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Aula 1.1 - Cultura e multiculturalismo
O estudo sobre a Cultura e o Multiculturalismo é fundamental no entendimento do ser humano, suas interações e seu desenvolvimento nas diferentes sociedades. Como Cultura, podemos compreender tudo aquilo que é produzido pelo ser humano, este entendido como ser cultural. Como Multiculturalismo, o que remete à existência de diferentes culturas.
No caso do Brasil, observa-se uma grande diversidade cultural, diante de sua história e da constituição de um povo com diferentes matrizes culturais em seu território: europeias, indígenas, africanas e afro-brasileiras.
No estudo sobre a cultura e o ser humano como ser cultural, verificamos que tradição e cultura apresentam conceitos próprios, mas também congruências.
O Brasil se constituiu como povo e nação por diferentes influências de matrizes culturais, a partir de seu processo histórico e social, tais como: indígenas, africanos, afro-brasileiro, europeus e imigrantes de diferentes continentes.
Quando nos referimos à cultura, na linguagem falada, por vezes queremos dizer algo que caracteriza uma sociedade ou uma determinada época. A demais, dizemos que algo é "cultural" quando diz respeito a determinado grupo, que o torna distinto e específico, diferente, e que permite o reconhecimento. De forma popular, a palavra cultura também pode ser utilizada como algo que faz referência ao conhecimento, ao que é erudito, desenvolvido e/ou artístico.
De outra parte, a palavra tradição nos remete a coisas remotas, antigas, que dizem respeito ao passado. Porém, há tradições passadas de geração em geração de modo não refletido, mas que podem guardar, em uma análise contextualizada, práticas que na atualidade poderiam ser revistas.
Um exemplo diz respeito à prática de mutilação genital feminina em alguns países. Outro exemplo é o sacrifício e tortura de animais. Discussões no campo internacional da Antropologia e do Direito, por exemplo, têm levantado questões como estas — calcadas em argumentos da tradição, mas que têm gerado diversos debates em torno do campo jurídico e da defesa de direitos. 
Desafio: Casos verídicos de histórias sobre meninos-lobo são conhecidos por muitas pessoas. Tratam-se de crianças que viveram a maior parte da vida, ou até a morte, com famílias de lobos em ambientes selvagens, como matas e florestas.
Os comportamentos observáveis dessas crianças eram, eminentemente, de lobos e não se pareciam com os hábitos e as interações humanas. Elas caminhavam de quatro, apoiando-se sobre os joelhos, e eram incapazes de permanecer em pé. Alimentavam-se de carne crua e comiam e bebiam como os animais, assim como não demonstravam emoções como choro ou riso.
Pesquise e reflita sobre esses casos e responda:
a) O que caracteriza o ser humano?​​​​​​​
b) Como podemos explicar esses casos, a partir da definição de cultura?
Resposta: O que caracteriza o ser humano é a cultura, suas manifestações e interações. Isto significa que a característica que o distingue dos animais é a forma de comunicação propriamente cultural, que se dá por meio da troca de símbolos e por elaboração das atividades rituais aferentes à estes.
Desta forma, a cultura é compreendida como um conjunto de produções e bens materiais e imateriais pelo homem. Assim, o ser humano é cultural porque há uma comunicação que é cultural. Isto é, ela é produzida pelos homens e entre eles. De tal maneira, a cultura transforma a natureza e seu meio, aperfeiçoa meios de sobrevivência e desenvolve técnicas (como o direito, a arquitetura, a tecnologia, a música, a ciência, a arte, etc), por meio do uso da razão, do trabalho e da lógica.
O desenvolvimento da cultura e do homem como ser cultural se dá em grande parte por meio da interação, das manifestações culturais, da linguagem, do processo de ensino e das tradições, que são passadas entre gerações e grupos, em um determinado contexto social.
Casos de meninos-lobo podem ser explicados justamente por se tratar de uma falta de interação humana, a qual coloca as crianças em um ambiente de limitação cultural, pois estas não tiveram nenhum contato com a linguagem humana, com os símbolos e com outros seres humanos, fazendo com que não tenham acesso ao que é construído pela sociedade humana e, por isso, não se desenvolvam como seres humanos. Podemos concluir, assim, que as interações são fundamentais para a sociedade humana e para o seu desenvolvimento cultural.Não se nasce humano, mas torna-se, a partir do processo de ensino e dos aspectos culturais e sociais acessados.
Exercícios:
1. 1. 
Em relação à compreensão do homem como ser cultural, podemos afirmar que:
A. 
O homem nasce como ser cultural e não se modifica ao longo da vida.
A cultura é o que distingue o ser humano dos demais seres, como os animais. Enquanto sociedade, os animais também podem conviver e ter sociabilidades, mas aspectos exercidos ao longo da vida e com suas transformações, como a produção cultural, a comunicação, a troca e o trabalho, são especificamente humanos.
B. 
A cultura é o que distingue o ser humano dos demais seres.
A cultura é o que distingue o ser humano dos demais seres, como os animais. Enquanto sociedade, os animais também podem conviver e ter sociabilidades, mas aspectos exercidos ao longo da vida e com suas transformações, como a produção cultural, a comunicação, a troca e o trabalho, são especificamente humanos.
C. 
O desenvolvimento da cultura e do homem como ser cultural se dá, eminentemente, por meio do nascimento.
A cultura é o que distingue o ser humano dos demais seres, como os animais. Enquanto sociedade, os animais também podem conviver e ter sociabilidades, mas aspectos exercidos ao longo da vida e com suas transformações, como a produção cultural, a comunicação, a troca e o trabalho, são especificamente humanos.
D. 
O ser humano é cultural, pois há uma comunicação que é biológica.
A cultura é o que distingue o ser humano dos demais seres, como os animais. Enquanto sociedade, os animais também podem conviver e ter sociabilidades, mas aspectos exercidos ao longo da vida e com suas transformações, como a produção cultural, a comunicação, a troca e o trabalho, são especificamente humanos.
E. 
A cultura é o que iguala os homens aos demais seres vivos.
A cultura é o que distingue o ser humano dos demais seres, como os animais. Enquanto sociedade, os animais também podem conviver e ter sociabilidades, mas aspectos exercidos ao longo da vida e com suas transformações, como a produção cultural, a comunicação, a troca e o trabalho, são especificamente humanos.
2. 
Diversas ciências se ocupam do estudo do homem enquanto ser cultural, suas manifestações, distinções, comportamentos e interações. Sobre o tema, marque a alternativa correta.
A. 
A Antropologia, a Sociologia e a Psicologia são as únicas ciências que se ocupam do estudo do homem enquanto ser cultural.
B. 
O direito como manifestação de uma cultura e sociedade não se modifica ao longo do tempo.
C. 
Antropologia Cultural é a área que estuda as características que distinguem as condutas dos seres humanos e sua cultura.
Diversas ciências se ocupam do estudo do homem enquanto ser cultural, suas manifestações, distinções, comportamentos e interações, como é o caso da Antropologia, da Sociologia e da Psicologia. Outras áreas, como a Arquitetura, a Letras, a Pedagogia e o Direito têm como objeto, manifestações próprias do ser humano, como a linguagem escrita e falada, o processo de ensino-aprendizagem, o desenvolvimento de técnicas, estruturas e ocupação, bem como o universo jurídico, tomando o direito como manifestação de uma cultura e sociedade, que se modifica ao longo do tempo. No campo de estudo da Antropologia, que é uma ciência que considera o homem em todas as suas dimensões, há uma área ou ramo específico, a qual se ocupa do estudo das manifestações culturais dos seres humanos. Trata-se da Antropologia Cultural, que estuda as características que distinguem as condutas dos seres humanos, e os faz identificar ou pertencer a uma mesma cultura, considerando os diferentestempos e espaços de presença humana.
D. 
O Direito não pode estudar o homem como ser cultural, pois as normas jurídicas são estanques.
E. 
No campo de estudo da Antropologia, há uma área que se ocupa dos estudos das manifestações culturais dos seres humanos: a Antropologia Física.
3. 
Marque a opção correta, considerando os conceitos e relações existentes entre cultura e tradição:
A. 
Os termos cultura e tradição possuem usos semelhantes na linguagem falada.
B. 
Ao tratar do ser humano como ser cultural, verificamos que o conceito de tradição é mais importante que o de cultura.
C. 
A palavra cultura não possui nenhuma relação com o cuidado na construção e tratamento do plantio.
D. 
A palavra tradição é mais dinâmica do que parece à primeira vista. Traditio, em latim, é a ação de entregar, de transmitir algo a alguém, de confiar algo valioso a outra pessoa.
A partir da compreensão do ser humano como ser cultural, verificamos que o conceito de cultura é de fundamental importância, assim como o de tradição. Isto porque ambos se relacionam no que diz respeito à transmissão de conhecimentos, práticas e comportamentos entre gerações. Com o passar do tempo, a palavra cultura foi colocada de modo análogo entre o cuidado na construção e tratamento do plantio, com o desenvolvimento das capacidades intelectuais e educacionais das pessoas. A palavra tradição é mais dinâmica do que parece à primeira vista. Traditio, em latim, é a ação de entregar, de transmitir algo a alguém, de confiar algo valioso a outra pessoa. Os termos cultura e tradição possuem diferentes usos na linguagem falada, coloquial. É importante observar que os campos da Sociologia e da Antropologia possuem uma conceituação própria, específica, como produto da manifestação e construção humana, constituindo-se um conjunto de bens materiais e imateriais produzidos. A relação entre cultura e tradição coloca-se a partir de uma visão de manifestação humana e comportamento tipíco do homem, como as lendas, as crenças e os costumes. Elementos da tradição, como formas de se vestir, ritos de passagem, organização de trabalhos, cerimônias e religiões podem passar a fazer parte de uma dada cultura.
E. 
Elementos da tradição, como formas de se vestir, não podem integrar a cultura.
4. 
Em relação aos aspectos culturais em interface com o campo do Direito, é correto afirmar que:
A. 
O costume não é considerado uma fonte do Direito, pois este se baseia apenas na lei.
B. 
Cada povo tem sua peculiaridade, mas o Direito deve ser uma regra geral para todos.
C. 
O Direito não pode se modificar à medida que a sociedade e o homem também são modificados, pois isso geraria uma situação de insegurança jurídica.
D. 
Dentre os principais fatores que concorrem para a evolução do Direito, apenas os políticos podem ser considerados.
E. 
Os fatores culturais e da tradição estão relacionados à evolução do Direito, bem como à suas fontes.
Cada povo tem sua peculiaridade, sua tendência ou dom natural. A maior evidência de ser o Direito uma manifestação de cultura social, um fenômeno cultural, está no fato de surgirem novos ramos do Direito à medida que se expande o mundo cultural do povo. Assim, no campo do Direito, os fatores culturais e da tradição estão relacionados à evolução do Direito, bem como à suas fontes. De acordo com Sergio Cavalieri Filho (2015), ao considerar a concepção sociológica do Direito como produto de múltiplas influências sociais, vivenciamos regras sujeitas a constantes modificações, porque se originam dos grupos sociais, que também se transformam ao longo do tempo. Assim, dentre os principais fatores que concorrem para a evolução do Direito, o autor elenca: fatores econômicos, políticos, culturais e religiosos. O costume é considerado uma fonte do Direito, ao lado de outras como a lei e a jurisprudência, lembrando que o Direito se modifica à medida que a sociedade e o homem também são modificados.
5. 
Considerando a formação, diversidade e pluralidade da cultura no Brasil, assinale a alternativa correta:
A. 
A constituição da pluralidade cultural no Brasil fez parte de um processo histórico pacífico.
B. 
A população do continente africano chegou, em sua totalidade, voluntariamente ao Brasil.
C. 
A Constituição Federal de 1988 não faz nenhuma referência ao respeito às diferentes manifestações culturais.
D. 
Pode-se afirmar que a população do Brasil e sua diversidade é formada por indígenas, europeus, negros africanos e afro-brasileiros.
O antropólogo brasileiro Darcy Ribeiro, ao abordar a história do Brasil e a formação do povo brasileiro, apresenta aspectos-chave para compreender a formação étnica e cultural do Brasil. É preciso compreender que, para além da rica mistura cultural, também ocorreu um processo histórico violento e opressor em relação às etnias indígenas e à população negra (povos africanos e afro-brasileiros). Ambas foram escravizadas e tiveram suas culturas oprimidas, por meio de estratégias de separação de populações que não puderam preservar seu patrimônio cultural. Assim, o africano que chegou forçadamente ao Brasil teve sua identidade negada e marginalizada. Para o antropólogo, a contribuição da cultura negra para a identidade brasileira estaria principalmente nas crenças religiosas, na música e na gastronomia. Em linhas gerais, podemos dizer que a população do Brasil é formada por indígenas, europeus e negros (africanos e afro-brasileiros); diferentes grupos étnicos que aqui já habitavam, como é o caso das populações indígenas, e outros que aqui chegaram, com objetivo exploratório. Membros da comunidade africana foram trazidos violentamente ao Brasil no processo de colonização e submetidos a trabalhos forçados e escravos. Muito resistiram e imprimiram sua cultura no Brasil, como a comida, música e arte. A Constituição Federal de 1988, ao tratar do direito à cultura, em seu artigo 215, visou proteger as diferentes manifestações e patrimônios culturais que integram a formação social do país, ao afirmar que o Estado apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais e que protegerá as manifestações das culturas populares indígenas e afro-brasileiras, assim como de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. Além disso, a Carta Magna reconhece como patrimônio cultural brasileiro os bens materiais e imateriais, como o próprio conceito de cultura nos informa, incluindo ações e memória dos diferentes grupos em relação às formas de expressão, modos de criar e viver, criações científicas e artísticas, obras, objetos, documentos e edificações, dentre outros, definidos no artigo 216.
E. 
O Brasil é um país formado principalmente pela matriz cultural europeia.
Aula 1.2 - Cultura brasileira 
A cultura brasileira recebeu influências de povos como os índios nativos, os europeus colonizadores e os africanos escravos, além de outros imigrantes que chegaram ao país após a colonização europeia. Por isso, o Brasil é um país muito diverso. É possível perceber, portanto, traços de cada um desses povos na cultura brasileira. Esta, enfim, se desenvolveu a ponto de criar uma identidade própria, com características e nuances típicas da brasilidade. 
O desenvolvimento da identidade cultural brasileira aconteceu por meio da história, baseado em diversos eventos. Cada momento teve sua influência na concepção do que hoje entende-se como brasilidade.
A cultura brasileira se desenvolveu com base na influência de muitos povos. Primeiro, o povo nativo indígena, depois os europeus colonizadores e, posteriormente, os africanos escravos. Ainda recebeu diversos imigrantes de outras partes da Europa, além de uma pequena parcela do Oriente. De qualquer forma, é possível dizer que é uma cultura muito plural, com diversas matizes e níveis.
A autenticidade brasileira e o reconhecimento dessa identidade acaba sendo iniciado e perseguido a partir do início do século XX, após a influência das vanguardas europeias.
Os primeiros registros da arquitetura brasileira surgiram após a chegada dos portugueses. Antes disso,não existia muita documentação a respeito da arquitetura indígena local. A partir de então, muitas manifestações arquitetônicas foram pautadas pelas influências europeias. Apenas a partir da Semana de Arte Moderna de 1922 é que se começa a identificar e a valorizar uma arquitetura autenticamente brasileira.
Demorou algum tempo até que a consciência a respeito da identidade brasileira se consolidasse. Dentro da arquitetura, a influência do modernismo europeu incentivava edificações genéricas, sem tantas características regionais.
Entretanto, arquitetos brasileiros como Lucio Costa, conseguiram fazer uma fusão entre os conceitos do modernismo e os elementos que marcavam a identidade brasileira. 
Neste Na Prática, você vai ver o projeto do espaço Riposatevi, representação de Lucio Costa, para a 13.ª Trienal de Milão em 1964. É uma síntese do que pode ser considerada a identidade arquitetônica brasileira da época. ​​​​​​​
Desafio: Por ter uma diversidade cultural vasta, muitas vezes é difícil explicar qual é a identidade brasileira. É comum que se olhe para o Brasil com um viés de miscigenação, evitando tentar encontrar uma unidade. Entretanto, o país se desenvolveu a ponto de criar suas próprias tradições e expressões, sendo possível reconhecer que existem manifestações autenticamente brasileiras.
Imagine que você precisa explicar a um estrangeiro como são as manifestações culturais no Brasil. Para isso, você terá que estabelecer um contexto, explicando como as manifestações aconteceram ao longo do tempo.
Liste uma obra de arte, uma obra de arquitetura e uma obra literária, as quais expressem o descobrimento da identidade cultural brasileira. Explique a sua resposta.
