Buscar

03 - ÉTICO E RACIAL

Prévia do material em texto

UNIGRAN – Centro Universitário da Grande Dourados
Curso: Pedagogia
Disciplina: Relações Étnicas Raciais
Professora: Dra. Terezinha Bazé de Lima 
Aluno (a): Cleusimara Cristóvão Ventura	RGM:053.13078 Polo:Aupex/Itajaí. 
Atividade/ Portfólio 03 – AULAS 06, 07 e 08 (VALOR 4,0 PONTOS)
1) Com base nos conteúdos apresentados nas Aulas 06, 07 e 08 escreva um artigo com o mínimo 02 laudas e no máximo 05 laudas (folhas de papel sulfite) contento título, introdução, desenvolvimento, conclusão e referências.
Alguns povos brasileiros.
Introdução:
Falar da história do nosso país sem citar a influência e a importância dos povos indígenas e africanos, é negar a própria história. É sobre isso que pretendo demonstrar neste texto: a importância destes povos na formação do povo brasileiro.
Desenvolvimento:
A proposta de exploração comercial e territorial do grande continente africano está exemplificado na construção de ferrovias, não para integrar o continente, mas para uma rápida retirada da produção para outros continentes, principalmente para a Europa. E com isso, não houve uma ligação férrea com o interior africano, ficando diversos países sem esta conexão.
Um continente multi facetário, com seus povos, línguas e religiões diferentes, mas rico culturalmente. Nada disso alimentou o interesse dos países exploradores, onde viram somente a busca de uma mão de obra barata e escravizada.
 Assim, por interesses econômicos, começa a escravização de povos negros livres. Por pura ganância do homem branco europeu. No Brasil, o negro chega já escravizado, para substituir outra mão de obra escravizada, mas que não deu certo, o indígena. 
Era necessária uma mão de obra mais “qualificada”, para melhorar a produção do açúcar em nosso país. Essa visão seria por já estar presente em várias regiões africanas nações como Portugal e já produzindo açúcar por lá. 
A religião se faz presente em todos os povos oprimidos. E o negro não é exceção. É na religião seu apego, sua busca por forças para lutar, aqui no Brasil, por sua liberdade. O candomblé é um exemplo, religião essa de origem africana, em que o negro escravizado buscará sua identidade e também forças para a sua luta.
A formação de quilombos por todo o litoral brasileiro, e também em algumas regiões do nosso interior, também é um exemplo de luta por sua liberdade. Ter consciência de suas raízes, das divindades que o protegiam, ter um espaço livre para viver, se organizam em terreiros na forma de uma resistência negra. 
Um exemplo desta luta organizada em busca de sua liberdade, é o quilombo de Palmares, primeiro conduzido pelo rei Gamga Zumba, e anos após, por Zumbi. Aliás, o pouco interesse da sociedade branca escravocrata, fez com que esses personagens históricos quase não sejam citados. Talvez somente Zumbi e sua importância na administração e organização de Palmares. Mas não temos imagens confiáveis destes personagens históricos, pois não dera do interesse da sociedade escravocrata a construção destas informações.
A história de como surgiu o personagem Zumbi para a história do Brasil é algo de fascinante. Desde seu sequestro como criança, sua formação na igreja católica, sua fuga, e sua ascensão à liderança de um povo liberto. E também sua morte, provocada por Domingos Jorge Velho.
Por isso a História, muito mais do que falar ou revelar este personagem histórico, deve mostrar para a sociedade em geral, como era organizado Palmares. O que plantavam, o que colhiam, como se alimentavam, suas leis, enfim, uma sociedade muito bem organizada, igualitária, e todos, livres, buscando viver bem. Por isso, a dificuldade em construir o perfil deste personagem histórico. É muito difícil reconhecer seus valores éticos, e ainda assim defender a escravidão. 
A presença de várias manifestações culturais dos povos africanos entre nós é uma constante. As roupas coloridas, colares, turbantes, pinturas, fazem parte do nosso cotidiano e o próprio brasileiro não sabe destas origens.
O continente africano é recheado de várias línguas e dialetos, depois muito influenciado pelos colonizadores, como o inglês, português e francês. Mas como herança cultural para o Brasil, vemos a presença de palavras, significados, ritmos africanos, hoje fazendo parte da cultura brasileira. A própria língua nagô, usada em rituais afro-brasileiros não é em sua pureza africana, pois também já é uma junção de outros dialetos e línguas vindos com vários grupos africanos par cá. Aqui, em solo brasileiro, coma necessidade de biscar forças em sua religiosidade, se inicia esse processo de junção destas línguas e criação de uma língua própria que se identifica como uma identidade.
As muitas palavras africanas presentes em nosso cotidiano, em nossa língua oficial, o português, é uma constante, e muitas vezes as pessoas não sabem desta origem. Fé, acarajé, macaco, Canjica, samba, moleque, xodó, e outras tantas, enriquecem nossa língua portuguesa, dando a ela uma identidade própria.
Na sociedade moderna em que vivemos, o idoso, ou aquele que não domina os avanços tecnológicos, muito rapidamente é colocado de lado, e taxado de ignorante e inútil. Mas no caso para os africanos, o idoso é visto como uma preciosidade, algo valioso, por sua experiencia de vida. 
A presença de sua diversidade cultural é intensa, como músicas para o trabalho ou diversão, canções em suas orações, ou as várias formas de danças.
O maxixe foi o primeiro tipo de dança urbana surgida no Brasil. Segundo a sociedade, era praticada em locais que não atendiam à moral e aos bons costumes, em locais públicos da periferia. Os homens de classes sociais mais elevadas, frequentavam esses ambientes em busca da sensualidade das danças africanas, e também em busca da beleza desta mulher negra, com raízes africanas, mas já com uma identidade brasileira.
