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Psicologia_e_Comportamento_Organizaciona

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Regina Mara Malpighi Santos
Psicologia e 
Comportamento 
Organizacional
Adaptada/Revisada por Regina M. Malpighi Santos (setembro/2012)
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Psicologia e 
Comportamento Organizacional, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao 
aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila 
é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidiicar seu aprendizado, por meio de recursos 
multidisciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o 
suplemento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eiciente e prazeroso, concorrendo 
para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido inluencia sua vida proissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................... 5
1 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTÓRIA ........................................................................................... 7
1.1 Histórico ...............................................................................................................................................................................7
1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Cientíica ..............................................................................................................9
1.3 Principais Escolas na Psicologia do Século XX .................................................................................................... 10
1.4 Psicologia Cientíica x Senso Comum .................................................................................................................... 13
1.5 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 15
1.6 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 15
2 ATRIBUIÇÕES E ÁREAS DE ATUAÇÃO DOS PSICÓLOGOS ..........................................17
2.1 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 19
2.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 20
3 TEORIAS DA PERSONALIDADE .......................................................................................................21
3.1 Teoria Psicanalítica ........................................................................................................................................................ 21
3.2 Teoria Analítica ............................................................................................................................................................... 23
3.3 Teoria Humanista da Personalidade de Carl Rogers ......................................................................................... 25
3.4 Teoria da Personalidade .............................................................................................................................................. 25
3.5 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 26
3.6 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 27
4 INTELIGÊNCIA .............................................................................................................................................29
4.1 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 31
4.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 31
5 LINGUAGEM .................................................................................................................................................33
5.1 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 34
5.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 34
6 EMOÇÕES .......................................................................................................................................................35
6.1 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 36
6.2 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 37
7 COMUNICAÇÃO .........................................................................................................................................39
7.1 Comunicação Intercultural ........................................................................................................................................ 40
7.2 Comunicação Eicaz ...................................................................................................................................................... 41
7.3 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 41
7.4 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 42
8 O INDIVÍDUO E A ORGANIZAÇÃO ................................................................................................43
8.1 Fundamentos do Comportamento Individual ................................................................................................... 43
8.2 Atitudes, Valores, Percepção e Aprendizagem ................................................................................................... 44
8.3 Resumo do Capítulo ..................................................................................................................................................... 46
8.4 Atividades Propostas.................................................................................................................................................... 46
SUMÁRIO
9 TEORIA DA MOTIVAÇÃO ................................................................................................................ 47
9.1 Teoria das Hierarquias das Necessidades de Maslow ..................................................................................47
9.2 Teoria dos Dois Fatores (Herzberg) ....................................................................................................................48
9.3 Teoria ERG (Clayton Alderfer) ...............................................................................................................................499.4 Teoria da Equidade ..................................................................................................................................................49
9.5 Resumo do Capítulo ................................................................................................................................................50
9.6 Atividade Proposta ..................................................................................................................................................50
10 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL .......................................................................... 53
10.1 Diferenças entre Grupos e Equipes .................................................................................................................53
10.2 O Grupo e sua Estrutura ......................................................................................................................................54
10.3 Resumo do Capítulo .............................................................................................................................................56
10.4 Atividades Propostas ............................................................................................................................................56
11 MUDANÇA ORGANIZACIONAL .............................................................................................. 57
11.1 Resumo do Capítulo .............................................................................................................................................58
11.2 Atividades Propostas ............................................................................................................................................59
12 LIDERANÇA ........................................................................................................................................... 61
12.1 Características e Estilo do Líder ........................................................................................................................61
12.2 Líderes no Século XX ............................................................................................................................................62
12.3 Coniança ..................................................................................................................................................................63
12.4 Resumo do Capítulo .............................................................................................................................................65
12.5 Atividades Propostas ............................................................................................................................................65
13 CULTURA ORGANIZACIONAL .................................................................................................. 67
13.1 Resumo do Capítulo .............................................................................................................................................68
13.2 Atividades Propostas ............................................................................................................................................68
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 69
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 71
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 77
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5
Caro(a) aluno(a),
O objetivo geral do curso é oferecer subsídios para o aluno(a) desenvolver a interpretação da psi-
cologia nas relações pessoais, ajudando a relacionar a teoria e a prática de conceitos psicológicos aplica-
dos ao trabalho e, assim, capacitar o(a) aluno(a) para o domínio dos processos básicos do comportamen-
to social. 
Esta apostila e a disciplina, como um todo, busca levar o(a) aluno(a) a reletir sobre habilidades e 
atitudes para compreender a importância do fator humano nas organizações. Conhecer conceitos, como 
personalidade, inteligência, linguagem, processos de inluências, estados emocionais, diferenças indivi-
duais, relacionamentos e comunicação interpessoal. Conhecer as abordagens psicológicas e como essas 
podem atuar nas organizações.
Dentro dessa perspectiva, o conteúdo está organizado a apresentar o histórico da Psicologia, suas 
principais inluências e as escolas que contribuíram para que essa se tornasse uma ciência. 
Apresentaremos as atribuições e áreas de atuação dos psicólogos. Assim como as teorias da perso-
nalidade sobre diferentes visões: a psicanalítica, a analítica e a humanista. 
Abordaremos, também, conceitos e desenvolvimentos da inteligência, da linguagem e das emo-
ções. Veremos como a comunicação pode ser maximizada tanto na forma intercultural quanto torná-la 
eicaz, minimizando os conlitos.
Analisaremos o indivíduo e a organização através dos fundamentos de comportamento individual, 
atitudes, valores, percepção e aprendizagem. Veremos as teorias motivacionais de Maslow, Herzberg, 
Alderfer e da equidade.
No comportamento organizacional estudaremos as diferenças entre grupos, equipes e suas estru-
turas. Apresentaremos, também, como as mudanças organizacionais devem ser planejadas e organiza-
das, de modo a minimizar os impactos sobre os indivíduos.
Por im, apresentaremos as características e estilos de líder, liderança no século XX, como desenvol-
ver a coniança, uso do poder e quais são os tipos utilizados nas organizações e nas diferentes culturas 
organizacionais. 
Assim, procuramos trazer uma melhor compreensão da Psicologia, dos seus conceitos, das teorias e 
das diferentes visões de como o ser humano pode contribuir na sociedade, no trabalho, quando procura 
entender a si mesmo e ao outro e tentamos desmistiicar conceitos errôneos dessa ciência. 
Hoje, o ser humano é visto como o grande potencial das organizações, com qualidades intelectuais 
e como a ferramenta indispensável para o crescimento como um todo, porém isso só poderá ser alcan-
çado quando o próprio indivíduo reconhecer, respeitar e ouvir como um ser que contribui com as suas 
habilidades, competências de forma a atender às suas necessidades e satisfações quando procura se 
adequar aos valores pessoais e organizacionais. 
INTRODUÇÃO
Regina Mara Malpighi Santos
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Será um prazer estarmos juntos neste módulo, espero contribuir com o desenvolvimento dos seus 
conhecimentos, colocando-me à sua disposição para eventuais dúvidas.
Grande abraço,
Profa. Regina
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1 PSICOLOGIA: CONCEITO E HISTÓRIA
Querido(a) aluno(a), 
Você sabe o que é Psicologia? Etimologica-
mente falando, é formada por duas palavras gre-
gas: Psiché, que signiica alma, espírito; e Logos, 
que é estudo, discurso. Assim, pode-se dizer que 
Psicologia é o “estudo da alma”.
Atualmente, a Psicologia é conhecida como a 
ciência que estuda o comportamento e os proces-
sos mentais. Pode-se entender por comportamen-
to tudo aquilo que um organismo faz e que pode 
ser observado, e processos mentais são as expe-
riências, as sensações, percepções, pensamentos, 
sentimentos que vivenciamos e expressamos atra-
vés do comportamento.
Várias ciências estudam o homem, como a 
Antropologia, Economia, Sociologia, dando dife-
rentes visões. Para Bock (2005), o objeto de estudo 
da Psicologia vai depender da área de cada um, se 
perguntarmos a um psicólogo comportamental 
qual o seu objeto de estudo, ele dirá que é o es-
tudo do comportamento. Se perguntarmos a um 
psicólogo psicanalista, ele dirá que é o estudo do 
inconsciente.
Portanto a diversidade de objetos de estudo 
é devido ao pouco tempo de existência da Psico-
logia como ciência e porque os fenômenos psico-
lógicos são diversos acarretandoa construção de 
várias teorias para explicá-los. 
Você já deve ter ouvido falar que a história da 
Psicologia tem por volta de dois milênios e se inicia 
com os ilósofos gregos.
Filósofos, como Platão e Aristóteles, começa-
ram a estudar o homem e sua interioridade. A alma 
ou espírito era concebido como parte imaterial do 
ser humano e envolvia: pensamento, sentimentos 
de amor e ódio, irracionalidade, desejo, sensação 
e percepção. Os ilósofos pré-socráticos deiniam a 
relação do homem com o mundo através da per-
cepção. 
Desde essa época já existia uma oposição en-
tre os idealistas: o mundo existe porque o homem 
o vê. A ideia forma o mundo. Já os materialistas 
consideram que o homem vê um mundo que já 
existe. A matéria que forma o mundo depende da 
percepção de cada um.