Resposta: Obra de arte: Abaporu, de Tarsila do Amaral ou Autorretrato, de Anita Malffati. As duas obras representam uma das primeiras obras com características modernistas de artistas brasileiras.
Obra arquitetônica: Casa modernista, de Gregori Warchavchik, pois representa uma das primeiras casas de características modernistas em solo brasileiro; ou Palácio Capanema, de Lucio Costa e Oscar Niemeyer, pois é a síntese das características da arquitetura moderna brasileira. 
Obra literária: Os sapos, de Manuel Bandeira, pois foi o poema de abertura da Semana de Arte Moderna de 1922; ou Manifesto regionalista, de Gilberto Freyre, pois foi a obra que reconheceu a diversidade cultural do Brasil.
Exercícios:
1. 1. 
A cultura brasileira é formada a partir da influência de diversos povos. Apesar de não se poder identificar absolutamente todos, é possível elencar três influências mais importantes para a cultura brasileira.
Quais são elas?
A. 
Árabe, espanhola e indígena.
B. 
Espanhola, portuguesa e africana.
C. 
Portuguesa, indígena e africana.
As principais são: portuguesa, indígena e africana. A influência árabe, apesar de existir — já que os climas são muito parecidos —, acaba sendo irrisória. A influência espanhola existe, já que a ibérica ainda é muito forte na América do Sul, porém, ainda não está entre as mais importantes, já que o Brasil foi colonizado por portugueses. As influências alemã, italiana e polonesa existem mais ao sul do país, porém, também têm pouca relevância no cenário do Brasil.
D. 
Portuguesa, alemã e italiana.
E. 
Alemã, italiana e polonesa. 
2. 
As influências culturais no Brasil são muitas. Os colonizadores portugueses eram as principais referências europeias. Em certo momento, o Brasil começou a receber novos imigrantes.
Qual foi o acontecimento que permitiu isso?
A. 
A mudança da família real para o Brasil e a abertura dos portos para o comércio exterior.
A mudança da família real para o Brasil e a abertura dos portos para o comércio exterior atraíram muitos comerciantes europeus, aumentando a imigração e os registros a respeito do país. A abolição da escravatura teve influência na maior difusão da cultura africana, mas não no aumento da imigração. A Semana de Arte Moderna de 1922 não teve influência no aumento da imigração. O descobrimento do Brasil foi o início da influência europeia no Brasil, mas trouxe apenas imigrantes portugueses. A catequização dos indígenas não atraiu mais imigrantes.
B. 
A abolição da escravatura.
C. 
A Semana de Arte Moderna de 1922.
D. 
O descobrimento do Brasil.
E. 
A catequização dos indígenas.
3. 
Um dos principais pilares da cultura brasileira é a influência das tradições indígenas.
A respeito da influência indígena na cultura do Brasil, é correto afirmar que:
A. 
ainda existem nos brasileiros os traços da cultura indígena, no artesanato, no folclore e na culinária, por exemplo.
A cultura brasileira ainda tem muitos traços da indígena nos utensílios de artesanato, no folclore, na culinária e na língua. Apesar de uma parte ter sido diluída pela catequização, muita coisa ainda está presente. Os indígenas brasileiros não desenvolveram a escrita, porém, sua cultura se difundiu passando por gerações. Não existem registros da arquitetura indígena pré-descobrimento, portanto, não há certeza sobre suas técnicas e materialidade. 
B. 
os brasileiros têm poucos traços da cultura indígena atualmente, já que esta foi apagada pela catequização.
C. 
os indígenas não conseguiram transmitir nuances de sua cultura, pois não desenvolveram a escrita.
D. 
a arquitetura indígena tem muitos registros e suas técnicas são usadas ainda hoje.
E. 
a cultura indígena está presente apenas nas comunidades ainda preservadas.
4. 
O Brasil foi colônia de Portugal por muito tempo. Após sua independência, ainda contava com a presença da família real portuguesa. Assim, é natural que nossa cultura tenha muita influência europeia. No início do século XX, a elite cultural brasileira — que estudou na Europa —, voltou para o Brasil com o intuito de implantar as ideias vanguardistas que estavam em vigor na Europa. Sendo assim, organizaram a Semana de Arte Moderna de 1922.
Sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, é correto afirmar que:
A. 
incentivava a arte genérica.
B. 
incentivava o academicismo.
C. 
incentivava a busca de referências históricas.
D. 
incentivava a arte barroca.
E. 
incentivava o nacionalismo.
A Semana de Arte Moderna de 1922 tinha como objetivo a criação de uma arte moderna tipicamente brasileira. Assim, tinha grande desejo de influenciar o nacionalismo. O modernismo europeu incentivava a obra genérica, entretanto, a adaptação brasileira buscava uma autenticidade nacional. Assim como as vanguardas europeias, era contra o que se produzia na academia e negava a referência histórica. Sendo assim, se afastava da influência do barroco.
5. 
O desenvolvimento das vanguardas artísticas no início do século XX se espalhou por todo o Brasil. A consolidação do modernismo brasileiro trouxe, também, o surgimento de algumas correntes que se diferenciavam entre si. O Manifesto regionalista, de Gilberto Freyre, é a expressão de uma dessas correntes.
A respeito desse manifesto, é correto afirmar que:
A. 
buscava reproduzir influências de diversas regiões da Europa.
B. 
buscava uma identidade universal para a cultura.
C. 
dizia que o caminho para o nacionalismo era a autonomia para as regiões.
Gilberto Freyre admitia que a busca por uma identidade nacional deveria passar, obrigatoriamente, pelo regionalismo, ou seja, defendia que cada região tivesse autonomia para desenvolver suas características próprias. Não buscava reproduzir influências europeias, mas desenvolver uma autenticidade de cada região brasileira. Assumia que a unidade universal não existia só por meio da autonomia das regiões. Não queria generalizar as influências históricas, nem homogeneizar as manifestações.
D. 
queria que todas as regiões tivessem uma única influência.
E. 
buscava a homogeneização das manifestações culturais.
Aula 2.1 - A CULTURA AFRICANA
Somos resultado de práticas carregadas de significados que compõem nossa herança cultural. A cultura africana está alinhada ao cotidiano brasileiro no quadro de uma longa herança cultural construída por inúmeras gerações de afro-brasileiros desde o período colonial até o tempopresente. Os africanos foram compulsoriamente conduzidos ao Brasil no processo de diáspora negra, que transformou seres humanos, de diversas etnias e culturas, em escravos na América Portuguesa. Em contexto adverso e de brutal exploração, os afro-brasileiros gestaram uma cultura particular de matriz africana que está na base estrutural da cultura popular do Brasil.
Então, para trilhar nossa caminhada no percurso da cultura africana brasileira, nesta Unidade de Aprendizagem você vai desdobrar três estradas que se bifurcam em um conjunto orgânico e coerente de práticas que compreendem o fazer religioso, o musical e os próprios costumes e saberes impregnados na forma de ser do povo brasileiro que amarra laços fortes com o continente africano.
É importante, para a compreensão da cultura africana, transitar dos elementos conceituais e teóricos para a prática. Dessa forma, uma aproximação com a cultura popular singularizada no samba ilustra nossa caminhada até aqui.
O samba é a manifestação popular que se confunde com a identidade nacional, e ele é de matriz africana. É uma produção afrodescendente que insere a africanidade como um modo de ser dos brasileiros. Trata-se de produção cultural das bases da sociedade brasileira que, da senzala, transitou pela Casa-Grande, do meio rural para o urbano, dos pobres para os ricos, dos negros para os brancos. Desse modo, veja a seguir um pouco mais sobre essa importante expressão cultural.
Desafio: O conceito de cultura a que nos reportamos é o de sentido antropológico, ou seja, corresponde à totalidade de práticas carregadas de significado desenvolvidas por grupos sociais e que incluem conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes, enfim, hábitos adquiridos e presentes nos homens (em cada indivíduo) como integrantes de uma sociedade.
A cultura, em essência, representa uma espécie de lente pela qual olhamos o mundo e que nos condiciona valores e práticas que compartilhamos com o grupo social em que convivemos. As práticas culturais também produzem estranhamento e preconceito na relação entre as sociedades e grupos sociais, o qual provoca desigualdade social.
Independentemente do preconceito e da presença de práticas racistas no país, a cultura negra se impõe como ponto incontornável na cultura nacional. Os séculos de escravidão e a ausência de política de reparação a fim de inserir milhões de afrodescendentes no coração da cidadania brasileira não inviabilizaram a presença da africanidade nas práticas culturais do Brasil. Veja a seguir alguns dados estatísticos que ilustram esse contexto.
Dessa forma, a partir dos estudos de cultura africana, analise a presença da africanidade no Brasil a partir de práticas religiosas afrodescendentes, enfatizando sua localização marginal ou popular, bem como os preconceitos culturais.
Resposta: As religiões afrodescendentes têm presença no Brasil desde o século XVII. Uma massa de africanos, com sua africanidade, foi deslocada para a América Portuguesa e, depois da independência, ao Império Brasileiro. Apesar de os senhores de escravos imporem uma política de esquecimento dessa africanidade, ela sempre esteve presente no conjunto das práticas religiosas no país. Contudo, o lugar ocupado pelas religiões de matriz africana está à margem da fé dominante, que é o cristianismo Ocidental. É impossível não compor a esfera religiosa no campo maior de preconceito e discriminação das práticas culturais africanas. O racismo não é apenas ato individual de preconceito de cor ou raça, pois corresponde ao ato de negação de toda a expressividade negra e africana no país. Em outras palavras, é um ato de expropriação da africanidade que, no caso específico da religiosidade afrodescendente, pode ser exemplificado na posição marginal dos sacerdotes e crentes diante do conjunto das religiões Ocidentais e nas perseguições advindas de fundamentalistas cristãos. Quando comparamos os dados do IBGE referentes à distribuição das principais religiões brasileiras com os dados da divisão da população brasileira por raça ou cor, há evidente dificuldade de autoidentificação dos brasileiros pesquisados com a africanidade, que se caracteriza pelo baixo percentual de pretos e de praticantes de religião afro-brasileira.
Exercícios:
1. 1. 
Leia o texto a seguir. 
Ruth Benedict escreveu em seu livro O crisântemo e a espada que a cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo. Homens de culturas diferentes usam lentes diversas e, portanto, têm visões desencontradas das coisas. (Roque de Barros Laraia – Cultura: um conceito antropológico)
De acordo com as palavras do texto referentes ao conceito de cultura, é possível afirmar:
A. 
O conceito apresentado no texto corresponde à erudição.
B. 
A cultura é a lente que faz o olhar humano ser no mundo da mesma forma.
C. 
O conceito de Ruth Benedict está deslocado do sentido antropológico.
D. 
A cultura confere singularidade e diferença à constituição das sociedades.
A cultura confere singularidade e diferença à constituição das sociedades, pois homens de culturas diferentes usam lentes diversas, tendo visões de mundo e práticas que se diferenciam culturalmente de outras sociedades.
E. 
Os homens de mesma cultura têm visões desencontradas das coisas.
2. 
O candomblé possibilitou a reunião de negros escravizados de diversas etnias africanas, línguas e culturas em uma mesma matriz religiosa. Diferentes deuses celebrados no mesmo espaço, religando povos africanos distintos a partir da fabricação de uma religiosidade nova: a afro-brasileira.
A partir da leitura do trecho acima, assinale a afirmação correta:
A. 
Os cultos afro-brasileiros são representativos da inclusão negra na cidadania.
B. 
O candomblé configura-se como a religação das religiosidades africanas.
O candomblé é resultado da junção das religiosidades africanas no Brasil.
C. 
Os deuses diferentes articulados em comum dificultaram a aceitação do candomblé.
D. 
O candomblé é hoje a principal religião brasileira segundo dados oficiais.
E. 
A religiosidade afro-brasileira é uma transposição inalterada do culto africano.
3. 
Leia o trecho a seguir.
“Juntos com os valores espirituais, os negros retêm, no mais recôndito de si, tanto reminiscências ritmas e musicais, como saberes e gostos culinários.” (Darcy Ribeiro - O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil) 
Podemos afirmar corretamente:
A. 
O Brasil é miscigenado, ou seja, o hibridismo sobrepõe a africanidade.
B. 
A musicalidade está descolada do continente africano e colada aos europeus.
C. 
A formação do Brasil tem na África uma referência reconhecida pelas elites.
D. 
Os saberes africanos tiveram pouca importância na formação do Brasil.
E. 
A africanidade percorre todas as instâncias do fazer cultural brasileiro.
A africanidade percorre todas as instâncias do fazer cultural brasileiro, pois o Brasil é um país de forte influência cultural africana em decorrência da forte presença negra ao longo da história brasileira.
4. 
O trabalho doméstico ainda é, no Brasil, uma atividade importante. Certamente, esse trabalho revela resíduo de longa duração da presença do sistema escravocrata. Nesse sistema, os escravos eram os pés e as mãos do senhor. Assim, a partir da leitura crítica dessa realidade cotidiana, é possível afirmar corretamente:
A. 
Os brasileiros convivem, na intimidade familiar, em democracia racial.
B. 
A desigualdade racial ainda se faz presente na intimidade do Brasil.
A desigualdade racial ainda se faz presente na intimidade do Brasil. A abolição da escravidão em 1888 não foi seguida de política de inclusão e cidadania aos negros brasileiros. Como resultado, a desigualdade racial ainda persiste.
C. 
A cultura negra está em harmonia na intimidade dos lares brasileiros.
D. 
As representações indicam que houve imenso avanço de cidadania no Brasil.
E. 
A culinária afro-brasileira domina a preferência das elites brancas.
5. 
Leia o texto a seguir.
O distanciamento radical entre o Brasil e a África ocorreu não só por causa do fim do tráfico de escravos,em 1850, e da interrupção do fluxo de entrada de africanos, mas também devido à adoção, por parte da elite política e intelectual brasileira, das ideias evolucionistas e racistas então predominantes na Europa.
(Marina de Melo e Souza – A descoberta da África. In: FIGUEIREDO, Luciano (Org.). Raízes africanas)
Conforme as ideias do texto, referentes ao distanciamento brasileiro do continente africano, é possível afirmar:
A. 
As ideias evolucionistas contribuíram para a criação da democracia racial.
B. 
A África foi distanciada a partir da abolição da escravidão brasileira.
C. 
A adoção do projeto racista europeu jogou a africanidade para a margem.
A adoção do projeto racista europeu jogou a africanidade para a margem, pois a política de branqueamento, inspirada em teorias racistas europeias, produziu no Brasil forte distanciamento da africanidade.
D. 
O Brasil Republicano mantém uma excelente política de integração com a África.
E. 
A elite política republicana iniciou política de reparação aos negros.
Aula 2.2 - 
Conhecer mais sobre a cultura e a identidade brasileiras permite repensar quais elementos culturais que são mais representativos ou menos representativos da história e dos hábitos de vida. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender sobre o conceito de identidade e como se dá sua construção entre os indivíduos e os grupos sociais. Ao pensar a sociedade brasileira e a construção da identidade nacional, caberá compreender o processo socio-histórico e as características da cultura.
Desafio: identidade nem sempre tem relação direta com representatividade. Muitas pessoas podem não se sentir representadas no que é propagado como identidade de um povo. Em nosso país, muitas vezes se valoriza como padrão de beleza pessoas magras, de peles claras, cabelos lisos, olhos azuis, entre outros atributos europeus. Entretanto, mais da metade da população se declarou negra ou parda, segundo último Censo do IBGE.
Nesse sentido, veja a seguir como o Projeto Raízes, criado pela fotógrafa mato-grossense Maria Reis, buscou valorizar a estética e os atributos da beleza negra por meio de ensaios e relatos de mulheres negras.
A partir da problemática apresentada, escreva uma reflexão aprofundada em relação à identidade, à representatividade e ao padrão de beleza, pensando em como um projeto como esse se torna crucial para refletir aspectos da cultura brasileira.
Resposta: A resposta deve trazer uma contextualização rápida sobre a colonização europeia em nosso país, pois os negros escravizados eram vistos como subalternos. Esse contexto favoreceu uma valorização da identidade brasileira vinculada às características da população europeia, como os traços físicos da pele clara, cabelos lisos, fazendo com que grande parte da população buscasse se adequar a esse padrão de beleza. Entretanto, é necessário que o estudante reflita o quanto essa adequação pode ser dolorosa, porque, muitas vezes, os negros não se sentem representados pelo que é proposto a eles como identidade nacional e cultura brasileira. Ao mesmo tempo, as mulheres negras são trazidas na mídia somente em termos de sensualidade e habilidade natural com a dança. Logo, projetos como esses visam a valorizar os traços físicos e naturais das mulheres negras, fazendo com que, até mesmo na autodeclaração do IBGE, cada vez mais pessoas negras e pardas tenham orgulho de se identificar nessa classificação, modificando o perfil da identidade brasileira.
