Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Auditoria de Custos 02 1. Introdução 4 Contabilidade de Custos 5 2. Auditoria dos Custos 11 Papel da Auditoria 12 Mensuração de Custos 14 3. Classificação dos Custos 19 Classificação dos Custos Segundo o seu Comportamento 20 Classificação dos Custos Segundo a Facilidade de Alocação 22 Classificação Considerando a Capacidade de Controle 22 Custos de Transformação 23 Elementos de Custos 24 Matéria-Prima (MP) 24 Mão de Obra Direta (MOD) 24 Mão de Obra Indireta (MOI) 25 Custos Indiretos de Fabricação (CIF) 26 4. Auditoria Interna e Externa 29 Principais Diferenças Entre Auditor Interno e Externo 30 Avaliação do Controle Interno 33 5. Referências Bibliográficas 38 03 4 AUDITORIA DE CUSTOS 1. Introdução Fonte: Anda1 urante essa disciplina daremos uma introdução Auditoria de Custos. Por se tratar de um assunto extenso no final da apostila, também estarei disponibilizando material para consulta. Note que a Auditoria de Custos versa em avaliar todos os procedi- mentos conexos ao processo produ- tivo, bem como a sua formação de preço de venda e lucro por produto das empresas, com o desígnio de ob- ter a clareza dos controles internos seguidos, formas de apuramento de custos, e do correto uso das informa- 1 Retirado em http:// anda.jor.br ções gerenciais que esta ferramenta proporciona. Logo, essa análise auxilia na correção de erros que podem surgir, habilitando aos responsáveis e em especial a gestão e identificação cé- lere de distorções, que podem acon- tecer a qualquer momento num pro- cedimento tão dinâmico e vital para o empreendimento, que é a apura- ção de custos. Assim, é uma revisão geral de todos as metodologias adotadas no desenvolvimento dos produtos, da produção, bem como os valores D 5 AUDITORIA DE CUSTOS agregados, identificando deformida- des, erros de procedimentos, de cál- culos, e distinguindo para uma per- formance apropriada e segura para a Gestão da empresa. Dessa forma, podemos desta- car os seguintes objetivos: Comprovar a confiabilidade da ferramenta de custos como Gestão estratégica de competi- tividade no negócio. Avaliar todos os controles in- ternos da empresa Identificar os procedimentos adotados no processo produ- tivo da empresa Identificar os pontos críticos, onde estão as maiores dificul- dades, e sugerir soluções Eliminar ciclos viciosos, que levam a erros e a prejuízos Avaliar a composição da estru- tura de produtos Avaliar a estrutura de proces- sos, Aferir o sistema e método de apuração de custos utilizado, para que o mesmo sirva de ba- se para a tomada de decisão Identificar problemas de or- dem operacional e ou geren- cial, que estejam distorcendo os resultados da empresa. Recomendar formas de geren- ciamentos que venham a dimi- nuir distorções (TEIXEIRA, 2014). Sendo assim, tendo alguma dúvida, não deixe de encaminhar as suas perguntas ao setor pedagógico por meio do protocolo ou atendi- mento aos alunos. Bons estudos! Contabilidade de Custos Note que a contabilidade de custos é responsável pelo processo de apuração de custos, ou seja a con- tabilização e registro de informação. Logo, a Contabilidade de Custos tem por desígnio determinar as informa- ções correlacionadas a metodologia administrativa e operacional, os ca- minhos a serem cursados na exce- lência do gerenciamento, planeja- mento e controle de seus gastos. A título de exemplo, torna-se um ponto a ser estudado em uma or- ganização industrial, isto é, a princi- pal produtora de seus bens e servi- ços, desse modo, os custos destes produtos estão espontaneamente li- gados aos suprimentos fundamen- tais e conexos em determinados princípios, convenções e normas que podem ser adicionados ao cus- tos de produção. Gastos ou dispêndios consistem no sacrifício financeiro que a entidade arca para a obtenção de um produto ou serviço qual- quer. (BRUNI; FAMÁ, 2010, p. 23), ou seja, algo que seja de- sembolsado, sendo represen- tado por entrega de ativos. Para 6 AUDITORIA DE CUSTOS Megliorini (2012, p. 3), custos correspondem a parcela dos gastos consumida no ambiente fabril para a fabricação do pro- duto, pela aquisição de merca- dorias para revenda e para a re- alização de serviços, tal qual, que custo também é considera- do um gasto, mas sempre le- vando em consideração os fato- res de produção (bens e servi- ços). Para Martins, podem-se definir despesas como “[...] bem ou serviço consumido di- retamente ou indiretamente para obtenções de receitas.”. (MARTINS, 2010, p. 17) Os cus- tos precisam ser classificados de acordo com a necessidade e interesse das empresas, desti- nando-o corretamente para suas devidas finalidades de apuração. Levando em conside- ração os produtos fabricados. Há duas classificações básicas, segundo (MEGLIORINI, 2012, p. 12): “Quanto aos produtos fa- bricados: para que se apro- priem os custos aos produtos, eles são classificados em custos diretos e indiretos”. (apud, AH- RENS, 2017). Desse modo, quanto ao méto- do utilizado em diferentes volumes de produção podemos articular que para os custos de produção devem ser calculados e qualificados entre custos fixos e custos variáveis. Sendo que os custos serão di- retamente influenciados pelo volu- me de produção decorrente, logo, esses tipos de comportamento pre- cisa ser levados consideração quan- do analisados, porquanto os mes- mos podem passar por alteração, ocasiona por alguma modificação nas decisões a serem tomadas pela alta gerência. Assim, os métodos de custeio, isto é, assimilação de custos refere- se a forma em como os elementos de custeio serão combinados dentro de uma entidade. Têm diferentes tipos de metodologias de custeio, sendo eles: Custeio por absorção; Custeio variável; Custeio ABC. Estrutura do Custei ABC Fonte: http://pt.slideshare.net 7 AUDITORIA DE CUSTOS Referenciando ao método de custeio por absorção, “[…] No custeio por absorção, são consi- derados como custos do pro- duto os custos variáveis e os fi- xos, esses últimos, na sua tota- lidade, ou parte deles.”. (FER- REIRA, 2007, p. 158). As des- pesas que não estão ligadas à produção são desconsideradas. Quando se utiliza os custos fi- xos na sua totalidade para o cál- culo denomina-se custeio de absorção completo, ou pode ser utilizada apenas a parte dos gastos fixos que estão ligados à atividade real denominando-se custeio racional. Ferreira (2007, p. 166) cita que, con- forme há variação entre a rela- ção do volume produzido den- tro de um determinado período fixo, o custo é caracterizado co- mo uma variável se houver uma variação da totalidade do vo- lume de produção e o fixo dife- rencia do variável, uma vez que, não há variação do volume de produção. Os principais objeti- vos do Custeio ABC consistem “na geração de informações so- bre oportunidades de melho- rias dos desempenhos das em- presas, em termos do resultado econômico.”