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Procedimento Judicial e Extrajudicial de Inventário

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Procedimento Judicial e Extrajudicial de Inventário 
INVENTÁRIO E PARTILHA JUDICIAL 
É procedimento especial de jurisdição contenciosa que, em regra, visa a liquidação e partilha entre os herdeiros dos bens 
e direitos do falecido. 
O inventário é o gênero, de que são espécies os ritos ou procedimentos: 
→ Tradicional (art. 610 a 657 do NCPC), 
→ Arrolamento (art. 659 a 663 do NCPC) e 
→ Arrolamento de pequeno valor (art. 664 e 665 do NCPC). 
Tem por objetivo a arrecadação, descrição e avaliação dos bens e outros direitos pertencentes ao morto, bem como a 
discriminação, o pagamento das dívidas e dos impostos e os demais atos. 
COMPETÊNCIA NACIONAL 
Sendo o autor da herança brasileiro, ainda que o óbito ocorra no estrangeiro e tenha residido fora do território nacional, 
será competente a autoridade judiciária brasileira para proceder ao inventário dos bens situados no Brasil (art. 23, inc. II, 
NCPC). 
Da mesma forma, sendo o autor da herança estrangeiro, ainda que o óbito ocorra no território nacional, a autoridade 
judiciária brasileira não tem competência para processamento do inventário dos bens situados fora do Brasil. A competência 
internacional é absoluta. (art. 23, NCPC). 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL 
O juízo sucessório competente é o do foro do último domicílio do autor da herança (art. 48, CPC). 
Se o autor da herança não possuía domicílio certo a competência será do juízo da situação dos bens imóveis. 
Havendo bens imóveis em diferentes foros, o juízo competente é de qualquer destes. Não havendo bens imóveis será o 
do lugar em que ocorreu o óbito (art. 98, § único, incs. I e II, NCPC). 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA 
→ Processar e julgar os inventários e arrolamentos; 
→ Promover a abertura, aprovação, registro, inscrição, cumprimento e execução de testamentos; 
→ Conhecer e julgar todos os feitos de natureza sucessória, bem como os que com estes guardem dependência; 
→ Questões de direito e de fato que não demandarem alta indagação ou produção de prova documental; 
CABIMENTO 
1. Há litigiosidade entre os herdeiros maiores ou figuram herdeiros menores, incapazes e ausentes; E 
2. Valor dos bens inventariados superior a 1.000 salários-mínimos. 
PETIÇÃO INICIAL 
A. LEGITIMIDADE ATIVA (art. 616, NCPC): cônjuge ou companheiro supérstite, herdeiro, legatário, testamenteiro, 
cessionário do herdeiro ou legatário, credor do herdeiro ou do legatário ou do falecido, MP (se houver herdeiros 
incapazes) e a Fazenda Pública (quando tiver interesse), administrador judicial da falência do herdeiro, legatório, 
autor da herança ou cônjuge/companheiro. 
 
 
INVENTÁRIO JUDICIAL – RITO TRADICIONAL 
FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS: evento morte + condição de herdeiros + existência de bens a inventariar. 
PRAZO: O art. 611 do NCPC prevê 02 meses a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 meses subsequentes. 
O CC/2002 prevê 30 dias. O juiz pode prorrogar de ofício ou a requerimento das partes. 
Cada Estado pode instituir multa como sanção do retardamento do início ou da ultimação do inventário (ver súmula 542 
do STF). 
OBS: A apreciação do pedido de Justiça Gratuita e do valor atribuído à causa há de ser feitos após a apresentação das 
primeiras declarações, ocasião em que será revelada ao juízo a expressividade econômica do acervo inventariável. 
IMPORTANTE: 
4. É possível o processamento conjunto dos inventários dos cônjuges, bem como inventário conjunto superveniente na 
hipótese de falecimento do meeiro sobrevivente antes da partilha dos bens do cônjuge pré-morto. 
O art. 672 do NCPC determina que é lícita a cumulação de inventários: 
I - Identidade de pessoas entre as quais devam ser repartidos os bens; 
II - Heranças deixadas pelos dois cônjuges ou companheiros; 
III - Dependência de uma das partilhas em relação à outra. 
5. A fase processual de avaliação judicial é feita por avaliador judicial ou perito nomeado pelo juiz (art. 630, NCPC). 
ADMINISTRAÇÃO DO ESPÓLIO: Até que o inventariante preste compromisso, continuará o espólio na posse do 
administrador provisório nomeado pelo juiz (art. 613, NCPC). Ele tem direito a reembolso das despesas necessárias e úteis 
que fez, e responde pelo dano que der causa, tanto por dolo quanto por culpa (art. 614, NCPC). 
INVENTARIANTE: É o administrador do inventário, que presta compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo 
em 05 dias após sua nomeação. Ele representará ativa e passivamente o espólio. 
Quem pode ser inventariante? De acordo com o art. 617, NCPC, o juiz nomeia na seguinte ordem: 
I - O cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste; 
II - O herdeiro que se achar na posse e na administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente 
ou se estes não puderem ser nomeados; 
III - Qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio; 
IV - O herdeiro menor, por seu representante legal; 
V - O testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída em 
legados; 
VI - O cessionário do herdeiro ou do legatário; 
VII - O inventariante judicial, se houver; 
VIII - Pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial. 
 