Veja os principais pontos da Filosoia que 
contribuíram com a Psicologia:
Sócrates (469-399 a.C.) preocupava-se com 
os limites que separam o homem dos animais. A 
principal característica humana era a razão, que era 
deinida como peculiaridade do homem ou como 
essência do ser humano. A razão permite ao ho-
mem sobrepor-se aos instintos, que são a base da 
irracionalidade.
Platão (427-347 a.C.), discípulo de Sócrates 
procurou deinir um lugar para a razão no corpo. 
Deiniu esse lugar como sendo a cabeça, onde se 
encontrava a alma do homem. A medula seria a 
ligação da alma e do corpo. Ele entendia a alma 
como separada do corpo, com a morte, o corpo – 
a matéria – desaparecia e a alma icava livre para 
ocupar outro corpo.
1.1 Histórico
Regina Mara Malpighi Santos
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8
Aristóteles (384-322 a.C.), importante pen-
sador da história da ilosoia inovou quando pos-
tulou que o corpo e a alma não poderiam ser dis-
sociados. A psyché seria o princípio ativo da vida. 
Tudo que cresce, reproduz e se alimenta possui a 
sua psyché. 
Segundo ele, a divisão dos vegetais, animais 
e homens quanto à alma seria:
�� Vegetais: teriam uma alma vegetativa e 
a função de alimentação e reprodução;
�� Animais: possuem uma alma vegetativa 
e sensitiva e teriam a função de percep-
ção e movimento;
�� Homem: teria a alma vegetativa, sensi-
tiva e a racional e diferente dos demais, 
teria a função pensante.
 
Você se lembra de que a Idade Média e o Im-
pério Romano foram importantes, pois uma das 
principais características desse período foi o apa-
recimento e desenvolvimento do cristianismo que 
possuía uma força religiosa que passava a ser a for-
ça política dominante. 
Neste sentido, dois grandes ilósofos repre-
sentaram esse período: Santo Agostinho (354-430) 
e São Tomás de Aquino (1225-1274). 
Santo Agostinho, inspirado em Platão, tam-
bém fazia a separação entre alma e corpo. A alma 
era a sede da razão e comprovava uma manifesta-
ção divina no homem. A alma era imortal porque 
ligava o homem a Deus e também era a sede do 
pensamento. 
São Tomás de Aquino viveu na época em 
que nascia o protestantismo, transição para o ca-
pitalismo, da revolução francesa e revolução in-
dustrial na Inglaterra. A crise econômica leva a so-
ciedade ao questionamento dos conhecimentos 
produzidos pela igreja. 
Assim como Aristóteles, ele também fez a 
distinção entre essência e existência. O homem na 
sua essência busca a perfeição através de sua exis-
tência. Só Deus seria capaz de reunir a essência e a 
existência igualmente. 
Portanto, a busca da perfeição pelo homem 
seria a busca de Deus e, através de argumentos ra-
cionais, procurava justiicar os dogmas da igreja, 
garantindo o monopólio dela no estudo do psi-
quismo. 
Como você deve estar lembrado, foi na época 
do Renascimento que vários eventos importantes 
ocorreram, tais como: descoberta de novas terras 
(América), do caminho para as Índias, rota do Pací-
ico, acúmulo de riqueza de nações em formação 
(França, Itália, Espanha, Inglaterra); com isso, co-
meça uma nova organização econômica e social, 
trazendo a valorização do homem. 
A história nos conta que vários avanços ocor-
rem, fortalecendo a construção de conhecimentos 
cientíicos. O ilósofo René Descartes (1596-1659) 
contribui postulando a separação entre mente 
e corpo, observando que o homem possui uma 
substância material e uma substância pensante.
Gostaria que você pensasse em uma máqui-
na, como ela funciona? O corpo sem espírito é má-
quina sem motor, é morto. Esse dualismo permitiu 
o estudo do homem, possibilitando o avanço da 
anatomia e da isiologia, que contribuíram em mui-
to com a Psicologia. 
No século XIX, o capitalismo trouxe o proces-
so de industrialização, no qual a ciência deveria dar 
respostas e soluções práticas.
Psicologia e Comportamento Organizacional
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Em meados do século XIX, a ciência passa a 
ter um papel fundamental, pois leva o homem ver 
a construção de novos conhecimentos que antes 
eram regidos por dogmas religiosos.
Temas que antes eram estudados pelos iló-
sofos, passam a ser estudados também pela Fisio-
logia e Neuroisiologia, descobrindo, por exemplo, 
que a doença mental poderia ter ação de diversos 
fatores sobre as células cerebrais. Na Neuroanato-
mia, a atividade motora nem sempre estaria ligada 
à consciência. Na Psicofísica, o estudo da isiologia 
do olho e a percepção das cores acabam contri-
buindo com a Psicologia Cientíica.
Vários outros estudiosos e pesquisadores 
começam a deinir o objeto de estudo da Psicolo-
gia: comportamento, vida psíquica e consciência, 
passando a formular métodos de estudos e teorias, 
estabelecer critérios básicos importantes, como 
conhecimento cientíico, dados que possam ser 
comprovados e servir de experimento para novas 
pesquisas.
Você já deve ter ouvido falar que foi na Ale-
manha, im do século XIX, início do século XX, que 
Wundt, Weber e Fechner juntos, na Universidade 
de Leipzig, ajudaram a Psicologia a ganhar status 
de ciência e se libertar da Filosoia, surgindo novas 
abordagens ou inluências que vão dar origem a 
teorias que permanecem até hoje.
Funcionalismo - William James (1842-1910): 
é considerada a primeira escola a se preocupar 
com “o que fazem os homens?” e “por que fazem?” 
(BOCK, 2005). Segundo o autor, a consciência é o 
centro de suas preocupações e busca a compreen-
são de seu funcionamento na medida em que a usa 
para adaptar-se ao meio. James buscou entender 
os processos mentais como atividades necessá-
rias para os seres vivos, dotados de emoção, ação, 
conhecimento e razão, procurando explicar que a 
mente funciona de forma contínua, seletiva, e ca-
pacita o homem a fazer escolhas. 
Estruturalismo - Edward Titchner (1867-
1927) preocupou-se em conhecer a consciência 
nos aspectos estruturais – sistema nervoso central 
–, para determinar a estrutura da mente, na tentati-
va de compreender os fenômenos mentais produ-
zidos pelos estímulos ambientais. O conhecimento 
era desenvolvido em laboratório, icando conheci-
do como Pai da Psicologia Experimental. 
Defendeu como método de estudo a intros-
pecção (“olhar para dentro”), onde sujeitos procu-
ravam descrever as suas sensações através das ca-
racterísticas dos estímulos a que eram submetidos, 
sem contar o que já conheciam anteriormente.
A escola tomou como característica os ter-
mos que formam a estrutura da consciência ou 
mente: imagem, pensamento e sentimento, atra-
vés de uma experimentação ou observação.
O objeto de estudo era a experiência em si 
que acontece antes da relexão, a experiência ime-
diata, livre de qualquer interpretação que possa in-
cluir as sensações, sentimentos e emoções.
Segundo Titchner, a mente é a junção de to-
dos os fenômenos mentais, que podem ser dividi-
dos em sensação, imagens e sentimentos, podendo 
ter qualidade, intensidade, duração e vivacidade.
Portanto, nomear a sensação, identiicar a in-
tensidade com que ela se apresenta e registrar sua 
duração são trabalhos do sujeito experimental na 
Psicologia.Associacionismo - Edward L. Thorndike 
(1874-1949) formulou a primeira teoria da apren-
dizagem na Psicologia. Para qualquer indivíduo, 
aprender precisa passar pelo processo de associar 
as ideias ao conteúdo, isto é, todo comportamento 
tende a ser repetido se não for castigado, o que de-
nominou Lei do Efeito, que seria o organismo asso-
ciar situações a outras semelhantes.
 
1.2 Primeiras Escolas em Psicologia Cientíica
Regina Mara Malpighi Santos
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Behaviorismo - John B. Watson (1913): ‘be-
havior’, palavra de origem inglesa que, em portu-
guês, signiica ‘comportamento’. Airma que o obje-
to de estudo é o comportamento observável, seja 
nos homens como nos animais, pensamentos ou 
linguagem, não passam de respostas isiológicas 
complexas a estímulos externos. 
Nesse sentido, procurou determinar as leis 
que regiam a relação entre a ocorrência de certos 
eventos ambientais (estímulos) e o comportamen-
to observável (respostas).
Todo o comportamento é aprendido, o ho-
mem é um produto das experiências. 
Para Watson, o objeto de estudo da psicolo-
gia era todo tipo de comportamento (o agir, o ser 
e suas explicações) e não só como sentimos ou ex-
pressamos os pensamentos, até então os únicos 
objetos da psicologia.
Precisava também encontrar um novo obje-
to de estudo da psicologia que explicassem o com-
portamento, mas que não fossem conceitos men-
tais, como sentimento, percepção, cognição.
Caro(a) aluno(a), na Rússia, um isiologista 
chamado Ivan P. Pavlov realizava experimentos 
com cães, o que ajudou a descrever o condiciona-
mento. Ele percebeu que o cão salivava na presen-
ça de cheiros, visualização da carne. Concluiu que 
o relexo da saliva estava ligado a outros estímulos, 
como o visual, olfativo e auditivo, e que poderiam 
estar ligados ou não à comida.