. (BRUNI; FAMÁ; 2010, p. 141). (apud, AHRENS, 2017). Custeio por Absorção Fonte: http://pt.slideshare.net Os sistemas tradicionais, em regra, ajuízam os custos de acordo com a estrutura organizacional do empreendimento, na maior parte dos casos estrutura funcional. O ABC, nessa visão horizontal, busca custear procedimentos; e os proces- sos são, geralmente, interdeparta- mentais, indo afora da organização funcional. 8 AUDITORIA DE CUSTOS Custeio Variável Fonte: http://pt.slideshare.net O ABC, do mesmo modo, pode ser visto como um instrumento de apreciação dos fluxos de custos e, quanto mais metodologias interde- partamentais existir na empresa, tanto maiores serão as benfeitorias do ABC. A utilização docusto-pa- drão tem se assinalado como instru- mento de base a uma diversificada gama de decisões no contexto da gestão organizacional. Em meio as suas distintas uti- lidades, as mais habitualmente cita- das são: Formação de preços de venda; Estudos de viabilidade econô- mica de novos investimentos; Parâmetro para planejamento e controle da eficiência no con- sumo de recursos de fabrica- ção; Elaboração de planos orça- mentários; Parâmetros para redução de custos; Decisões entre fabricar ou compra; Base para avaliação de desem- penhos. (SOUZA; FONTANA; BOFF, 2010, p. 125). “[...] Para formar preços com base no custo, tor- na-se necessário ter um parâ- metro inicial ou padrão de refe- rência para análise comparativa com o preço praticado pelo mercado, a fim de evitar que o preço calculado sobre os custos possa ser invalidado por tal mercado.” (MACHADO; SOU- 9 AUDITORIA DE CUSTOS ZA, 2006, p. 49). Segundo San- tos (2003), citado por Macedo et al (2011, p. 69) “[...] a forma- ção do preço de venda dos pro- dutos/serviços constitui-se nu- ma estratégia competitiva de grande relevância para as orga- nizações.”. Eckert et al. (2012, p. 83) relatam que “[...] a mar- gem de contribuição é uma das principais ferramentas na aná- lise dos produtos, pois a mesma fornece informações completas que permitem o empreendedor decidir quais produtos deve dar mais foco, qual produto que mais contribui.” Padoveze (2009, p. 377) coloca que: “o modelo de decisão da margem de contribuição é o modelo de- cisório fundamental para ges- tão dos resultados da empresa, seja em termos de rentabilidade dos produtos, atividades, áreas de responsabilidade, divisões, unidades de negócios ou da em- presa como um todo” (apud, AHRENS, 2017). 11 AUDITORIA DE CUSTOS 2. Auditoria dos Custos Fonte: Inonni2 atmosfera de concorrência so- licita que a empresa procure vantagens competitivas por meio de estratégias de atração e conservação de clientes, seja por distinção, por meio da oferta de serviços de alto co- eficiente ou por custo, pela oferta de melhores valores que a concorrência ou, também, pela combinação das duas estratégias. Para tanto, a auditoria contábil deve, nesses termos, emitir pa- recer técnico acerca das de- monstrações financeiras da or- ganização auditada, sendo que, de acordo com a NBC T 11, o pa- recer do auditor independente tem por limite os próprios obje- 2 Retirado em http://inonni.blogs tivos da auditoria das demons- trações financeiras e não repre- senta, pois, garantia de viabili- dade futura da organização ou algum tipo de atestado de eficá- cia da administração na gestão dos negócios (BRASIL, 1997). Neste mesmo sentido, Perez Jr. (1998), Attiê (1998), Marra e Franco (2001) e Crepaldi (2002) elucidam que a audito- ria pode ser definida como o le- vantamento, o estudo e a avali- ação sistemática de transações, procedimentos, rotinas e de- monstrações financeiras de uma organização, com o obje- tivo de fornecer aos usuários uma opinião imparcial e funda- mentada em normas e princí- pios sobre a adequação dos pro- cedimentos e resultados. (apud, BRAGA, SOUZA, GUERRA, 2010). A 12 AUDITORIA DE CUSTOS Para os gerenciadores das em- presas pressionadas por esta atmos- fera de excelência empresarial res- ponder apropriadamente em termos de gestão diligente, faz-se indispen- sável provê-lo com dados que os conduzam na formulação, aplicação e controle da estratégia selecionada. O que se tem discutido no am- biente acadêmico é que a infor- mação contábil não se mostra adequada, para esta finalidade, por estar voltada para dentro da empresa e também por estar restrita aos aspectos legais e bu- rocráticos. Os gestores têm bus- cado algum tipo de informação que os oriente, resultando nu- ma profusão de dados de natu- reza qualitativa relacionados com o mercado em detrimentos dos aspectos financeiros do em- preendimento (ARAUJO E VI- ANA, 2000). Entretanto, a Contabilidade pode e carece preencher esta lacuna proporcionando informações de na- tureza estratégica, isto é, orientados para o futuro, individualmente com relação à gestão estratégica de cus- tos. Papel da Auditoria De acordo coma condições em que foi criada a auditoria se diferen- cia por longo momento pela identifi- cação de imperfeições, fraudes e desvios, na intenção de manter os negócios dos proprietários não ges- tores. Presentemente, este olhar já não se coaduna mais com a atmosfe- ra em que presta seus afazeres, uma vez que os interesses dos seus clien- tes ainda estão sujeitos a riscos do mal emprego dos seus recursos, difi- cultando a sobrevivência do empre- endimento. Esta conotação policialesca que carrega desde os seus primór- dios no Séc. XIII tem sido subs- tituída, na sua concepção mo- derna, pelo que se pode chamar de conotação gerencial, onde a ênfase é dada a identificação de fragilidades do sistema de con- trole do processo operacional e financeiro, com o objetivo de propor melhorias tendo em vis- ta a maior eficácia da estrutura organizacional. Para tanto, exa- mina e atesta a conformidade de informações financeiras e operacionais, dos sistemas e procedimentos de controle, as- sim como a execução de opera- ções em face de planos e pro- gramas previamente estabeleci- dos, constituindo-se sua res- ponsabilidade identificar e co- municar deficiências e impac- tos financeiros e, ainda, sugerir ajustes a fim de otimizar os re- sultados da empresa (ARAUJO E VIANA, 2000). Deste modo, podemos dizer que trata-se de uma atividade pre- ventiva empresarial, que trabalha por meio da identificação admissível de falhas ou irregularidades, que 13 AUDITORIA DE CUSTOS visa alertar a atual gestão nas deci- sões, de forma a conduzir os empre- sários ou ligações com diligência e eficácia, caracterizando-se pela apti- dão de geração de dados oportunos e úteis para serem usados ao longo dos processos decisórios. A relevância da informação é traduzida pelo significado ou