Exercícios:
1. 1. 
Sobre o conceito de identidade, pode-se dizer que:
A. 
É como a pessoa se reconhece.
Identidade é como a pessoa se reconhece, pois, para além do que dizem sobre os indivíduos e os grupos sociais, a identidade expressa como a pessoa se reconhece no mundo.
B. 
É como dizem que você é.
C. 
É como a pessoa diz não ser.
D. 
É como dizem que você não é.
E. 
É como a pessoa pensa ser.
2. 
Como se chama o sentimento comum entre as pessoas de um mesmo território que partilham de língua, dança, música, alimentação, crenças, valores, entre outros?
A. 
Identidade de gênero.
O sentimento comum entre pessoas de um mesmo território que partilham de elementos culturais pode ser chamado de identidade nacional.
B. 
Identidade individual.
Identidade é como a pessoa se reconhece, pois, para além do que dizem sobre os indivíduos e os grupos sociais, a identidade expressa como a pessoa se reconhece no mundo.
C. 
Identidade urbana.
Identidade é como a pessoa se reconhece, pois, para além do que dizem sobre os indivíduos e os grupos sociais, a identidade expressa como a pessoa se reconhece no mundo.
D. 
Identidade internacional.
Identidade é como a pessoa se reconhece, pois, para além do que dizem sobre os indivíduos e os grupos sociais, a identidade expressa como a pessoa se reconhece no mundo.
E. 
Identidade nacional.
Identidade é como a pessoa se reconhece, pois, para além do que dizem sobre os indivíduos e os grupos sociais, a identidade expressa como a pessoa se reconhece no mundo.
3. O Brasil foi construído por várias mãos ao longo dos anos. A história do Brasil perpassa a história de vida de muitas pessoas. Sobre essas informações, pode-se dizer que:
A. 
O povo brasileiro é quem constrói a sua história.
Pode-se dizer que o povo brasileiro é quem constrói a sua história, pois todos que passaram pelo Brasil participaram dessa construção.
B. 
Somente os primeiros habitantes do Brasil construíram a história do país.
C. 
A história do Brasil é escrita pelos estrangeiros fora do Brasil.
D. 
O povo brasileiro trabalha muito e não tem tempo de construir sua história.
E. 
Somente quem sabe ler pode construir a história do Brasil.
4. 
Sobre o conceito de identidade nacional, pode-se dizer que:
A. 
É vinculado a um sentimento de individualidade.
A identidade nacional envolve o conjunto de elementos simbólicos associados a um país, ou seja, se relaciona com a cultura e portanto deve-se associar este conceito a fenômenos produzidos em sociedade, coletivamente.
B. 
É relacionado somente com um povo que tem seu território reconhecido.
A identidade nacional se relaciona à cultura, portanto trata-se de algo simbólica, imaterial, não se relaciona necessariamente ao território.
C. 
É compartilhada entre quem habita ou que tem laços com a cultura vivenciada.
A identidade nacional envolve a ideia de construção coletiva de elementos simbólicos relacionados à cultura
D. 
É relacionado a um sentimento de vergonha das guerras perdidas.
O envolvimento de um país em uma guerra de fato gera novas interpretações sobre si e sobre o mundo quanto um povo é maciçamente marcado pelos horrores vivenciados, entretanto não se trata de sentimentos individuais, mas sim dos símbolos propriamente ditos que são criados e incorporados à cultura.
E. 
É vinculado somente a aqueles que falam a mesma língua.
O idioma é um importante elemento cultura que faz parte da identidade nacional, mas não é o único. As expressões artísticas e religiosas da cultura popular, por exemplo, também está vinculada à identidade nacional.
5. 
"Carnaval é um evento cultural, que mobiliza uma imensa cadeia produtiva local, gerando milhares de empregos temporários, diretos ou indiretos. Na prática, o Carnaval é também um evento econômico, que mobiliza o comércio, centenas de prestadores de serviços, hotéis, bares, restaurantes, food trucks, ambulantes, todos ganham, a riqueza circula, o município recolhe tributos e taxas. Colocar o Carnaval como algo 'dispensável' em tempos de crise é um contrassenso por parte dos municípios, para não dizer que é uma clara opção pelo populismo ou pela demagogia, duas anomalias muito em voga no Brasil atual."
A partir do texto, pode-se dizer que:
A. 
O carnaval existe para que os brasileiros esqueçam dos problemas financeiros.
B. 
O brasileiro não reconhece o carnaval como parte de sua identidade cultural.
C. 
O carnaval faz parte da identidade nacional e movimenta a economia do país.
O carnaval faz parte da identidade nacional e os brasileiros atuam em atividades econômicas decorrentes dessa festa.
D. 
Obrasileiro repudia o carnaval porque ele gera apenas empregos temporários.
E. O carnaval aliena os brasileiros, pois interrompe suas atividades econômicas durante esse período.
Aula 3.1 - Culturas híbridas
A cultura pode ser compreendida como um sistema de ideias, conhecimentos, técnicas, artefatos e padrões de comportamento que caracterizam uma sociedade. Essa cultura sempre foi dividida em alguns tipos, como, por exemplo: cultura em massa, cultura erudita e cultura popular, mas, atualmente, esses tipos de cultura estão se misturando, formando culturas híbridas, as quais são formas de cultura em que há a mistura de variados fatores.
Antigamente, as culturas estavam divididas em erudita, popular e em massa. Cada um desses tipos de cultura apresenta suas particularidades, as quais, ao longo do tempo, serviram para o entendimento de cada influência cultural.
A cultura híbrida se desenvolveu à medida que houve a percepção de que as práticas culturais não precisariam necessariamente estar separadas em disciplinas específicas, podendo ser combinadas entre si. A separação é importante para entender e aprofundar cada assunto, porém, isso não significa que haja um limitador para uma única definição.
Sendo assim, a cultura híbrida traz uma forma de manifestação, na qual é possível quebrar as barreiras culturais, entendendo que cada civilização tem suas particularidades, mas também que novas manifestações podem acontecer a partir da junção de costumes, estilos e histórias, a fim de formar uma sociedade conectada e miscigenada, com menos preconceitos e diferenciações.
A hibridização é um processo que pode ser percebido em diversas áreas.
A mistura de culturas atualmente é um facilitador da criatividade, pois permite a incorporação de variados elementos para a composição de novos produtos, possibilitando a ampliação de visões.
Atualmente, as culturas híbridas estão demonstrando uma nova configuração da sociedade, marcada pela mistura de elementos de identidade.
Essa hibridização já ocorreu no país nos séculos passados, sendo possível destacá-la na mistura de culturas que formaram e desenvolveram o território brasileiro.​​​​​​ 
Desafio: No cenário atual de constante modernização e globalização, o hibridismo cultural ganha cada vez mais espaço. Ainda que exista muita desigualdade e disparidade culturais, os intercâmbios de cultura possibilitam a criação de um repertório que cria enriquecimento cultural.
A cultura híbrida pode ser compreendida como uma mistura de todos os diferentes tipos de cultura, os quais não se definem mais como um rótulo, passando a conviver em um mesmo cenário social. Com isso, é possível compreender que a cultura híbrida rompe as barreiras entre o que é tradicional e o que é moderno, consistindo na miscigenação e na heterogeneidade cultural, que é o que apresenta hoje o mundo moderno.
Os processos de hibridização frequentemente surgem da criatividade individual e coletiva, e não só se restringem às artes, mas também às práticas do cotidiano e às voltadas ao desenvolvimento tecnológico.
A maneira de representação gráfica na arquitetura é considerada um tipo de cultura erudita, na qual o desenho técnico ainda é ensinado nas faculdades de arquitetura. Já a tecnologia aliada à representação e à demonstração dos projetos pode ser considerada uma cultura de massa, difundida por meio dos veículos de comunicação e da indústria.
Você, arquiteto e urbanista, deve estar sempre se atualizando na profissão, buscando constantemente diferentes formas de agregar valor aos seus projetos, a fim de conseguir captar mais clientes e apresentar, de forma mais completa, o seu trabalho. Para isso, sua intenção é incorporar algumas tecnologias que sejam uma cultura híbrida, ou seja, que misturem os modelos tradicionais de representação, gerando um produto mais tecnológico para as seguintes situações:
1. Demonstrar o ambiente físico de forma virtual e o mais real possível.
2. Demonstrar a edificação de forma física com riqueza de detalhes.
Após uma pesquisa, encontrou alguns exemplos dessa hibridização na arquitetura, os quais atendem às situações acima. Cite a seguir um exemplo encontrado para cada situação e explique por que é híbrido e o que traz de novo para a área.
Resposta: Os exemplos de hibridização na arquitetura, que misturam formas tradicionais com tecnológicas e que atendem às situações expostas, são:
Realidade aumentada para o item 1: é uma das alternativas para mesclar o ambiente físico e o virtual, usando programas e aplicativos. O principal atrativo desses mecanismos é a capacidade de projetar a realidade no meio digital e antecipar o resultado final. O objetivo é criar a sensação de que os objetos desenvolvidos no projeto 2D estejam presentes no espaço existente. Dessa maneira, é possível desenvolver projetos com base no ambiente físico e testar rapidamente as ideias de composição. Os aplicativos mais comuns propõem a junção entre cômodos — como salas, escritórios, quartos e varandas — e permitem que o novo projeto seja feito por cima do antigo.
Impressão 3D para o item 2: trata-se de uma impressora que consegue gerar maquetes extremamente detalhadas e idênticas ao produto final. Diferentemente das maquetes tradicionais feitas à mão, a impressora, por meio da modelagem em programa, já imprime o modelo com todos os elementos, facilitando, assim, a compreensão da ideia e de como será a edificação.
Os dois exemplos citados são híbridos, pois partem de uma representação normal em 2D, podendo ser à mão o seu esboço inicial e, ao longo do processo, são agregadas algumas tecnologias, as quais permitem trazer mais realidade aos produtos, possibilitando que o cliente consiga ter uma noção mais real da proposta.
Exercícios:
1. 1. 
A palavra cultura foi utilizada ainda no ano de 1877 e, aos poucos, foi se desenvolvendo para os significados atuais.
Segundo o antropólogo Tylor, em um primeiro momento, a palavra cultura se referia:​​​​​​​​​​​​​​
A. 
exclusivamente aos comportamentos da sociedade.
B. 
unicamente aos bens espirituais das comunidades.
C. 
exclusivamente aos bens materiais e espirituais de cada povo.
D. 
a todos os produtos materiais, espirituais e comportamentais.
Foi desde o ano de 1877 que o antropólogo britânico de nome Edward Burnett Tylor usou pela primeira vez a palavra cultura. Nesse momento, ele utilizou esse nome para se referir a todos os produtos espirituais, comportamentais e materiais da vida em sociedade. A partir desse momento, foi possível compreender que essa cultura poderia ser passada de geração em geração, criando uma identidade para cada comunidade ou povo.
E. 
a alguns produtos materiais e comportamentais.
2. 
​​​​​​​A cultura é determinada por saberes, comportamentos e modos de fazer. Com o passar dos anos, a cultura foi dividida em tipos, os quais se diferenciam pelos grupos e pelas formas de manifestação.
Sobre os tipos de cultura, é correto afirmar que:
A. 
a cultura popular é o resultado de estudos e pesquisas.
B. 
a cultura em massa e a cultura erudita são de fácil acesso para todos.
C. 
a cultura em massa considera as especificidades de cada local.
D. 
a cultura erudita é associada aos equipamentos culturais.
E. 
a cultura popular ocorre de forma orgânica e espontânea.
A cultura de massa é o conjunto de ideias e valores que se desenvolvem tendo como ponto de partida a mesma mídia, notícia, música ou arte. É transmitida sem considerar as especificidades locais ou regionais. Diferentemente da cultura de massa, a cultura erudita é o resultado do conhecimento adquirido por meio da pesquisa e do estudo nos mais diferentes campos. Não é ofertado massivamente, estando disponível a poucos. A cultura popular está intimamente relacionada com as tradições e os saberes, os quais são determinados pelo povo. Em oposição à cultura erudita, ocorre de forma espontânea e orgânica. Portanto, ela não está associada aos equipamentos culturais, como, por exemplo, museus, cinemas, bibliotecas, etc.
3. 
A expressão cultura híbrida está cada vez mais presente na sociedade.Sobre o significado dessa expressão, assinale a alternativa correta.
A. 
É uma cultura baseada exclusivamente na tecnologia.
B. 
É a mistura de diversos tipos de cultura.
A cultura híbrida, segundo o Dicionário Informal, ocorre por meio da mistura de todos os diferentes tipos de cultura, as quais não se definem mais como um rótulo, passando a conviver em um mesmo cenário social. Portanto, esse tipo de cultura mistura diferentes manifestações, não estando baseada exclusivamente na tecnologia, nem se destacando apenas na Europa. Esse tipo de cultura é de fácil acesso e colabora ainda mais para a diversificação e a miscigenação cultural.
C. 
É uma cultura divergente da miscigenação cultural.
D. 
É um tipo de cultura de difícil acesso à população.
E. 
É uma expressão utilizada para nomear a cultura europeia.
4. 
A cultura híbrida colabora para o desenvolvimento da sociedade contemporânea, possibilitando mudanças no cenário.
Assim, ela colabora:​​​​​​​
A. 
para estabelecer barreiras entre o moderno e o tradicional.
B. 
para a heterogeneidade cultural e a democratização da cultura.
É possível compreender que a cultura híbrida rompe as barreiras entre o que é tradicional e o que é moderno, consistindo na miscigenação e na heterogeneidade cultural, que é o que apresenta o mundo moderno. Além disso, as culturas híbridas permitem o fim da divisão entre tipos de culturas, que acabam limitando as manifestações, possibilitando uma mescla entre expressões culturais locais e globais, sem que, necessariamente, haja um quadro de dominação. Com isso, é possível perceber que na cultura híbrida o que é local e o que é global estão coexistindo, e não há mais barreiras para que seja formada uma nova configuração cultural.
C. 
para a divisão abrupta e limitada dos setores e dos tipos de cultura.
D. 
para a separação de expressões locais e globais.
E. 
para criar obstáculos nas novas formações culturais.
5. 
Segundo Santos (2001), existem alguns processos relacionados à hibridização de culturas. Um deles é a reconversão.
Sobre esse processo, assinale a alternativa correta.
A. 
Se estabelece na contraposição entre cultura em massa e popular.
B. 
Ocorre sempre de forma totalmente espontânea e inesperada.
C. 
Pode ocorrer de modo planejado ou de maneira intencional.
Segundo Tauk-Santos (2001), a reconversão é uma forma de hibridação que envolve processos que “se constroem na relação da cultura massiva e das culturas populares por meio do consumo”, podendo acontecer de forma espontânea, quando ocorre de modo não planejado ou é resultado imprevisto de processos migratórios. Existe também a reconversão intencional ou forçada, que, ao contrário da espontânea, acontece quando o sujeito se vê diante de uma circunstância crucial, na qual tem de reconverter seus códigos culturais em função da sua própria sobrevivência. Ela ocorre também quando é necessário reconverter um patrimônio, como, por exemplo, uma fábrica ou um conjunto de saberes, a fim de reinseri-lo em novas realidades de produção e mercado.
D. 
Ocorre somente por meio de bens culturais imateriais.
E. 
Pode ocorrer de forma planejada por meio de processos migratórios.
Aula 3.2 - Culturas afro-brasileira e indígena na sociedade brasileira contemporânea
O percurso da formação histórica e social brasileira envolveu um longo processo de miscigenação. No decorrer desse procedimento, diversos povos contribuíram nos mais variados aspectos para a composição de uma "colcha de retalhos" que viria a ser o Brasil, em aspectos étnicos e culturais.
Entretanto, apenas um grupo étnico específico é creditado como colonizador do Brasil, o branco/português. Essa visão, além de ser simplista, também é preconceituosa, pois reduz de forma significativa o processo de trocas simbólicas e culturais que constituíram o povo brasileiro a um único grupo, além de vislumbrar a percepção coletiva que a sociedade brasileira tem acerca dos grupos não dominantes, como as populações afrodescendentes e indígenas.
Você já pensou como ocorria o processo de captura e transferência de pessoas de um continente para o outro na condição de cativos? Em uma travessia normal, durante o comércio transatlântico de escravos, o navio passava cerca de dois meses em alto mar, quando as condições climáticas eram favoráveis.
