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Vict�ria K. L. Card�so Pat�l�gias cirúrgicas ne�natais Introdução Visualizações pela ultrassonografia: ● Retardo do crescimento. ● Polidraminia. ● Oligodraminia. ● Posição fetal. Obstrução intestinal neonatal Conceito: ● Necrose da mucosa em geral, no íleo terminal, cólon ascendente e parte proximal do cólon transverso. ● É a emergência cirúrgica mais frequente no período neonatal → elevada taxa de mortalidade. ● Possui sinais e sintomas gastrointestinais e sistêmicos de intensidade variável e progressiva. ● Fisiopatologia: injúria da prematuridade intestinal. Características definidoras: ● Ausência de eliminação de mecônio nas primeiras 24h nos RN termo e 48h nos RN pré-termo. + ● Distensão abdominal progressiva e vômitos. Epidemio: ● Prematuridade. ● 1-3 casos para cada 1000 nascidos vivos. ● 10% dos RN com < 1500 kg. Principais tipos: ● Atresias digestivas (80%). ○ Esôfago (40%). ○ Anorretal (40%). ○ Intestino delgado, especialmente duodeno (20%). ● Megacólon congênito (10%). ● Má rotação intestinal (6%). ● Íleo meconial (2%). Quadro clínico: ● Falha de eliminação de mecônio ou eliminação anormal (cor acinzentada). ● Distensão abdominal progressiva. ● Vômitos biliosos. ● Recusa alimentar. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Diagnóstico: ● Diagnóstico pré-natal: USG materna a partir de 20 semanas de gestação. ● Diagnóstico radiológico: Rx de abdome em pé e deitado → presença de gás no estômago. ○ Mais clínica. Enterocolite necrotizante Conceito: ● Doença adquirida principalmente em RN pré-termos ou neonatos enfermos, caracterizada por necrose da mucosa intestinal. ○ É a emergência gastrintestinal mais comum entre os recém-nascidos. ○ Elevada taxa de mortalidade. Motivos de ocorrer em RN: ● Imaturidade da barreira. ● Peristalse alterada (quando não há evacuação e liberação do mecônio). ● Mudança da microflora intestinal. ● Imunidade intestinal imatura. Estágios de Bell: ● Estágio IA = sangue oculto. ● Estágio IB = sangramento franco sem diagnóstico radiológico = enterorragia. ● Estágio IIA = sangramento com diagnóstico radiológico e moderadamente doente. ● Estágio IIB = sangramento com diagnóstico radiológico e toxicidade sistêmica. Quadro clínico: ● Apresentação clínica: ○ Letargia (hipoatividade). ○ Íleo paralítico → estase gástrica. ○ Enterorragia. ○ Hiperemia de parede. ○ Intolerância alimentar. ○ Êmese biliar. ○ Hematoquezia. ○ Apneia. ○ Sinais de sepse. ○ Edema. ● Quadro sérico: ○ Alteração na glicemia. ○ Acidose metabólica. ○ Plaquetopenia. ○ Leucocitose. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Diagnóstico: é essencialmente clínico e confirmado por exames de imagem. ● Exame de imagem = radiografia → se realizada prematuramente pode não ser específica e revelar apenas a presença de íleo paralítico. ○ Entretanto, uma alça intestinal dilatada e fixa (alça sentinela) que não muda em radiografias repetidas leva a alta suspeita de ECN. ● Sinais radiográficos diagnósticos: ○ Distensão de alças. ○ Alças intestinais fixas. ○ Pneumatose intestinal (pneumatosis intestinalis). ○ Ar no sistema porta. ○ Pneumoperitônio → indica perfuração intestinal com indicação de cirurgia de urgência. Tratamento: ● Interrupção da alimentação - repouso intestinal. ● Aspiração nasogástrica. ● Reanimação hídrica - correção hidroeletrolítica. ● Antibióticos de amplo espectro. ● Nutrição parenteral total (NPT). ● Algumas vezes, cirurgia ou drenagem percutânea. ○ Geralmente se faz quando há pneumoperitônio. ○ Deterioração clínica. ○ Sepse grave Gastrosquise Conceito: ● Alteração congênita da parede abdominal do bebê, em sua porção próxima ao umbigo → ocorre entre a 6’ e a 10’ semana de gestação. ○ Maior risco de parto prematuro. ● Associação com outras malformações: ○ Malformação cardiovascular - 35%. ○ Malformação cromossômica - 20%. ○ Malformação do trato gastrointestinal - 80%. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Epidemio: ● 4-5 casos para cada 10.000 NV. ● Maior ocorrência associada ao uso de tabaco, maconha e cocaína na gestação. Diagnóstico: ● É detectável na USG materna a partir das 34 semanas de gestação. ○ Deve-se planejar o nascimento. Manejo pós-natal: ● Realizar procedimento cirúrgico de correção. ● Complicação mais comum: bridas. Onfalocele Conceito: ● Trata-se da protrusão de vísceras abdominais através de um defeito da linha média na base do umbigo. ● As vísceras herniadas são cobertas por uma fina membrana, podendo conter apenas algumas alças intestinais ou a maioria das vísceras abdominais (intestino, estômago, fígado). ● Danos imediatos: ○ Ressecamento das vísceras. ○ Hipotermia. ○ Desidratação pela evaporação de água das vísceras expostas. ○ Infecção da superfície peritoneal. ● Outras anomalias congênitas associadas (até 70%): ○ Atresia intestinal. ○ Anomalias cromossômicas (ex: trissomia do 18, trissomia do 13, trissomia do 21). ○ Anomalias cardíacas. ○ Anomalias renais. ○ Síndrome de Beckwith-Wiedemann. ● Epidemio: incidência de 1 a cada 3.000 - 5.000 NV. Diagnóstico: ● É detectável na USG materna de rotina no pré-natal. ○ Deve-se planejar o nascimento. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Manejo pós-natal: ● No parto: ○ Cobrir imediatamente as vísceras expostas com materiais umedecidos, não aderentes (ex. gaze de petrolato medicamentosa com envoltório plástico) e estéreis. ● Após o parto: ○ Hidratação IV. ○ Antibióticos de amplo espectro (ampicilina e gentamicina). ○ Realizar sondagem nasogástrica. ● Quando possível, é realizado o simples fechamento da parede. ○ Fechamento primário: quando a onfalocele é pequena. ○ Fechamento estagiado: ocorre quando a cavidade abdominal é pequena para acomodar as vísceras. ■ Nesse caso, as vísceras são cobertas por uma bolsa ou silo de silicone polimérico, com redução gradual do tamanho a cada 24-48h, até que todas as vísceras caibam na cavidade abdominal. ● Tratamento conservador: utilizado apenas em casos em que não é possível realizar nenhum dos 2 fechamentos. Estenose hipertrófica do piloro Conceito: ● Obstrução do lúmen do piloro por hipertrofia muscular do piloro. ● Pode causar obstrução quase completa do canal gástrico. ● Epidemio: ocorre em 1:250 nascimentos. ○ Mais comum no sexo masculino, particularmente nos primogênitos. ○ Ocorre mais frequentemente entre 2 e 10 semanas de vida. Quadro clínico: ● Vômitos em jato (sem bile) após as refeições. ● Visualização de ondas peristálticas cruzando o epigástrio da esquerda para a direita. ● Perda de peso. ● Exame físico: ○ Desidratação. ○ Distensão epigástrica. ○ Massa pilórica, discreta, firme, móvel, de 2 a 3 cm → oliva pilórica. ■ Pode ser palpável no fundo do lado direito do epigástrio. ○ Icterícia - 5 a 14% dos RN. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Diagnóstico: ● Suspeitar em todos os RN nos primeiros meses de vida com vômito em jato. ● USG: aumento do espessamento (tipicamente ≥ 4 mm; normal, < 3 mm) e alongamento do piloro (> 16 mm). ○ No caso de incerteza: repetir a USG seriada ou fazer seriografia do trato gastrintestinal superior. ■ Achados: retardo do esvaziamento gástrico e “sinal do cordão” ou de “trilho de trem”. com alongamento e estreitamento da luz do piloro. ○ Mais raramente: endoscopia superior. ● Achado laboratorial: alcalose metabólica hipoclorêmica (perda de ácido hidroclorídrico e hipovolemia simultânea). Tratamento: ● Cirurgia → piloromiotomia. Má rotação intestinal Conceito: ● Anomalia do intestino médio decorrente de defeitos embriológicos de herniação, rotação e fixação. ● Pode se apresentar como não rotação, rotação incompleta, rotação reversa e hérnia mesocólica. Quadro clínico: ● Isquemia intestinal. ● Distensão abdominal. ● Oligúria. ● Dor. ● Recusa alimentar. ● Vômitos biliosos. ● Sinais de sofrimento do intestino: palidez, taquicardia, toxemia, dor contínua e febre. Exame físico: ● Dor à palpação em mesogástrio. ● Sinais de irritação peritoneal. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Hérniainguinal encarcerada e atresia intestinal Hérnia inguinal: ● Conceito: deslocamento de uma víscera ou parte dela para a região inguinal por conta de um defeito congênito – é formado ainda na vida uterina dos bebês. ○ É uma emergência cirúrgica. ● Epidemio: 6x mais frequente em meninos, especialmente os prematuros. Atresia intestinal: ● Conceito: bloqueio total ou ausência de continuidade em algum local do intestino. ○ Pode ocorrer em qualquer porção do trato digestivo, mas é mais comum no intestino delgado (atresia jejunoileal). ● É a causa mais comum de obstrução intestinal congênita. ● Corresponde a 1/3 de todas as causas de obstrução intestinal no RN. ● Característica: distensão abdominal global (80% dos neonatos). ● Diagnóstico: USG Anomalia anorretal Conceito: ● Mal formação na qual o reto, a vagina e o trato urinário unem-se e terminam em um único canal. Anomalia anorretal no sexo feminino: ● Mais comum: fístula vestibular. ● Segunda mais comum e mais simples: fístula perineal. ● Terceira mais comum e mais complexa: fístula cloacal. Anomalia anorretal no sexo masculino: ● Mais comum: fístula reto-uretral. ● Segundo mais comum: é afistulareto-perineal. ● Mais raro: fístulas reto-vesicais (10%). Íleo meconial Conceito: ● É um bloqueio do intestino delgado provocado por mecônio excessivamente espesso, que costuma ser causado por fibrose cística. Quadro clínico: ● Distensão abdominal. ● Vômitos biliosos. ● Ausência ou retardo na evacuação. ● Abdome tenso e eritema → indicam complicações. Tratamento: ● Casos não complicados: apenas com irrigação do cólon → uso de enema de @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so contraste hidrossolúvel e hiperosmótico ou N-acetilcisteína 1%. ● Casos complicados: pode ser necessário realizar cirurgia. com irrigação, ressecção, anastomoses ou derivações. Megacólon Conceito: ● Defeito na inervação entérica distal, caracterizada pela ausência de células ganglionares nas camadas submucosa e muscular. ● Há também aumento das fibras neurais colinérgicas. ● Acomete mais frequentemente o retossigmóide. Diagnóstico: ● Retardo de eliminação de mecônio por mais de 4-8 horas, após o nascimento. Tratamento: ● Introdução de uma sonda retal número 10 ou 12 → há saída explosiva de gases e fezes. @p�sitivamed
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