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UNINTER - Centro Universitário Internacional Escola Superior de Educação Curso de Licenciatura em Matemática Professor Marcos Teixeira Alves Gabarito da Lista 3 de Exerćıcios - Estrutura Algébrica Exerćıcio 1. Como podemos verificar que um subconjunto B do anel (A,+, ·) é subanel? O conjunto dos números inteiros Z é subanel do anel dos números racionais Q? Justifique sua resposta. Solução: Seja (A,+, ·) um anel. Um subconjunto não vazio B ⊂ A é chamado subanel de A quando as duas propriedades abaixo são satisfeitas: (i) se a, b ∈ B, então a− b ∈ B; (ii) se a, b ∈ B, então a · b ∈ B. É claro que Z é um subanel do anel dos números racionais Q, pois dados dois números inteiros x e y, sabemos que x− y ∈ Z e x · y ∈ Z. Logo, as propriedades (i) e (ii) são satisfeitas, o que garante que Z é subanel de Q. Exerćıcio 2. Coloque V quando a afirmativa for verdadeira e F quando falsa. Justifique suas escolhas. a) ( V ) O conjunto dos números pares B = {2k; k ∈ Z} é subanel de Z. b) ( F ) O conjunto dos números ı́mpares C = {2k + 1; k ∈ Z} é subanel de Z. c) ( F ) O conjunto B = {x ∈ Q; x /∈ Z} é subanel de Q. d) ( F ) O conjunto B = {[ a b c 0 ] ∈M2(R) } é subanel de M2(R). e) ( V ) O conjunto B = {[ a b 0 0 ] ∈M2(R) } é subanel de M2(R). f) ( V ) O conjunto Z[ √ 2] = {a + b √ 2; a, b ∈ Z} é subanel de R. g) ( V ) O conjunto B = {f ∈ F(R,R); f(1) = 0} é subanel de F(R,R). Solução: a) Considere dois números pares x, y ∈ B. Logo, x = 2k1 e y = 2k2 com k1, k2 ∈ Z. Observamos que x − y = 2(k1 − k2) é um número par e x · y = 2(2k1k2) também é um número par. Isso mostra que x−y ∈ B, x·y ∈ B e as propriedades (i) e (ii) são satisfeitas. Logo, B é subanel de Z. b) Observamos que a diferença de dois ı́mpares resulta em número par. Por exemplo, con- siderando os números ı́mpares 1 e 7, temos 7 − 1 = 6 que é um número par. Assim, a propriedade (i) de subanel não é satisfeita, donde C não é subanel de Z. 1 c) Observe que a propriedade (i) de subanel não é satisfeita para todos os elementos de B. Por exemplo, os números 1 3 e 4 3 pertencem ao subconjunto B, porém 4 3 − 1 3 = 1 /∈ B (pois B é o conjunto dos números racionais que não são inteiros). Logo, B não é subanel de Q. d) Consideremos duas matrizes X e Y pertencentes ao subconjunto B. Então, X = [ a b c 0 ] e Y = [ m n p 0 ] . Notamos que X − Y = [ a−m b− n c− p 0 ] e X · Y = [ am + bp an cm cn ] Percebemos que X−Y ∈ B, porém não podemos garantir que X ·Y ∈ B, já que podemos ter cn 6= 0. Portanto, B não é subanel de M2(R). e) Consideremos duas matrizes X e Y pertencentes ao subconjunto B. Então, X = [ a b 0 0 ] e Y = [ m n 0 0 ] . Notamos que X − Y = [ a−m b− n 0 0 ] e X · Y = [ am an 0 0 ] . Segue dáı que X − Y,X · Y ∈ B. Assim, as propriedades (i) e (ii) são satisfeitas, o que garante que B é subanel de M2(R). f) Vamos verificar a propriedade (i): considere os elementos x, y ∈ Z[ √ 2]. Logo, x = a+b √ 2 e y = c + d √ 2. Com isso, x− y = (a + b √ 2)− (c + d √ 2) = (a− c) + (b− d) √ 2. Logo, x− y ∈ Z[ √ 2] e a propriedade (i) é satisfeita. Passamos para a propriedade (ii): considere x = a + b √ 2 e y = c + d √ 2 elementos quaisquer de Z[ √ 2]. Notamos que x · y = (a + b √ 2) · (c + d √ 2) = (ac + 2bd) + (ad + bc) √ 2. Logo, x · y ∈ Z[ √ 2] e a propriedade (ii) é satisfeita. Portanto, B é subanel de R. g) Considere duas funções f, g ∈ B. Logo, f(1) = 0 e g(1) = 0. Observamos que (f − g)(1) = f(1)− g(1) = 0− 0 = 0 e (f · g)(1) = f(1) · g(1) = 0 · 0 = 0. Com isso, garantimos que f − g ∈ B e f · g ∈ B. Portanto, B é subanel de F(R,R). Exerćıcio 3. Relembre aqui a definição de ideal de um anel comutativo. O conjunto dos números inteiros Z é um ideal de Q? Justifique sua resposta. Solução: Seja (A,+, ·) um anel comutativo. Um subconjunto não vazio I ⊂ A é chamado ideal de A quando as duas propriedades abaixo são satisfeitas: 2 (i) se a, b ∈ I, então a− b ∈ I; (ii) se a ∈ I e x ∈ A, então a · x ∈ I. O conjuntos dos números inteiros Z não é ideal de Q, pois considerando o número racional 1 2 e o número inteiro 1, temos 1 · 1 2 = 1 2 /∈ Z. Logo, a propriedade (ii) de ideal não é satisfeita. Exerćıcio 4. Verifique se o subconjunto I é ideal do anel A dado. a) I = Z e A = R. b) I = Q e A = R. c) I = {[ u 0 v 0 ] ∈M2(R) } e A = M2(R). d) I = 2Z = {2x; x ∈ Z} e A = Z. e) I = {f : R→ R; f(0) = 0} e A = F(R,R). Solução: a) Z não é ideal de R, conforme exemplo apresentado no Exerćıcio 3. b) Q não é ideal de R, pois a propriedade (ii) de ideal não é satisfeita. Por exemplo, considerando o número racional 2 e o número real √ 2, temos 2 √ 2 /∈ Q. c) I = {[ u 0 v 0 ] ∈M2(R) } não é ideal de A = M2(R), pois a propriedade (ii) de ideal não é satisfeita. Dadas as matrizes A = [ u 0 v 0 ] ∈ I e X = [ a b c d ] ∈M2(R), temos A ·X = [ u 0 v 0 ] · [ a b c d ] = [ au bu av bv ] /∈ I para bv 6= 0. Logo, I não é ideal de A = M2(R). d) Dados a, b ∈ 2Z, temos a = 2x e b = 2y com x, y ∈ Z. Assim, a − b = 2(x − y) ∈ 2Z. Além disso, se k ∈ Z e a ∈ 2Z, vale ak = ka = 2(xk) ∈ 2Z, onde a = 2x para algum x ∈ Z. Portanto, 2Z é um ideal de Z. e) Sejam f, g ∈ I. Então, f(0) = 0 e g(0) = 0. Dáı (f − g)(0) = f(0)− g(0) = 0− 0 = 0, o que mostra que f − g ∈ I. Além disso, dadas f ∈ F(R,R) e g ∈ I, segue que (f · g)(0) = f(0) · g(0) = f(0) · 0 = 0, donde f · g ∈ I. Portanto, I = {f : R→ R; f(0) = 0} é ideal do anel F(R,R). Exerćıcio 5. Sabemos que se I é ideal do anel comutativo A, então I é subanel de A. Mostre que a rećıproca é falsa, isto é, apresente um exemplo de um subanel B do anel A tal que B não é ideal de A. 3 Solução: Um exemplo posśıvel é o seguinte: Z é subanel de Q, porém, como vimos no Exerćıcio 3, Z não é ideal de Q. Exerćıcio 6. Relembre aqui a definição de homomorfismo. Seja (A,+, ·) um anel qualquer. A função identidade f : A → A definida por f(a) = a é um homomorfismo? Justifique sua resposta. Solução: Considere os anéis (A,+, ·) e (B, ∗,4). Dizemos que a função f : A → B é um homomorfismo quando as duas propriedades abaixo são satisfeitas: (i) f(a + b) = f(a) ∗ f(b), (ii) f(a · b) = f(a)4f(b), para