resultado dessa análise é inconclusivo. 
 
RESULTADOS DOS EXAMES SOLICITADOS: 
 
HEMOGRAMA: Eritrograma: hemácias: 3,57 teras/L (VR: 4 - 5 teras/L); hemoglobina: 8 g/dL (VR: 12 a 18 g/dL); 
hematócrito: 48% (VR: 36 - 45%); 
Leucograma: 12.000/mm3 (VR: 5.000 – 10.000/mm3), neutrófilos segmentados 30% (40-70%), bastonetes 10% (até 
5%). 
Plaquetograma: 105.000/mm3 (VR: 150.000 a 450.000/mm3) 
 
BIOQUÍMICOS: 
Bilirrubina total: 2,1 mg/dL (VR: até 1,2 mg/dL); Bilirrubina direta: 0,4 mg/dL (até 0,3 mg/dL) 
Ureia sérica: 54 mg/dL (VR: 16 a 40 mg/dL); Creatinina: 1,4 mg/dL (VR: 0,5 a 1,2 mg/dL) 
TGO/AST: 55 U/L (VR: até 40 U/L) 
TGP/ALT: 51 U/L (VR: até 40 U/L) 
IMAGEM: Radiografia de Tórax sem alterações 
 
1. Baseando-se em todos os parâmetros do caso, indique uma hipótese diagnóstica justificando-a. Retire do texto 
TODAS as informações (clínicas, epidemiológicas e laboratoriais) que direcionam para essa hipótese 
diagnóstica. 
2. Quais diagnósticos diferenciais devem ser realizados no caso desse paciente? 
3. Descreva como ocorre a evolução para gravidade em casos como esse. 
 
 
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EXERCÍCIOS: IRAS (INFECÇÕES RELACIONADAS A ASSITÊNCIA A SAÚDE) 
 
1. Explique a diferença de infecções de comunidade e as IRAS 
2. Analise a figura acima e, baseado nela, discuta as infecções relacionadas à assistência à saúde. 
3. Relacione as IRAS com resistência antimicrobiana 
4. Quais são as principais bactérias envolvidas nesses casos? 
5. Discuta sobre o impacto de IRAS associadas a Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumanii. 
6. Discuta a importância dos cuidados com P. aeruginosa em Unidades de Atendimento a Queimaduras. 
7. Explique porque essas infecções em ambientes hospitalares e em UTI são potencialmente mais 
graves. 
8. Discuta formas de diminuição da ocorrência dessas infecções associadas ao atendimento a saúde. 
9. Explique porque cada ambiente de atendimento à saúde tem uma equipe destinada ao 
acompanhamento das IRAS. 
10. Analise a imagem abaixo e relacione com as IRAS. 
 
