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Conceito Puerpério é o período imediato após o parto e varia de espécie para espécie. - modificações fisiológicas uterinas: eliminação das secundinas ou delivramento e involução uterina FASE 1 – DELIVRAMENTO - pós parto imediato até a eliminação de todos os anexos fetais (placenta) • Mecanismo de ação - atividade contrátil do miométrio - perda de aderência materno-fetal - espessamento e preguiamento da mucosa uterina - diminuição do lúmen e do volume total do útero - DURANTE A GESTAÇÃO FINAL: - modificações celulares na pars fetalis da placenta - início da degeneração dos vilos coriônicos - modificações homeostáticas Placenta madura x imatura (a placenta imatura pode ficar retida) FASE 2 – INVOLUÇÃO UTERINA - volta do útero à condição não gravídica (mais lenta e gradual, podendo durar semanas) • Mecanismo de ação - reabsorção e dissolução tecidual: enzimas lisossomais armazenadas na gestação - apoptose responsiva à P4 - CONTRATILIDADE DO MIOMÉTRIO - resposta a ocitocina: 24h após parto - resposta a pgf2: 4 a 5 dias pós parto Lóquios Secreção serosa presente na cavidade uterina, com restos celulares da superfície endometrial, que foram destruídos por degeneração gordurosa - duração e coloração variáveis com a espécie e tempo pós parto - lóquios NÃO SÃO mal cheirosos, pois caso seja pode indicar uma metrite É normal lóquio esverdeado por causa da uteroverdina – nas CADELAS Puerpério patológico Temperatura: aferir nas 2 primeiras semanas - não deve ultrapassar 39,5ºC - temperaturas entre 40 e 40,5 podem indicar metrite, mastite ou hipocalcemia Manter a higiene do local, evitar que muitas pessoas fiquem pegando nos filhotes para fazer com que a fêmea se sinta segura. Podemos lavar a região da vulva da cadela, e higienizar as mamas diariamente com água e sabão antisséptico, depois secar bem. AVALIAÇÃO DIÁRIA Lóquios: coloração esverdeada, inodoro, e eliminação até 5 a 6 semanss Leite: levemente amarelado ou branco Glândulas mamárias: inspeção e palpação, temperatura e consistência (não podem estar muito duras/firmes) • Hemorragias - lesões em tecidos moles (correção de distocia) - alterações de coagulação DIAGNÓSTICO - inspeção, palpação - vaginoscopia - diferenciar o local de lesão (se não observamos alterações em vagina, pode estar vindo direto do útero) – realizar um ultrassom TRATAMENTO - compressão local (se está vindo do canal vaginal) - ocitocina (IV ou IM) – estimula a contração do útero e consequente estenose de vasos - cirúrgico: OHE • Retenção de placenta - comum em vacas leiteiras - sérias consequências em éguas - RARO em cães e gatos CAUSAS - falta de contração uterina - falha na separação pars fetalis e pars materna - falha de fechamento da cérvix DIAGNÓSTICO - palpação abdominal: pouco efetiva - US abdominal (não é fácil identificar a placenta pois há muito conteúdo de lóquio) TRATAMENTO - remoção manual: NUNCA forçar intensamente para não causar hemorragias graves - administrar ocitocina ou PGF2 - antibioticoterapia Acompanhamento com US e hemograma para avaliar se não evoluiu para uma metrite. • Metrite Puerperal - Inflamação de todas as camadas do útero: endométrio, miométrio e Perimétrio durante o período pós-parto com comprometimento sistêmico da mãe ETIOLOGIA Mecanismos de defesa uterina ineficiente após o parto PREDISPOSIÇÃO - retenção de placenta - distocias fetais e maternas - natimortalidade - gestação prolongada - manejo sanitário inadequado - alteração da involução uterina: >12 dias - afecções metabólicas - idade avançada e primíparas (primeiro parto) SINAIS CLÍNICOS - corrimento vaginal fétido - diminuição da produção de leite - hipertermia ou normotermia - inapetência e depressão - anorexia - rejeição dos filhotes - choque: desidratação e hipovolemia e septicemia DIAGNÓSTICO - Anamnese + exame físico - Vaginoscopia: secreção de coloração vermelho- amarronzada ou amarelada - US - Exames: hemograma, microbiológico de vagina cranial (flora vaginal) TRATAMENTO - terapia de suporte se necessário - analgesia - antibioticoterapia sistêmica de amplo espectro - agentes ecbólicos: riscos de ruptura do útero - retirada dos filhotes e mantê-los