todos a, b ∈ A. Vamos mostrar que a função f : A → A definida por f(a) = a é um homomorfismo. (i) Pela definição da função f , temos f(a + b) = a + b. Por outro lado, f(a) + f(b) = a + b. Logo, f(a + b) = f(a) + f(b) e a propriedade (i) é satisfeita. (ii) Notamos que f(a · b) = a · b. Além disso, f(a) · f(b) = a · b. Assim, f(a · b) = f(a) · f(b) e a propriedade (ii) é satisfeita. Portanto, f satisfaz (i) e (ii), o que garante que f é um homomorfismo. Exerćıcio 7. Coloque V quando a afirmativa for verdadeira e F quando falsa. Justifique suas escolhas. a) ( F ) A função f : Z→ Z, f(x) = −x é homomorfismo. b) ( F ) A função f : Z→ Z definida por f(x) = x + 2 é um homomorfismo. c) ( V ) A função f : Z→M2(Z) definida por f(a) = [ a 0 0 a ] é um homomorfismo. d) ( V ) A função f : Z→ Z, f(x) = 0 é um homomorfismo. e) ( V ) A função f : Z[ √ 2]→ Z[ √ 2], f(a + b √ 2) = a− b √ 2 é um homomorfismo. Solução: a) Dados x, y ∈ Z, observamos que f(x + y) = −(x + y) = −x − y. Por outro lado, f(x) + f(y) = −x + (−y) = −x− y. Logo, f(x + y) = f(x) + f(y) e a propriedade (i) é satisfeita. Verificamos a propriedade (ii): f(xy) = −xy, enquanto que f(x)·f(y) = (−x)·(−y) = xy. Essa constatação indica que a propriedade (ii) não é satisfeita. Por exemplo, considerando x = 1 e y = 2, temos f(1 · 2) = f(2) = −2 e f(1) · f(2) = (−1) · (−2) = 2. Assim, f(1 · 2) 6= f(1) · f(2). Logo, a propriedade (ii) não é satisfeita e f não é homomorfismo. b) Dados x, y ∈ Z, segue que f(x + y) = (x + y) + 2 = x + y + 2. Por outro lado, também pela definição da função f , temos f(x) + f(y) = (x + 2) + (y + 2) = x + y + 4. Logo, a propriedade (i) não é satisfeita e f não é homomorfismo. 4c) Dados a, b ∈ Z, temos f(a + b) = [ a + b 0 0 a + b ] = [ a 0 0 a ] [ b 0 0 b ] = f(a) + f(b), o que mostra que a propriedade (i) é satisfeita. Além disso, f(ab) = [ ab 0 0 ab ] = [ a 0 0 a ] [ b 0 0 b ] = f(a) · f(b) e a propriedade (ii) é satisfeita. Portanto, f é homomorfismo. d) Sejam x, y ∈ Z. Pela definição da função f , temos f(x + y) = 0, f(x) = 0 e f(y) = 0. Com isso, f(x + y) = f(x) + f(y) e a propriedade (i) é satisfeita. Também vemos que f(xy) = 0. Logo, f(xy) = f(x) · f(y) e a propriedade (ii) é satisfeita. Portanto, f é homomorfismo. e) Sejam a + b √ 2, c + d √ 2 ∈ Z[ √ 2]. Pela definição da função f , obtemos f((a + b √ 2) + (c + d √ 2)) = f((a + c) + (b + d) √ 2) = (a + c)− (b + d) √ 2. Também, f(a+ b √ 2) + f(c+d √ 2) = (a− b √ 2) + (c−d √ 2) = (a+ c)− (b+d) √ 2. Assim, f((a + b √ 2) + (c + d √ 2)) = f(a + b √ 2) + f(c + d √ 2) e a propriedade (i) é satisfeita. Verificaremos a propriedade (ii): primeiro, notamos que (a + b √ 2) · (c + d √ 2) = (ac + 2bd) + (ad + bc) √ 2. Com isso, f((a+b √ 2)·(c+d √ 2)) = f((ac+2bd)+(ad+bc) √ 2) = (ac+2bd)−(ad+bc) √ 2. Agora, f(a+ b √ 2) · f(c+ d √ 2) = (a− b √ 2) · (c− d √ 2) = (ac− 2bd)− (ad+ bc) √ 2. Logo, f((a + b √ 2) · (c + d √ 2)) = f(a + b √ 2) · f(c + d √ 2) e a propriedade (ii) é satisfeita. Portanto, f é um homomorfismo. Exerćıcio 8. Considere o anel (R × R,+, ·), onde