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Fisioterapia Neurológica Sumário Sistema Nervoso.............................................................................................................................3 Controle Motor e Aprendizagem Motora.........................................................................12 Fisioterapia Neurofuncional: Princípios e Neuroplasticidade................................17 Avaliação Neurológica do Paciente Adulto....................................................................22 Distúrbios do Movimento: Doença de Parkinson.......................................................30 Ataxia e Vestibulopatias...........................................................................................................37 Lesão Medular...............................................................................................................................48 Esclerose Múltipla (EM)...........................................................................................................56 Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)..................................................................................61 Doenças Neuromusculares......................................................................................................66 Trauma CrânioEncefálico (TCE)..........................................................................................84 Acidente Vascular Cerebral (AVC).....................................................................................93 Sistema Nervoso: Função. Manutenção da Homeostase: Equilíbrio dinâmico de todo o metabolismo do organismo. Pressão arterial, temperatura, pH, glicemia. 24h/dia -> Milhões de neurônios que trabalham para exercer essa função. Inconsciente e involuntário. Quem coordena a manutenção é o Sistema Neurovegetativo. Geração de Comportamentos: 1. a. b. c. d. e. 2. Neurofisiologia e Neuroanatomia 03 Sistema Nervoso Qualquer ato que seja executado: Falar, caminhar, mastigar,... Não ocorre 24h/dia -> Bilhões de neurônios (são bilhões de neurônios que trabalham especificamente para cada ato, mas só funcionam quando é exercido o movimento). Consciente. Função coordenada pelo Sistema Nervoso Somático ou de Via de Relação. a. b. c. d. Quando o paciente vai sentar/levantar/andar: Mecanismo que utiliza das duas principais funções do sistema nervoso. A Manutenção da Homeostase: Acontece quando o paciente levanta e fica com a visão escura/tontura (hipotensão arterial), os milhões de neurônios são ativados para manter a pressão (aumentar) e fazer o controle da homeostase. Geração de Comportamento: Os bilhões de neurônios específicos por gerar o comportamento são ativados quando o paciente e senta/levanta/deambula. Ambos os mecanismos atuam em conjunto (nas respectivas funções). 1. 2. A organização funcional do sistema nervoso inicia-se a partir do estímulo que é proveniente de sistemas sensoriais. O estimulo é detectado e recebido pelo "receptor", que possui o objetivo de transformar a natureza do estímulo. Após o receptor efetuar a sua função, é passado o estimulo agora detectado, para o "Analisador/Decodificador", que fará a analise do estímulo (saberá qual é o estimulo, frequência, de onde vem...). Sendo assim, o "Identificador" receberá o estimulo analisado e avaliará a informação no banco de memória, se existe uma conduta que já foi tomada antes, se é um estilo novo... A partir da identificação e analise de dados, é tomado uma "Decisão". 1. 2. 3. 4. Organização Funcional 5.O "Programador" será responsável por identificar/saber a decisão e se programar/organizar a resposta a ser distribuída, seja qual for. 6.Uma vez que o "Programador" já sabe o que deve ser feito, é enviado a resposta para os "Efetores/Executadores" que pode ser o Sistema Motor (músculo esqueléticos) ou Sistema Neurovegetativo (músculo liso/cardíaco e nas glândulas). 04 Acontece 24h/dia. Alças de retro alimentação. Tecido Nervoso: Grupos Celulares Neurônios: Funções. Unidade minimal e funcional. Condução do impulso nervoso. Do ponto de vista funcional é a célula mais importante. Célula mais importante. 1. 2. 3. Neurônios Aferentes: Responsável por conduzir a informação da superfície do corpo para o SNC. Relaciona e integra o meio externo com o meio interno. 1. 2. Neurônios Eferentes: Conduz impulsos do SNC aos órgãos efetuadores: músculos ou glândulas. 