Nessa situação, as condições de viagem eram desumanas e as famílias sofriam durante todo o percurso. Para as crianças, o drama era maior, pois eram separadas das suas mães e só as viam uma vez no dia para tomar banho de sol. Buscando solucionar esse problema, algumas mães confeccionavam Abayomis.
As palavras têm poder, e é por meio da fala que se representa e se dá sentido ao mundo. Termos adquirem conotações de acordo com o ambiente social no qual estão inseridos e os significados simbólicos expressam visões de mundo e versões acerca do que é considerado certo, belo e repetível em determinada sociedade, da mesma forma que o seu contrário.
No processo de rememorar acontecimentos do passado, a sociedade reflete no presente o seu modelo de organização. Ao enfatizar as ações de determinados grupos em detrimento de outros, são lançadas também as bases e os anseios de uma sociedade projetada para o futuro. No lugar de comemorar certas datas do calendário, a escola deve ser local de reflexão sobre os significados simbólicos desses acontecimentos, mostrando como elas repercutem as contradições da sociedade.
No debate que se desenrola atualmente no país, sobre a superação do racismo e as práticas de uma educação voltada para o multiculturalismo no ambiente escolar, os profissionais da educação, sobretudo os professores, ocupam lugar de destaque para o desenvolvimento de ações que não reproduzam mitos, preconceitos ou visões folclóricas sobre esse período nem a população que viveu naquela época.
As representações construídas socialmente sobre a população indígena no Brasil refletem dois aspectos: um olhar romântico, que imagina que o índio vive no mato, e um segundo modelo ideológico, no qual os índios são vistos como preguiçosos e atrasam o progresso. Essa visão, difundida historicamente no país reflete a forma como essa população, que é tão variada e rica culturalmente, é percebida pela sociedade.
Daniel Mundukuru, doutor em Educação e pós-doutor em Literatura, é um indígena que busca desconstruir e questionar a imagem que o ocidente, dito civilizado, criou acerca das populações nativas. Para ele, não existem índios no Brasil nem ele é um índio. Tal palavra e toda a construção imagética e discursiva que está embutida nessa relação são elementos que reforçam visões estereotipadas sobre as populações nativas e reduzem consideravelmente os aspectos culturais dos mais de 300 povos nativos que habitam o Brasil.
Desafio: Durante a educação básica, a escola é responsável por proporcionar formas de conhecimento do mundo e construir o sentimento de alteridade no alunado. É por meio do processo educacional, desenvolvido no ambiente escolar, que diversos indivíduos se reconhecerão como pertencentes à sociedade ou terão as suas práticas invisibilizadas e silenciadas pelas atividades propostas pelo currículo.
Por isso, é fundamental que o professor tenha conhecimento das diferentes práticas culturais desenvolvidas pelos grupos que formam a sociedade, com vistas a contemplar a diversidade étnica e cultural e não reproduzir uma visão de mundo unilateral, baseada apenas em uma expressão desse contexto ou visões estereotipadas presentes no senso comum. 
Buscando uma prática educativa antirracista, você decide agir:
a) Existe um erro de interpretação do livro didático sobre a escravidão? Identifique-o e contextualize a discussão.
b) Considerando a resposta da questão anterior, de que forma a escravidão pode ser abordada em sala de aula sem justificar a colonização?
Resposta: 
a) A escravidão foi ancorada por um discurso que retirou dos africanos a sua alma, afirmando que eles eram inferiores e, por causa disso, deveriam ser escravizados pelas potências europeias. Quando essa prática é naturalizada, reflete opensamento da época, sendo necessário explicar que a burguesia e as elites africanas lucraram mutuamente com o comércio de seres humanos e expor as consequências para essas sociedades.
b) Uma forma de trabalhar a escravidão em sala de aula é mostrando as formas de resistência utilizadas pela população africana e afrodescendente, para manter viva a sua cultura e sobreviver em um ambiente hostil. As práticas religiosas, as manifestações culturais e a formação de quilombos são exemplos de formas que podem ser utilizadas, ainda mais considerando a diversidade cultural das regiões.
Exercícios:
1. 1. 
Gilberto Freyre foi um dos principais sociólogos brasileiros da geração de 1930. Em seu livro Casa-Grande & Senzala, define a noção de "democracia racial", descrevendo as relações construídas historicamente no Brasil, as quais deram origem a um povo mestiço. Analise as alternativas a seguir e assinale a que define corretamente o pensamento de Gilberto Freyre a respeito desse conceito:
A. 
Para Gilberto Freyre, a democracia racial é a garantia de acesso à democracia e aos direitos políticos para toda a população, independente da cor de pele e da origem étnica ou social.
B. 
Descrições de inúmeras relações amorosas entre senhores e escravos – negros e indígenas, que contribuíram para a miscigenação do Brasil, eliminando, assim, as diferenças étnicas e anulando o racismo.
A ideia de democracia racial proposta por Gilberto Freyre defende a diminuição na distância entre os indivíduos das casas-grandes (brancos) e senzalas (negros), processo ocorrido a partir das relações amorosas entre senhores e escravos. Após essas relações, o Brasil entra em um processo de miscigenação complexo, impossibilitando a existência de racismo.
C. 
Nessa visão, as relações amorosas aumentariam a violência entre senhores brancos e escravos negros, tornando o Brasil um país com forte presença de preconceito racial.
D. 
Indígenas, africanos e portugueses contribuíram de forma igual para a formação cultural do Brasil, fenômeno denominado por Gilberto Freyre como democracia racial.
E. 
Reconhecimento da existência de racismo no Brasil, mas essa situação seria diminuída ao longo do tempo, pois a miscigenação eliminaria totalmente as diferenças.
2. 
A literatura é uma forma de ficção que não tem como objetivo retratar a realidade, entretanto, apesar dessa condição, serve como uma forma de compreender o imaginário de determinada época ou sociedade. Autores brasileiros criaram representações sobre negros e índios que expressam mais a visão e o entendimento dos primeiros do que necessariamente a realidade deles. Sobre as formas como esses grupos aparecem nas obras literárias, assinale a alternativa correta:
A. 
A população indígena foi abordada por autores como José de Alencar, Gonçalves de Magalhães e Gonçalves Dias. Nesse tipo de literatura, valores como coragem, compaixão e nobreza são relacionados aos indígenas tanto do passado como na época em que a obra foi escrita.
B. 
Gonçalves Dias faz parte da poesia denominada indianista; é autor de obras como I-Juca-Pirama e Canção do Tamoio e criou representações sobre os indígenas, nas quais valorizava o caráter guerreiro desses povos, silenciando outras formas de manifestação cultural e psicológica.
A literatura atribuiu aos indígenas valores como coragem, compaixão, bondade, nobreza, entretanto, esses elementos eram percebidos apenas nos índios do passado. Gonçalves Dias faz parte da poesia denominada indianista, autor de obras como I-Juca-Pirama e Canção do Tamoio criou representações sobre os indígenas, nas quais valorizava o caráter guerreiro desses povos, silenciando outras formas de manifestação cultural e psicológica. Obras literárias serviram de crítica ao modelo escravista. Autores como Joaquim Manuel de Macêdo, que escreveu As Vítimas Algozes, denunciaram o sistema mostrando como os senhores eram afetados pelo vício da escravidão, no entanto, autores como Machado de Assis, em Pai Contra Mãe, e Castro Alves, em Navio Negreiro, demonstraram a violência do regime e as formas como a população escravizada era afetada diretamente pela escravidão.
C. 
A escravidão foi constantemente denunciada na literatura nacional. Autores como Joaquim Manuel de Macedo foram abolicionistas fervorosos e denunciaram os males que a escravidão trazia para a sociedade, colocando-se ao lado dos escravizados.
D. 
Castro Alves, considerado o "escritor dos escravos", foi o responsável por denunciar as condições desumanas do tráfico transatlântico de escravos em Navio Negreiro e também publicou o romance Pai contra Mãe, no qual a violência da escravidão era amenizada.
E. 
Machado de Assis e Castro Alves refletem as formas como a literatura funcionou como denúncia ao sistema escravista. O primeiro publicou Pai contra Mãe e o segundo, Navio Negreiro, ambas as obras apresentam a violência do sistema escravista e como a população escravizada é afetada diretamente pelo regime.
3. 
Buscando expressar critérios raciais de diferença entre os grupos humanos e, em certa medida, uma justificativa para o processo de colonização e extermínio das populações nativas da América, os europeus criaram dois modelos de explicação do comportamento da população indígena, as noções de "bom selvagem" e "mau selvagem". Considere as implicações presentes em tais aspectos e indique a resposta correta:
A. 
Não existia diferença entre "bom selvagem" e "mau selvagem", pois ambos refletiam características reais da população indígena. O termo selvagem não mostra um juízo de valor, fazendo referência apenas ao ambiente em que viviam, a selva.
B. 
A diferença existente entre os indivíduos correspondia, exclusivamente, à religião, pois os nativos considerados "maus selvagens" eram aqueles que negavam os preceitos religiosos presentes no cristianismo, como o batismo, a salvação pela fé e a crença em um messias.
C. 
Os "maus selvagens" foram os indígenas que adotaram os costumes dos europeus, como roupas ocidentais e religião de base cristã, auxiliando na colonização europeia. Devido a essa atitude, foram considerados como traidores por outras tribos, dando origem ao nome "mau selvagem".
D. 
Os "bons selvagens" foram os indígenas que se mantiveram fiéis aos costumes nativos, mantendo a sua tradição e enfrentando os invasores europeus. Por essa razão, o indivíduo que se manteve fiel à sua tradição foi considerado um "bom selvagem".
E. 
Foi uma definição criada pelos europeus para explicar o posicionamento dos indígenas em relação aos colonizadores europeus, em que o "bom selvagem" seria aquele que contribuiu com a colonização, aceitando a cultura exterior, e o "mau selvagem" aquele que manteve a sua prática tradicional, virando inimigo.
Foi um modelo criado pelos europeus para definir os indígenas em relação ao seu comportamento frente à colonização. Aqueles que aceitaram as imposições europeias, como língua, religião, roupas e modo de viver, foram considerados como "bons selvagens", no entanto, os que negavam a colonização e se mantiveram fiéis às suas tradições e práticas culturais foram vistos como "maus selvagens".
4. 
As Leis n.° 10.639/2003 e n.° 11.645/2008 criaram as bases para uma educação antirracista no espaço escolar. Considerando o conteúdo dessas leis, qual alternativa se encaixa na proposta educacional dessa legislação?
A. 
O conteúdo programático a que se referem as leis incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, enfatizando as contribuições igualitárias de portugueses, indígenas e africanos na formação da sociedade nacional. O enfoque do ensino deverá ser na cooperação pacífica e histórica entre esses grupos, resgatando as suas contribuições nos campos social, político e econômico pertinentes à história brasileira.
B. 
Os conteúdos referentes à história e à cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, com atividades exclusivas para os componentes curriculares de educação artística, literaturae história brasileira. O enfoque do ensino deverá ser no âmbito da produção literária e das artes, resgatando as contribuições musicais, artísticas e literárias pertinentes à contribuição multicultural dos grupos sociais que formaram o Brasil.
C. 
A Lei n.° 11.645/2008 é resultado de um longo processo histórico de lutas e demandas de diversos movimentos sociais, especialmente o Movimento Negro, que por décadas buscou inserir o estudo da história da África, dos africanos e dos seus descendentes no currículo escolar brasileiro. A importância simbólica da Lei é ampliada na forma de marco legal, pois essa alteração na legislação ocasionou também a substituição e a anulação do conteúdo da antiga lei, a Lei n.° 10.639/2003.
D. 
No art. 26 A, fica estabelecido que "Nos estabelecimentos de ensino infantil, fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e da cultura afro-brasileira e indígena", afirmando, assim, a importância de a educação antirracista ser ministrada em todos os níveis da educação básica, preparando alunos ao longo da sua vida escolar para lidarem com as diferenças e compreenderem a riqueza da formação étnica e cultural em um país mestiço como o Brasil.
E. 
O conteúdo programático a que se referem essas leis incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira a partir desses dois grupos étnicos, tais como: o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política pertinentes à história do Brasil.
A Lei n.° 11.645/2008 modifica a Lei n.° 10.639/2003 e estabelece o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena, incluindo diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira a partir desses dois grupos étnicos, tais como: o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil, sendo ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.
5. 
Considere o trecho a seguir:
"A língua de que usam, toda pela costa, é uma [...] Carece de três letras, convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não tem Fé, nem Lei, nem Rei: e desta maneira vivem desordenadamente."
Qual alternativa melhor explicita o simbolismo empregado nessa obra?​​​​​​​
A. 
Ao afirmar que os indígenas não tinham essas letras no seu vocabulário, fica evidente a visão que os portugueses construíram sobre a organização social da população nativa, possibilitando o reconhecimento deles como iguais.
B. 
O autor era um linguista e a sua contribuição foi de suma importância para a valorização da cultura tupi dos povos indígenas, auxiliando os portugueses a melhor compreender a cultura dos nativos e na conquista do território e posterior expulsão dos holandeses.
C. 
Ao afirmar que os indígenas não tinham essas letras no seu vocabulário, fica evidente a visão que os portugueses construíram sobre a organização social da população nativa, impossibilitando o reconhecimento deles como iguais.
O trecho destaca um aspecto linguístico, mas vai além disso, pois serve para ilustrar a percepção que os portugueses tiveram da população indígena, pois a ausência de letras como F, L e R impossibilitava a existência de fé, leis e reis. Era uma organização social baseada no modelo ocidental, o que para os portugueses da época demonstrava uma forma de organização religiosa, política e social inferior.
D. 
Esse pensamento insere os portugueses na lógica do mercantilismo europeu e na percepção dos nativos como grupos humanos que deveriam ser convertidos para a glória da Santa Igreja durante a Reconquista.
E. 
Esse pensamento insere os portugueses na lógica da expansão ultramarina europeia e na percepção dos nativos como grupos humanos prontos para receber as ordens do rei e as palavras de Deus.
Aula 4.1 - A escravidão no Brasil: indígena e africana
A escravidão no Brasil foi abolida há pouco mais de 130 anos. Desde o início da colonização, os portugueses exploraram a mão de obra escravizada – inicialmente a dos indígenas e, a partir da segunda metade do século XVI, a de africanos. Indígenas e afrodescendentes têm importante contribuição na construção da sociedade brasileira em áreas como linguagem, alimentação, arte, música, festas, danças e também religião. Apesar das importantes contribuições, indígenas e afrodescendentes sofrem com preconceito, são vítimas de racismo e enfrentam dificuldades na demarcação de suas terras.
Estudos historiográficos reforçam a visão de que grande parte dos problemas contemporâneos brasileiros tem origem no passado colonial, razão pela qual é fundamental o seu estudo.
Você já deve ter notado que o português falado no Brasil é diferente do  falado em Portugal ou em outros países que têm a língua portuguesa como idioma oficial. Isso acontece devido à multiplicidade cultural que ocorreu no Brasil ao longo de cinco séculos. Essa diversidade entre diferentes povos contribuiu para modificar e enriquecer a cultura brasileira e, em particular, a língua.
No Brasil, o intenso contato entre portugueses, indígenas e africanos  ocasionou o que se chama de interação linguística. O modo de falar a língua mudou e novas palavras foram incorporadas à língua portuguesa falada no Brasil.
As comunidades remanescentes dos quilombos são chamadas de quilombolas. O Decreto n.º 4.887/03 do Governo Federal considera remanescentes das comunidades dos quilombos os grupos étnico-raciais, segundo critérios de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida. A Constituição Federal de 1988 garante a essas comunidades o direito de propriedade de suas terras. De acordo com o levantamento realizado pela Fundação Cultural Palmares (FCP), existem 3.524 comunidades quilombolas no Brasil.
Desafio: De acordo com a Lei Federal n.º 11.645/2008, todas as escolas da rede básica (públicas e privadas) devem trabalhar os diversos aspectos das histórias e das culturas afro-brasileira e indígena com seus alunos. De acordo com o último Censo do IBGE (2010), mais de 890 mil indígenas vivem atualmente no Brasil, a maioria deles em áreas rurais. Apesar desse número, ainda persistem na sociedade brasileira ideias equivocadas sobre os indígenas. Muitas pessoas acreditam que quase não existem indígenas no Brasil, outros defendem que estes povos existentes já abriram mão de sua cultura, pois utilizam celulares, televisão, Internet, etc. Há ainda pessoas que alegam que indígenas têm muitos privilégios ou que são preguiçosos e não gostam de trabalhar.