 
 
 
Após prestar compromisso, o inventariante tem 20 dias para prestar as primeiras declarações (art. 620, NCPC). 
As incumbências do inventariante estão listadas nos arts 618 e 619 do NCPC. 
 Casos de remoção do inventariante (art. 662, NCPC) – de ofício ou a requerimento: 
I - Se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas declarações; 
II - Se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infundadas ou se praticar atos meramente protelatórios; 
III - Se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano; 
IV - Se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas ativas ou se não promover as 
medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos; 
V - Se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas; 
VI - Se sonegar, ocultar ou desviar bens do espólio .... 
A sonegação é a ocultação de bens que devem ser inventariados ou levados à colação. Visa assegurar aos herdeiros a 
integralidade dos seus direitos sobre o acervo, bem como os credores o direito de receberam seus créditos com o 
produto da venda dos bens do espólio. 
Tanto o inventariante quanto o herdeiro podem cometer tal ato, sendo que o primeiro será removido (art. 1993, CC) e o 
segundo perderá o direito que sobre eles lhe caiba (art. 1.992, CC). 
 Momento em que se caracteriza a sonegação (art. 1.996, CC): 
Para o inventariante → depois de encerrada a descrição dos bens, com a declaração de não existir outros bens; 
Para o herdeiro → depois de declara se sabe ou não da existência de outros bens; mas a lei não fixa tal prazo. 
Ainda no prazo de 15 dias o herdeiro que recebeu bens do falecido, em vida (via doação), deverá promover a colação ou 
conferência dos mesmos, para uma equitativa apuração das quotas hereditárias dos sucessores legítimos (arts. 639 a 641 
do NCPC). 
Colação é o ato pelo qual o herdeiro traz para o inventário o bem já recebido em vida, antecipado pelo autor da herança. 
Dispensa-se a colação, se, no ato de doação, o doador expressamente consignar que o bem sai de sua parte disponível. 
Se exceder, deve ser levado à colação. 
Ver arts. 2.002 a 2.012 do CC. 
Tem por finalidade igualar os quinhões. 
São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível, contanto que não a excedam, 
computado o seu valor ao tempo da doação (art. 2.005, CC). 
Segue-se a avaliação dos bens inventariados: A avaliação é feita por avaliador judicial (art. 630, NCPC). 
Será ainda nomeado perito para avaliar os bens do espólio se não houver avaliador judicial. Se todos forem capazes não 
haverá avaliação se a Fazenda Pública concordar com o valorexpresso nas primeiras declarações (art. 633, NCPC). 
As partes serão ouvidas no prazo comum de 15 dias sobre o laudo de avaliação (art. 635, NCPC). 
Após, serão prestadas as últimas declarações pelo inventariante, ocasião em que o inventariante poderá emendar, aditar 
ou complementar as primeiras declarações (art. 636, NCPC). 
As partes serão ouvidas sobre estas declarações no prazo comum de 15 dias. 
 
 
PAGAMENTO DAS DÍVIDAS 
Antes da partilha, poderão os credores do espólio requerer ao juízo do inventário o pagamento das dívidas vencidas e 
exigíveis (Art. 642, NCPC), em petição acompanhada de prova literal da dívida e autuada em apenso aos autos do processo 
de inventário. 
Só serão partilhados os bens ou valores depois de pagas as dívidas que gozam de privilégio legal (despesas funerárias, 
custas judiciais, vintena do testamenteiro etc.); as dívidas contraídas em vida pelo falecido. 
Os legados podem ser atingidos e absorvidos pelo pagamento das dívidas. 
Partilha é a divisão do espólio entre os sucessores do falecido, desaparecendo o caráter transitório da divisão do acervo 
hereditário. 
A partilha pode ser amigável (via escritura pública, termo nos autos do inventário ou escrito particular homologado pelo 
juiz) ou judicial (art. 2.015, CC) 
Segue com a PARTILHA. 
O esboço da partilha observará os pagamentos na seguinte ordem (art. 651, NCPC): 
1º) dívidas atendidas; 
2º) meação do cônjuge; 
3º) meação disponível; 
4º) quinhões hereditários, a começar pelo coerdeiro mais velho.

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