conhecimento proporcionado aos usuários capazes de desen- cadear uma ação, inclusive de nada fazer. No entanto, a per- cepção do ser humano do con- teúdo das informações, decor- rem das condições de acesso, do grau de confiabilidade, assim como, do seu próprio conjunto de crenças e valores. Por tanto, o auditor precisa propiciar ao gestor condições de análises e conclusões, entendendo a cul- tura organizacional que in- fluência o comportamento das pessoas e gerenciando o tempo de tráfego da mensagem até o receptor de formas a garantir a eficácia da informação para to- mar decisões sem, no entanto, perder a perspectiva de minimi- zação dos custos de geração ine- rentes (ARAÚJO E VIANA, 2000). Ainda, Os serviços extra-auditoria po- dem comprometer a indepen- dência de duas formas: (i) pelo risco de a auditoria tornar-se fi- nanceiramente dependente do cliente e, receando perder re- ceitas, evite pareceres negativos e (ii) a prestação de serviços de consultoria pode colocar o au- ditor em posição semelhante à dos gestores, o que comprome- terá seu julgamento. Entretan- to, os incentivos de mercado podem contrabalançar esses riscos, na medida em que a em- presa de auditoria tema a perda de reputação e o risco de pro- cessos judiciais (DeFond, Rha- gunandan, & Subramanyam, 2002; apud, BARTOLON, NE- TO, SANTOS, 2013). Desse modo, as boas práticas do trabalho de um auditor são acen- tuadas pela sua aptidão em prover informações oportunas, benéficas ao processo decisório contraídas ao menor custo possível, de forma que, sua disposição será estabelecida pela competência em: Facilitar o acesso dos gestores aos dados necessários para suas análises e conclusões; Oferecer segurança em termos de integridadee confiabili- dade dos dados; Entender a cultura da organi- zação para poder influenciar comportamentos (ARAÚJO E VIANA, 2000). Buscando identificar irregula- ridades no sistema de gestão do pro- cesso financeiro e administrativa, visa indicar melhorias com pensa- mentos em alcançar a maior potên- cia da estrutura organizacional, uti- lizando tecnologia de análise e claro averiguação a inerente atividade do profissional necessita estar focada: Nas informações financeiras e operacionais; 14 AUDITORIA DE CUSTOS Nos sistemas e procedimentos de controle; E na execução das operações em face de planos e programas pré-estabelecidos, afim de que possa opinar sobre a respec- tiva conformidade (ARAÚJO E VIANA, 2000). Neste conjunto, a auditoria de custos busca: Identificar a origem e o des- tino de cada um dos gastos dos departamentos produtivos e não produtivos da empresa; Evidenciar se tais gastos são necessários para atender os re- quisitos de produção; Evidenciar se os gastos estão dentro dos parâmetros previa- mente estabelecidos e/ou acei- táveis e, assim, permitir uma rápida constatação de desvios, suas possíveis causas e subsí- dios para imediata correção (ARAÚJO E VIANA, 2000). Ainda, Ressalta-se, por fim que, segun- do a NBC T 11, o auditor deve efetuar o estudo e a avaliação do sistema contábil e dos con- troles internos da organização como base para determinar a natureza, a oportunidade e a extensão da aplicação dos pro- cedimentos de auditoria (BRA- SIL, 1997). Para tanto, deve-se considerar: o tamanho e a com- plexidade das atividades da or- ganização; os sistemas de infor- mações contábeis; as áreas de risco da auditoria; a natureza da documentação; o grau de descentralização de decisão adotado pelos gestores; e o grau de envolvimento da auditoria interna, se existente (BOYN- TON; JOHNSON; KELL, 2002; apud, BRAGA, SOUZA, GUER- RA, 2010). Mensuração de Custos Entende-se que cada vez maior de estudiosos como um ins- trumento para aquisição de vanta- gens competidoras, a mensuração dos custos nos empreendimentos que seguem a qualidade como prin- cípio, não deve ser adstrita a um me- ro amontoamento dos custos de ma- nutenção dos sistemas de qualidade ou derivados da sua aplicação, cha- mados de custos da qualidade. Estes custos são aqueles incor- ridos para que se desenvolva, implante e mantenha sistemas de qualidade que, segundo Ro- bles Jr., (1996: 63) podem ser classificados em: a. custos de prevenção que ocorrem no de- senvolvimento do produto ou processo; b. custos de avaliação decorrentes de atividades de identificação de defeitos antes da remessa dos produtos aos clientes; c. custos de falhas in- ternas decorrentes dos defeitos encontrados antes que o produ- to seja enviado para os clientes; d. custos de falhas externas de- correntes de defeitos encontra- dos pelos clientes. De acordo com Wernke (1998: 49), os cus- tos da qualidade devem ser identificados e mensurados pa- 15 AUDITORIA DE CUSTOS ra servir como um direcionador de ações de melhoria; como in- centivo à continuidade do pro- grama de qualidade, visto que se ele se constitui de resultados práticos em termos de visuali- zação e entendimento dos en- volvidos e, ainda, por se consti- tuir uma forma de redução da lucratividade (ARAÚJO E VI- ANA, 2000). Em procura da qualidade que vai proporcionar maior concorrên- cia, tanto em termos de exultação do consumidor quanto da abolição de desperdícios, o empreendimento re- aliza gastos no preparativo e aplica- ção de programas de qualidade que necessitam ser tratados como inves- timentos e gastos com a conservação destes programas que necessitam ser tratados como custos. O efeito da estrutura de propri- edade sobre os custos de audi- toria não é consenso na litera- tura. Niemi (2005) conclui que os custos de auditoria são me- nores em empresas com partici- pação majoritária dos gestores do que em empresas subsidiá- rias de firmas estrangeiras. As variáveis indicativas do tipo de controlador (gestores, estran- geiros ou governo) aumentam o poder explicativo dos modelos, indicando a relevância, na Fin- lândia, da identidade do acio- nista controlador na determi- nação dos custos de auditoria. Adelopo, Jallow, e Scott (2009) avaliam o impacto do número de grandes acionistas (MPL - Multiple Large Shareholders). O maior monitoramento pelos grandes acionistas está relacio- nado a menores custos de audi- toria, entretanto empresas mai- ores com propriedade mais dis- persa tendem a ter custos mai- ores. Já Hay, Knechel, e Ling (2008) encontram relação posi- tiva entre concentração de pro- priedade e custos de auditoria. Vafeas e Waegelin (2007) iden- tificam uma relação negativa entre a propriedade de insiders e a determinação de remunera- ção baseada em incentivos de longo prazo, com os custos de auditoria (apud, BARTOLON, NETO, SANTOS, 2013). Conselhos de administração com maiores níveis de independên- cia, diligência e experiência apresen- tam relação positiva com custos de auditoria, coerente com o efeito de- manda (Carcello, Hermanson, Neal, & Riley Jr, 2000; Lifschutz, 2000). De acordo com Wernke (1998: 50) um sistema de medição que comprove estes gastos estará pro- porcionando a administração uma influente “ferramenta de suporte para a qualidade, pois esta apontaria áreas que necessitam de atenção, possibilitando transformar perdas da falta de qualidade em lucros para a organização”. Para tanto, recomenda que re- latórios contínuos e oportunos sejam emitidos apresentando tanto uma posição relativa dos gastos com qualidade em rela- ção a produtos e serviços, quan- 16 AUDITORIA DE CUSTOS to a margem de contribuição nas vendas não efetivadas. Os custos das empresas que ado- tam a qualidade como princí- pio, no entanto, são todos aque- les necessários para realização das atividades necessárias para o cumprimento da missão da empresa - inclusive os da quali- dade - e seu propósito final é avaliar a eficácia da gestão de qualidade, como um fator es- tratégico porque pode ajudar a melhorar as atividades, e exce- lência ou padrão “zero defeito” constitui-se um requisito es- sencial para a empresa de classe mundial (ARAÚJO E VIANA, 2000). O oposto da linha tradicional de qualidade que tinha como ante- posição o menor gasto total, o em- preendedor orientado para propor- cionar uma melhor satisfação ao cli- ente precisa da avaliação sistemática de performance em termos de quali- dade ou nível de serviço ofertado. Desta forma, a mensuração do custo total, em um panorama de in- tensa concorrência, constitui-se um poderoso instrumento de gestão operacional na empresa, pois te dá uma visão sistêmica, tanto pela di- minuição sistemática de desperdí- cios quanto pela otimização dos re- cursos por meio da eficácia do pro- cesso de gestão que se materializa em exercícios de planejamento, exe- cução e controle. Como apresentado na imagem a seguir: Processo de Gestão Fonte: ARAUJO E VIANA (2000). 17 AUDITORIA DE CUSTOS Note que a contabilidade de custos tem buscado adequar-se a este novo padrão, no sentido de con- seguir ter ciência dos impactos fi- nanceiros das atuações dos gestores, bem como a sua performance dentro da organização e retroalimentar o método decisório, afiançando o ge- renciamento competente dos negó- cios. Do mesmo modo, os órgãos de controle têm que se adequar procu- rando suprir a demanda do ambi- ente organizacional, desempenhan- do sua função com o desígnio de ele- var a empresa até o almejado suces- so e solicitando a transparência das atuações implementadas e integra- ção das pessoas envolvidas. No entanto, a mensuração do resultado das empresas de clas- se mundial, ainda se constitui uma tarefa de considerável difi- culdade porser resultante de custos e benefícios intangíveis tais como: perdas de vendas por ausência de conformidade em produtos ou baixo nível de ser- viço e aumento de vendas por melhorias em termos de flexibi- lidade ou decorrentes de treina- mento dos empregados. Ainda assim, faz-se necessário procu- rar mensurar os eventos e res- pectivos efeitos intangíveis, porque eles representam o dife- rencial que pode comprometer ou garantir a sobrevivência e continuidade dos negócios da empresa. As pesquisas em an- damento procuram encontrar, para uma adequada mensura- ção destes eventos, critérios que venham conferir a objetivi- dade, prudência e conservado- rismo, que respaldam a confia- bilidade conferida pelas práti- cas contábeis (ARAÚJO E VI- ANA, 2000). 19 AUDITORIA DE CUSTOS 3. Classificação dos Custos Fonte: Inonni3 ote que a classificação dos cus- tos é de acordo com às suas ca- racterísticas distintas, dessa forma, torna-se imprescindível classifica- los em diretos e indiretos, uma vez que alguns são identificados espon- taneamente nos produtos e outros não. A outra qualificação se refere à relação dos custos quando a quanti- dade da produção eleva ou atenua, sendo qualificados em fixos ou vari- áveis segundo a imagem abaixo. 3 Retirado em http://inonni.blogs N 20 AUDITORIA DE CUSTOS Fonte: Baseado em Horngren, Datar e Rajan- (2012, p. 34). Nota-se que o mesmo elemento de custo pode haver as duas classificações. Classificação dos Custos Segundo o seu Comporta- mento A determinação de custo vari- ável, pode ser caracterizada pela va- riação do custo segundo do volume de produção de um momento. Esse custo sofre modificação diretamente em função do trabalho da empresa e está conexo diretamente ao produto, porquanto, quanto a maior a produ- ção da empresa, maior significará o seu custo variável. (OLIVEIRA 2000, apud, HENNIG, 2016). Custos variáveis são aqueles cu- jos valores se alteram em fun- ção do volume de produção da empresa (unidades de produto - ou produtos - fabricadas). O exemplo clássico de custos vari- áveis é a matéria prima consu- mida. A matéria prima repre- senta um custo variável porque, quanto mais unidades, de um produto, forem fabricadas, maior será o gasto com a aqui- sição da respectiva matéria pri- ma. Se, num caso extremo, não houver quantidade produzida, o custo variável, da respectiva matéria prima, será nulo. Em suma, os custos variáveis au- mentam à medida que se au- menta a produção. Outros exemplos de custos variáveis: - 21 AUDITORIA DE CUSTOS materiais indiretos consumi- dos; - depreciação de equipa- mentos - em função das horas/ máquina trabalhadas (quantos mais produtos fabricados, mais o equipamento é utilizado e, as- sim, maior a depreciação); - gastos com horas-extras na pro- dução (SANTOS, s/a). Ainda, Essa classificação pode também ser denominada por custo de estrutura, tendo em vista que para se manter um nível deseja- do de atividades é preciso man- ter uma estrutura básica para a atividade fim. Porém, este vo- lume, está relacionado a uma determinada capacidade pro- dutiva (HENNIG, 2016). Ainda, o aluguel da fábrica de algum mês é de determinado valor, involuntariamente da elevação ou redução da produção dentro daquele mês, dessa forma o aluguel é assina- lado como custo fixo. (MARTINS 2010, apud HENNIG, 2016) Logo, produzir em larga esca- la, utilizando toda a capacidade ins- talada diminui o custo fixo, uma vez que o grande volume dissolverá os custos fixos, oportunizando uma maior lucratividade, por outro lado, levando em consideração uma pro- dução pequena, acarreará na ampli- ação do custo fixo de determinado período. Assim, a classificação dos cus- tos como fixos ou variáveis, possibi- lita avaliar e prever o volume indis- pensável de receita em um período, para que possa ser conversado o ní- vel de atividade delineado. A altera- ção nas matrizes produtivas no de- correr do tempo fez com que a di- mensão da parcela dos custos fixos majorasse em relação aos custos va- riáveis. (CLEMENTE e SOUZA, 2011, apud, HENNIG, 2016). Essa informação, juntamente