1. Neurônio Internucial ou de Associação: Estabelece união entre os aferentes e eferentes. 1. Células da Glia Células de suporte que auxilia os neurônios. Estão ao redor dos neurônio, auxilia no crescimento e desenvolvimento dos neurônios. Astrócitos. Oligodendrócitos (SNC). Celula de Schwann (SNP). Microglia. Células Ependimárias. 1. 2. 3. 4. 5. Células mais numerosas. Sustentação e nutrição os neurônios. Formação barreira hematoencefálica. Transporte de nutrientes. Secreta substâncias químicas que mantém os neurônios saudáveis. Formação de uma barreira de proteção. Forma uma cicatriz para reparar a área atingida caso o encéfalo seja lesionado. SNC: O Oligodendrócito pode atuar impedindo a recuperação do neurônio pela forma como se relaciona com a fibra. SNP: Células de Schwann mieliniza e orienta para onde vai o axônio, fazendo um caminho chamado Banda de Bugner, com isso se o axônio for lesionado esse caminho não desaparece facilitando a regeneração. Astrócitos Formação da bainha de mielina. Nutrição e funcionamento do neurônio. Absorver substâncias químicas que o neurônio libera e liberam substâncias químicas que o neurônio absorve. Oligodendrócitos (SNC) e Células de Schwann (SNP) Bainha de Mielina: Mielina: Substância lipídica, isolante elétrica. Potencializa o impulso nervoso, pelo impulso nervoso saltatória. Isolante elétrico X estimulo elétrico (por esse motivo, a capacidade saltatória). 1. 2. 05 Revestem as cavidades do sistema nervoso. Suporte metabólico e produção de liquido cerebrospinal- LCR. Fornece “caminho” para os dendritos serem eliminados. Células Ependimárias Regulam o desenvolvimento cerebral. Manutenção das redes neuronais e reparo das lesões. Se prolifera ao redor do neurônio lesionado e “transforma-se” em grandes macrófagos que remove resíduos. Monitora a saúde do tecido cerebral quando as células são danificadas. A micróglia invade a área para fornecer fatores de crescimento que auxilia na reparação. Mediadoras centrais da neuroinflamação e podem induzir ou modular respostas celulares. Micróglia Divisão Anatômica SNC: Encéfalo e Medula Espinal. SNP: Autônomo e voluntário. Tronco Encefálico: Mesencefalo, ponte e bulbo. 06 Encéfalo é dividido em: teléncefalo e diencéfalo. Telencéfalo: Córtex cerebral, núcleos da base e sistema límbico (controla as emoções). Diencéfalo: Tálamo, subtálamo, epitálamo e hipotálamo. 1. 2. Reflexos: Processamento neural da medula tem relação direta com atos coordenados e objetivados. A via final é igual tanto para os movimentos voluntários quanto para os reflexos. O circuito nervoso medular é fundamental para o controle postural e motor. 1. 2. 3. Medula Espinal Reflexo de Estiramento ou Miotático: Dependente de conexões monossinápticas entre os neurônios sensorial e motor. Teste: Percussão tendínea promove um alongamento do fuso muscular, aumento do comprimento das fibras musculares intrafusais, acionando receptores que geram ponteciais de ação nas fibras neuronais aferentes Ia, que entram no SNC pela raiz dorsal e realizam sinapse com segundo neurônio motor desse arco reflexo (corpo celular no corno anterior da medula) → contração do mesmo músculo. 1. Reflexos Espinais Implicações Clínicas Os reflexos espinais podem ser úteis para iniciar uma resposta diante de um alteração que o organismo sofre: desequilíbrio. Ao alterar o centro de gravidade mudanças são geradas no comprimento de alguns grupos musculares: gera reflexo de estiramento que ajuda a restaurar o equilíbrio. Reflexo de retirada: evita lesões. O grau de excitabilidade do reflexo de estiramento pode auxiliarno diagnóstico médico. Hiperreflexia: SNC: desequilíbrio das redes neurais centrais que geram maior ativação do neurônio motor inferior (aumento do reflexo). Hiporreflexia ou Arreflexia: Lesão central ou periférica, injurias musculares ou do neurônio motor (reflexo diminuído). 