A prática da capoeira, dança, ritual ou simplesmente uma defesa pessoal, como cada pessoa praticante interpreta, é outra grande herança do povo africano em nossa sociedade. A palavra “capoeira” não é africana como se pensa. Ela vem do tupi Kapueira, que significa mato rolo ou roçado, ou um cesto ou gaiola para carregar animais e mantimentos.
Outra presença em nossa sociedade está na arte africana, onde se demonstra seus usos e costumes. A escultura, usando metais como ouro, bronze ou cobre, também está presente. Apesar do uso de vários materiais, o material mais usado foi a madeira. 
O índio, chamado assim erroneamente, mas sim o brasileiro nativo, também faz parte desta construção étnica do nosso povo. Como o negro, o indígena também tem sua cultura e conhecimento limitado por falta de espaço em nossas fontes históricas. 
O índio é outro exemplo negado na história oficial, sempre mostrando como um ser desleixado e desorganizado, o que não é verdade, pois vivam em sociedades muito bem estruturadas, com suas regras, leis, e divisões de função, bem antes da chegado do colonizador. 
Muitos ensinamentos, como a pesca, o cuidado com a natureza, e suas fontes de sobrevivência, suas danças, pinturas corporais, fazem parte da nossa sociedade
O indígena revela seu conhecimento ao colonizador mostrando como ele conhece seu território. Drogas prescritas pela sociedade ocidental vem de plantas e raízes, ensinadas pelos povos nativos. Alimentos, temperos, também fazem parte desse processo educador.
Também nosso nativo brasileiro usa a madeira em sua arte, usando plumas de aves, ou folhas retiradas da natureza, criam essa identidade própria. O uso da palha é comum em todos os povos indígenas brasileiros na confecção de cestos em geral.
Ao analisar o conceito de arte indígena, devemos ter um olhar apurado, pois muito desta arte é utilitária, ligado ao seu dia a dia. Mas nunca individual, e sempre coletivo, ou seja, lembrando seu povo e seu passado.
A fase mais criativa desta cultura foi a chamada pré-cabraliana, ou anterior a presença de Cabral e o processo colonizador português, principalmente no norte e nordeste do Brasil. 
A fase mais característica e produtiva destes povos é a fase marajoara, onde o uso da cerâmica foi muitopresente. A modelagem era tipicamente antropomorfa e pode ser dividida entre vasos de uso doméstico, cerimoniais e funerários.
Apesar do grande número de tribos por nosso território e cada um com suas identidades, mas no sentido geral iguais no uso da natureza e na forma como vivem seja nos campos ou nas florestas. 
Sempre usando os mesmos elementos, desde madeira até a cerâmica, sendo diferentes com sua representatividade, seus desenhos, símbolos ou coloridos.
Infelizmente, o que sobrou do índio no território brasileiro é bem pequeno. Povos e suas culturas foram dizimados pelo homem branco colonizador. A tragedia não se mede somente pelo número absurdo de mortes, mas também como o nativo foi introduzido forçosamente em uma nova cultura, a europeia. 
Muitas aldeias até hoje são desconhecidas dos pesquisadores, ou da sociedade. Muita gente ignora a importância destes povos para a formação de nossa sociedade ou simplesmente as ignoram, como se elas nunca tivessem existido.
É no ambiente escolar que há interação de pessoas de várias culturas, é na escola que se forma pensamentos críticos entre a realidade e do que é apresentado de forma não verdadeira, e neste sentido os professores têm um papel importante, para a abordagem de assuntos que tratam da diversidade existente num país de pluralidade cultural, o professor deve promover estratégias que levem os alunos a refletir sobre o outro lado da história, e de que cada cultura tem um papel importante na formação de um povo, e todos são importantes independente de cor ou raça, que cada cultura é representada por seus folclores, linguagens, manifestações culturais como danças, lendas, musicas, culinária e manifestações religiosa. Em todas as disciplinas como língua portuguesa, artes, história, geografia, ciências naturais, matemática entre outras, pode-se trabalhar a diversidade, utilizando de vários materiais como revistas jornais, e inclusive da internet para a pesquisa destas culturas e sua história, sua estrutura social, política e economia. Também como a confecção de instrumentos utilizados por essas culturas, por exemplo: chocalhos, cocares, petecas, entre outros instrumentos feitos pelos índios e negros. Fazer sarais culturais, onde pode se apresentar as danças, pinturas corporais, através das músicas mostrar suas linguagens, e ensinar toda a contribuição destas múltiplas culturas que contribuíram e contribuem para a formação do povo brasileiro.
Conclusão:
Como foi demonstrado aqui, nenhum povo, nenhuma cultura é menor ou maior que outras. Toda tem sua importância na construção de uma nação e sua identidade. Não devemos alimentar ou criar estereótipos pois só discriminam sua importância. Todas as formas de cultura trazem uma quantidade de elementos que formam, criam a identidade de um povo, com suas crenças e costumes que as fazem diferentes, mas não lhe conferem uma menor importância.
OBSERVAÇÃO: COLOCAR AS REFERÊNCIAS DAS FONTES DAS CITAÇÕES UTILIZADAS NA ATIVIDADE.
Referência: LIMA, Terezinha Bazé de. Relações Étnico-Raciais na Educação e Educação Indígena. Terezinha Bazé de Lima. Dourados: UNIGRAN, 2021
OBS – Todas as atividades deverão ser desenvolvidas com base em elaboração própria (trazendo citações de tudo que foi copiado no Guia Didático e outras fontes e apresentar as referências).

Continue navegando