Após a realização da peça, você organiza um momento de reflexão com os alunos e propõe que eles respondam ao seguinte questionamento:
É possível identificar os impactos históricos e econômicos da colonização portuguesa no modo de vida dos indígenas? Que impactos são esses?
Resposta: É possível perceber que o modo de vida dos indígenas sofreu grandes mudanças após o contato com os portugueses. Muitos indígenas morreram ao entrar em contato com doenças trazidas pelos portugueses, contra as quais não tinham imunidade. Outros indígenas enfrentaram os portugueses, reagindo à escravidão e muitos acabaram morrendo nesses conflitos. Os indígenas que foram escravizados tiveram de se submeter a um regime de trabalho diferente do que estavam acostumados, uma vez que antes da chegada dos portugueses eles tinham uma economia baseada na subsistência, mas foram obrigados a produzir em largaescala para exportar mercadorias para a Europa.
O contato com os portugueses alterou profundamente o modo de vida dos povos indígenas que habitavam o litoral. Muitos abandonaram seu modo de vida, se converteram ao catolicismo e adotaram o modo de vida dos portugueses. Por outro lado, os povos que viviam no interior puderam preservar o seu modo de vida, sem sofrer tanta interferência dos portugueses.
Atualmente, ainda existem povos indígenas que vivem isolados na região amazônica, sem contato com o “homem branco”. Há também povos que incorporaram costumes dos portugueses e os mesclaram ao seu modo de vida, como o abandono da nudez e a adoção do português como uma segunda língua. Muitos indígenas lutam, ainda hoje, para manter seus costumes e tradições e preservar a memória do seu povo.
Exercícios:
1. 1. 
Os portugueses não foram os primeiros habitantes das terras que viriam a ser chamadas de Brasil. Quando aqui chegaram, em 1500, encontraram povos com cultura, costumes, organização social e línguas totalmente diferentes das que conheciam na Europa, na África e no Oriente. Por estarem distribuídos ao longo da costa brasileira, os povos Tupi foram os que tiveram mais contato com os portugueses.
Sobre os primeiros contatos entre portugueses e indígenas, assinale a alternativa correta.
A. 
Desde o início, as relações entre portugueses e indígenas foram marcadas por hostilidade e violência.
B. 
Nos primeiros meses, os portugueses evitaram se aproximar dos indígenas, temendo o desconhecido.
C. 
A comunicação com os indígenas foi facilitada pelo fato de alguns portugueses já dominarem a língua Tupi.
D. 
Relatos produzidos pelos indígenas registraram o espanto dos nativos com as vestimentas portuguesas.
E. 
Os contatos iniciais entre portugueses e indígenas foram pacíficos e marcados pelo estranhamento mútuo.
A sensação de estranhamento pode ser compreendida de ambos os lados. O estranhamento no encontro entre portugueses e indígenas foi recíproco, como acontece com qualquer indivíduo que se vê diante de uma realidade inteiramente nova. No entanto, isso não impediu os primeiros contatos entre eles ainda em 1500, mesmo não havendo portugueses que falassem a língua dos indígenas e vice-versa. Como os indígenas não utilizavam a escrita, não há registros deixados por eles sobre os primeiros contatos com os portugueses. Esses primeiros contatos foram marcados pelo encantamento com o diferente e porcuriosidade em conhecer o novo. Por isso, os primeiros contatos foram pacíficos e amigáveis.
2. 
Ao chegar no Brasil, os portugueses não encontraram metais preciosos nem as valiosas especiarias, e o período pré-colonial foi marcado pela exploração do pau-brasil. Sobre esse período, analise as afirmativas a seguir:
I. Portugal não se interessou em colonizar o Brasil, pois o comércio com as Índias era mais lucrativo, uma vez que os portugueses detinham o monopólio do caminho descoberto.
II. A exploração do pau-brasil era feita por meio do escambo. Os indígenas cortavam a madeira e em troca recebiam tecidos, espelhos, facas e outros itens oferecidos pelos portugueses.
III. O pau-brasil era muito valorizado no mercado europeu, pois sua madeira era usada na fabricação de móveis, como baús, camas e mesas. Por ser uma madeira dura, esses móveis tinham boa durabilidade.
IV. Graças ao Tratado de Tordesilhas, assinado com a Espanha, os portugueses detinham o monopólio da exploração do pau-brasil, garantindo que outros países não pudessem se beneficiar com a exploração desse produto.
Estão corretas apenas as afirmativas:
A. 
I e II.
Durante o período pré-colonial (1500-1530), Portugal não demonstrou interesse em colonizar o Brasil, pois o comércio com as Índias era muito lucrativo. Nesse período, por meio do escambo com os indígenas, os portugueses exploraram o pau-brasil, que era muito valorizado no mercado europeu pela tintura vermelha que se extraía do interior da madeira. No entanto, os portugueses não foram os únicos a explorar essa riqueza. Outros países, como a França, não reconheciam o Tratado de Tordesilhas e passaram a também investir na exploração do pau-brasil.
B. 
I e III.
C. 
II e III.
D. 
III e IV.
E. 
II e IV.
3. 
Como a extração de pau-brasil, durante o período pré-colonial, não exigia a fixação dos portugueses no território, não houve, inicialmente, a criação de povoados. Os portugueses se limitaram a construir feitorias, uma espécie de posto que funcionava como armazém, local de abastecimento dos navios e fortaleza destinada a proteger o território. No entanto, a partir de 1530, Portugal iniciou o processo de colonização do Brasil. Com relação aos fatores que contribuíram para o início colonização , analise as afirmativas:
I. Declínio do comércio com as Índias.
II. Descoberta de ouro no litoral brasileiro.
III. Ameaça de invasão de outros países, principalmente dos franceses.
IV. Clima e solo nordestino adequados à produção da cana-de-açúcar. 
V. Abundância de cana-de-açúcar no litoral nordestino. 
Estão corretas as afirmativas:
A. 
I, II e IV.
B. 
I, II e V.
C. 
I, III e IV.
Com a perda do monopólio do comércio com as Índias, os portugueses buscavam outra fonte de riqueza. Devido a ameaças constantes dos franceses, os portugueses resolveram iniciar o processo de colonização do Brasil. Para tal, investiram na produção da cana-de-açúcar, pois perceberam que o solo e o clima do nordeste eram adequados ao plantio desta planta, por serem semelhantes às condições do sul da Ásia, de onde ela é originária. O ouro só foi descoberto na região de Minas Gerais no final do século XVII.
D. 
II, III e V.
E. 
III, IV e V.
4. 
No início da colonização do Brasil, os portugueses exploraram a mão de obra indígena, inclusive nos engenhos de açúcar. A partir da segunda metade do século XVI, a mão de obra indígena foi sendo gradativamente substituída pela de africanos escravizados.
O que explica tal mudança?
A. 
Portugueses e indígenas não conseguiram desenvolver boa comunicação, o que dificultava entendimento entre eles. Já a opção da mão de obra africana se deu pelo fato de os africanos já estarem habituados ao plantio da cana-de-açúcar.
B. 
Os portugueses passaram a investir na exploração da mão de obra africana, pois os indígenas eram indolentes e não estavam aptos para o trabalho com a agricultura extensiva, visto que eles praticavam a agricultura de subsistência.
C. 
Com a inserção da mão de obra africana nas lavouras canavieiras, os indígenas foram realocados para trabalharem na pecuária, atividade secundária desenvolvida próxima aos engenhos e já praticada pelos indígenas antes mesmo da chegada dos portugueses.
D. 
O tráfico de africanos escravizados mostrou-se atividade altamente lucrativa para os portugueses, uma vez que eles buscavam substituir a mão de obra indígena, cada vez mais escassa, devido a mortes causadas pelas doenças trazidas pelos portugueses e também pelas recorrentes fugas empreendidas pelos indígenas.
Os primeiros contatos pacíficos entre portugueses e indígenas evoluíram para a exploração da mão de obra indígena, primeiro no corte do pau-brasil e depois nos engenhos de açúcar. Mesmo não conhecendo a língua do outro, portugueses e indígenas logo conseguiram estabelecer contatos. Durante muito tempo, difundiu-se a ideia errônea de que os indígenas eram preguiçosos e não aceitaram trabalhar para os portugueses. Essa ideia já foi desconstruída e atualmente sabe-se que os indígenas se recusavam a trabalhar para os portugueses por não entenderem a lógica da produção de excedentes, visto que eles praticavam a economia de subsistência. Os indígenas não praticavam a pecuária, pois as primeiras cabeças de gado utilizadas nos engenhos foram trazidas pelos portugueses. Na segunda metade do século XVI, o trabalho do indígena passou a ser substituído pelo do africano escravizado, por causa da grande lucratividade do tráfico negreiro e da escassez da mão de obra nativa, provocada pela mortandade e pelas constantes fugas dos indígenas. A maioria dos povos indígenas não se converteu ao catolicismoe a escravidão indígena foi recorrente até o século XVIII, apesar de ser praticada em menor escala, se comparada à escravidão africana.
E. 
Portugueses firmaram acordos com os indígenas, que renunciavam à sua religião e ao seu modo de vida, convertendo-se ao cristianismo, em troca da liberdade. Os portugueses então optaram pela escravização dos africanos, pois estes se recusavam a reconhecer o cristianismo como religião.
5. 
Em mais de três séculos de tráfico negreiro, quase 5 milhões de africanos escravizados foram trazidos ao Brasil. Os africanos escravizados trabalhavam nas lavouras, nas minas, nos serviços domésticos e nas atividades urbanas. Ao longo do período em que a escravidão no Brasil era legal, os africanos escravizados desenvolveram várias formas de resistência, entre elas destaca-se os Quilombos, que pode ser entendido como:
A. 
Os quilombos eram agrupamentos formados por escravos fugidos. Estes núcleos mantinham relações comerciais importantes com outros quilombos.
B. 
Um espaço de convivência e de integração entre diferentes grupos africanos, a fim de não gerar conflitos nas fazendas de açucareiras.
A escravidão africana não foi implementada sem resistência por parte dos escravizados. Os quilombos eram utilizados para se referir a um acampamento militarizado. Este agrupamento surgiu no Brasil, em meados do século XVI, na Bahia. Eram estruturas que mantinham relações comerciais importantes com outros quilombos, além disso, alguns sobreviviam do que era cultivado e do que era retirado das matas. Situavam-se em locais isolados e de difícil acesso.
C. 
Os quilombos eram agrupamentos formados por escravos fugidos. Estes núcleos eram sustentados pelos senhores de engenho. 
D. 
Refere-se a um movimento puramente cultural que se desenvolveu durante o período colonial brasileiro.
E. 
Os capitães do mato eram os principais líderes deste reduto de resistência contra a escravidão africana no período colonial.
Aula 4.2 - Relações étnico-raciais, ensino de História e Culturas Afro-brasileira, Africana e Indígena
O Brasil é um país fortemente marcado pela diversidade étnico-racial decorrente da presença das matrizes indígena, europeia e africana ao longo da história. As Leis Federais ns. 10.639/2003 e 11.645/2008 constituem marcos na legislação brasileira e afirmam justamente a necessidade de se pensar uma educação que reconheça e valorize as diferentes visões de mundo, as experiências históricas e a contribuição dos diferentes povos na formação cultural da sociedade brasileira.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar sobre a importância das matrizes indígena, europeia e africana na formação histórica e cultural do Brasil, além de conhecer as Leis ns. 10.639/2003 e 11.645/2008 e compreender de que forma o ensino de História pode se configurar numa importante via para a concretização da cidadania e do respeito às diferenças. 
Com a Lei nº 10.639/2003, que posteriormente foi alterada para Lei nº 11.645/2008, pela primeira vez na história do ensino de História, Arte e Literatura, temáticas dedicadas aos africanos e aos afro-brasileiros perpassariam, ao menos oficialmente, para além da passividade e da escravidão, na medida em que foram enfatizados o ensino e a aprendizagem da “luta” do povo africano e de seus descendentes e suas contribuições para a formação social, política, cultural e econômica do Brasil.
O Brasil é um país marcado pela diversidade, a começar pelas suas características naturais, ou seja, a pluralidade dos povos que formam a sua população e a heterogeneidade dos aspectos históricos e culturais que formam o mosaico da sociedade brasileira. Em outros termos, pode-se dizer que a formação do povo brasileiro é decorrente da presença e das relações entre povos indígenas, africanos e imigrantes europeus.
As matrizes étnicas do indígena, do branco europeu e do negro africano são partes constitutivas da formação histórica e cultural brasileira. Cada um, à sua maneira, exerceu contribuições significativas para a constituição do mosaico cultural de nosso território, não de forma homogênea ou pacífica, mas, sim, de forma fortemente heterogênea e também repleta de contradições. 
É comum, em muitas escolas, que os professores sejam incumbidos de realizar atividades relativas ao Dia do Índio. Ocorre que, mesmo após a criação da Lei nº 11.645/2008, devido às circunstâncias como o tempo, a necessidade de vencer conteúdos, avaliações e trabalhos, ou até mesmo a desinformação, muitos professores acabam por realizar atividades superficiais e estereotipadas.
Desafio: Passados mais de 10 anos desde a criação da Lei nº 10.639/2003, o que se percebe na prática escolar, ainda, é o despreparo para trabalhar com as temáticas afro-brasileiras em sala de aula, juntamente com o desconhecimento, por parte dos professores, de uma historiografia que reconheça os negros em seu papel de protagonismo ou, então, a manutenção de materiais didáticos que os deixem à margem da História do Brasil.
Em meados dos anos 1970, por exemplo, ocorreu no Brasil um fenômeno da juventude escolarizada pelo regime militar, dos jovens negros motivados pelos Direitos Civis conquistados nos Estados Unidos com o Movimento Black Power, as guerrilhas na África e o surgimento de novos países africanos de língua portuguesa. Esses jovens negros brasileiros empreenderam um esforço de apropriação das questões políticas e sociais dos negros norte-americanos e em diálogo com uma África – imaginada –, assim, diante do fracasso do projeto integrador dos anos 1960, organizaram-se em grupos que promoviam os Bailes Black. Artistas como Tony Tornado, Wilson Simonal e King Combo destacaram-se com suas performances musicais revestidas de cunho político, no que viria depois a ser conhecido como o Movimento Black Rio, conforme você pode ver no vídeo a seguir:
Você, professor de uma escola pública de Ensino Fundamental, sabe que a História do Brasil é marcada por diversos recortes historiográficos como esse, mas que, no entanto, continuam desconhecidos no contexto escolar e na sociedade. Além disso, o livro didático disponibilizado em sua escola não traz contextualizações para além daquelas do período colonial brasileiro.
Dessa forma, escreva um texto, amparado pelo que é previsto na Lei nº 10.639/2003, que explique os seguintes pontos:
1. Como professor, qual o seu papel diante das histórias como a do Movimento Black Rio, abordada no vídeo?
2. Qual o seu papel junto ao corpo docente e à comunidade escolar?
3. Como desenvolver aulas que problematizem essa ausência historiográfica do livro didático?
Resposta: 
Como professor, o conhecimento do que prevê a Lei nº 10.639/2003 deve sempre amparar a construção do conhecimento em sala de aula, mas não somente isso. Seu entendimento da legislação e da necessidade de sua prática deve projetar-se para além da sala de aula, de forma a contribuir com a disseminação do conhecimento sobre a Lei e sobre a importância de trabalhar-se a contribuição cultural dos africanos e dos afrodescentes na formação da cultura brasileira. Por esse motivo, histórias como a apresentada no vídeo não podem ser ignoradas pelos professores, pois representam uma importante fonte histórica, pautada pela memória dos personagens que viveram o período da Ditadura Militar, de protagonismo afro-brasileiro.
Dessa forma, o professor precisa alinhar-se com o corpo docente e toda a comunidade escolar, a fim de garantir os meios necessários para tornar popular essa nova historiografia, priorizando, se for o caso, filmes, documentários, reportagens e livros independentes, que já operem dentro da lógica de ensino regulamentada pela nova legislação.
Assim, o professor estará reconhecendo o espaço da sala de aula como um ambiente para pensar-se a cultura e a presença do negro no Brasil de maneira não estereotipada, apresentando suas lutas contemporâneas pela inclusão social, por políticas públicas destinadas à maior presença do negro no mercado de trabalho e nos campos educacionais, e também a efetiva aplicabilidade das leis que buscama criminalização do racismo e a plena aceitação e o respeito à cultura e à herança histórica dos africanos e dos afrodescendentes.
