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Filosofia - Empirismo e Iluminismo


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Empirismo e 
iluminismo 
 
1-Empirismo Britânico 
 Investigação e discussão sobre o processo de obtenção do conhecimento. 
 Divergências entre racionalistas e empiristas; 
 A filosofia se afasta da especulação e se vincula ao concreto. 
 
2-Contexto histórico – Empirismo Britânico 
 Fim do absolutismo inglês: Revolução Gloriosa; 
 Ascensão política e ideológica da burguesia. 
 
3-O pensamento cartesiano e a reação empirista 
 Ideias inatas (pensamento cartesiano): 
 Existência de ideias fundadoras do conhecimento; 
 Ideias que nasceram com o sujeito e que dispensariam a percepção de 
um objeto exterior, como os conceitos matemáticos e a noção de Deus. 
 Reação empirista (oposição à Descartes): 
 Inexistência de ideias inatas; 
 O processo de conhecimento depende sempre da experiência e dos 
sentidos. 
 
4-Principais pensadores empiristas 
 THOMAS HOBBES 
 Influenciado por Galileu e Bacon: abandono das pretensões 
metafísicas; 
 Filosofia como ciência dos corpos: corpos naturais (filosofia da 
natureza) e corpos artificiais (filosofia política); 
 Concepção materialista e mecanicista: existência de corpo e 
movimento; 
 Conhecimento tendo origem nas sensações, sendo os movimentos 
resultado dos nexos causais que lhe dão origem; 
 Concepção relativista do bem e do mal; 
 Absolutismo monárquico: forma de manter os seres humanos em 
sociedade (Leviatã). 
 John Locke 
 Defesa da concepção de “tábula rasa”: tudo que existe em nossa mente 
possui origem nos sentidos; 
 Conhecimento constituído por dois tipos de ideias: 
 Ideias da sensação (sentido externo); 
 Ideias da reflexão (sentido interno). 
 Empirismo não radical: considerava a matemática em termos lógicos. 
 Teoria do contrato social: Acreditava que para garantir os direitos 
naturais, os homens haviam criado os governos; 
 Direito de rebelião: caso esses governos não respeitassem os direitos 
naturais dos indivíduos, deveriam ser contestados; 
 Definiu as bases da democracia liberal: Liberalismo Político (“Pai do 
Iluminismo”). 
 
 David Hume 
 Vida psíquica dividida em: 
 Impressões; 
 Ideias. 
 Associação de ideias; 
 Crítica ao método indutivo (ir do particular para o geral): a conclusão 
indutiva não possui fundamento lógico; 
 Defesa do raciocínio dedutivo: utilização da matemática como 
fundamento de uma lógica racional; 
 Ceticismo teórico: os cientistas devem sempre apresentar suas teses 
como probabilidades e não como certezas. 
 
5-A Sociedade de Antigo Regime e as ideias do Iluminismo 
 Expansão do sistema capitalista e ascensão social da burguesia; 
 Advento da Revolução Industrial e desenvolvimento da ideia de progresso; 
 O Iluminismo ou Ilustração teve como maior momento de 
desenvolvimento a França do século XVIII; 
 Vários intelectuais ingleses e franceses passaram a criticar o Antigo 
Regime, propondo um novo Estado com novas instituições, novos valores 
condizentes com o progresso econômico, científico e cultural em 
andamento; 
 Os iluministas acreditavam que a razão poderia iluminar o mundo e os 
seres humanos. 
 Ideias gerais dos pensadores iluministas: 
 A razão é o único guia infalível para se chegar ao conhecimento e a 
sabedoria; 
 O universo é uma máquina governada por leis físicas que podem ser 
determinadas e estudadas, não se submetendo a interferência de cunho 
divino; 
 Razão como condutora do progresso; 
 Surgimento de uma única cultura; 
 Deus como “razão suprema” ou “relojoeiro do universo”; 
 Homem como responsável por todos os males da humanidade; 
 Defesa de valores como liberdade, igualdade e tolerância; 
 Defesa da propriedade privada (ideal burguês). 
 