07 Acionar o reflexo de estiramento para desenvolvimento do controle motor durante o tratamento: Ao acionar o músculo será contraído e pode solicitar ao paciente que faça contração muscular facilitada pelo reflexo que acaba de ser evocado. Paciente paresia de músculos flexores e dos extensores de um membro inferior: pode usar o reflexo de extensão cruzada. Trabalha com o MI contralateral por meio de exercícios resistidos. Quando se aplica resistência à execução da flexão do MI não afetado, os músculos extensores do membro inferior afetado serão automaticamente acionados. E ao resistir a extensão ativa flexores contralateral. Tapping (tapinhas): Estímulo cutâneo produz contração muscular reflexa do músculo subjacente à região estimulada. Gelo com estímulos cutâneos rápidos. Usado na direção em que o membro funciona, estimula o paciente e o auxilia a exercer o movimento de contração reflexa, ativa as regiões medulares e corticais= favorece a motricidade. Estímulos → Acionam mecanismo medulares e outras redes neurais = favorece motricidade. Implicações Clínicas Resposta motora sem intervenção cortical: Apenas redes medulares. O neurônio da via nociceptiva ativa os interneurônios que, por sua vez, ativam os neurônios motores que inervam os mm. Flexores. Ao mesmo tempo, por inervação recíproca, ramos colaterais inervam os neurônios motores responsáveis pela inervação dos músculos extensores, inibindo-os. Enquanto que informações chegam no lado contralateral medular proporcionando ativação de grupos musculares extensores do membro contralateral e inibindo os flexores. Reflexos de Extensão Cruzada Ato voluntário que após iniciado e não havendo obstáculos pode ser executada de maneira automática. Possível devido redes neurais medulares que coordenam reciprocamente a ativação dos músculos flexores e extensores de ambos os MMII. Mecanismo: Gerador central de padrão (GCP) Localizado na região lombar, na região mesencefálica e em suas conexões com outras redes neurais. Marcha 08 O meio da marcha é involuntário/automático. Se torna involuntário pelas redes neurais medulares. Ao iniciar o movimento passa a ser automática pelo gerador central de padrão. Início/obstáculo: Voluntário e consciente. É pensado antes de ser exercido; se existe obstáculo é necessário á atenção, sendo um processo voluntário. 1. 2. Região de integração de impulsos nervosos de diversas regiões do SN e origem de tratos ascendentes e descendentes e dos núcleos dos pares cranianos. Formação Reticular: Zona Lateral: Informações corticais e sensoriais, despertar generalizado (sono e vigia). Zona Medial: (área vital - região delicada - se houver lesão pode levar ao óbito/problemas graves)) Funções vitais, núcleos com funções respiratórias e cardíacas, função autônoma. Zona da Linha Média: Regulação da função motora e dos níveis de consciência. Programas Motores: Gerador central de padrão (GCP). Deglutição, mastigação. Movimentos sacádicos oculares. Reação de proteção. 1. 2. 3. Tronco Encefálico Programas Motores: Estão prontos para exercer uma resposta rápida. GCP: Presente na medula, tronco encefálico (mesencéfalo) e outras regiões. Reação de Proteção: Importante para o equilíbrio (ajuste postural reativo). Tratos Descendentes Sistema Ativador Medial: Trato Tetoespinal: Inerva músculos da coluna cervical; rotação da cabeça no sentido do estimulo que foi ouvido e/ou visto. Trato Reticulospinal Medial: Ajustes antecipatórios, acionamento músculos axiais e extensores. Trato Vestíbuloespinal Medial e Vestibuloespinal Lateral: Inervam os neurônios motores inferiores que atuam sobre os músculos posturais. O medial se conecta com nervo vago explicando náuseas e vômitos decorrentes de vestibulopatias, atua em músculos posturais da coluna. Lateral: excita extensores e inibe flexores. Sistema Ativador Lateral: Trato Rubroespinal: Atua facilitando o trabalho dos grupos musculares flexores dos membros superiores. Trato Reticuloespinal Lateral: Facilitação da ativação dos músculos flexores. Resumo: Sistema Ativador Medial: Controle postural. Sistema Ativador Lateral: Motricidade 1. 2. a. b. 09 Trato Reticulospinal: Antecipa o movimento; Para dar o primeiro passo, é ajustado o peso do corpo para a perna que irá dar inicio na marcha e consequentemente é preparado e esquematizado o movimento. Trato Medial e Vestibuloespinal Lateral: Quando o paciente ao exercer o movimento fica enjoado/vomita em decorrencia do vestibuloespinal. Lesões no Tronco Encefálico: Sinais ipsilaterais, contralaterais ou bilaterais dependendo do local e da extensão. Lesão Abaixo da Decussação das Pirâmides: Déficit ipsilateral. Lesão acima da Decussação das Pirâmides: Déficit contralateral. Síndrome do Cativeiro (locked in): Paciente afásico e completamente plégico, somente com motricidade ocular vertical. Sensibilidade e cognição preservados. Lesão região anterior da ponte 1. 2. 