Além disso, é imprescindível que o professor também tenha ciência de que a aula, com base nos princípios previstos na Lei, deve servir ao propósito de problematizar as causas históricas que revelam por que o protagonismo dos movimentos negros esteve durante tanto tempo às margens da História do Brasil, contribuindo, dessa forma, para uma educação que permita aos alunos e às novas gerações um olhar crítico diante da historiografia, da mídia e das práticas sociais.
Exercícios:
1. 1. 
Em 2003, uma antiga reivindicação dos movimentos negros se concretizou com a obrigatoriedade do ensino de história e culturas afro-brasileira e africana nas instituições de ensino públicas e privadas de todo o país, a partir da promulgação da Lei Federal nº 10.639/2003. É possível afirmar que essa Lei:
A. 
Propõe a obrigatoriedade do ensino da cultura africana nos estabelecimentos de Ensinos Fundamental e Médio da rede pública de ensino. Nos demais estabelecimentos, como os privados, a lei permanece de maneira opcional.
A Lei nº 10.639/2003 convida a todos a percorrer a memória das lutas sociais e assumir novos desafios relativos à educação em todos os níveis de ensino.
B. 
Institui a obrigatoriedade da história e do ensino das culturas africana e afro-brasileira em todos os estabelecimentos de ensino, públicos e privados, no intuito de mostrar as diferentes experiências de tais povos que participaram (e participam) da formação de nossa sociedade.
A lei consiste num marco histórico na legislação brasileira e numa conquista dos movimentos sociais. A ideia é justamente a valorização das diversas experiências culturais africanas e afro-brasileiras na formação social do Brasil.
C. 
Institui a obrigatoriedade do ensino da história e das culturas africana e afro-brasileira especificamente para a disciplina de História, uma vez que os temas perpassam exclusivamente tal disciplina.
A lei institui que o ensino da história e das cultura africana e afro-brasileira deve perpassar todas as disciplinas escolares, em especial as de História, Literatura e Arte.
D. 
Institui a obrigatoriedade do ensino da história e das culturas africana e afro-brasileira apenas na disciplina de Artes, por entender que somente ela propicia uma abertura para o trabalho nessa perspectiva.
A lei compreende que em todas as disciplinas é possível abordar temáticas das culturas africana e afro-brasileira. Desse modo, os professores podem realizar diferentes projetos que compreendam pelo menos uma parte de tais temáticas.
E. 
Institui, de maneira opcional, o ensino da história e das culturas africana e afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino.
A lei consiste num marco justamente por reconhecer e valorizar a luta dos diferentes povos na formação da nação brasileira.
2. 
Tanto a Lei nº 10.639/2003 quanto a Lei nº 11.645/2008 (na sua atualização, na qual as mesmas orientações foram destinadas às temáticas indígenas) podem ser consideradas políticas públicas educacionais de ação afirmativa por terem a seguinte finalidade: 
A. 
Promover a reparação, o reconhecimento e a valorização de diferentes grupos que foram subjugados por meio, dentre outras medidas, da discriminação, da exclusão ou da marginalização da história desses povos.
Ambas as leis reforçam a necessidade de se considerar a diversidade cultural existente no Brasil. É urgente que se compreenda que a formação cultural da sociedade brasileira é fruto da presença das diferentes matrizes étnico-raciais e que se pode encontrar um pouco de cada um desses elementos culturais em nosso cotidiano.
B. 
Promover, exclusivamente, a reparação desses grupos que foram discriminados historicamente na sociedade brasileira. As políticas afirmativas educacionais servem apenas para garantir o ensino da cultura e da história desses povos nas escolas.
As políticas públicas de ação afirmativa têm objetivos maiores que perpassam desde a promoção do reconhecimento e a valorização da história dos diferentes grupos até como estes atuam no sentido de angariar verbas destinadas à pesquisa, à saúde e à educação.
C. 
Promover apenas o reconhecimento da história e das culturas africana, afro-brasileira e indígena, porque não há mais nada que se possa fazer com o passado.
Ambas as leis, marcos históricos na história da legislação brasileira, demarcam a necessidade de se combater uma educação desenvolvida apenas nos moldes eurocêntricos.
D. 
Prescrever metodologias de ensino e formas de lidar com a cultura dos diferentes povos que formaram a sociedade brasileira.
Ambas as leis instituem os parâmetros necessários para o empreendimento de um ensino que considere a cultura e a experiência dos povos africanos e indígenas. Elas não estabelecem, em nenhum momento, metodologias ou práticas de ensino.
E. 
Estabelecer apenas um conjunto de reflexões sobre a história da trajetória dos povos africanos e indígenas no Brasil. Questões como metodologias, reconhecimento, igualdade, valorização da cultura cabem estritamente às escolas da Educação Básica.
Ambas as leis estabelecem profundas reflexões sobre a trajetória dos diferentes povos na formação cultural brasileira, porém, não acaba por aí. A lei institui os parâmetros para que as escolas possam desenvolver projetos e formas de ensino que valorizem a diferença e as múltiplas experiências culturais desses povos.
3. 
A educação para as relações étnico-raciais tem por alvo a formação de cidadãos, mulheres e homens empenhados em promover condições de igualdade no exercício de direitos sociais, políticos, econômicos, de ser, viver, pensar, próprios aos diferentes pertencimentos étnico-raciais e sociais. De maneira mais específica, pode-se dizer que:
A. 
A educação para as relações étnico-raciais está direcionada apenas para as instituições de Ensino Fundamental, pois entende-se que, impondo às crianças os valores de outros povos, certamente elas irão respeitá-los no futuro.
A educação para as relações étnico-raciais prevê a promoção e a valorização das diferentes culturas que estão presentes na sociedade brasileira e propõe modos de ensino que procurem o reconhecimento da importância da aprendizagem de temáticas étnico-culturais.
B. 
A educação para as relações étnico-raciais constitui apenas uma formalidade em cumprimento às exigências das Leis ns. 10.693/2003 e 11.645/2008.
A educação para as relações étnico-raciais é extremamente relevante, porque propõe sempre uma articulação entre ensino, aprendizagem e diversidade, que envolve as múltiplas relações étnico-raciais.
C. 
Na educação para as relações étnico-raciais, cada professor é livre para trabalhar qualquer temática africana e/ou indígena, desde que realize pelo menos uma atividade no ano letivo.
Não há uma obrigatoriedade quanto ao número de atividades, tampouco quanto a quando as atividades devem ser desenvolvidas. A questão é que o professor deve ter parâmetros sólidos no empreendimento das atividades, reconhecendo a importância desse trabalho para si e para os seus alunos.
D. 
A educação para as relações étnico-raciais prevê apenas abordagens de cunho cultural.
A educação para as relações étnico-raciais deve pautar-se também pelo fortalecimento de identidades e direitos, além de ações de combate ao racismo e às discriminações.
E. 
A educação para as relações étnico-raciais deve ocorrer em todos os âmbitos educacionais. Além disso, deve promover metodologias que auxiliem no desenvolvimento da cidadania, no reconhecimento e na valorização das diferentes experiências históricas e culturais que formam a sociedade brasileira.
Pensar as relações étnico-raciais no âmbito da educação é ter a certeza de que o ensino consiste num instrumento poderoso na promoção da valorização da diversidade, da cidadania, do respeito e da igualdade, independentemente das origens ou das crenças.
4. 
A escravidão africana foi uma significativa experiência histórica desenvolvida ao longo do Brasil colonial. Nesse sentido,pode-se dizer que os africanos foram essenciais para a economia brasileira desse período porque:
A. 
Consistiam numa escravidão diferente daquela que ocorria em outras regiões colônias, por exemplo, nas Antilhas. No Brasil, os africanos recebiam salários pelos seus trabalhos, porém, não eram considerados cidadãos.
Ao analisar aspectos históricos da escravidão africana no Brasil, é possível perceber que o modo de trabalho foi predominantemente compulsório.A educação para as relações étnico-raciais
B. 
Consistiam na principal mão de obra que os senhores de engenho dispunham para a produção extremamente lucrativa do açúcar. Devido a isso, o tráfico de escravos acentuou-se no Brasil colônia.
Os africanos eram considerados as mãos e os pés dos senhores de engenho, e, sem eles, não seria possível o empreedimento lucrativo do açúcar.
C. 
Consistiam numa mão de obra secundária, porque os indígenas eram os verdadeiros responsáveis pelo corte e pelo refino do açúcar. 
Os aspectos históricos da escravidão africana demonstram que os africanos foram essenciais para o tipo específico da produção açucareira, a qual demandava grande esforço físico.
D. 
Por meio deles, o açúcar pôde ser comercializado em importantes países da Europa, como Holanda, Bélgica e Espanha.
A produção do açúcar brasileiro, em parceria com os holandeses, foi uma atividade extremamente lucrativa, sendo esse produto muito comercializado na Europa. Tal circulação era negociada diretamente entre senhores de engenho, portugueses e holandeses, na Europa.
E. 
Empenharam-se, junto com os indígenas, a partir de uma relação pacífica e politizada, no desenvolvimento e no crescimento dos engenhos de açúcar, obtendo, desse modo, uma pequena parte do lucro total da produção.
Durante a história do Brasil colonial, é possível perceber que tanto indígenas quanto africanos viveram situações de exclusão social e desenvolveram o trabalho compulsório.
5. 
A manutenção da identidade de um grupo está relacionada com o cultivo de aspectos culturais. Desse modo, pode-se afirmar que uma(algumas) das formas de manutenção do construto de uma etnia é(são):
A. 
A gravação digital de costumes para que possam ser preservados para a posterioridade.
A gravação digital capta apenas a materialidade produzida pelos diferentes grupos. Porém, o que se preserva para a posterioridade são justamente as tradições culturais dos diferentes povos.
B. 
O tombamento do local de origem de uma etnia.
O tombamento está relacionado ao patrimônio histórico, e uma etnia consiste na identidade de um determinado grupo que deve ser preservada além dos elementos materiais.
C. 
Os costumes e as tradições, como comemorações que evocam as memórias coletivas ou reforçam mitos que constituem o arcabouço interpretativo do grupo.
Como estudado nesta unidade, a etnia consiste justamente num conjunto de elementos culturais que reforçam a identidade dos diferentes povos.
D. 
A popularização e a comercialização das características culturais e dos símbolos de uma etnia. Isso pode ser observado no comércio de produtos artesanais específicos de uma etnia, como as bonecas Karajás.
O artesanato constitui um aspecto da representação de uma determinada cultura. Todavia, a preservação da etnia perpassa a necessidade de manter vivas diferes manifestações culturais na sociedade.
E. 
A identidade de um grupo étnico diz respeito apenas à cor da pele.
A identidade de um grupo étnico é composta justamente pelas tradições, pelos valores, pelos costumes, pela língua, pela culinárias, pelas formas de pensamento, dentre outras.
Aula 5.1 - Desigualdades sócio-raciais e políticas públicas
Para obter entendimento do processo de construção das desigualdades históricas no Brasil, é importante resgatar as práticas sociais que estabeleceram um paralelo com as condições de diferenças reproduzidas na sociedade contemporânea.
Minorias sociais com negros, índios, pessoas com deficiência, mulheres e outros segmentos sofrem até hoje consequências dessa cultura patriarcal, escravocrata e exploradora. Esta somente poderá ser superada por meio do reconhecimento dessas problemáticas e da implantação de políticas públicas substanciais e inclusivas que busquem o rompimento desses paradigmas e primem pelo respeito em vista da emancipação e autonomia desses sujeitos.
É possível perceber ao longo da história do Brasil que a formação da nação se deu com base nos preceitos de uma sociedade firmada sobre os princípios patriarcais, escravagista, que acabaram por impulsionar um processo de reprodução das desigualdades sociais que podem ser sentidas ainda nos dias de hoje.
A pesquisa Retrato das desigualdades de gênero e raça, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que a mulher e o negro são dois dos segmentos que mais foram estigmatizados em nossa sociedade e isto acaba por refletir de diversas formas, dentre as quais no processo de distribuição de renda no país. 
A cultura patriarcal existente em nosso país ainda deixa marcas de violência nas mulheres. A cada 7.2 segundos, uma mulher é agredida no Brasil. Em 2016, 4.645 mulheres foram assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras. No período de dez anos, observou-se um aumento de 6,4% na taxa de homicídios de mulheres ou feminicídios quando o crime é cometido em razão do critério de gênero.
Para combater essa epidemia de violência, instituiu-se, no ano de 2006, a Lei 11.340/2006, também conhecida como Lei Maria da Penha, que cria mecanismos de combate à violência contra a mulher e trata da eliminação de todas as formas de preconceito e discriminação de gênero.
Determinado município do Rio Grande do Sul tem por característica receber a passagem transitória de população indígena originária da tribo Kaingang. Esse povo costuma se deslocar para as cidades, geralmente, no período de férias escolares e entressafra. Esse período compreende os meses de novembro a abril,  sendo que, nesse período, observa-se um maior número de famílias acampadas junto à estação rodoviária municipal.
Os integrantes são originários de reservas Indígenas e se deslocam para a cidade para realizar a venda de artesanato, comércio em geral e compra e venda de produtos.
Luiza é a nova assistente social do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) desse município. A ela é dada como meta de trabalho a realização de diagnóstico e estudo de caso dessas famílias, com objetivo de inseri-las em programas sociais e identificar a possibilidade da construção de um espaço apropriado para essas famílias.
Desafio: Em 24 de julho de 1991 foi sancionada a Lei n.º 8.213 que, dentre outras providências, trata no artigo 93 da reserva de vagas a serem destinadas para a inclusão de pessoas com deficiências no mercado de trabalho.
Suponha que você seja contratado para atuar como assistente social em uma determinada empresa e tem por missão adequar a instituição à legislação vigente no que tange a inclusão de pessoas com deficiência no seu quadro funcional. 
Cite quais estratégias você poderá utilizar para trabalhar essa questão, promovendo a mobilização, a capacitação e a inclusão desses indivíduos, cumprindo com o que determina a lei.
Resposta: 
Uma estratégia possível seria realizar um estudo da empresa com o objetivo de conhecer o histórico da instituição, a cultura, o segmento e a demanda de mão de obra para traçar uma estratégia de mobilização e captação de funcionários. Propor um curso de capacitação profissional para pessoas com deficiência também seria uma estratégia importante para formar mão de obra qualificada para atuação nas áreas em que exista demanda de pessoal. 
Essas ações poderão ser desenvolvidas paralelas aatividades educacionais e de divulgação como palestras, distribuição de informativos impressos e eletrônicos, elaboração de folders e outros instrumentos que trabalhem a importância do respeito às pessoas com deficiência e da necessidade de se trabalhar a inclusão social desses indivíduos.
Exercícios:
1. 1. 
Nas primeirasdécadas do Brasil colônia, o país estava em processo de organização econômica e civil. Os portugueses, que já tinham experiências consolidadas em colônias tropicais como Índia e África, trataram de estabelecer um sistema de exploração que seria considerado a experiência mais significativa até então já praticada por eles. Segundo o autor, qual era a base financeira desse sistema?​​​​​​​
A. 
Nas primeiras décadas do Brasil colônia, devido ao intenso comércio marítimo, os portugueses adotaram o comércio como base financeira.
Tendo a agricultura como base financeira e estrutura patriarcal da família, o trabalho escravo e a miscigenação do português com as nativas (índias), criou-se as condições necessárias para o estabelecimento da cultura econômica e social do invasor.
B. 
A experiência trazida pelos portugueses permitiu o cultivo de plantas úteis alimentares que foram transplantadas com êxito para o meio agrícola. Assim sendo, os primeiros anos da colônia tiveram a agricultura como base financeira.
Tendo a agricultura como base financeira e estrutura patriarcal da família, o trabalho escravo e a miscigenação do português com as nativas (índias), criou-se as condições necessárias para o estabelecimento da cultura econômica e social do invasor.
C. 
A elevada demanda de mão de obra acabou tornando o comércio de escravos a base financeira da sociedade brasileira da época.
Tendo a agricultura como base financeira e estrutura patriarcal da família, o trabalho escravo e a miscigenação do português com as nativas (índias), criou-se as condições necessárias para o estabelecimento da cultura econômica e social do invasor.
D. 
Devido à riqueza mineral encontrada no Brasil, os primeiros anos tiveram a exportação de minérios como base financeira.
Tendo a agricultura como base financeira e estrutura patriarcal da família, o trabalho escravo e a miscigenação do português com as nativas (índias), criou-se as condições necessárias para o estabelecimento da cultura econômica e social do invasor.
E. 
Pela vivência com a cultura indígena, os colonizadores acabaram adotando o escambo como base financeira.
Tendo a agricultura como base financeira e estrutura patriarcal da família, o trabalho escravo e a miscigenação do português com as nativas (índias), criou-se as condições necessárias para o estabelecimento da cultura econômica e social do invasor.