Chamou de relexo condicionado ou respos-
ta condicionada – o estímulo apresentado para de-
terminado comportamento (cão salivar).
Então, Watson passou a utilizar os conceitos 
estudados sobre o relexo, para explicar tudo aqui-
lo que ele chamava de comportamento, interes-
sante isso, não?
B. F. Skinner, behaviorista metodológico, con-
siderava que a base do comportamento visível tem 
ligação com o desempenho resultante da ação e, 
para estudar esse processo de aprendizagem, de-
senvolveu uma caixa em formato de cubo, que i-
cou conhecida como “Caixa de Skinner”. 
A caixa, geralmente, é construída com di-
mensões especíicas, com fundo removível, porta 
transparente, jogo de luzes no teto, barra na pare-
de lateral e um aparelho que quantiica a frequên-
cia com que à barra é acionada. 
Com a caixa, Skinner fez experimento com 
uma ”cobaia” (rato privado de alimento e água por 
um determinado período; ao pressionar a barra, o 
mecanismo era acionado, liberando uma gota de 
água).
Pode-se dizer que o pressionar ou não a barra 
foi aleatório, ao acaso, uma exploração do ambien-
te onde estava. Então, a análise experimental do 
comportamento é a relação de dependência esta-
belecida entre a ‘resposta’ do sujeito (pressionar a 
barra) e a consequência vinda de seu ambiente.
O processo de aprendizado de um novo 
comportamento é feito por reforços diferenciais, 
chamado modelagem, onde algumas respostas 
são reforçadas e outras não, possibilitando que o 
organismo se aproxime cada vez mais da resposta 
inal.
1.3 Principais Escolas na Psicologia do Século XX
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
“Reforço, seja qualquer um, pode ser de-
inido como um evento que ocorre após 
a ‘resposta’ do organismo. Toda conse-
qüência de uma ação, que aumenta a 
freqüência de uma resposta (comporta-
mento).
A aprendizagem dos comportamentos é 
a ação do organismo sobre o meio e o 
efeito resultante é a satisfação de algu-
ma necessidade.” 
Fonte: Bock (2005, p. 49).
Psicologia e Comportamento Organizacional
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11
Veja que as respostas intermediárias não 
constituem erros e sim variações próprias aos or-
ganismos vivos e complementares ao processo de 
seleção. 
Querido(a) aluno(a), os reforços podem ocor-
rer de duas formas: positiva ou negativa. A positi-
va é quando todo ou qualquer evento aumenta a 
possibilidade de uma resposta, por exemplo, tudo 
aquilo que fortalece um comportamento (elogio, 
dinheiro, reconhecimento); e o negativo, todo o 
evento que aumenta a probabilidade da resposta 
que o remove, isto é, quando você coloca o seu 
despertador ou celular para tocar pela manhã, ao 
escutar seu som você o desliga, porque aquele som 
representa que você terá que levantar, portanto a 
ação do organismo tem como consequência da re-
moção de algo já presente. 
Para Skinner, existem os reforçadores primá-
rios, secundários e generalizados. Os primários po-
dem ser o alimento e o afeto. Ambos podem ser 
usados para aumentar a frequência de uma res-
posta. 
Vamos exempliicar através da rotina diária: o 
ilho precisa ir para a escola e não terminou a lição, 
a mãe só deixa o ilho almoçar quando ele terminar 
o dever de casa.
Já os demais reforçadores dependem dos pri-
mários para se tornarem efetivos, isto é, eles pre-
cisam acompanhar os primários por certo tempo 
para que possam agir por si. 
No dia a dia, a atenção que recebemos de 
outra pessoa é um grande exemplo de reforçador 
secundário. Esses reforçadores podem ser apresen-
tados de forma contínua ou intermitente.
�� Extinção – é o conjunto de relação de um 
indivíduo com o ambiente para eliminar 
uma resposta e o reforço é interrompido 
abruptamente.
�� Punição – retirar um estímulo reforçador 
positivo a uma dada resposta, acarre-
tando a diminuição temporária da fre-
quência dessa mesma resposta. Pode-
-se exempliicar com o trânsito, todas as 
multas aplicadas não motivam os moto-
ristas a mudarem o comportamento no 
trânsito.
Gestalt – Ernest Mach (1838-1916), Max Wer-
theimer (1880-1943) e Kurt Kofka (1886-1941). 
A palavra ‘Gestalt’, de origem alemã, não pos-
sui uma tradução para o português, mas pode sig-
niicar ‘forma’, ‘coniguração’, ‘padrão’ ou ‘estrutura’. 
A teoria da Gestalt considera a percepção 
como um todo e parte desse todo para explicar as 
partes; enquanto que os associacionistas partiam 
das partes para explicar o todo.
O todo é percebido antes das partes que o 
constituem. A forma corresponde à maneira como 
as partes estão dispostas no todo. O todo não é a 
soma das partes, na realidade, elas organizam-se 
segundo determinadas leis.
Observe que, para a Gestalt, a experiência de-
pende dos modelos, das estruturas que os estímu-
los despertam, na organização da experiência. O 
nosso comportamento – aqui e agora – é conside-
rado como a igura, o foco da alteração e os outros 
eventos são o fundo – fome, música, ruídos etc.
Segundo a Gestalt, tudo o que vemos ou 
percebemos está relacionado com a totalidade do 
campo de observação. A percepção que você tem 
depende da coniguração do processo mental de 
cada um.
O comportamento de um indivíduo pode-
ria ser analisado em função do campo psicológico 
onde ele está atuando em determinado momento, 
em função das relações com o meio e com outras 
pessoas.
O processo de percepção ocorre como uma 
ilusão e é o resultado de uma ação e reação.
Todos os fatos mentais, estado emocional, 
forte desejo ou atitude, pode ser visto como in-
luência em uma resposta perceptiva.
Estudos realizados sobre a percepção vêm 
colaborando para entender melhor o comporta-
mento humano e explicar os porquês e como per-
cebemos os eventos, pessoas e objetos no meio 
ambiente. 
A Gestalt estava preocupada em compreen-
der quais eram os processos psicológicos envolvi-
dos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é 
percebido pelo sujeito com uma forma diferente 
do que ele é na realidade.
Regina Mara Malpighi Santos
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12
O caso clássico é o cinema, como citadopor 
Bock (2005). A ita cinematográica é composta de 
fotogramas com imagens estáticas. O movimento 
que vemos na tela é uma ilusão de ótica causada 
pelo fenômeno da pós-imagem da retina, porque 
qualquer imagem que vemos demora um pouco 
para se ‘apagar’ da nossa retina. As imagens vão se 
sobrepondo em nossa retina e o que percebemos 
é um movimento. Mas o que de fato é projetado 
na tela é uma fotograia estática, tal como uma 
sequência de slides. 
A Gestalt estuda a organização da nossa per-
cepção através de um conjunto de leis que foram 
denominadas de:
�� Lei da proximidade – perante elementos 
diversos, tendência a agrupar aqueles 
que se encontram mais próximos; 
�� Lei da semelhança – perante elementos 
diversos, têm tendência a agrupar por se-
melhanças;
�� Lei da continuidade – perante algo inaca-
bado, têm tendência a acabar;
�� Lei da forma e fundo – quando observa-
mos algo, separamos espontaneamente 
a “igura” do “fundo”.
Psicanálise – Sigmund Freud (1856-1939) 
nasceu em Freiberg, Moravia, hoje Eslováquia, ilho 
mais velho de pais judeus. Estudou Medicina em 
Viena, onde teve maior interesse na neurologia.
Pacientes com distúrbios nervosos apresen-
tavam ideias que poderiam estar reprimidas e eram 
expressas através dos sintomas como: diiculdades 
de expressão do pensamento, rigidez muscular. 
Freud, através da prática médica, usou a hip-
nose para descobrir a origem dos sintomas. Desen-
volveu um novo método, a associação livre, onde 
os pacientes repousavam sobre um divã e eram 
encorajados a dizer tudo que lhes vinha à mente, 
todos e quaisquer pensamentos, inclusive os seus 
sonhos. 
Desenvolveu, em 1900, a primeira concepção 
sobre a estrutura e funcionamento da personalida-
de (como veremos nas teorias da personalidade – 
psicanalítica).
Humanista – Maslow e Rogers
Os humanistas surgem em meados do século 
XX com o argumento de que o ser humano implica 
mais satisfazer ou controlar seus desejos animais 
do que procurar prazer ou evitar a dor. Começam 
a trabalhar questões relacionadas a todos os seres 
humanos, como ajudarem uns aos outros, perten-
cer a uma família e à sociedade.
Uma das premissas fundamentais da teoria 
de Carl Rogers é o pressuposto de que as pessoas 
usam sua experiência para se deinir. Assim, as pes-
soas plenamente funcionais ou psicologicamente 
saudáveis apresentam as seguintes características:
�� mente aberta para aceitar qualquer tipo 
de experiência e de novidades;
�� tendência a viver plenamente cada mo-
mento;
�� capacidade para se orientar pelos pró-
prios instintos e não pelas opiniões ou 
razões de outras pessoas;
�� senso de liberdade de pensamento e 
ação;
�� alto grau de criatividade; 
�� a necessidade contínua de maximizar o 
seu potencial.