com as restrições de demanda e de insumos, subsidiam as dis- cussões em torno da estratégia que a empresa irá tomar (CLE- MENTE e SOUZA, 2011). Além dessa classificação, pode-se ainda citar os custos semifixos ou semivariáveis que, conforme Fadanelli (2007) podem ser considerados fixos até certo pa- tamar, e ao ultrapassarem este ponto passam a se comportar como variáveis, como é o caso de algumas tarifas públicas, co- mo a de energia elétrica, onde a parte fixa é a parte contratada e a parte variável é o consumo efetivo. (HENNIG, 2016). Dessa forma, vemos que a grande complexidade que os proces- sos e os múltiplos produtos produzi- dos em uma mesma empresa, faz com que os custos fixos necessitam ser apresentado ainda na etapa do projeto. Veja que o custo unitário (por produto) do aluguel mensal é reduzido a cada novo produto 22 AUDITORIA DE CUSTOS fabricado. Esse valor, em situa- ções ideais, tende a zero quando a quantidade de produtos fabri- cados no período tende ao infi- nito. Trata-se de uma situação ideal (que não ocorre em nossa realidade), porque a indústria somente funciona dentro de li- mites (operacionais, físicos e mercadológicos). Podemos concluir, assim, que não exis- tem custos ontologicamente fi- xos, mas somente custos fixos dentro de parâmetros (ou seja, dentro de faixas de possibili- dade de produção da empresa). Ilustrando essa conclusão, ana- lisamos o próprio aluguel da fá- brica. Tal valor somente é fixo até o limite de produção da fá- brica; acima deste limite, far- se-ia necessário alugar mais um complexo fabril (uma segunda planta) e o custo do aluguel - te- oricamente fixo - dobraria. En- tretanto, para fins práticos, essa classificação é válida e, dentro da faixa de funcionamento pre- visto para a indústria, esse cus- to é considerado fixo (SANTOS, s/a). Classificação dos Custos Se- gundo a Facilidade de Aloca- ção Podemos classificar os custos pela alocação desse modo, é impor- tante na deliberação de decisões, formada fundamentalmente pela se- paração dos custos diretos e indire- tos, classificados conforme a simpli- cidade na identificação, pertinente ao produto, bem como a metodolo- gia, centro de trabalho ou qualquer outro elemento de custo. Já os custos diretos, corres- ponde diretamente aos que devem ser alocados diretamente ao produto e/ou com as unidades de alocação. Estas estimações serão feitas confor- me a medidas de consumo e que ge- ralmente variam de acordo com o volume de produção do período. Podem ser citados como exem- plos, a matéria-prima, a mão de obra direta e o próprio material de embalagem. Já os custos in- diretos, conforme Leone e Le- one (2010), são aqueles que ne- cessitam de critérios de rateios para a alocação aos produtos, pois, não estão ligados direta- mente ao produto ou serviço em si, e a maioria não pode ser fa- cilmente atribuído às unidades físicas. Para Martins (2010) a alocação é efetuada por meio de estimativas e não por medidas diretas, ou seja, por critérios de rateio. Exigem este tratamento pela dificuldade de medição, ou também, pela irrelevância no contexto geral. Nesses casos fi- ca a critério da empresa a rigo- rosidade da informação. Dentro dos custos indiretos podem ser citados elementos como, por exemplo, aluguéis, a própria depreciação, salários de super- visores e gestores, entre outros (apud, HENNIG, 2016). Classificação Considerando a Capacidade de Controle Considerando a capacidade de controle, temos os custos controlá- veis e os não controláveis. No que se 23 AUDITORIA DECUSTOS alude aos custos controláveis obser- ve que custo do item pode ser geren- ciado por uma pessoa ou determi- nado setor dentro da organização. Esses gastos podem ser esti- mados, através de esquemas realiza- do pelo responsável da unidade. En- tretanto, os custos não controláveis seriam aqueles que evadem do con- trole do responsável pelo setor e/ou departamento. Nesse sentido, note que os custos controláveis são os premeditáveis. Os custos controláveis são qua- se sempre os custos variáveis, ou seja, custos gerenciados por um departamento ou gerente do próprio. Os gastos com ma- teriais podem ser um exemplo, são totalmente influenciáveis pelo diretor do departamento ou por quem decide comprá-los ou não, a questão é que esse custo pode ser controlado por alguém. Conforme Iudícibus (1993), os custos controláveis são aqueles influenciados por um supervisor dentro de um período de tempo. Já os custos não controláveis segundo Osiro (2001) são geralmente os cus- tos fixos, esses em que o gerente do departamento não consegue controlar no curto prazo. Por exemplo, a depreciação de uma máquina é um custo que não tem como ser controlado pois, geralmente, não varia pelo vo- lume de produção do período. Sendo assim, pode-se conside- rar que os custos não controlá- veis são irrelevantes nas deci- sões de curto prazo, porém, po- dem ser considerados em deci- sões de longo prazo (apud, HENNIG, 2016). Assim, todos esses custos têm também critérios para serem aloca- dos aos produtos, metodologias de- nominadas de custeio, sendo defini- dos a partir da visão e a precisão de cada organização no campo do tra- balho. Custos de Transformação Os custos de transformação são os gastos indispensáveis para trabalhar a matéria-prima, junto aos materiais no produto pronto. Do mesmo modo, são usados no proces- so de produção, afora matéria-pri- ma, peças ou substancia de fornece- dores. Esses custos simulam em va- lores monetários e o trabalho da or- ganização para a montagem ou cria- ção de um produto, quanto compro- metimento necessário para ser aca- bado, ou seja, deixa-lo pronto para a venda. Além de esforço direto, podem ser mencionados os custos indi- retos de fabricação também co- mo participantes dessa catego- ria, pois, por mais indireto que seja, realizou-se esforço para o desenvolvimento do produto e ou planejamento, como por exemplo, o controle de qualida- de. O mesmo se faz necessário no processo para que o produto possa ter condições de venda e que siga padrões de mercado, 24 AUDITORIA DE CUSTOS ou da própria organização (apud, HENNIG, 2016). Elementos de Custos Note que os custos de fabrica- ção de produtos, ainda chamados de custos de produção são aqueles in- dispensáveis à laboração do produto final desejado e podem ser qualifica- dos em três partes, que são: Mão de obra direta; Materiais diretos; Custos indiretos de fabricação, que são representados por: Utilização das instalações (aluguéis da fábrica, deprecia- ção dos equipamentos, etc.); Consumo de materiais indire- tos; Utilização de mão de obra in- direta; Consumo de serviços (energia elétrica, água, etc.). (SANTOS, s/a). Matéria-Prima (MP) Considera-se como custo de matéria-prima o custo direto de