as operações de adição + e multiplicação · são definidas por (a, b) + (c, d) = (a + c, b + b) e (a, b) · (c, d) = (ac, bd). Considere também a função f : R× R→M2(R) definida por f(a, b) = [ a 0 0 b ] . a) Mostre que f é um homomorfismo. b) Determine o núcleo N(f) e o conjunto imagem Im(f) de f . Solução: 5 a) Sejam (a, b), (c, d) ∈ R× R. Então, f((a, b)+(c, d)) = f(a+c, b+d) = [ a + c 0 0 b + d ] = [ a 0 0 b ] + [ c 0 0 d ] = f(a, b)+f(c, d). Além disso, temos f((a, b) · (c, d)) = f(ac, bd) = [ ac 0 0 bd ] = [ a 0 0 b ] · [ c 0 0 d ] = f(a, b) · f(c, d). Segue das duas observações anteriores que f é um homomorfismo. b) Observamos que (a, b) ∈ N(f)⇐⇒ f(a, b) = [ 0 0 0 0 ] ⇐⇒ [ a 0 0 b ] = [ 0 0 0 0 ] , donde a = b = 0. Logo, N(f) = {(0, 0)}. Além disso, o conjunto imagem de f é dado por Im(f) = {f(a, b) ∈M2(R); (a, b) ∈ R× R} = {[ a 0 0 b ] ∈M2(R) } , isto é, o conjunto Im(f) é formado por todas as matrizes diagonais do anel das matrizes M2(R). Exerćıcio 9. Considere o homomorfismo f : Z → R definido por f(x) = x. Determine o núcleo e o conjunto imagem de f . Solução: O núcleo de f é definido por N(f) = {x ∈ Z; f(x) = 0}. Usando a função f , encontramos f(x) = 0⇐⇒ x = 0. Logo, N(f) = {0}. O conjunto imagem de f é Im(f) = {f(x); x ∈ Z} = {x; x ∈ Z} = Z. Exerćıcio 10. Considere o anel R[x] dos polinômios com coeficientes reais na variável x. Com base neste anel, coloque V quando a afirmativa for verdadeira e F quando falsa. Justifique suas escolhas: a) ( V ) O polinômio nulo p(x) = 0 é o elemento neutro da adição do anel R[x]. b) ( V ) O elemento simétrico do polinômio p(x) ∈ R[x] é o polinômio −p(x). c) ( F ) Efetuando a multiplicação do polinômio p(x) = 1+x pelo polinômio q(x) = 2+x+x2, obtemos o polinômio p(x) · q(x) = 2 + 3x + x2 + x3. d) ( F ) O polinômio f(x) = 2x3 − 7x2 + 4x− 1 é unitário. e) ( V ) O quociente da divisão do polinômio f(x) = 2x3 − 7x2 + 4x − 1 pelo polinômio g(x) = x− 4 é q(x) = 2x2 + x + 8. f) ( V ) O resto da divisão do polinômio p(x) = x4 − 3x3 + 6x2 por q(x) = x2 − 3x + 5 é r(x) = 3x− 5. 6 g) ( V ) O valor de k para que o polinômio f(x) = x4 + kx2 + 2x − 8 seja diviśıvel por g(x) = x + 2 é k = −1. Solução: a) O polinômio p(x) = 0 é o elemento neutro da adição de polinômios, pois p(x) + q(x) = 0 + q(x) = q(x) para todo polinômio q(x) ∈ R[x]. b) O elemento simétrico de p(x) é o polinômio −p(x) ∈ R[x], já que p(x) + [−p(x)] = 0. c) Efetuando a multiplicação do polinômio p(x) = 1 + x pelo polinômio q(x) = 2 + x + x2, obtemos o polinômio p(x) · q(x) = 2 + 3x + x2 + x3. d) O coeficiente do termo dominante é 2. Isso mostra que f(x) não é unitário. e) Notamos que f(x) = g(x) · (2x2 + x + 8) + 31, o que mostra que o polinômio quociente é q(x) = 2x2 + x + 8. f) Observamos que p(x) = (x2 + 1) · q(x) + (3x − 5). Logo, o resto da divisão de p(x) por q(x) é r(x) = 3x− 5. g) Como f(x) é diviśıvel por g(x), temos que a raiz de g(x) (que é -2) é também raiz de f(x). Logo, f(−2) = 0 =⇒ 4 + 4k = 0 =⇒ k = −1. 7
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