Rogers passa a ser o único a questionar a va-
lidade do conhecimento objetivo, na tentativa de 
compreender a experiência de outra pessoa. Usa o 
conhecimento como interpessoal, tornando a es-
sência da terapia centrada no cliente. É a prática da 
compreensão empática. Penetrar no mundo subje-
tivo do outro para ver se a compreensão da opinião 
dele é correta ou se concorda com o próprio ponto 
de vista, no sentido de compreender a experiência 
do outro como correta ou não, fazendo um auto-
questionamento.
Psicologia e Comportamento Organizacional
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13
O tipo de conhecimento que vamos acumu-
lando no nosso cotidiano é chamado de senso co-
mum. É passado de geração para geração, como 
um hábito ou um costume tradicional. Quando a 
dona de casa usa a garrafa térmica para manter o 
café quente, sabe por quanto tempo ele permane-
cerá razoavelmente quente, sem fazer nenhum cál-
culo complicado e, muitas vezes, desconhecendo 
completamente as leis da termodinâmica. 
O conhecimento do senso comum é intuitivo, 
espontâneo, de tentativas e erros. É um conheci-
mento importante, porque sem ele a nossa vida no 
dia a dia seria muito complicada. O senso comum 
percorre um caminho que vai do hábito à tradição, 
que passa de geração para geração. Integra de um 
modo o conhecimento humano.
A utilização de termos como ‘rapaz comple-
xado’, ‘mulher louca’, ‘menino hiperativo’ expressa 
a comunicação do senso comum acerca do com-
portamento humano, que muitas vezes não ocorre 
de maneira cientíica. Os termos podem até ser da 
psicologia cientíica, mas são usados sem a preocu-
pação de deinir as palavras.
Quando buscamos deinir, descrever e pre-
ver comportamentos, estamos fazendo ciência. O 
cientista do comportamento (da psicologia) não 
ica satisfeito com conceitos generalizados e ro-
tulados (complexado, louco, “nasceu assim”) sem 
compromisso e apenas baseados em “achismos” e 
observações supericiais. Ele quer observações sis-
tematizadas, conhecimento metodológico, experi-
mentado, testado, comprovado. Ex.: ‘mulher louca’, 
o que é loucura? Quais os sintomas? Que tipo de 
loucura?
Quando fazemos ciência, baseamo-nos na 
realidade cotidiana e pensamos sobre ela. Quando 
bem utilizada, a ciência permite que o saber seja 
transmitido, veriicado, utilizado e desenvolvido. 
Não se pode entender comportamento sem 
um contexto, sem a descrição de eventos ante-
cedentes e consequentes do evento descrito. Por 
isso, os conceitos de comportamento e ambiente 
são interdependentes, um não pode ser deinido 
sem referência ao outro. 
O agir, o sentir e o pensar estão em função 
de variáveis ambientais (meio ambiente), que são 
os eventos antecedentes e consequentes. Note 
bem que não é o homem e sim o comportamento 
do homem que está interagindo constantemente 
com os estímulos que antecedem o seu compor-
tamento, e o seu comportamento está constante-
mente tendo consequências no ambiente e sendo 
interagido por elas.
Meio ambiente (estímulos): as inluências 
sobre o organismo que determinam o comporta-
1.4 Psicologia Cientíica x Senso Comum
DicionárioDicionário
Ciência é um conjunto de conhecimentos so-
bre fatos ou aspectos da realidade obtidos por 
meio de metodologia cientíica.
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
Psicologia é ciência 
1. Porque tem um objeto especíico 
de estudo: o homem - ser humano 
em seu sentido amplo. 
2. Utiliza uma linguagem precisa e ri-
gorosa: não utiliza termos do senso 
comum sem preocupação concei-
tual.
3. Utiliza métodos e técnicas especí-
icas: entrevistas estruturais, testes, 
técnicas de terapia, entre outras, 
obtidas de maneiras programadas, 
sistemáticas e controladas, para 
que se permita a veriicação da va-
lidade da ciência, permitindo a re-
produção da experiência.
Regina Mara Malpighi Santos
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mento; tudo aquilo que afeta o comportamento. 
Um estímulo é um ‘pedaço’ do ambiente que pode 
ser interno ou externo ao organismo.
Os homens agem sobre o mundo, modii-
cam-no e, por sua vez, são modiicados pelas con-
sequências de sua ação (SKINNER, 1978). Assim, 
além conhecer o organismo e as suas interações, é 
necessário conhecer os diversos ambientes com os 
quais um organismo pode interagir. 
O ambiente que o indivíduo interage pode 
ser analisado sob dois prismas:
�� ambiente externo: o físico e social, que é 
alterado pelo comportamento por meio 
das ações mecânicas sobre ele e pelas in-
terações do indivíduo com o social;
�� ambiente interno: o biológico e histórico, 
formado pelos processos biológicos e as 
experiências passadas de cada indivíduo, 
pois o organismo transporta consigo os 
resultados de suas interações passadas. 
O homem moderno deve ser entendido sob 
umO homem moderno deve ser entendido sob 
um aspecto biopsicossocial. Toda história de vida 
deve ser analisada sob inluências biológicas, psi-
cológicas e sociais, aspectos esses que são inter-
ligados. Ele recebe inluências do seu organismo 
internamente (genética, vírus, bactérias, doenças 
congênitas, defeitos estruturais), da sua percepçãoprópria, experiências e vivências de mundo (ações, 
pensamentos e sentimentos) e da sua interação 
com os diversos grupos (família, amigos), a socie-
dade e sua cultura.
Também, o homem biopsicossocial recebe 
diferentes inluências do meio ao longo de sua 
vida. Muitas áreas são importantes para a análise 
do comportamento humano, tais como: afetiva, 
familiar, conjugal, sexual, interpessoal (amizades), 
lazer, social, escolar, religiosa, trabalho, biológica 
(doenças), ambiente, cultural, questões morais, re-
gras sociais, costumes.
Você deve estar se perguntando: se o homem 
é o objeto de estudo, por que estudar animais na 
psicologia? 
Porque, apesar de existir vários experimentos 
psicológicos que utilizam animais, o enfoque está 
nos processos psicológicos básicos que acontecem 
tanto em animais quanto nos humanos (ex.: medo), 
levando-se em conta que o animal passa a ser mais 
fácil de ser manuseado e de se impor limite quanto:
�� 1° - ética: muitas pesquisas não podem 
ser realizadas com seres humanos; 
�� 2° - praticidade: os animais são bem 
cooperativos, por ser mais cômodo e 
podem ser estudados com facilidade du-
rante longos períodos; 
�� 3° - facilidade: em detectar processos 
básicos comportamentais e mentais em 
animais e transpor os achados para seres 
humanos, tais como: movimentos, fome, 
sono ou sede.
Psicologia e Comportamento Organizacional
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15
1.5 Resumo do Capítulo
Querido(a) aluno(a), 
Neste capítulo, estudamos o nascimento da Psicologia e o quanto a Filosoia contribuiu com os 
seus pensadores para o desenvolvimento e questionamento do ser humano. 
Vimos como as evoluções ao longo do tempo e os avanços tecnológicos e cientíicos ajudaram o 
homem a reletir e questionar sobre qual papel deve exercer ou inluenciar no meio onde está inserido.
Observamos os avanços e as inluências no desenvolvimento para uma melhor compreensão do 
ser humano através das diferentes escolas em seu comportamento, notando que o homem precisa man-
ter uma relação com esse meio onde ele é estimulado a dar diferentes respostas, a entender e diferenciar 
o todo em sua essência. 
Para isso, a Psicologia foi se fortalecendo como ciência, pois saiu dos questionamentos e passou a 
ser experimentada em laboratórios, com técnicas e teorias diferenciadas, com uma linguagem rigorosa, 
comprovada e cientíica, através de dados recolhidos anteriormente.
Agora que terminamos este capítulo, vamos veriicar se você ixou bem o conteúdo. Assim, respon-
da às perguntas abaixo:
1. Qual a importância de conhecer o desenvolvimento histórico da Psicologia?
2. A quais critérios a Psicologia deveria satisfazer para ser considerada uma “ciência”?
3. Quais são as principais teorias em Psicologia no século XX?
1.6 Atividades Propostas
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17
Prezado(a) aluno(a),
Neste capítulo, veremos que psicólogos e 
psiquiatras muitas vezes ocupam empregos seme-
lhantes. Ambos os proissionais podem trabalhar 
em campos ligados à saúde mental, diagnostican-
do e tratando pessoas com problemas psicológicos 
leves e graves. A grande diferença entre esses es-
pecialistas está na sua formação.
Pode-se deinir como Psicólogo aquela pes-
soa que passa cerca de cinco anos na faculdade, 
aprendendo sobre comportamento normal e anor-
mal, sobre diagnóstico e tratamento para vários 
comportamentos humanos. Após se formarem de-
vem, por questão ética, se especializar e aprofun-
dar sua formação em uma ou mais áreas.
Psiquiatra é aquela pessoa que estuda medi-
cina, se qualiica ou especializa em uma instituição 
de saúde mental, hospital ou clínica, para tratar de 
distúrbios emocionais, utilizando da farmacotera-
pia (remédios), cirurgia e eletroconvulsoterapia, 
dentre outros processos médicos. 