fa- bricação. Iniciando-se pelo pressu- posto de que ela será utilizada de acordo com a produção do produto ou serviço, e também ao final da pro- dução do item jazerá alocada na composição do produto, o que cons- titui sem produção não tem consu- mo da matéria-prima, e por implica- ção não haverá custo. De acordo com Bornia (2010), os custos da matéria-prima re- lacionam-se aos principais ma- teriais da composição do pro- duto que podem ser convenien- temente separados em unida- des físicas específicas. Contudo, existem materiais diretamente ligados aos produtos que não são tratados como matéria-pri- ma, esses materiais são classifi- cados como materiais de con- sumo e são analisados de forma simplificada (apud, HENNIG, 2016). Mão de Obra Direta (MOD) A mão de obra direta, do mes- mo modo que a matéria-prima, pode ser considerada um aspecto predo- minante na produção de um artigo. Assim como o próprio nome apre- senta, a MOD necessita ser direta- mente alocada ao produto. Refere-se aos colaboradores do chão de fábri- ca, quem verdadeiramente produz o bem ou serviço. Conforme Bornia (2010), os custos da mão de obra direta es- tão diretamente relacionados com os trabalhadores na ativi- dade da confecção dos produ- tos, isto é, representam o salá- rio dos operários envolvidos di- retamente com a produção, já os funcionários não envolvidos com a fabricação representam a mão de obra indireta (HEN- NIG, 2016). Note que a forma mais simples de calcular o valor MOD direta seria 25 AUDITORIA DE CUSTOS averiguar o custo total que compete à empresa anualmente e dividir esse custo pelo número de horas traba- lhadas. Desse jeito, teríamos o custo médio da hora de trabalho do funci- onário. Para fins de aclaração, segue o exemplo a seguir: Fonte: Santos [s/a] Mão de Obra Indireta (MOI) Ainda, a mão de obra indireta é será composta por gastos pertinen- tes aos colaboradores da indústria, no qual o trabalho é direcionado à produção, todavia não ligado franca- mente ao produto em si, e sim na maior parte das vezes, ligado ao con- trole e gestão do mesmo. Assim, a mão de obra indireta pode ser caracterizada pela comple- xidade do seu estoque, mais desig- nadamente na identificação da rea- ção da mão de obra e ainda o pro- duto fabricado. 26 AUDITORIA DE CUSTOS Desse modo, podemos dizer que a Mão de Obra Indireta (identi- ficada pela sigla MOI), conforme os conceitos supracitados, os custos re- lativos aos trabalhadores da produ- ção que precisam de rateio (segundo determinado critério) para apropri- ação ao produto (SANTOS, s/a). Exemplos: (1) Seja um supervi- sor responsável pelo trabalho de vinte operários, que traba- lham em quatro máquinas (cin- co operários por máquina), sen- do que cada máquina é utili- zada para confecção de um pro- duto diferente. O salário (e en- cargos) deste supervisor deverá ser classificado como MOI, pois inexiste forma objetiva de apro- priação do custo a qualquer um dos produtos, devendo ser usa- do algum critério subjetivo para esta alocação (rateio). (2) São também exemplos de MOI: (a) os gastos com pessoal e limpeza da fábrica; e (b) os gastos com pessoal de manutenção de má- quinas. Repare que esse pessoal não trabalha diretamente na elaboração de um produto, mas prestam um serviço necessário à confecção de todos os produ- tos fabricados pela indústria. Assim, o custo dos salários (e encargos) deste pessoal deverá ser classificado como MOI, pois inexiste forma objetiva de apro- priação do custo a qualquer um dos produtos, devendo ser usa- do algum critério subjetivo para esta alocação (rateio) (SAN- TOS, s/a). Por fim, o autor menciona que: Quanto a diferenciação da mão de obra indireta e a direta, ca- racteriza-se, inicialmente, pelo fato de a MOD ser alocada ao produto de maneira concreta, sem rateios, o que permite a identificação clara do custo em relação ao produto. Já a MOI, que em tese está ligada a vários itens produzidos na empresa, pode ser vista como abstrata, tendo a necessidade de efetuar rateios estimados pela própria contabilidade e por vezes arbi- trários e um tanto quanto sub- jetivos (HENNIG, 2016). Custos Indiretos de Fabricação (CIF) O custo indireto de fabricação refere-se a um ajuntamento de múl- tiplos elementos de gastos, cujos em sua grande maioria possui como ca- racterística a complexidade na alo- cação. São aqueles que não são vis- tos ao final da produção, todavia, so- mente no final de um período. Por exemplo, mês, trimestre,etc. Ocorre que em provas de con- curso, considera-se, como ca- racterística básica deste item dos custos - CIF, o fato de re- presentar recursos econômicos necessários à produção que não são passíveis de identificação direta (nem de mensuração ob- jetiva) em relação aos produtos finais fabricados e que, portan- to, necessitariam de rateio para apropriação aos produtos. Re- pare que são critérios que le- vam à identificação dos mes- 27 AUDITORIA DE CUSTOS mos elementos. Assim, pode- mos chegar ao conceito de CIF, alternativamente, pela defini- ção acima ou por exclusão (SANTOS, s/a). Existe outros termos para re- ferenciar os CIF, bem como: Custos gerais de fabricação; Custos gerais de produção; Despesas gerais de fabricação; Despesas gerais de produção; Despesas indiretas de fabrica- ção; Gastos gerais de produção. Vejamos que como custos in- diretos de fabricação podem ser ci- tados: Aluguel da fábrica; Depreciação das máquinas; Energia elétrica; Mão de obra indireta; Material indireto; Seguro da fábrica. Gastos não são precisamente pertinentes ao processo de produ- ção, entretanto, sim na organização daquele processo, a título de exem- plo, o setor de Planejamento e Con- trole de Produção (PCP), é que ad- ministra toda a produção, indepen- dente do produto, assim ela de algu- ma forma de rateio carece ser aloca- da a produção dos referidos itens. Ainda segundo Bornia (2010), esses custos são todos os de- mais custos de produção, bem como, materiais de consumo, mão de obra indireta, deprecia- ção, energia elétrica, telefone, água, etc. Os atuais modelos produtivos fazem com que os custos indiretos sejam repre- sentativos na produção, ao passo que a MOD, por exemplo, tem se tornado menos impor- tante, isso aliado ao fato de que a análise dos CIF é mais com- plexa do que os custos direta- mente ligados à produção do bem ou serviço (HENNIG, 2016). Planejamento e Controle da Produção Fonte: http://eprconsultoria.com.br 28 29 AUDITORIA DE CUSTOS 4. Auditoria Interna e Externa Fonte: 4 oito4 auditoria pode ser desconexa quanto à maneira de interven- ção, em interna e externa. Logo, a gestão da empresa com o crescimen- to dos negócios que sentir a precisão de dá maior ênfase nas regras e nos procedimentos internos por conta do fato do administrador, poder