6-Principais filósofos iluministas 
 Jean-Jacques Rousseau 
 Figura de transição do Iluminismo e precursor do romantismo; 
 Estado natural: hipótese plausível que supõe que o ser humano vivia 
isolado, livre, feliz e em harmonia com seu hábitat (Bom selvagem); 
 Em “Discurso sobre a origem da desigualdade”, criticou a propriedade 
privada e a burguesia, constituindo uma exceção entre os iluministas; 
 Expressava uma visão negativa e pessimista do progresso e da 
civilização; 
 Estado social: retira o homem do seu estado natural e o corrompe; 
 Acreditava na soberania popular e na vontade da maioria: os 
governantes eram meros funcionários do povo; 
 Suas ideias influenciaram vários movimentos revolucionários, dentre 
eles, a Revolução Francesa. 
 
 Charles de Secondat Montesquieu 
 Sistematizou a teoria da divisão de poderes (legislativo, executivo e 
judiciário); 
 A concentração de poderes levava a tirania; 
 Em “Cartas persas” satirizou severamente as estruturas sociais e os 
costumes do reinado de Luís XIV. 
 Francois Marie Arouet Voltaire 
 Dirigiu duras críticas aos reis absolutistas e aos privilégios do clero e 
da nobreza francesa; 
 Defendia uma monarquia esclarecida: governo baseado nas ideias dos 
filósofos; 
 Em “Cartas inglesas” criticou severamente a Igreja Católica e os 
resquícios feudais; 
 Lutava contra a ignorância, o preconceito e o fanatismo em favor da 
liberdade, da justiça e da tolerância. 
 
 Adam Smith 
 “ Pai do liberalismo econômico”: sistematizou a análise econômica 
com a elaboração de leis, fundando a economia moderna; 
 Condenava o mercantilismo; 
 Defensor da “lei da oferta e da procura”; 
 Alegava que com a concorrência, a divisão do trabalho e o livre 
comércio se alcançariam a harmonia e a justiça social; 
 Considerava o trabalho como fonte de toda a riqueza; 
 A solução dos problemas econômicos estava na “mão invisível “do 
mercado. 
 
 Immanuel Kant 
 Ilustração como saída do ser humano da condição de “menoridade” 
para alcançar um caminho de independência da sua inteligência. 
 Tipos de conhecimento para Kant: 
 Conhecimento empírico: aquele que se refere aos dados fornecidos 
pelos sentidos (a posteriori). 
 Conhecimento puro: nasce puramente de uma operação racional da 
mente, conhecimento necessário e universal (a priori). 
 Tipos de juízo para Kant: 
 Juízo analítico/ juízo de elucidação: o predicado já está contido no 
conceito do sujeito. 
 Juízo sintético/ juízo de ampliação: acrescenta-se ao sujeito algo de 
novo que é o predicado. 
 
 
 Valor dos juízos: 
 Juízo analítico: é importante para se chegar à clareza do conceito já 
existente, mas não conduz a conhecimentos novos; 
 Juízo sintético a posteriori: amplia o conhecimento sobre o sujeito, 
mas está condicionado ao tempo e ao espaço. Não constitui um 
conceito universal e necessário; 
 Juízo sintético a priori: acrescenta informações ao sujeito, 
possibilitando uma ampliação do conhecimento, com a formação de 
um juízo universal e necessário. 
 Limites do entendimento para Kant: 
 Só conhecemos as coisas tal como percebemos; 
 Impasse entre racionalismo e empirismo: conhecimento como 
resultado da sensibilidade e do entendimento sobre o que é sentido. 
 
7- A Enciclopédia 
 Organizada pelo matemático Jean d’ Alembert (1717-1783) e pelo filósofo 
Denis Diderot (1713-1784). 
 Resumo de todo o pensamento iluminista. 
 Principais ideias: 
 Valorização da razão (racionalismo); 
 Predomínio do deísmo (crença em Deus como força impulsionadora 
do universo); 
 Valorização da atividade científica; 
 Crítica a Igreja Católica; 
 Concepção de governo como fruto de um contrato entre governantes 
e governados. 
 Foi um sucesso de vendas. 
 Chegou a ser proibida e tirada de circulação pelo governo francês.

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