Como a formação do psiquiatra é em medici-
na, seu foco é voltado para a cura de problemas do 
corpo, isto é, a causa de distúrbios comportamen-
tais está nas alterações bioquímicas e neurológicas.
O Psicólogo trabalha em diferentes áreas 
como proissional, atua no âmbito da educação, 
saúde, lazer, trabalho, segurança, justiça, comuni-
dades e comunicação com o objetivo de promover, 
em seu trabalho, o respeito à dignidade e integri-
dade do ser humano.
Veja, a seguir, quais são as atribuições prois-
sionais do psicólogo:
�� estuda e analisa os processos intrapes-
soais e relações interpessoais, possibi-
litando a compreensão do comporta-
mento humano individual e de grupo, 
no âmbito das instituições de várias na-
turezas, onde quer que se deem estas 
relações; 
�� aplica conhecimento teórico e técnico da 
psicologia, com o objetivo de identiicar 
e intervir nos fatores determinantes das 
ações e dos sujeitos, em suas histórias 
pessoais, familiares e sociais, vinculando-
-as também a condições políticas, históri-
cas e culturais;
�� analisa a inluência de fatores hereditá-
rios, ambientais e psicossociais sobre os 
sujeitos na sua dinâmica intrapsíquica e 
nas suas relações sociais, para orientar-se 
no psicodiagnóstico e atendimento psi-
cológico;
�� promove a saúde mental na prevenção e 
no tratamento dos distúrbios psíquicos, 
atuando para favorecer um amplo de-
senvolvimento psicossocial;
�� elabora e aplica técnicas de exame psi-
cológico, utilizando seu conhecimento 
e práticas metodológicas especíicas, 
para conhecimento das condições do 
desenvolvimento da personalidade, dos 
processos intrapsíquicos e das relações 
interpessoais, efetuando ou encami-
nhando para atendimento apropriado, 
conforme a necessidade;
�� formula hipóteses e a sua comprovação 
experimental, observando a realidade e 
efetivando experiências de laboratórios e 
de outra natureza, para obter elementos 
relevantes ao estudo dos processos de 
desenvolvimento, inteligência, aprendi-
zagem, personalidade e outros aspectos 
do comportamento humano e animal.
ATRIBUIÇÕES E ÁREAS DE ATUAÇÃO DOS 
PSICÓLOGOS 2
Regina Mara Malpighi Santos
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18
Observe que cada dia mais a atuação do pro-
issional psicólogo tem se expandido para outras 
áreas, como organizações, hospitais, escolas, tribu-
nais de justiça, marketing, esportes, aviação, en-
genharia, entre outros. Devido a essa ampliação e 
às formas diferentes de atuação exigidas, torna-se 
necessário cada vez mais uma atenção focalizada 
para os valores e princípios fundamentais ao exer-
cício ético da proissão. Esse exercício ético tem 
como base ilosóica conduzir o indivíduo ao bem-
-estar, evitando ao máximo o sofrimento psíquico. 
Como você vem notando, o psicólogo de-
sempenha suas funções ou tarefas proissionais 
tanto individualmente quanto em equipes multi-
proissionais e, para tanto, pode exercer a atividade 
como:
1. Psicólogo do Trabalho e/ou Organiza-
cional: em empresas públicas ou privadas fazen-
do a implantação da política de recursos humanos 
das organizações, descrição e análises de trabalho, 
recrutamento e seleção de pessoal, utilizando mé-
todos e técnicas de avaliação, programas de trei-
namento e formação de mão de obra, avaliação 
pessoal, capacitação e desenvolvimento de recur-
sos humanos, segurança, organização do trabalho 
e deinição de papéis ocupacionais: produtividade, 
remuneração, incentivo, rotatividade, absenteísmo 
e evasão, identiicação das necessidades humanas 
em face da construção de projetos e equipamen-
tos de trabalho (ergonomia), programas educa-
cionais, culturais, recreativos e de higiene mental, 
com vistas a assegurar a preservação da saúde e da 
qualidade de vida do trabalhador, processo de des-
ligamento de funcionários, no que se refere à de-
missão e ao preparo para aposentadoria, visando à 
elaboração de novos projetos de vida;
2. Psicólogo da Saúde e Hospitalar: atua 
em Hospitais, Ambulatórios, Centros e postos de 
saúde a im de identiicar e compreender os fatores 
emocionais que intervém na saúde geral doindiví-
duo;
3. Psicólogo Clínico: trabalha em consultó-
rios ou clínicas especializadas realizando terapia 
individual, de grupo, casal, familiar, infantil, sexual 
e dependendo da demanda psicológica, faz acom-
panhamento psicológico, intervenção psicoterápi-
ca individual ou em grupo, por meio de diferentes 
abordagens teóricas, entrevistas, observação, tes-
tes e dinâmica de grupo, com vistas à prevenção e 
tratamento de problemas psíquicos.
4. Psicólogo Educacional: atua em creches 
e escolas, desenvolvendo com os pais, alunos, di-
retores, professores, técnicos e pessoal adminis-
trativo diferentes atividades visando a prevenir, 
identiicar e resolver problemas psicossociais que 
possam bloquear, na escola, o desenvolvimento 
de potencialidades, a autorrealização e o exercício 
da cidadania consciente, compreensão e mudança 
do comportamento de educadores e educandos, 
no processo de ensino e aprendizagem, interven-
ção psicopedagógica individual ou em grupo, pro-
gramas de orientação proissional, programas de 
orientação proissional, elaboração de planos e po-
líticas referentes ao Sistema Educacional, visando 
promover a qualidade, a valorização e a democrati-
zação do ensino;
5. Psicólogo Jurídico, Forense e Penitenciá-
rio: pode atuar em varas da criança e do adolescen-
te, de família, cível, criminal, penitenciárias, nas ins-
tituições governamentais e não governamentais, 
planejando e executando políticas de cidadania, 
direitos humanos e prevenção da violência, dando 
orientação de dados psicológicos, repassado não 
só para os juristas como também aos sujeitos que 
carecem de tal intervenção, formulação, revisões e 
interpretação das leis; avaliam as condições inte-
lectuais e emocionais de crianças, adolescentes e 
adultos em conexão com processos jurídicos, seja 
por deiciência mental e insanidade, testamentos 
contestados, aceitação em lares adotivos, posse e 
guarda de crianças ou determinação da responsa-
bilidade legal por atos criminosos, perito judicial 
nas varas cíveis, criminais, justiça do trabalho, da 
família, da criança e do adolescente, elaborando 
laudos, pareceres e perícias a serem anexados aos 
processos; atendimento e orientação a detentos e 
seus familiares, programas socioeducativos desti-
nados à criança de rua, abandonadas ou infratoras, 
tarefas educativas e proissionais que os internos 
possam exercer nos estabelecimentos penais;
6. Psicólogo do Trânsito: atua em clínicas 
de trânsito realizando exames psicológicos (psico-
Psicologia e Comportamento Organizacional
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19
técnicos). Pode elaborar e implantar questões re-
ferentes à transmissão, recepção e retenção de in-
formações, campanhas de prevenção de acidentes, 
educação no trânsito, comportamento individual e 
coletivo na situação de trânsito, especialmente nos 
complexos urbanos, implicações psicológicas do 
alcoolismo e de outros distúrbios nas situações de 
trânsito;
7. Psicólogo do Esporte: atua em associa-
ções esportivas e clubes esportivos realizando exa-
me das características psicológicas dos esportistas, 
visando ao diagnóstico individual ou do grupo, 
realização pessoal, melhoria do desempenho do 
esportista e do grupo, favorecendo a otimização 
das relações entre esportistas, pessoal técnico e di-
rigentes. Elabora estudos das variáveis psicológicas 
que interferem no desempenho de suas atividades 
especíicas (treinos, torneios e competições), opor-
tunizando a formação através da prática das ativi-
dades esportivas e seus aspectos psicológicos.
Segundo Bock (2005), alguns dos “desconhe-
cimentos” da Psicologia têm levado os psicólogos 
a buscarem respostas em outros campos do saber 
humano. Com isso, algumas práticas não psicoló-
gicas têm sido associadas às práticas psicológicas, 
como por exemplo, o tarô, a astrologia, a quiro-
mancia, a numerologia, entre outras práticas adivi-
nhatórias/místicas. 
Essas não são práticas psicológicas! São ou-
tras formas de saber que não podem ser confundi-
das com a Psicologia, pois não são construídas no 
campo da ciência, a partir de métodos e princípios 
cientíicos, e estão em oposição aos princípios da 
Psicologia, que vê o homem não como um ser com 
destino pronto, mas sim como um ser que constrói 
seu futuro ao agir sobre o mundo e receber as in-
luências deste mundo.
É preciso ponderar que esse campo frontei-
riço entre a psicologia cientíica e a especulação 
mística deve ser tratado com o devido cuidado. 
Portanto, não se deve misturar a psicologia com 
práticas adivinhatórias ou místicas que estão ba-
seadas em pressupostos diversos e opostos aos da 
Psicologia.
Por outro lado, é preciso estar aberto para o 
novo, atento a novos conhecimentos que, tendo 
sido estudados no âmbito da ciência, podem trazer 
novos saberes, ou seja, novas respostas para per-
guntas ainda não respondidas. 