Veronesi, 2015
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RELATO DE CASO: INFECÇÃO SISTÊMICA EM PACIENTE EM UTIM.B.P.O., 44 anos, feminino, branca, casada, dois filhos. Procurou o pronto-socorro com queixa de dor abdominal difusa em 
cólica, evoluindo com distensão abdominal, náuseas e vômitos há 4 dias da admissão hospitalar. Referia picos subfebris de até 
37,5 graus nas últimas 24 horas. Tem antecedentes de patologias abdominais como: enterectomia parcial há 11 anos devido à 
neoplasia maligna de intestino grosso, histerectomia total com ooforectomia e apendicectomia há sete anos. Foi avaliada 
imediatamente pela equipe de cirurgia geral que solicitou radiografia de abdômen e exames gerais. O hemograma revelou: Hb 
11,3 g/ dL; 9.730 leucócitos com 77,3% de segmentados, sem desvio à esquerda; 208.000 plaquetas; proteína C reativa 4,56 (VR 
< 1,0); ureia 8mg/dl e creatinina 0,47mg/dl. Recebeu dipirona com escopolamina para quadro álgico e dimenidrato para náuseas 
e vômitos. A radiografia de abdômen não revelou nenhum sinal de obstrução intestinal. Evoluiu no pronto-socorro após 12 
horas com piora importante da distensão abdominal, surgimento de ruídos metálicos à ausculta abdominal, vômitos com 
característica fecaloide e febre de 38 graus. Foi realizada outra radiografia de abdômen, complementada com tomografia 
computadorizada do abdômen e ambas revelaram espessamento de alças intestinais e “empilhamento em moedas”, revelando 
possível obstrução intestinal. Os exames revelaram Hb 9,7g/dL; 24.260 leucócitos com desvio importante à esquerda (2% 
mielócitos / 3% metamielócitos / 8% bastões / 80,1% segmentados); 152.000 plaquetas e PCR 23,05. A opção foi a laparotomia 
exploradora, sendo diagnosticado abdômen agudo obstrutivo no ato cirúrgico. Foi iniciada terapia antimicrobiana com 
ceftriaxona e metronidazol por sete dias com boa evolução. Após 48 horas de suspensão de antimicrobianos, a paciente evoluiu 
novamente com febre de até 38,5 graus e nova distensão abdominal. Foi ampliado o esquema de antimicrobiano com 
piperacilina + tazobactam, coletadas novas hemoculturas e realizada nova tomografia de abdômen que revelou nova obstrução 
intestinal. Feita nova reabordagem cirúrgica abdominal, com nova ressecção de alça de intestino delgado com sofrimento 
vascular, necrose e perfuração intestinal com visualização de peritonite fecaloide. Foi ampliado o esquema de antimicrobiano 
com vancomicina, meropenem e fluconazol (antifúngico). Após dois dias de uso, apresentou instabilidade hemodinâmica grave, 
necessitando de drogas vasoativas e intubação orotraqueal. Nesse momento, no 11º pós-operatório, o laboratório sinalizou o 
crescimento de bacilo gram-negativo, posteriormente identificado como Klebsiella pneumoniae produtora de ESBL em duas 
hemoculturas periféricas e cocos gram-positivos em uma amostra de hemocultura coletada do cateter central, posteriormente 
identificado como Enterococcus faecalis resistente à ampicilina. Pela instabilidade hemodinâmica, foi trocado fluconazol por 
anidulafungina (antifúngico). A paciente evoluiu com desmame de drogas vasoativas e resolução dos picos febris, porém após 
seis dias de uso do esquema amplo de antimicrobianos (vancomicina, meropenem e anidulafungina), retornou com novos picos 
febris e aumento da necessidade de vasopressores. Novas hemoculturas foram coletadas e houve crescimento de Klebsiella 
pneumoniae resistente a carbapenêmicos, sendo ampliado o esquema de antimicrobianos com polimixina B e amicacina 
(antifúngico), e mantidos vancomicina, meropenem e anidulafungina. Apresentou melhora lenta, com resolução da febre e da 
instabilidade hemodinâmica após quatro dias do novo esquema de antimicrobianos. Após 25 dias de uso de vancomicina, 
meropenem e anidulafungina e de 19 dias de polimixina B e amicacina, a paciente teve seu esquema suspenso e manteve-se 
estável. No 39º pós-operatório, a paciente evoluiu com icterícia, parada de eliminação de gases e fezes e febre. Nova tomografia 
evidenciou coleções intra-abdominais, sendo realizada nova lavagem da cavidade abdominal e reiniciado amplo esquema com 
linezolida, meropenem, polimixina B e anidulafungina. As hemoculturas revelaram crescimento novamente de Klebsiella 
pneumoniae resistente a carbapenêmicos e Enterococcus faecium resistente à vancomicina. Durante esse período a paciente 
apresentou melhora clínica, porém necessitou de sessões de hemodiálise e de nutrição parenteral. Após 12 dias do novo 
esquema de antimicrobianos (linezolida, meropenem, polimixina B e anidulafungina), evoluiu com novos picos febris e foram 
coletadas novas hemoculturas. O laboratório sinalizou o crescimento de leveduras em quatro frascos de hemoculturas (duas 
periféricas e dois de cateteres vasculares centrais) com tempo de positividade de 57, 60, 64 e 71 horas. Nesse momento, foram 
trocados todos os cateteres intravasculares, incluindo o de hemodiálise e efetuada a troca de anidulafungina para anfotericina 
B lipossomal (antifúngico) (3mg/kg/dia). O ecocardiograma não evidenciou vegetações valvares nesse momento e as 
hemoculturas de controle foram colhidas a cada 48 horas após troca da medicação antifúngica. Houve identificação de Candida 
glabrata em todas as hemoculturas, com negativação das hemoculturas de controle após quatro dias de início de terapia com 
anfotericina B lipossomal. O teste de sensibilidade às drogas antifúngicas revelou resistência a caspofungina, micafungina e 
fluconazol, mantendo a sensibilidade à anfotericina B (abaixo). A paciente evoluiu com melhora clínica, desmame completo de 
drogas vasoativas após nove dias de terapia antifúngica eficaz. Completou esquema por 19 dias com linezolida, meropenem, 
polimixina B e 21 dias com anfoterina B lipossomal. Ao longo dos dias evoluiu com reabilitação respiratória, recuperação lenta 
da função renal, porém sem necessitar de novas sessões de hemodiálise e retirada de drenos abdominais. Após 4 meses de 
internação hospitalar a paciente recebeu alta. Dr Daniel Wagner de Castro L. Santos – Infectologista Unifesp 
 
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