su- pervisionar particularmente todas suas atividades. Entretanto, de nada valeria a implantação de procedimentos internos sem que houvesse um 4 Retirado em http://4oito.com.br acompanhamento, no sentido de verificar se estes estão sendo seguidos pelos empregados da empresa. Adicionalmente o au- ditor externo além de sua opi- nião ou parecer das demonstra- ções contábeis passou a emitir um parecer relatório/ comentá- rio no qual apresentava suges- tões para resolver os problemas da empresa, que abordavam ao seu aviso no curso normal do seu trabalho de auditoria, en- tretanto, o auditor externo pas- sava um período muito curto na empresa, seu trabalho estava totalmente direcionado para demonstrações contábeis, para A 30 AUDITORIA DE CUSTOS atender as necessidades das empresas seria necessário uma auditoria mais periódica, com maior frequência, com maior grau de profundidade, visando também às outras áreas não re- lacionado com contabilidade, por exemplo, do pessoal, sis- tema de controle de qualidade. Nesse cenário, surgiu a figura do auditor interno, como uma ramificação da auditoria ex- terna e consequentemente, do contador (SILVA, BRITO, FUR- TADO, s/a). Dessa forma, o auditor interno é um funcionário da empresa, e den- tro da organização, não pode estar subordinado a aquele no qual o tra- balho que examina, assim, não sen- tido que tenha chefe. Ainda, o audi- tor interno não pode desenvolver trabalhos que possa há vir um dia a examinar, a título de exemplo, ela- borar lançamentos contábeis para que não intervenha sua independên- cia. Fonte: http://nucleodoconhecimento.com.br Principais Diferenças Entre Auditor Interno e Externo Como vimos o auditor interno é funcionário da empresa auditada, por outro lado, o auditor externo não possui vínculo empregatício com a empresa auditada. Sendo que o auditor interno possui menor grau de independência se comparado com o auditor externo requer maior de independência. 31 AUDITORIA DE CUSTOS Fonte: http://pt.slideshare.net Auditor interno executa audito- ria contábil e operacional, o au- ditor externo somente apenas contábil. Os principais objeti- vos de a auditoria interna são verificar se as normas internas estão sendo seguido, verificar as necessidades de aprimorar as normas internas vigentes, verificar a necessidade de novas normas técnicas, efetuar audi- toria de diversas áreas de de- monstrações contábeis de de- monstrações contábeis em áreas operacionais. A auditoria externa tem como objetivo, emitir uma opinião sobre as de- monstrações contábeis, no sen- tido de verificar se essas refle- tem adequadamente a posição patrimonial e financeira do re- sultado das operações, das mu- tações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixas da empresa que estar sendo examinada, também se essas demonstra- ções foram elaboradas com os princípios contábeis e se esses princípios contábeis foram apli- cados com uniformidade em re- lação ao exercício social ante- rior (SILVA, BRITO, FUR- TADO, s/a). Assim, o auditor interno adim- ple o maior número de teste porque possui mais disponibilidade de tem- po para permanecer na empresa, já o auditor externo adimple o menor 32 AUDITORIA DE CUSTOS volume de teste visto que estar inte- ressado em irregularidades que indi- vidualmente ou cumulativamente pode informar de forma substancial nos dados das demonstrações contá- beis, em regras a auditoria interna é o contíguo de atividades de avalia- ção autônoma de assessoramento administrado pela própria adminis- tração. Conforme Jund (2004, p. 27) ressalta: A auditoria interna é uma atividade de avaliação in- dependente e de assessoramen- to da administração, voltada para o exame e avaliação da adequação, eficiência e eficácia dos sistemas de controle, bem como da qualidade do desem- penho das áreas, em relação as atribuições e aos planos, as me- tas, aos objetivos e as políticas definidos para as mesmas. Jund (2004) coloca que os au- ditores internos, são profissio- nais contratados pela própria entidade, sendo parcialmente independentes, que além das informações contábeis e finan- ceiras, se preocupa também com os aspectos operacionais, funcionando como um órgão de assessoramento para a admi- nistração, pois desta maneira nos controles internos da em- presa, minimizam a probabili- dade de ocorrência de fraudes, erros ou práticas ineficientes (SILVA, BRITO, FURTADO, s/a). Logo, as empresas impulsio- nadas a atender os seus alvos, pro- curam a cada dia por uma estrutura sólida, por meio do crescimento e da multiplicidade das atividades eco- nômicas, e que afiancem aos seus empresários equilíbrio financeira e o retorno indispensável as suas expec- tativas, sobre o patrimônio desen- volvido. Ao longo dos aspectos e o cres- cimento das atividades internas do empreendimento, a supervisão pas- sa a necessitar de alguém que lhes afiance que os controles e os hábitos de trabalho estão sendo impecavel- mente executados, e se os documen- tos contábeis reproduzem verdadei- ramente a realidade econômica e fi- nanceira do empreendimento. Logo, a auditoria interna neste período se desponta como uma ati- vidade imprescindível à organização e desenvolve-se unido a gerencia concedendo-lhe escolhas, como fer- ramenta de trabalho, de mando, as- sessoria e administração. Competin-do a mesma convencer a alta chefia e seus executivos de que pode am- para-los na melhoria de seus negó- cios, identificando campos arrisca- das e indicando correções. De acordo Jund (2004, p. 50): Os auditores internos obser- vam, no desempenho de suas funções, normas semelhantes às da auditoria independente; expedidas pelo Conselho Fede- ral de Contabilidade, que atual- mente estão definidas na Reso- lução nº 986/03, do CFC. O ins- tituto dos Auditores Internos 33 AUDITORIA DE CUSTOS do Brasil - AUDIRA - e o Insti- tute of Auditors - IIA definem e segurem os procedimentos es- pecíficos de auditoria, a serem seguidos por seus membros. Portanto é importante ressaltar que os auditores cada vez mais, devem se profissionalizar, se dedicando na sua formação co- mo profissional da área, em ou- tras palavras, eles têm que ser, um técnico em sua área de com- petência, de forma a estarem preparados para auditar qual- quer atividade econômica ou empresarial e aptos também a disputar no mercado de traba- lho (SILVA, BRITO, FURTA- DO, s/a). Avaliação do Controle Interno Note que a avaliação sugere, assim, em ambos processos: o diag- nóstico e a disposição. Chegar a um diagnóstico bom ou ruim é somente uma parte do método de avaliação. É conciso saber o que realizar com este diagnóstico. Concernente ao con- trole interno, a estimativa é o ajuiza- mento da execução do plano ou questionário. Depois da avaliação, o auditor