no manejo de órfãos OCORRE DIMINUIÇÃO DA FERTILIDADE • Prolapso uterino - mais frequente em gatas, ocorre no momento do parto ou puerpério devido a dilatação cervical - quadro EMERGENCIAL e AGUDO SINAIS CLÍNICOS - tenesmo intenso, descolamento placentário incompleto, excessivo relaxamento pélvico e perineal - vagina cranial: dor abdominal inespecífica, contrações - completo: edema, ulcerações, necrose - ruptura de vasos uterinos/ovarianos TRATAMENTO - lavagem, lubrificação e proteção do tecido - redução: episiotomia dorsal, solução salina - sedação + anestesia (epidural) - necrose: excisão e redução da porção sadia - redução cirúrgica: laparotomia + histeropexia (pontos no órgãos para fixa-los em algum lugar, ex: parede abdominal) - choque: estabilizar + laparotomia - antibioticoterapia sistêmica - diferenciar com prolapsos de vagina e vesícula urinária • Hipocalcemia puerperal Pode ser chamada também de eclampsia ou tetania da lactação - 23% das emergências obstétricas ETIOLOGIA No terço final da gestação a fêmea utiliza mais cálcio devido a mineralização fetal, e também no momento do parto para auxiliar na contração do miométrio; No pós-parto há a maior demanda devido a lactação FATORES PREDISPONENTES - dieta inadequada: hipocalcemia, hipofosfatemia, hipomagnesemia - porte: animais pesados - tamanho da ninhada: GRANDE - primíparas ATENÇÃO: Não podemos fazer uma dieta com EXCESSO de cálcio, pois irá ocorrer inibição da absorção (inibição do paratormônio), e no momento da lactação/parto a fêmea iria mobilizar cálcio dos ossos, utilizando o paratormônio (que está inibido devido a dieta de cálcio em excesso) - NÃO INDICAR suplementação de cálcio no momento da gestação, uma ração de filhote já é suficiente SINAIS CLÍNICOS • CADELA: hipertermia, espasmos musculares, polidipsia, taquicardia, convulsões e emese • GATAS: hipotermia, hiperexcitabilidade, hipersensibilidade, paralisia flácida (semelhante a ruminantes) COMPLICAÇÕES - falência cardiorrespiratória - hipertermia intensa -edema cerebral - MORTE DIAGNÓSTICO - anamnese + exame físico - Ca ionizado total < 0,8 mmol/L (1,2-1,4) ou 4mg/100mL DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - Hipoglicemia: especialmente nos casos em que não há resposta ao tratamento com cálcio - epilepsia - meningoencefalite - envenenamento por cafeína TRATAMENTO • Mastite Processo inflamatório da glândula mamária, muito frequente - mais comum no pós parto e final da lactação - pseudociese - neoplasias ETIOLOGIA Bacteriana (ascendentes) – comuns na pele do animal como Eschirichia coli, Staphilococcus e Streptococcus - Lesões dos tetos - Congestão mamária SINAIS CLÍNICOS - comprometimento sistêmico: apatia, depressão clínica, anorexia, adipsia - rejeição da ninhada - aumento de volume - sinais de inflamação: DOR, hipertermia - ulceração e necrose das mamas - presença de secreção: alteração do leite - síndrome do leite tóxico: alteração neonatais nos filhotes DIAGNÓSTICO - Histórico clínico: pós-parto - Inspeção visual - Alterações nos neonatos: choro - Cultura e antibiograma: S. aureus e E. coli TRATAMENTO - limpeza local - antibioticoterapia: base fraca, lipossolúvel: amoxi/clav, cefalexina - anti-inflamatórios e analgésicos (tramadol) - agentes inibidores da prolactina (secar o leite) - aleitamento artificial -mastectomia e debridamento EVOLUÇÃO - Mastite gangrenosa, choque séptico e morte - tratar as complicações • Síndrome do leite tóxico Definição pouco estabelecida, filhotes com muitas alterações gastrointestinais - mais relatado em cães ETIOLOGIA - Afecções uterinas - Metrite - Subinvolução de sítios placentários EXCREÇÃO DE TOXINAS NO LEITE SINAIS CLÍNICOS NEONATAIS TRATAMENTO - desmame - manejo de órfão nos filhotes (aleitamento artificial) - terapia hídrica - glicose por via oral • Agalactia - ausência de leite no pós-parto - Falhas na produção de leite (incomum): ocorre mais em partos prematuros - Falhas na descida do leite: TRATAMENTO • Galactostase TRATAMENTO • Subinvolução de sítios placentários Pro, tenho uma dúvida sobre a última aula Tem veterinários que colocam adrenalina debaixo da língua dos filhotes que nascem menos responsivos, é indicado fazer isso