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
A Psicologia não consegue explicar mui-
tas coisas sobre o homem, pois é uma 
ciência relativamente nova, com pouco 
mais de cem anos. Além disso, novas 
perguntas sempre surgirão, não esgo-
tará o que há para ser conhecido, pois a 
humanidade está em permanente mu-
dança, quebrando paradigmas, criando 
novas expectativas, novos alvos e procu-
rando novas motivações.
Caro(a) aluno(a), 
Neste capítulo, traçamos os diferentes segmentos da Psicologia e suas atuações como uma ciência 
multiproissional, pois, ao estudar o comportamento do ser humano, vemos como este pode moldar e 
ser moldado no meio onde vive.
Por se tratar de uma ciência nova, temos que tomar cuidado com certos segmentos que se dizem 
da psicologia, mas são tratados com certa obscuridade ou misticismo.
2.1 Resumo do Capítulo
Regina Mara Malpighi Santos
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Para inalizar o capítulo, vamos realizar alguns exercícios para veriicar o seu aprendizado. Respon-
da às questões abaixo:
1. Como se distingue o psicólogo do psiquiatra e do psicanalista?
2. O que faz o psicólogo nas organizações?
2.2 Atividades Propostas
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Caro(a) aluno(a), 
A personalidade pode ser conceituada como 
um agrupamento de características internas e ex-
ternas peculiares e permanentes do caráter de uma 
pessoa que inluenciaram o comportamento em si-
tuações diferentes. Para Schultz (2002), a avaliação 
da personalidade pode se dar através de técnicas e 
testes apropriados.
Observe, a seguir, os fatores que inluenciam 
a personalidade:
�� inluências hereditárias: na determinação 
do temperamento, estão as variações in-
dividuais do organismo, concretamente 
a constituição física e o funcionamento 
dos sistemas nervoso e endócrino, que 
são, em grande parte, hereditários;
�� meio social: família, grupos e cultura a 
que se pertence – desempenham um 
papel determinante na construção da 
personalidade. A personalidade forma-
-se num processo interativo com os sis-
temas de vida que a envolvem: a família, 
o grupo de pares etc. O tipo de ambiente 
e de clima vivenciado inluencia a perso-
nalidade;
�� experiências pessoais: são todas as vivên-
cias que ocorrem na nossa vida. A quali-
dade das relações precoces e o processo 
de vinculação na relação da díade mãe/
ilho parecem ser fundamentais na estru-
turação e organização da personalidade. 
A complexidade das relações familiares 
vai inluenciar as capacidades cognitivas, 
linguísticas e afetivas, processos de auto-
nomia, de socialização, de construção de 
valores das crianças e jovens.
Freud nasceu em 6 de maio de 1856, na, hoje, 
República Checa, Pribor. Estudou Medicina e, em 
1896, convenceu-se de que os conlitos sexuais 
eram a causa básica de todas as neuroses.
No sistema de Freud, representações mentais 
de estímulos internos, como fome, levam o indiví-
duo a tomar determinada atitude. O impulso de as-
segurar a sobrevivência do indivíduo e da espécie, 
satisfazendo a necessidadede água, comida e sexo, 
denominou como sendo o instinto de vida. Para ele, 
a forma de energia psíquica manifestada pelos ins-
tintos de vida que empurram a pessoa para com-
portamentos e pensamentos prazerosos foi deno-
minada libido. O investimento de energia psíquica 
em um objeto ou pessoa denominou como catexia.
Há, ainda, o instinto de morte, que é o impul-
so inconsciente na direção de degeneração, des-
truição e agressão. O impulso agressivo é a compul-
são de destruir, subjugar e matar.
O conceito original de Freud dividia a per-
sonalidade em três níveis: consciente, pré-cons-
ciente e inconsciente. O consciente seria o signii-
cado normal do cotidiano, incluindo as sensações 
e experiências das quais estamos cientes a todo o 
momento. O pré-consciente é o depósito de lem-
branças, percepções e ideias das quais não estamos 
3.1 Teoria Psicanalítica
TEORIAS DA PERSONALIDADE3
Regina Mara Malpighi Santos
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22
cientes, mas que podemos trazer para o consciente. 
O inconsciente é o depósito de forças que não po-
demos controlar ou ver, é a morada dos instintos.
Mais tarde, revisou esse conceito e introduziu 
três estruturas básicas da personalidade. Denomi-
nou como ID o aspecto da personalidade aliado 
aos instintos, fonte de energia psíquica, que opera 
de acordo com o principio do prazer; portanto, o 
ID opera para evitar a dor e maximizar o prazer. A 
segunda estrutura básica denominou de EGO, o as-
pecto racional da personalidade, responsável pela 
orientação e controle dos instintos de acordo com o 
princípio da realidade. A terceira estrutura denomi-
nou como SUPEREGO, o aspecto da moral da perso-
nalidade, a introjeção de valores e padrões dos pais 
e da sociedade.
O Ego ica no meio, pressionado por essas for-
ças e, como resultado, surge a ansiedade: temor do 
aparente, temor sem razão. A ansiedade é um sinal 
de que há um perigo, uma ameaça ao EGO que pre-
cisa ser neutralizada ou evitada.
Freud postulou mecanismos de defesa para 
ajudar a aliviar a ansiedade, observou que raramen-
te utilizamos um e sim vários deles ao mesmo tem-
po.
Como mecanismos de defesa, temos:
�� repressão: negação inconsciente da exis-
tência de algo que causa a ansiedade; 
�� negação: existência de uma ameaça ex-
terna a um evento traumático;
�� projeção: atribuição de um impulso per-
turbador a outra pessoa;
�� racionalização: a reinterpretação de um 
comportamento para torná-lo mais acei-
tável e menos ameaçador;
�� deslocamento: deslocamento do impul-
so do ID de um objeto ameaçador e in-
disponível para outro disponível;
�� sublimação: deslocamento do impulso 
do ID transformando a energia instintiva 
em comportamento socialmente aceitá-
vel.
Duane (2002) diz que, para Freud, todas as 
crianças passam pelos estágios: oral, anal, fálico e 
genital, nos quais a gratiicação dos instintos do ID 
depende da estimulação das áreas corresponden-
tes ao corpo.
Quando há uma ixação, uma permanência 
em uma das fases psicossexuais do desenvolvi-
mento da criança, isso pode ser devido à frustração 
ou à satisfação excessiva.
Fases de Desenvolvimento
A fase oral vai de 0-1 ano de idade e tem 
como característica a boca como a principal zona 
erógena, o prazer é obtido pela sucção, morder 
e engolir. Quando as pessoas icam ixadas nesta 
fase, tendem a ser pessimistas, hostis, agressivas e 
contestadoras.
A fase anal vai de 1-3 anos e tem como ca-
racterística o treinamento dos hábitos de higiene 
– treino ao toilette. A ixação nessa fase leva a pes-
soa a ser um indivíduo teimoso, mesquinho, rígido 
e compulsivamente limpo.
A fase fálica vai de 4-5 anos e sua caracterís-
tica é a fantasia incestuosa, desejo inconsciente 
do menino pela mãe acompanhado do anseio de 
substituir o pai, o chamado Complexo de Édipo. 
Complexo de Eletra é o desejo inconsciente da me-
nina pelo pai acompanhado do desejo de substi-
tuir a mãe. Fixação nessa fase é a importância da 
resolução com o sexo oposto na idade adulta.
A fase da latência vai dos 5 anos até a puber-
dade, é o período da sublimação do instinto sexual, 
que é trocado pelas atividades escolares, hobbies, 
esportes e no desenvolvimento de amizades com 
pessoas do mesmo sexo.
A fase genital vai da adolescência até a ida-
de adulta e sua característica é o desenvolvimento 
da identidade do papel sexual e de relações sociais 
adultas.
Saiba maisSaiba mais
Saiba maisSaiba mais
Personalidade vem de ‘persona’, que se 
refere à máscara, como utilizadas em 
carnavais ou por atores de uma peça. 
Portanto, quando enfrentamos o mun-
do exterior, mostramos a personalidade 
através das máscaras, aquilo que pode 
ser visível aos outros.
Psicologia e Comportamento Organizacional
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23
Fundada no início do século XX pelo psicólo-
go e psiquiatra suíço Carl Gustav Jung (1875-1961), 
um dos mais proeminentes discípulos de Freud. 
Exerceu a Psicanálise de 1909 a 1913, ano em que 
rompeu com Freud e fundou a Psicologia Analítica.
O eixo central da Psicologia Analítica é o Pro-
cesso de Individuação: tendência instintiva e te-
leológica do ser humano, através de processos de 
autorregulação, desenvolvimento de suas poten-
cialidades inatas em direção à realização da totali-
dade psíquica (autodesenvolvimento, autorrealiza-
ção e autoconhecimento).
Para Jung, a libido compreende não só a 
energia sexual, mas, também, energias associadas 
ao instinto de sobrevivência, à motivação, às rela-
ções afetivas, desejos de autorrealização, autoco-
nhecimento e vivências espirituais.
A psique, segundo a teoria analítica, está es-
truturada em três elementos: consciente, incons-
ciente pessoal e inconsciente coletivo.