2. 
O processo de contato entre nativos e colonizadores desencadeou uma cultura sexual entre homens brancos e mulheres índias. Essa miscigenação mostrou-se importantíssima para o plano de povoamento da colônia brasileira. Esse processo de formação social acabaria resultando naquilo que os historiadores chamam de:​​​​​​​
A. 
Sociedade Mestiça.
B. 
Sociedade Híbrida.
Foi através dos primeiros colonizadores que se preparou o campo para o único processo de colonização possível no Brasil, o da formação por meio da poligamia de uma sociedade híbrida.
C. 
Sociedade Mulata.
D. 
Sociedade Mescla.
E. 
Sociedade Mista.
3. 
O texto descreve o relato de um viajante europeu após sua estadia no Brasil. O autor desferiu duras críticas aos habitantes que eram fruto da miscigenação das raças que aqui se encontraram. Segundo ele, esse processo de mistura acabara por eliminar as melhores características encontradas no branco, no índio e no negro. Essa visão eurocêntrica tem criado uma imagem do país que, apesar de não representar de forma fidedigna toda a complexidade de uma sociedade multicultural como a nossa, tornou-se parte do imaginário que representa o Brasil. Conforme descrito no texto, qual é a imagem que o Brasil acaba passando no exterior?​​​​​​​
A. 
A imagem de paraíso sexual, do futebol, das praias e da justiça.
B. 
A imagem de país do futebol, do carnaval, das praias e do emprego.
C. 
A imagem de paraíso sexual, do futebol, das praias, do carnaval e da desmoralização política.
A visão eurocêntrica descrita pelo pesquisador se estendeu por séculos e ainda faz parte do imaginário estrangeiro sobre as representações encontradas aqui no Brasil. A imagem de paraíso sexual, do país do futebol, das praias e do carnaval, bem como da crescente desmoralização das instituições políticas demonstra uma visão preconceituosa e superficial sobre os aspectos da sociedade e da cultura brasileira.
D. 
A imagem de país do carnaval, do trabalho, das praias, de paraíso sexual e da desmoralização política.
E. 
Nenhuma das alternativas.
4. 
Candau (2003) afirma que a apologia à mestiçagem é uma das formas de dissimulação usada para amenizar as situações de desigualdades se utilizando da justificativa de que o cruzamento de diferentes raças possibilitou a ascensão social do negro mestiço, mulato. A partir dessa percepção da autora, como ela define esse processo?​​​​​​​
A. 
Mito da democracia racial.
A autora considera como sendo o mito da democracia racial o processo que pretende eliminar as distinções e desigualdades entre as três raças formadoras da sociedade brasileira (a negra, a indígena e a branca), que defende a existência de uma suposta igualdade entre elas desconsiderando, assim, o conflito, os estereótipos e o preconceito.
B. 
Mito da justiça racial.
C. 
Mito da evolução racial.
D. 
Processo de fusão racial.
E. 
Processo de democratização racial.
5. 
A sociedade machista brasileira, que determina um padrão cultural, social e dominante a ser seguido, é responsável pela criação desses estereótipos de gênero que afligem em grande parte as mulheres. Essa discriminação se acentua quando é formado o seguinte segmento:
A. 
Mulheres idosas.
B. 
Mulheres trabalhadoras.
C. 
Mulheres negras.
O preconceito contra as mulheres é persistente e se acentua quando mesclado com a condição racial, formando a mulher negra. Esses dois segmentos, que possuem um histórico de discriminação, violência e preconceitos, são considerados os mais vulnerabilizados, em especial, quando unidos.
D. 
Mulheres brancas.
E. 
Mulheres índias.
Aula 5.2 - O Direito e a proteção às minorias: Afro-brasileiros e indígenas
As desigualdades historicamente construídas geraram um desequilíbrio entre os povos. A marginalização das minorias fez com que se tornassem necessárias ações afirmativas com a finalidade de garantir as mesmas oportunidades a todos, além de possibilitar o debate, a educação e o estudo dos temas que envolvem o preconceito e a discriminação.
Desafio: Joaquim é um grande profissional, acumulando 15 anos de ótimas experiências em sua área. Ele pretende criar um curso em Montes Claros, Minas Gerais. Para isso, procura pela ajuda de um consultor educacional para saber como proceder. Após toda a consulta, Joaquim indaga ao consultor quais as implicações no curso no que diz respeito às exigências do ensino da temática dos afro-brasileiros e indígenas.
Imagine que você seja o consultor educacional e responda:
Como a temática dos afro-brasileiros e indígenas deve ser inserida no currículo do curso de Joaquim ou de qualquer outro?
Resposta: Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.
Exercícios:
1. 1. 
A tutela das minorias é garantida pelo Direito. Há na Constituição e em diversas leis regras que tutelam os grupos minoritários. Qual o motivo para tutelar as minorias?
A. 
Elas são inferiores.
As minorias não podem ser consideradas inferiores. Aliás, o que se pretende é acabar com essa mácula de suposta inferioridade.
B. 
Elas são fracas.
As minorias não são fracas. Antes disso, são resistentes,o que se comprova pelo fato de suportarem a opressão.
C. 
Elas não têm espaço.
Embora seja restrita a atuação de uma parte significativa dos membros das minorias, há um espaço a eles destinado, porém, as oportunidades não são iguais.
D. 
Elas são marginalizadas.
O fato das minorias terem sido marginalizadas, seja na história recente ou não, faz com que elas tenham o direito à tutela conferida pelo Direito.
E. 
Elas não se impõem.
Na verdade as minorias lutam contra a imposição, contra a homogeneização da cultura, da etnia, da sexualidade etc.
2. 
Os grupos de minorias nas sociedades atuais são variados e dependem de cada sociedade. Pode-se considerar como minorias tuteláveis os:
A. 
banqueiros.
Os banqueiros, embora sejam uma minoria em número de pessoas, não carecem de tutela.
B. 
políticos.
Os políticos são minoria em números. Contudo, isso não lhes dá o reconhecimento de minorias tuteladas pelo Direito.
C. 
descendentes de quilombolas.
Os descendentes de quilombolas carecem de tutela, pois consistem em uma população historicamente alijada dos processos sociedades de desenvolvimento.
D. 
fazendeiros.
Os fazendeiros são minorias numéricas em nosso país, mas não se enquadram no conceito de minorias marginalizadas.
E. 
empresários.
Os empresários não são marginalizados, portanto não carecem de tutela.
3. 
Dois dos principais grupos que sofrem com a marginalização em nossa sociedade são os afrodescendentes e os indígenas. Sobre o tema, marque a alternativa INCORRETA.
A. 
Urge reparar os danos materiais, psicológicos, educacionais e políticos causados às populações negras e indígenas.
Isso decorre da escravatura ou de outras políticas desenvolvidas que repercutiram negativamente na esfera jurídica dessas minorias. A ideia consiste em reconhecer essa dívida histórica e adotar políticas que visem a atenuar os perversos efeitos dos antigos regimes e que coíbam a discriminação e o racismo.
B. 
É importante tomar conhecimento da complexidade que envolve o processo de construção da identidade negra em nosso país.
"Processo esse, marcado por uma sociedade que, para discriminar os negros, utiliza-se tanto da desvalorização da cultura de matriz africana como dos aspectos físicos herdados pelos descendentes de africanos. Nesse processo complexo, é possível, no Brasil, que algumas pessoas de tez clara e traços físicos europeus, em virtude de o pai ou a mãe ser negro(a), se designarem negros; que outros, com traços físicos africanos, se digam brancos." (DCNs, 2004, p. 15)
C. 
Temos mandamentos constitucionais e leis que orientam as políticas educacionais em matéria de história e cultura dos afrodescendentes e dos indígenas.
Além dos mandamentos constitucionais, uma lei foi determinante para que se ampliassem as ações voltadas para corrigir as distorções históricas do ponto de vista educacional, Lei 10639/2003, que alterou a Lei 9394/1996.
D. 
Incumbe ao Estado promover e incentivar políticas de reparações que assinalem o dever do Estado de garantir indistintamente iguais direitos para o pleno desenvolvimento de todos e de cada um.
"Cabe ao Estado promover e incentivar políticas de reparações, no que cumpre ao disposto na Constituição Federal, Art. 205, que assinala o dever do Estado de garantir indistintamente, por meio da educação, iguais direitos para o pleno desenvolvimento de todos e de cada um, enquanto pessoa, cidadão ou profissional. Sem a intervenção do Estado, os postos à margem, entre eles os afro-brasileiros, dificilmente, e as estatísticas o mostram sem deixar dúvidas, romperão o sistema meritocrático que agrava desigualdades e gera injustiça, ao reger-se por critérios de exclusão, fundados em preconceitos e manutenção de privilégios para os sempre privilegiados." (DCNs, 2004, p. 11)
E. 
A tutela das minorias é um dever do Estado e isso não impacta os particulares, já que o tema é de natureza eminentemente pública.
A tutela das minorias é um dever do Estado e isso impacta os particulares.
4. 
A proteção às minorias condiz com um Estado Democrático de Direito, porquanto merecem tutela. Com base nisso, marque a alternativa INCORRETA.
A. 
É preciso dizer que minorias para o Direito não são compreendidas como grupos (étnicos, raciais, culturais etc.) de poucas pessoas.
O número de envolvidos nos grupos denominados de “minorias” não é preponderante para como tal serem considerados.
B. 
As minorias podem ser entendidas como grupos marginalizados dentro da sociedade por diversos motivos, tais como a religião, a cor etc.
Essa marginalização pode ter diversas raízes, principalmente em razão dos aspectos econômicos, sociais, culturais, sexuais, físicos ou religiosos.
C. 
O reconhecimento da importância da história e cultura dos negros e indígenas requer adoção de políticas de ações afirmativas.
Isso para que se possa permitir a ascensão do negro na sociedade, para que se possa oferecer ao índio as mesmas oportunidades que são a todos oferecidas.
D. 
Políticas de reparações e de reconhecimento formarão programas de ações afirmativas.
Isto é, conjuntos de ações políticas dirigidas à correção de desigualdades raciais e sociais, orientadas para oferta de tratamento diferenciado com vistas a corrigir desvantagens e marginalização criadas e mantidas por estrutura social excludente e discriminatória.
E. 
Os criminosos, como estão marginalizados pela sociedade, também compõem um grupo de minorias aos quais a sociedade e o Estado devem respeitar a cultura, a história e as raízes.
Os criminosos não compõem um grupo de minorias tuteláveis. É possível, contudo, que sejam parte de uma minoria, mas não como infratores da lei e sim por outra condição sexual, religiosa, cultural, étnica etc.
5. As ações governamentais devem tender à erradicação da discriminação e de toda forma de preconceito. Assim sendo, marque a alternativa INCORRETA.
A. 
Existem oportunidades e tratamento igual para ambas as populações no Brasil: negras e brancas.
Muito embora convivam no Brasil negros e brancos, não existem oportunidades e tratamento igual para ambas as populações. Aproximadamente 45% da população brasileira é composta por negros e isso não tem sido suficiente para eliminar ideologias, desigualdades e estereótipos racistas.
B. 
A educação das relações étnico-raciais que aproxima brancos e negros no processo de aprendizagem permite a construção de uma sociedade justa.
ofertar aos estudantes a educação das relações étnico-raciais que aproxima brancos e negros no processo de aprendizagem, com troca de conhecimentos, elimina barreiras e permite a construção de uma sociedade justa, igual, equânime.
C. 
Os estabelecimentos de ensino de diferentes níveis devem desenvolver a educação das relações étnico-raciais.
Todos os estabelecimentos de ensino, públicos ou privados, de diferentes níveis devem desenvolver a educação das relações étnico-raciais e o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, obedecendo as diretrizes do Parecer CNE/CP 003/2004.
D. 
Falar em correção de erros históricos compreende a necessidade de se fazer justiça em termos de igualdade.
Isso requer iguais direitos econômicos, civis, políticos, culturais e, também, o reconhecimento do papel relevante que o negro e o índio possuem na construção da nossa identidade cultural.
E. 
Ações afirmativas atendem ao determinado pelo Programa Nacional de Direitos Humanos, bem como aos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil.
Isso com o objetivo de combate ao racismo e a discriminações, tais como: a Convenção da UNESCO de 1960, direcionada ao combate do racismo em todas as formas de ensino e a Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Discriminações Correlatas de 2001.
Aula 6.1 - Direitos étnicos-culturais dos povos indígenas
A questão dos povos indígenas tem sido muito discutida na atualidade. É muito comum, por exemplo, assistir a queimadas, agressões e, por vezes, assassinatos contra esses povos. Muitas pessoas também não entendem o modo de vida ou a realidade deles. De um lado, existe o aspecto materialdas condições de vida que são proporcionadas a esses povos em regiões demarcadas. De outro lado, tem-se a incompreensão cultural do modo como eles se relacionam com a realidade e o mundo.
De fato, a história do Brasil vem acompanhada da história do massacre indígena, seja ele físico ou cultural. Desse modo, há duas versões
sobre a construção do nosso País, e o lado mais explorado, massacrado, foi o dos indígenas, juntamente com os escravos negros e os ​​​​​​​povos quilombolas.
O Brasil é um país com uma extensão territorial enorme, e boa parcela desse território abriga parte da floresta amazônica. Desse modo, a habitação dos povos ameríndios se dá em meio à natureza, isto é, ​​​​​​​em grande parte da floresta amazônica. Atualmente, cerca de 450 territórios são demarcados como terras indígenas.
Pensar a realidade dos povos indígenas é, antes de tudo, partir do pressuposto de que esses povos interagem com a realidade a partir de outro registro simbólico. Isso quer dizer que, enquanto para a sociedade ocidentalizada a realidade, a natureza e o mundo são pensados por um sistema/registro que tem como base a ciência, a matemática, a filosofia, entre outras formas de conhecimento, a compreensão indígena sobre o mundo está amparada em uma cosmovisão. Ou seja, para os povos indígenas, a natureza está ligada aos seres de modo espiritual. Portanto, preservar a natureza é preservar entidades, espíritos, uma forma de subsistência física e cultural.
​​​​​​​A cosmovisão indígena ainda é um mistério para os não indígenas. De fato, o modo de significar o mundo pelos povos ameríndios é outro. Ou seja, a compreensão cultural é atrelada à relação com a natureza. Portanto, não há cultura indígena sem uma relação fundamental com o mundo. Davi Kopenawa (líder Yanomami e xamã) e o antropólogo francês Albert Bruce publicaram uma importante obra, a qual retrata a cosmovisão indígena. Assim, além de explicar o modo como se relacionam com a natureza, os autores narram como esses povos compreendem o modo de vida não indígena e como este é nocivo ao mundo.
Muitas pessoas questionam, ainda hoje, a finalidade da demarcação​​​​​​ de terras indígenas. Ou seja, a conscientização da importância da preservação desses territórios ainda é escassa. Para além da importância para o modo de vida dos povos ameríndios, a demarcação das terras contribui consideravelmente para o equilíbrio ecológico.
Desafio: O conflito entre a sociedade e os povos indígenas constitui toda a história do Brasil desde a chegada dos portugueses. Assim, os povos ameríndios nunca receberam um tratamento digno, e muitos, na atualidade, ainda não recebem. Apesar da importante conquista constitucional de 1988, as terras demarcadas são tratadas por parte do Estado de forma hostil, e os indígenas nem sempre são tratados de acordo com o que consta na Constituição. Ou seja, além de terem difícil acesso a serviços básicos, os indígenas ainda são hostilizados.
Considerando o contexto apresentado, suponha a situação a seguir:
Com base nos seus conhecimentos, responda as seguintes questões:
a) Descreva em quais condições o ambulatório deverá ser construído.
b) Explique como os profissionais da área da saúde devem proceder em relação a essa comunidade indígena de modo a preservar e a respeitar seu modo tradicional de vida. 
Resposta: 
a) O ambulatório indígena deve ser construído dentro da comunidade
de modo a aproximar o contato dos profissionais da saúde com
os indígenas.
b) O tratameno de doenças que afetam o povo deve respeitar seu
modo tradicional. Ele deve ser oferecido, e nunca imposto.
Os profissionais que atuarem nessa comunidade devem sempre buscar contato com o pajé ou com os curandeiros da tribo para a atuação em conjunto com essas importantes figuras de liderança da comunidade. Deve, ainda, ser garantida a manutenção dos cuidados médicos tradicionais desse povo, que devem ser aliados aos cuidados médicos trazidos pelos órgãos públicos. Os profissionais da saúde devem focar nos cuidados básicos e na orientação em relação a eventuais questões de saneamento básico com vistas à prevenção de doenças.