3. Implicações Clínicas Lesão no tronco encefálico levará á sinais ipsilaterais (do lado da lesão), contralaterais (lado oposto da lesão) ou bilaterais (os dois lados). Decussão das Pirâmides: Ponte (vias que cruzam nas pirâmides, presente na ponte). Sindrome do Cativeiro: Paciente fica afásico e plégico (sem falar e sem se mover - apenas movimentos vertical dos olhos - motricidade ocular). O paciente possui a sensibilidade e a cognição preservada (um cativeiro dentro de si), o paciente entende e sente, mas não consegue falar ou se movimentar (uma lesão muito grave). Divisão Filognética: Arquicerebelo: Conexões vestibulares (cerebelo vestibular: Vestibulocerebelo). Função de equilíbrio estático. Paleocerebelo: Conexões com medula (cerebelo medular: Espinocerebelo) Regulação tônus e postura e coordenação dos movimentos: equilíbrio dinâmico. Neocerebelo: Conexões com córtex cerebral (cerebelo cortical) Programação motora, coordenação da motricidade fina. 1. 2. 3. Cerebelo Equilíbrio e movimentos posturais. Planejamento do curso temporal e o sequenciamento do movimento sucessivo. Coordenação da contração dos músculos agonistas e antagonistas. Controle on-line da execução dos movimentos. Planejamento dos movimentos sequenciais. Controle dos movimentos balísticos. Cerebelo: Funções Ataxia (marcha descoordenada/semequilíbrio). Nistagmo (movimento dos olhos). Dismetria (não modula o movimento/ao pegar alguma coisa erra o alvo - o paciente ataxico possui essa característica). Tremor (mais comum). Decomposição dos movimentos (movimentos por partes/cortados). Disdiadococinesia (movimentos alternados). Rechaço (testado - o paciente não consegue segurar o movimento). Controle on-line da execução dos movimentos: É a comparação se o que foi planejado foi executado, se houver erro é preciso ajustar/arrumar. Exemplo: Está andando em linha reta e surge um obstáculo, é necessário deviar, então o movimento que foi planejado e executado (marcha em linha reta) precisou ser alterado (obstáculo - desvio). Quem realiza a mudança e atua em situações como essa é o cerebelo que é responsável pelo controle on-line da execução dos movimentos. Estudos de Neuroimagem comprovam a função cognitiva que o cerebelo está relacionado; região anterior relacionada a atividades sensoriomotoras; porção posterior: funções cognitivas; porção dos vérmis: função límbica. 10 Lesões cerebelares: Implicações Clínicas Núcleos da base: função Núcleos da Base Núcleo: Conjunto de corpos celulares dentro do SNC. Base: região inferior do cérebro. Núcleos da Base: Conjunto de núcleos situados na base cerebral (anatomicamente nem todos obedecem esta regra). São eles: Núcleo caudado. Putâmen. Globo pálido (interno e externo). Núcleo subtalâmico. Substância negra (parte reticulada e compacta). Claustrum. Amigala. Núcleoacumbens. Núcleo basal de Meyner. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 11 Funções: Funções motoras, cognitivas e emocionais. Implicações Clínicas Córtex motor primário (área 4): Direção, força e velocidade do movimento. Controle dos múscuclos da mão, fala, tronco e pernas. 1. 2. Caudado, putâmen, globo pálido, subtalâmico e substância negra. Via Direta Via Indireta Colabora com funções de programação motora: região de armazenamento de memória motora. Iniciação dos movimentos e ajustes posturais. Modulador fino do controle motor, regulador da contração e força muscular e sequências de movimentos automáticos. Lesões dos núcleos da base: Discinesias: Perda da regulação e do controle do controle motor voluntário (movimentos involuntários - mão, braço, perna, pé...). Hipocinesia (diminuição do reflexo e ausência de movimentos). Hipercinesias (aumento do reflexo e movimentos exagerados). 1. 2. 3. Córtex Cerebral Área pré-motora (área 6): Antecipação do ato motor complexo, tarefas específicas. Posicionar ombros e braços, formação de palavras. 1. 2. Córtex parietal posterior (área 5,7): Motivação e ação (lesão Negligência).1. Área motora suplementar (área 6 e 8): Planejamento de atos complexos e conscientes. Tarefas bimanuais complexas, fechamento e rotação das mãos, movimento dos olhos. 1. 