�� Consciente: sistema do aparelho psíqui-
co que mantém contato com o mundo 
interior (processos psíquicos, internos) 
e exterior (meio ambiente e social) do 
sujeito. Na consciência, destacam-se os 
fenômenos de percepção intrínseca e 
extrínseca, senso de identidade, atenção, 
raciocínio e memória, entre outras fun-
ções cognitivas e emocionais. As pessoas 
são conscientes apenas de uma pequena 
parte de sua vida psíquica. O consciente 
tem como centro organizador o Eu.
�� Inconsciente pessoal: é a camada mais 
supericial do inconsciente, cuja fronteira 
com o consciente é bastante imprecisa. 
Nele, permanecem os conteúdos incons-
cientes derivados da vida do indivíduo 
– sua formação é, portanto, a posteriori 
ao nascimento. Esses conteúdos são for-
mados por percepções subliminares e 
combinações de ideias com energia psí-
quica insuiciente para irromperem na 
consciência, experiências devida “esque-
cidas” pela memória consciente, recor-
dações dolorosas de serem relembradas, 
repressões sexuais, desejos reprimidos, 
qualidades da personalidade – positivas 
e negativas – desconhecidas pelo Eu e, 
principalmente, grupos de representa-
ções carregados de forte carga emocio-
nal e incompatíveis com a atitude cons-
ciente (complexos, cujas bases são os 
arquétipos – localizados no Inconsciente 
coletivo).
Geralmente esses conteúdos não pos-
suem energia psíquica suiciente para 
permanecerem no campo da consciên-
cia, entretanto, podem adquirir a energia 
necessária para emergir na consciência 
na forma de lembranças, sonhos, fanta-
sias, devaneios e comportamentos.
Quando irrompem na consciência po-
dem possuir um signiicativo grau de au-
tonomia, chegando até a tomar sua pos-
se temporária.
�� Inconsciente coletivo: é a camada mais 
profunda do inconsciente, é a base da 
psique. É constituído por arquétipos 
(núcleos instintivos passados de forma 
psicobiológica de geração a geração, tra-
zendo padrões de comportamento her-
dados desde o surgimento da humanida-
de e mesmo antes dela, no período em 
que o homem ainda era animal – a gêne-
se do Inconsciente coletivo é, portanto, a 
priori ao nascimento).
Os arquétipos constituem a base dos com-
plexos situados no inconsciente pessoal, são inú-meros, incontáveis; entretanto, Jung identiicou 
alguns que estão em permanente contato com o 
3.2 Teoria Analítica
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Eu. São eles: a persona, a sombra, a anima, o animus 
e o self.
O self – também denominado si mesmo – é 
o centro organizador não só do inconsciente (pes-
soal e coletivo), mas, também, de toda a psique. É 
do self que surge a consciência e o Eu.
O termo ‘persona’ origina-se do teatro grego 
antigo e signiica máscara. Arquétipo associado ao 
comportamento de contato com o mundo exterior, 
necessário à adaptação do indivíduo às exigências 
do meio social onde vive. A persona corresponde 
a uma signiicativa parcela do comportamento do 
sujeito enquanto personagem coletiva.
A alma, em oposição à persona, corresponde 
ao comportamento do sujeito enquanto persona-
gem individual, sua real personalidade. Uma pes-
soa pode ter um determinado comportamento em 
sociedade (persona) e outro, completamente opos-
to, em casa (alma).
Convém esclarecer que nem todo comporta-
mento social é manifestação da persona, também 
pode ser uma expressão da alma. A persona possui 
dois aspectos: positivo e negativo.
O aspecto positivo está associado à adapta-
ção do sujeito ao seu meio social. O aspecto nega-
tivo surge quando o Eu se identiica com a persona, 
fazendo com que a pessoa se distancie e desconhe-
ça sua real personalidade, a alma. Muitas vezes é di-
fícil para um observador externo identiicar numa 
pessoa o que é sua persona e o que é sua alma. 
Ao se manifestar, geralmente de modo in-
consciente – sem que o Eu não tenha consciência 
de sua existência –, a persona revela seu signiicati-
vo grau de autonomia na psique. Quando tornada 
consciente – assimilada pelo Eu –, a persona traz 
benefícios ao autoconhecimento e à melhoria das 
relações interpessoais.
A persona possui dois aspectos: positivo e ne-
gativo. O aspecto positivo está associado às virtu-
des que o indivíduo desconhece existir em si mes-
mo. O aspecto negativo está associado aos defeitos 
de caráter que o indivíduo desconhece existir em si 
mesmo.
A anima corresponde ao princípio feminino 
presente na psique do homem. Arquétipo asso-
ciado à personiicação da natureza feminina no 
inconsciente masculino. Manifesta-se no compor-
tamento masculino através de expressões emocio-
nais.
Projeta-se em iguras femininas: mãe, irmã, 
namorada, esposa, amante, mulher desejada, mu-
lheres admiradas (nos sentidos eróticos, heroicos, 
intelectuais e espirituais).
A anima condensa todas as experiências que 
o homem vivenciou no seu encontro com a mulher 
durante milênios e é a partir desse imenso material 
inconsciente que é modelada a imagem de mulher 
que o homem procura. 
O animus condensa todas as experiências 
que a mulher vivenciou no seu encontro com o 
homem durante milênios e é a partir desse imenso 
material inconsciente que é modelada a imagem 
de homem que a mulher procura.
Quando tornado consciente – assimilada 
pelo Eu –, o animus traz benefícios ao autoconheci-
mento e à melhoria das relações interpessoais.
Psicologia e Comportamento Organizacional
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Carl Rogers nasceu em 1902, subúrbio de 
Chicago. Estudou psicologia e lecionou durante 
alguns anos, especializando-se na terapia centrada 
no cliente na parte clínica.
Acreditava que as pessoas são motivadas por 
uma tendência inata de realizar-se, manter e apri-
morar o self. À medida que os bebês desenvolvem 
uma parte de suas experiências tornam-se diferen-
ciadas das demais. O eu, mim, me é o self. É a ima-
gem do que somos, do que deveríamos ser e do 
gostaríamos de ser.
Na terapia centrada na pessoa, o terapeu-
ta oferece consideração incondicional ao cliente, 
que seria a aprovação concedida independente 
do comportamento da pessoa. As pessoas de ple-
no funcionamento experimentam um senso de 
liberdade e possuem a capacidade de viver rica e 
criativamente a todo o momento. O cliente na te-
rapia rogeriana é o responsável pela mudança de 
sua personalidade. O único modo de avaliar é em 
termos das experiências subjetivas, os eventos na 
vida da pessoa conforme ela os percebe e aceita 
como reais.
3.3 Teoria Humanista da Personalidade de 
Carl Rogers
Erik Erikson ampliou e aprimorou a teoria de 
Freud dando à personalidade uma visão continua, 
onde o EGO é parte independente da personali-
dade não sendo dependente nem submissa ao ID. 
Segundo ele, as forças culturais e históricas têm um 
impacto muito grande, o desenvolvimento huma-
no regido por sequência de etapas que dependem 
de fatores genéticos e/ou hereditários.
Na sua teoria os estágios psicossexuais do 
desenvolvimento estão divididos em oito sendo:
1. Coniança x Desconiança (até um ano 
de idade): durante o primeiro ano de 
vida da criança, esta é dependente das 
pessoas, para cuidar dela quanto à ali-
mentação, higiene, locomoção, apren-
dizado de palavras e seus signiicados, 
bem como dar estímulos para perceber 
que existe um mundo ao seu redor. As-
sim o amadurecimento ocorrerá de for-
ma equilibrada transmitindo à criança 
segurança, afeto, coniança nas pessoas 
e no mundo que a cerca;
2. Autonomia x Vergonha e Dúvida (se-
gundo e terceiro ano): nesse período, a 
criança passa a ter controle de suas ne-
cessidades isiológicas, responder por 
sua higiene pessoal, o que lhe dá auto-
nomia, coniança e liberdade para tentar 
outras coisas sem medo de errar. Porém, 
se esta é criticada, ridicularizada pode 
desenvolver vergonha, dúvida quanto à 
sua capacidade de ser autônoma; o que 
pode provocar dependência, que seria 
voltar ao estágio anterior;
3. Iniciativa x Culpa (quarto e quinto ano): 
nesse período a criança passa a perce-
ber as diferenças sexuais, os papéis que 
são desempenhados por mulheres e ho-
mens na sua cultura – o que Freud cha-
ma de conlito edipiano. Se a sua curio-
sidade “sexual” e intelectual, natural, for 
reprimida e castigada poderá desenvol-
ver sentimento de culpa e diminuir sua 
iniciativa de explorar novas situações ou 
de buscar novos conhecimentos;
4. Construtividade x Inferioridade (dos 6 
aos 11 anos): é o período onde a criança 
é alfabetizada, aumentando o convívio 
com outras pessoas, que não são seus 
3.4 Teoria da Personalidade
Regina Mara Malpighi Santos
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familiares, possibilitando uma maior 
sociabilização, trabalho em conjunto, 
cooperatividade e o desenvolvimento 
de outras habilidades. Se surgirem dii-
culdades, o próprio grupo irá criticar, po-
dendo vivenciar a inferioridade em vez 
da construtividade;
5. Identidade x Confusão de Papéis (dos 
12 aos 18 anos): aqui, o indivíduo expe-
rimenta diferentes desaios, com suas 
próprias atitudes, com seus amigos, com 
pessoas do sexo oposto e, até mesmo, 
a busca de uma carreira, da proissão. 