Exercícios:
1. 1. 
Os povos indígenas têm um modo de vida diferente do modo de vida nas cidades. As áreas demarcadas garantem a subsistência desses povos na medida em que é nesse espaço que se organizam, cultivam e manifestam sua cultura, que está relacionada com a própria vida em meio à natureza. Nesse contexto, a migração de alguns indígenas para a cidade ocorre devido a:
I. Busca por um modo de vida não indígena.
II. Tutela de órgãos governamentais.
III. Falta de serviços básicos em áreas demarcadas.
IV. Exploração do agronegócio nessas regiões.
Marque a alternativa que contém a(s) afirmação(ões) correta(s):
A. 
Somente I.
B. 
Somente II e IV.
C. 
Somente I e III.
D. 
Somente III.
E. 
Somente III e IV.
As afirmativas III e IV estão corretas. Muitos indígenas acabam migrando para as cidades também pela falta de prestação de serviços básicos em áreas demarcadas. Ou seja, muitas vezes, os órgãos governamentais não constroem, próximo a essas áreas, centros de atendimento médico, sistema de saneamento básico, entre outros serviços necessários à vida. Outro aspecto é a expropriação por parte de setores do agronegócio, que acabam violentando os povos indígenas, queimando essas regiões, entre outras ações. Portanto, a migração indígena, via de regra, não está ligada a uma busca por se integrar à vida social das cidades ou ainda fugir da proteção de órgãos como a Funai, já que esses povos têm direito à autonomia e não podem ser tutelados.
2. 
A Guerra da Conquista foi um processo lento e de genocídio dos povos ameríndios. Isso significa que não ocorreu de fato como um enfrentamento imediato. Os portugueses, ao desembarcarem no território brasileiro, foram aos poucos conquistando a confiança dos povos originários e, então, começaram a escravizá-los. Nesse sentido, é correto afirmar que:
A. 
a Guerra da Conquista acabou assim que os portugueses conquistaram o País.
B. 
a guerra durou até o período republicano, ou seja, até a Proclamação da República.
C. 
a guerra perdura até hoje pela herança colonialista e integracionista da sociedade.
A Guerra da Conquista foi um período da história em que os povos indígenas foram praticamente dizimados. Entretanto, mesmo com a colonização e a conquista do território nacional, os povos indígenas que sobreviveram foram vítimas de diversas outras formas de guerra, tanto que, para o líder indígena, Ailton Krenak, a guerra nunca acabou. Ou seja, mesmo durante a escravidão negra, destaca-se o episódio das invasões holandesas e francesas os indígenas eram perseguidos, escravizados e mortos. Mesmo durante o período republicano, os indígenas foram excluídos de seus direitos por ideais conservadores. Entretanto, uma importante conquista ocorreu na Constituição de 1988, e os direitos desses povos foram reconhecidos como originários, bem como foi reconhecida a sua autonomia. Mesmo assim, a guerra contra esses povos é constante, normalmente fundamentada em uma visão integracionista e colonialista. Ou seja, eles são incompreendidos e alvo de preconceito da sociedade.
D. 
a guerra acabou assim que ocorreram as invasões holandesas e francesas no norte do País.
E. 
a guerra contra os povos indígenas durou até o reconhecimento desses povos na Constituição de 1988.
3. 
O conceito de perspectivismo em relação aos ameríndios dignifica a cosmovisão e a cosmologia da heterogeneidade humana e não humana. Desse modo, participam do perspectivismo todos os seres, entidades e espíritos que compõem uma cosmologia. Nesse sentido, o modo de ver da onça é tão dignificado quanto o modo de ver de um humano. A partir desses modos de conceber o mundo, é correto afirmar sobre a cosmopolítica:
A. 
A cosmopolítica é a ausência de política.
B. 
A cosmopolítica é relativista em relação à política.
C. 
A cosmopolítica propõe uma política universal indígena.
D. 
A cosmopolítica entende a política como integracionista.
E. 
A cosmopolítica relaciona a cosmovisão coma política.
A cosmopolítica busca dignificar o cosmos em relação à política, isto é, o conceito, cunhado por Isabela Stengers, da reflexão acerca da ciência, ou seja, de quem e o que pode atestar conhecimento sobre algo. Sendo assim, a política está ligada à cosmovisão de mundo. Por exemplo: para os ocidentais, é natural o consumo de carne de vaca na Índia, não o é, pois a vaca é um animal sagrado. Desse modo, trata-se de uma questão que envolve um posicionamento também político a um modo de conceber o mundo. Assim, a proposta cosmopolítica não propõe uma ausência de política, muito menos um relativismo, uma vez que busca dignificar as cosmovisões e visa ao respeito mútuo entre elas. Portanto, não se pode entender a cosmopolítica a partir de uma universalidade cultural que implicaria também em uma integração, colonização de outras culturas em uma só.
4. 
A questão das terras indígenas é, até a atualidade, fonte de conflito. De um lado, tem-se o posicionamento da indústria, que vê nesses territórios uma fonte de riquezas naturais e, portanto, rentáveis. De outro, há os povos que habitam essas terras, os quais entendem esses locais como sagrados e que, por isso, devem ser preservados. Nesse contexto, a Lei de Terras previa:
I. As doações de terras por parte da Coroa.
II. As demarcações de terras indígenas.
III. A posse de terra mediante compra.
IV. A distribuição de terras de forma igualitária.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s):
A. 
Somente I e II.
B. Somente III e IV.
C. Somente I.
D. 
Somente III.
Apenas a afirmativa III está correta. A Lei de Terras, instituída em 1850, previa que a Coroa não doaria nem distribuiria mais as terras do território nacional; assim, a posse de terras se daria apenas mediante a compra. Já, naquele período, os povos indígenas habitavam em muitas terras mais afastadas, principalmente na Amazônia. Tal lei contribuiu para a expropriação desses povos de algumas áreas, uma vez que as terras eram compradas e, com o aumento na falsificação de documentos de posse, muitas pessoas alegavam serem donas de terras que "não tinham donos".
E. Somente IV.
5. Até a Constituição de 1988, os indígenas eram vistos como sujeitos a serem integrados socialmente e, quando não, deveriam ser tutelados por órgãos governamentais. Nesse contexto, com o surgimento da organização indígena pan-étnica, as reuniões foram sendo dificultadas, pois, para saírem dos espaços, os indígenas necessitavam de permissões. A Funai, após a Constituição de 1988, é modificada. Assinale a alternativa correta sobre a Funai:
A. 
A Funai ficou responsável legalmente pelos indígenas.
B. 
A Funai ficou praticamente sem função legal frente aos povos.
C. 
A Funai se tornou um órgão de proteção dos povos indígenas.
Até a Constituição de 1988, a Funai era o órgão responsável legalmente pelos indígenas e tinha a função de tutelá-los. Com as alterações constitucionais, os povos indígenas obtiveram o direito de autonomia, inclusive jurídica, frente ao Estado. Assim, a Funai, atualmente, tem a função de proteger esses povos, preservar sua cultura e demarcar os territórios indígenas.
D. 
A Funai ainda é responsável por tutelar os povos indígenas.
E. 
A Funai atua apenas em relação à preservação cultural indígena.
Aula 6.2 - Políticas públicas voltadas às populações indígena e quilombola
As populações indígena e quilombola têm uma história marcada por dificuldades, preconceitos e lutas. Apenas com a promulgação da Constituição Federal de 1988 foi iniciada uma nova perspectiva para a atenção direcionada a essas comunidades. As políticas públicas voltadas para essas populações tendem a considerar suas características e necessidades, apesar de terem muito ainda a avançar.
As Políticas de Reparação são instrumentos criados pelo Estado no sentido de corrigir possíveis prejuízos sofridos pela população negra de forma geral, em razão da condição vivida ao longo da história. Trata-se de políticas importantes que têm como pano de fundo a perspectiva de contribuir para a eliminação de todas as formas de preconceito.
As políticas públicas direcionadas às populações indígena e quilombola adquiriram papel de destaque e efetividade após a Constituição Federal de 1988. Resultado de intensa movimentação e luta, os direitos passaram a ser considerados e as populações reconhecidas em suas especificidades. Embora haja muitos avanços na forma de implementar as políticas públicas nessa área, há muito ainda a avançar. O Serviço Social, enquanto profissão destinada a assegurar o direito dos usuários, atua em diversos espaços sócio-ocupacionais e com públicos diversos, dentre eles indígenas e quilombolas.
A população indígena representa um importante grupo para a atuação do Serviço Social. No entanto, para que os seus direitos, culturas e formas de vida sejam respeitados, é necessário conhecer um pouco mais da realidade desses povos.
A Constituição Federal de 1988 inovou ao assegurar aos indígenas direitos e garantias, equiparando-os aos demais cidadãos. Na Política de Assistência Social isso não foi diferente e foram estabelecidos os direcionamentos para atenção a essa população.
Desafio: O Serviço Social está presente no atendimento à população indígena tanto nas aldeias quanto nas áreas próximas a elas. Nessa perspectiva, a atuação prevê uma prática direcionada para resguardar os direitos e as características das comunidades.
Você é assistente social de uma Unidade Básica de Saúde de um município do interior paulista com aproximadamente 14 mil habitantes. Em uma das cidades vizinhas, há uma aldeia indígena e comumente os habitantes dessa comunidade vão a esse município quando necessitam de serviços de saúde e até mesmo do comércio local.
​​​​​​​Enquanto assistente social da Unidade Básica de Saúde, analise as possibilidades de atendimento a essa demanda.
Resposta: As populações indígenas têm direitos assegurados pela Constituição Federal de 1988 e devem ser tratadas em igualdade de condições, apesar de consideradas as suas especificidades.
Nesse caso, após entrevista e acolhimento às demandas trazidas pelo casal, é importante assegurar o direito à saúde e acompanhamento pré-natal, conforme consta na Constituição Federal e no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Tendo feito isso, é igualmente importante conhecer a história de vida do casal e da adolescente, a fim de verificar a necessidade de encaminhamentos para a rede socioassistencial do município de origem. Isso pode ser feito mediante contato telefônico com o técnico de referência no município.
Exercícios:
1. 1. 
O processo civilizatório ocorrido nas terras brasileiras teve Portugal como pioneiro. O primeiro contato entre portugueses e indígenas ocorreu em 1500 e a colonização foi considerada muito radical. Qual foi o real interesse de Portugal, segundo a visão de Darcy Ribeiro?​​​​​​​
A. 
As mercadorias, o ouro e as riquezas.
B. 
A população que já vivia nas terras brasileiras.
O processo civilizatório possibilitou o desenvolvimento das grandes navegações e Portugal foi o pioneiro nessa área. Assim, em 1500 foi registrado o primeiro contato entre portugueses e indígenas. Na visão de Darcy Ribeiro (1995), a colonização por parte de Portugal foi muito radical, e, para o autor, o interesse real de Portugal não eram as mercadorias, o ouro e outras riquezas, mas o povo que aqui se encontrava, que poderia servir, dentre outras coisas, como mão de obra barata para os portugueses.
C. 
O acesso por mar a pontos importantes de comércio.
D. 
A administração de um novo país e a expansão do poder de Portugal.
E. 
A venda dos produtos produzidos pelos nativos.
2. 
Os quilombos eram importantes grupos formados por negros fugidos das fazendas ou engenhos de cana-de-açúcar. Eram definidos como habitações em parte despovoada composta por negros fugidos, desde que em número superior a cinco. Diante o exposto, qual era a visão da sociedade da época a respeito dessas comunidades?
A. 
Eram símbolo de resistência e luta, considerados como opositores à ordem vigente.
Os quilombos marcaram a históriabrasileira e podem ser considerados como sinônimo de resistência e luta de um importante grupo populacional, em um momento muito crítico da sociedade brasileira. Por esse motivo, tentava-se criminalizar e penalizar os habitantes dos quilombos, considerados como favorecedores da oposição à ordem vigente. Assim, não se tratava de um grupo constituído por portugueses ou que buscava o apoio da sociedade para alcançar melhores condições de vida. Eles tinham propósitos bem definidos e sua organização se refletia na luta e na resistência à escravidão.
B. 
Eram sinônimos de organização de uma categoria na luta por melhores condições de vida, e, portanto, tinham o apoio da sociedade.
C. 
Eram grupos formados por jovens portugueses contrários às normas estabelecidas na época.
D. 
Eram grupos de forte cunho cultural que influenciavam os portugueses que aqui chegavam.
E. 
Eram grupos desorganizados que não tinham propósitos em sua atuação.
3. 
Quando pensamos na garantia dos direitos da população quilombola, além da Constituição Federal de 1988, temos o desenvolvimento de um programa conhecido como Brasil Quilombola e a instituição da Agenda Social Brasil Quilombola. Todavia, na área da educação, qual é o principal avanço relacionado à atenção a esses grupos?
A. 
Obrigatoriedade do ensino da cultura africana e quilombola nos cursos de Artes.
B. 
Obrigatoriedade da comemoração do dia 20 de novembro nas escolas públicas de todos os municípios brasileiros.
C. 
Obrigatoriedade do ensino de História Quilombola na educação infantil.
D. 
Obrigatoriedade de acesso de toda a população que vive em quilombos à educação oferecida fora das áreas quilombolas.
E. 
Obrigatoriedade do ensino de História e Cultura afro-brasileira e africana na Educação Básica.
Além dos avanços nas políticas públicas direcionadas para a população quilombola, a educação adquiriu lugar de destaque, pois em 2003 foi promulgada a Lei nº. 10.639, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura afro-brasileira e africana na Educação Básica. Essa Lei denota o reconhecimento da importância da história do conhecimento dessa população para as novas gerações. Registra-se, ainda, no país as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola na atenção básica (que organiza o ensino ministrado nas instituições educacionais, direcionado a essa população).
4. 
A população indígena também tem seus direitos assegurados na Constituição Federal de 1988, e pode-se dizer que ela é a principal responsável por uma nova fase na relação entre Estado e comunidade indígena. Qual é a implicação desse novo tipo de relação estabelecida entre eles?​​​​​​​
A. 
Implicou no rompimento com valores etnocêntricos que reforçavam as diferenças entre Estado e comunidade indígena.
No que se refere às políticas públicas direcionadas para a população indígena, destaca-se que os direitos assegurados a essa população estão expressos em um capítulo específico da Constituição Federal, e passa a ser considerado: “são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. A inclusão desses aspectos na Constituição Federal foi responsável por uma nova fase no que se refere à relação entre Estado e população indígena, uma vez que implicou no rompimento com valores etnocêntricos que reforçavam as diferenças entre eles.
B. 
Implicou na supremacia do Estado nas decisões relacionadas às comunidades indígenas.
C. 
Implicou na piora da qualidade da relação entre Estado e indígenas, uma vez que estes passaram a ter seus direitos cerceados.
D. 
Implicou na ausência de responsabilidade do Estado na condução da política indígena.
E. 
Implicou na redução de recursos destinados especificamente para a política indigenista.  
5. 
A Política Nacional de Assistência Social assegura a proteção social a todos que dela necessitarem, independente de contribuição. Baseados na perspectiva da equidade, qual é o público-alvo dessa Política?
A. 
Pessoas com renda per capita inferior a ¼ do salário mínimo, excluídos das estatísticas oficiais e invisíveis para os setores da sociedade.
B. 
Indígenas e quilombolas sem fonte de renda própria e aqueles que têm algum tipo de deficiência.
C. 
Segmentos com maiores graus de riscos sociais, como a população em situação de rua, indígenas, quilombolas, adolescentes em conflito com a lei, os quais ainda não fazem parte de uma visão de totalidade da sociedade brasileira.
A Política Nacional de Assistência Social assegura a todos que necessitarem, independente de contribuição, a provisão da proteção social. Dentre o público-alvo dessa Política, baseada na perspectiva da equidade, a Assistência Social atua com outros segmentos sujeitos a maiores graus de riscos sociais, como a população em situação de rua, indígenas, quilombolas, adolescentes em conflito com a lei, os quais ainda não fazem parte de uma visão de totalidade da sociedade brasileira. A proposta é tornar visíveis setores da sociedade brasileira considerados como excluídos ou invisíveis para as estatísticas oficiais. Assim, essa Política não restringe seu público-alvo a indígenas e quilombolas sem recursos financeiros ou com alguma deficiência. A renda também não se constitui no critério único para atendimento a essas populações.  
D. 
Todos os indivíduos que não tiverem condições de prover a própria subsistência, pois todos são considerados iguais perante a lei.
E. 
Todos os indivíduos, sem distinção de classe social ou renda, constituem-se no público-alvo dessa Política, que tem caráter universal.

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