determinará quais os fatores proble- máticos, tracejando diretrizes quan- to: as informações patrimoniais que mais precisa de cuidados, a dilatação do exame e as possibilidades de fa- lhas do sistema. O principal desígnio da avalia- ção do controle interno é situar um baseamento para deliberar a natu- reza, oportunidade, expansão e pro- cedimentos a serem adotados para o trabalho de auditoria. Antes de dar início ao processo de avaliação dos controles in- ternos é imprescindível realizar um estudo do ambiente do con- trole. Nessa etapa, faz-se um le- vantamento de toda a empresa. São mapeados: organogramas, parâmetros para desenvolvi- mentos de produtos e serviços, normas e procedimentos for- mais, política de pessoal, englo- bando: contratação, carreira, treinamento, demissões, políti- cas de cargos e salários, defini- ções e atribuições e responsabi- lidades por níveis e cargos, e etc. A ferramenta ou mecanis- mo mais comumente utilizado neste processo é o questionário de mapeamento do ambiente de controle, onde as questões ali colocadas dizem a respeito, em sua maioria, a solicitação de do- cumentos formais da organiza- ção, onde se encontram con- substanciados a maioria dos as- suntos listados para etapa de le- vantamento de controle. Se al- guns dos assuntos não existi- rem formalmente na organiza- ção, o processo de solicitação é direcionado para o levantamen- to de subsídios que permitem que sejam formalizados quais são, de fato, adotados na pratica (SILVA, BRITO, FURTADO, s/a). Constata-se a seriedade do controle interno por ser formado de ferramentas que permitirão maior 34 AUDITORIA DE CUSTOS controle dos trabalhos das empre- sas, de tal modo, impedindo p acon- tecimentos de erros, desestimulan- do possíveis fraudes, possibilitando a realização de avaliações e colabo- rando para uma apropriada estrutu- ra organizacional que atenda às pre- cisões das empresas na condução dos seus negócios. Segundo Crepaldi (2013, p. 468): As normas de auditoria geralmente aceitas, referentes ao trabalho no campo, estabele- cem que o auditor deve avaliar o sistema de controle interno da empresa auditada, a fim de de- terminar a natureza, época e ex- tensão dos procedimentos de auditoria (SILVA, BRITO, FURTADO, s/a). Também, o mesmo autor, dis- tingue que o auditor autônomo exe- cuta os seguintes trabalhos na avali- ação do controle interno: Levanta o sistema de controle interno; Verifica-se o sistema levan- tado é o que está sendo se- guido na pratica; Avalia a possibilidade de o sis- tema revelar de imediato erros e irregularidades; Determina o tipo, data e vo- lume dos procedimentos de auditoria. Verifique a formatação (SIL- VA, BRITO, FURTADO, s/a). Dessa maneira, um sistema de controle interno bem planificado opera como uma triagem na avalia- ção de erros ou fraudes, logo, o audi- tor pode diminuir os testes na enti- dade auditada com a segurança de um bom controle interno, caso con- trário necessitará majorar seus tes- tes. Assim, o controle interno con- servar-se presente em todos os cam- pos, e cada procedimento perpetra- do dentro de um campo compreende uma parte do contíguo. Nem sempre os campos ou operações determi- nam seus controles através de ma- nuais de procedimentos, entretanto é muito corriqueiro, depois da im- plantação de uma operação, situar- se a precisão de procedimentos es- pecíficos que seguirão a operação até o desenvolvimento final do con- trole interno. Assim é provado o valor do con- trole interno em todos os seto- res das entidades, trazendo nas suas operações métodos exclu- sivos que alcançará melhores resultados, para formação das atividades no ciclo dos negó- cios, devendo atender outros itens como proteção dos bens, estimulo à obediência às dire- trizes administrativas estabele- cidas e etc. Para Attie (1992, p. 233): Esta avaliação é realizada mediante a aplicação dos obje- tivos e princípios de controle 35 AUDITORIA DE CUSTOS interno; que envolve os contro- les contábeis e os controles ad- ministrativos. Usualmente, de- senvolvem-se questionários que auxiliam a avaliação global do sistema ou do ciclo em es- tudo. Os princípios de controle interno consistem em parâme- tros próprios aos sistemas de aplicação para suportar o mo- delo de gestão do ciclo do negó- cio de uma determina entidade. Como já verificamos o contábil que volta grande diversidade para registros, confronto para a proteção do patrimônio da enti- dade (SILVA, BRITO, FUR- TADO, s/a). Logo, o administrativo da um maior destaque na investigação de ocasiões e identificação de melhores trabalhos de gerenciamento. 36 AUDITORIA DE CUSTOS Materiais Complementares Links “gratuitos” a serem con- sultados para um acrescentamento no estudo do aluno de assuntos que não poderão ser abordados na apos- tila em questão: https://re- cipp.ipp.pt/bitstream/10400.22/20 26/1/DM_SóniaCosta_2013.pdf https://www.sci- elo.br/pdf/rcf/v24n61/v24n61a04. pdf Contabilidade de custos Apuração de custos Modelo para o Cálculo do Custo de Trabalho de Auditoria Interna em Estatais Manual de auditoria interna Manual de Auditoria Parte Geral 37 37 38 AUDITORIA DE CUSTOS 38 5. Referências Bibliográficas ARAUJO, Aneide Oliveira E VIANA, Maria Lúcia. Auditoria de Custos & Excelência Empresarial. VII Congresso Brasileiro de Custos - Recife, PE, Brasil, 2 a 4 de agosto de 2000. BARTOLON, Patrícia Maria; NETO, Al- fredo Sarlo; SANTOS, Thaís Barreto. Cus- tos de auditoria e governança corporativa. Rev. contab. finanç. vol. 24 no. 61 São Paulo Jan./Apr. 2013. BRAGA, André Sousa; SOUZA, Antônio Artur de; GUERRA, Mariana. Auditoria de Custos na Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte. XVII Congresso Brasileiro de Custos - Belo Horizonte, MG, Brasil, 03 a 05 de novembro de 2010. Carcello, J. V., Hermanson, D. R., Neal, T. L., & Riley Jr., R. R.(2000). Board charac- teristics and audit fees. 2000. CARCELLO, Joseph V. et al. Board charac- teristics and audit fees. Contemporary ac- counting research, v. 19, n. 3, p. 365-384, 2002. Coletânea nacional sobre engenharia de produção 3: gestãoda produção / Organi- zador Rudy de Barros Ahrens. - Curitiba (PR): Atena Editora, 2017. HENNIG, Gabriel. Gestão De Custos: Apli- cação Do Método De Alocação De Custos Uep Na Rq Indústria E Comércio De Con- fecções LTDA. UFFS, Chapecó/SC, 2016. SANTOS, Luiz Eduardo. Contabilidade de Custos Decifrada, [s/a]. SILVA, Evandro Junio dos Santos; BRITO, Leandro Carvalho de; FURTADO, Rosa Maria Silva. CONTROLE INTERNO APLI- CADO A FORMAÇÃO DE CUSTOS COMO FERRAMENTA DE MELHORIA NA QUA- LIDADE. UNEB, [s/a]. TEIXEIRA, Frâncico. Auditoria de custos. Grupo Portal da Auditoria, 2014. WERNKE, Rodney. A mensuração dos custos da qualidade. RBC, 114, nov-dez, 1998, 47- 51. 03 9
Compartilhar