Quando encontra apoio nas pessoas à 
sua volta, pode desenvolver o sentimen-
to de identidade pessoal, caso contrário, 
pode se tornar uma pessoa desorganiza-
da, sem respostas para suas questões ou 
perdendo a referência.
6. Intimidade x Isolamento (jovem adulto): 
nessa fase, além de proissional, o indiví-
duo também é algo em torno da constru-
ção de relações profundas e duradouras, 
podendo vivenciar momentos de gran-
de intimidade e entrega afetiva. Quando 
ocorre uma decepção, a tendência é o 
isolamento temporário ou duradouro;
7. Produtividade x Estagnação (meia-ida-
de): as pessoas nessa fase podem se 
dedicar à sociedade e realizar valiosas 
contribuições, sem grande preocupação 
com o conforto físico e material;
8. Integridade x Desesperança (velhice): 
quando o indivíduo aceita o envelheci-
mento, ocorre um sentimento de produ-
tividade e valorização do que foi vivido, 
sem arrependimentos e lamentações 
sobre oportunidades perdidas ou erros 
cometidos haverá integridade e ganhos 
para passar por essa fase;mas, se isso 
não ocorre, pode desenvolver um senti-
mento de tempo perdido, impossibilida-
de de começar de novo, trazendo triste-
za e desesperança.
A personalidade é o atributo de uma pessoa, que engloba qualidades sociais e emocionais, inluen-
ciando o comportamento em diferentes situações.
Vimos aqui a visão de Freud e seus pressupostos básicos: id, ego, superego; e outro postulado, que 
fala do consciente, inconsciente e subconsciente. Demonstrou também que a personalidade se desen-
volve através de fases do desenvolvimento da criança.
Jung, discípulo de Freud, difere em sua teoria no inconsciente coletivo como sendo depósito de 
experiências passadas – os arquétipos, persona, anima, animus. Os arquétipos representam a unidade, 
harmonia da personalidade total.
Para Erikson, a personalidade é dividida em oito fases e o desenvolvimento é regido por forças ge-
néticas, mas o ambiente ajuda a determinar se serão ou não realizadas. As forças básicas são a esperança, 
o amor e a vontade.
Rogers defende a teoria de que a personalidade depende do ponto de vista do próprio indivíduo e 
as suas experiências, que promovem a realização, serão buscadas e, as que impedem, evitadas.
3.5 Resumo do Capítulo
Psicologia e Comportamento Organizacional
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Agora, vamos recapitular os pontos trabalhados fazendo alguns exercícios:
1. Compare a personalidade na visão de Freud, Jung e Erick Erickson, citando as principais dife-
renças entre elas.
2. Quais as inluências importantes na formação da personalidade?
3.6 Atividades Propostas
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Inteligência é a função psicológica responsá-
vel pela capacidade que temos de compreender o 
signiicado das coisas, de conceituar. No processo 
de conhecimento, temos, de um lado, o objeto a 
ser conhecido, externo à inteligência, e, do outro, 
a inteligência, o instrumento mental que alcança 
o conceito desse mesmo objeto. Conceituar a in-
teligência é fazê-la objeto e instrumento simulta-
neamente, é ter consciência do instrumento men-
tal que nos permite conhecer o mundo e que está 
integrado à própria consciência.
A inteligência tem por função o estabeleci-
mento de relações entre meios e ins para a solu-
ção de um problema ou de uma diiculdade. Essa 
deinição concebe, portanto, a inteligência como 
uma atividade eminentemente prática e a distin-
gue de duas outras que também possuem inalida-
de adaptativa e relacionam meios e ins: o instinto 
e o hábito.
Caro(a) aluno(a), quando você contrai a pu-
pila quando os olhos são expostos à luz e a dilata 
quando entra na escuridão, ou quando é levado a 
afastar rapidamente a mão de uma superfície mui-
to quente que possa te queimar, o que é isso? 
É o instinto, é inato. Ao contrário do hábito, 
que é adquirido. Observe quem adquire o hábito 
de dirigir um veículo, muda as marchas, pisa na 
embreagem, no acelerador ou no freio sem preci-
sar pensar nessas operações, faz automaticamente, 
criou hábito.
Instinto e hábito são formas de comporta-
mento onde a principal característica é ser especia-
lizado ou especíico. Tome como exemplo o apren-
der a nadar, mas esse hábito não o faz saber andar 
de bicicleta.
A inteligência difere do instinto e do hábito 
por sua lexibilidade, pela capacidade de encontrar 
novos meios para um novo im. Ela ajuda a adaptar 
os meios existentes para uma inalidade nova, dan-
do a possibilidade de enfrentar situações novas, 
inventando outras soluções, outras escolhas com 
vários meios possíveis. 
Inteligência seria a habilidade de aprender, a 
partir de uma experiência, conhecimento para se 
adaptar a novas situações.
Binet e Simon, em 1904, criaram os primeiros 
testes de inteligência, tendo como objetivo a ve-
riicação do progresso de crianças deicientes do 
ponto de vista intelectual. Realizaram-se, assim, 
programas especiais para o progresso dessas crian-
ças, tornando os testes necessários para a avaliação 
quanto à eiciência desses programas, avaliando, 
assim, o progresso obtido.
Pesquisaram o quociente de inteligência 
mediante uma escala que media a capacidade do 
conhecimento de crianças comparando as idades 
cronológicas. Assim sendo, consideram o QI sau-
dável dentro dos parâmetros 90-120, sendo que 
variações para baixo ou para cima estariam relacio-
nadas com defasagens/incapacidades e, por outro 
lado, genialidades/alta capacitação de expansão 
pessoal.
Assim, outros psicólogos começaram a de-
senvolver testes para medir a inteligência dos indi-
víduos, que são chamados de testes de inteligência.
Várias pesquisas têm sido elaboradas na ten-
tativa de relacionar a inteligência com variáveis 
físicas, sexo, cultura e características da personali-
dade. O que se tem veriicado é que, em geral, as 
meninas são superiores nos testes que requerem 
aptidões linguísticas e memória verbal, isso explica 
a razão delas começarem a falar mais cedo em rela-
ção aos meninos, sendo esses superiores nos testes 
que medem aritmética e matemática em geral.
INTELIGÊNCIA4
Regina Mara Malpighi Santos
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Acredita-se que isso é uma inluência cultu-
ral, pela estimulação dada aos meninos para lida-
rem melhor com o dinheiro e medidas em geral. 
Crianças que veem de lares com estatutos socioe-
conômicos mais elevados conseguem melhores 
resultados nos testes de inteligência.
Assim, a inteligência é capaz de criar instru-
mentos, dar função nova, sentido novo a coisas já 
existentes, para que sirvam de meios a novos ins.
Várias experiências foram realizadas para es-
tudar a inteligência com alguns animais, especial-
mente os chimpanzés, demonstrando que esses 
eram capazes de comportamentos inteligentes. A 
experiência realizada pelo psicólogo Kölher é con-
siderada clássica, foi colocar um chimpanzé numa 
pequena sala, pondo a seu lado certo número de 
caixotes e prendeu-se uma banana no teto. Após 
saltos instintivos para agarrar a banana, o chim-
panzé consegue empilhar os caixotes, subir neles e 
agarrar o alimento.
Colocado um chimpanzé numa pequena 
sala, nas mesmas circunstâncias anteriores, mas 
oferecendo bambus em vez de caixotes, o chim-
panzé termina por encaixar os bambus uns nos 
outros, formando um instrumento para apanhar a 
banana. 
O fato de que o chimpanzé percebe um cam-
po perceptivo, e não objetos isolados, é demons-
trado quando, no lugar dos bambus, são colocados 
arames, que o animal enganchará uns nos outros 
para colher a fruta; ou quando, no lugar dos caixo-
tes, são colocadas mesinhas de tamanhos diferen-
tes, que podem ser empilhadas pelo animal para 
agarrar a banana.
O que você acha que aconteceu? Depois de 
comer a banana, o chimpanzé nada faz com os cai-
xotes, os bambus, os arames ou as mesas. Ficam à 
sua volta como objetos sem sentido. 
Pense em uma crian-
ça nas mesmas circuns-
tâncias, ao contrário dos 
chimpanzés depois de 
conseguir o que deseja, 
por exemplo, pegar os pi-
rulitos pendurados, exa-
minará os objetos. Deverá 
explorar aquilo que a cerca, se descobrir que são 
desmontáveis, o que ela fará? Tentará fazer com os 
caixotes, uma mesa, uma escada, com os bambus e 
os arames uma rede.
Observe que essa diferença nos comporta-
mentos do chimpanzé e da criança revela que a 
última ultrapassa a situação imediata de fome e 
de uso direto dos objetos, que prevê uma situação 
futura para a qual encontra uma solução, transfor-
mando os objetos em instrumentos.
A criança antecipa uma situação, transforma 
os dados de uma situação presente, fabricando 
meios para certos ins que ainda estão ausentes. 
Pode se lembrar da situação passada, organizar ou-
tra a partir dos dados lembrados, esperados e per-
cebidos e com grande habilidade pode imaginar 
uma situação nova e responde a ela, mesmo que 
ainda esteja ausente.
Como você vem notando, a criança se rela-
ciona com o tempo, transforma

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