2. Implicações Clínicas Heminegligência -> o paciente negligencia um lado do corpo, sensibilidade alterada - esquece o um lado do corpo). Apraxias. Alterações perceptuais, da linguagem e cognitivas. Habilidade de regular, direcionar e controlar os mecanismos envolvidos na execução do MOVIMENTO. Para que o movimento seja exercido é necessário: Indivíduo (o mais importante para que seja exercido o movimento). Tarefa (o exercício que será feito, fácil ou difícil e que da inicio o movimento). Meio Ambiente (onde o movimento será exercido, plano ou não, íngreme ou não...) 1. 2. 3. Controle Motor: Definição Controle Motor e Aprendizagem Motora Integração das impressões sensoriais. O sistema sensorial/perceptual fornecem informações sensoriais táteis, visuais... Input Sensorial: Seleção de informações sensoriais relevantes para executar o movimento. Áreas Motoras Secundárias: Planejamento motor. Área pré-motora e área motora suplementar. Áreas Motoras Secundárias Recrutam: Cerebelo e Núcleos da Base. Percepção 12 Cognição. Percepção. Ação. 1. 2. 3. Indivíduo A cognição é essencial para o controle motor uma vez que o movimento é realizado com uma intenção. Intenção: Ativa "Áreas Terciárias": pré-frontal: tomada de decisão. Implicações Clínicas: É importante o paciente estar motivado a fazer o exercício para que haja a intenção. Pense em atividades que despertem o interesse, curiosidade da criança. Cognição Feedfoward: Mecanismosantecipatórios -> Preparam para o movimento. Implicações Clínicas: Sem informação sensorial eu não consigo realizar um planejamento motor adequado -> ato motor não será adequado, específico e coordenado. Estimulação Sensorial: O movimento é dependente da sensibilidade. Movimento ocorre dentro de um contexto onde o individuo realizará alguma ação: ato motor. Ação Início do Movimento: Giro pré- central = Área motora primária: De onde sai o primeiro neurônio motor que irá se encontrar com o segundo neurônio que irá contrair o músculo e iniciar o movimento. -> Controle motor continua através dos Feedbacks (para corrigir e adequar a estratégia motora). Sistema Nervoso: Continua se adaptando mesmo depois do movimento iniciado. Podemos alterar nossas estratégias de movimento conforme as exigências da tarefa e ambiente. Capacidade: São traços estáveis e duradouros que, na maior parte são geneticamente determinado e que embasam a performance habilidosa dos indivíduos e essencialmente não são modificáveis pela prática ou experiência. (Schmidt, Wrisberg, 2001). Ex: Força muscular, destreza, coordenação. Movimento: Característica de comportamento de um membro específico ou de uma combinação de membros. Os movimentos podem ser voluntários ou involuntários. Movimentos são partes que compõe as habilidades. (Magill, 2000) 13 Mudanças em processos internos que determinam a capacidade de um indivíduos para produzir uma tarefa motora. (Schmidt, Wriberg, 2001). Aprendizagem motora é um processo interno associado com a prática ou experiência que conduz a mudanças relativamente permanente na habilidade motora. (Schmidt, 1982). Aprendizagem Motora Desempenho Motor: É a tentativa observável de um individuo para produzir uma ação voluntária A aprendizagem pode ser inferida a partir dos escores de desempenho (Magill, 2000). Conceitos Habilidade: Designa uma tarefa com uma finalidade específica a ser atingida (Magill, 2000). Habilidade Motora: Habilidade que exige movimentos voluntários do corpo e/ou membros para atingir o objetivo. As habilidades precisam ser aprendidas. (Magill, 2000). Exemplo: Dirigir, subir escadas, amarrar o tênis, varrer... Precisamos nos expor a estas habilidades para aprender. Conceitos A aprendizagem motora é um conjunto de processos que estão diretamente relacionados com a prática e com a experiência e que levam a mudanças que devem ser relativamente permanentes. Relativamente Permanente: Depende de como está sendo avaliado/investigado, depende do tipo de estudo Pode ser algumas horas após, pode ser um dia após, semana, mês. Definição Na nossa prática clínica procuramos obter MUDANÇAS PERMANENTES. Quando avalio após um tempo: aprendizagem Você deixou o individuo um tempo sem praticar aquela habilidade e após avaliou o que consolidou o que ficou retido. Quais Mudanças e Onde? Períodos Offline: Quando não estou exposto a pratica da habilidade. Períodos On-line: Quando estou praticando. Período de Consolidação As mudanças podem acontecer em diferentes níveis de analise: Movimento visto a olho nu: Proficiência do movimento. Gasto energético. Qualidade do movimento. Componentes como velocidade, destreza, força... Nível muscular. Nível neuronal. Nível sináptico. Nível de RNA, DNA. 1. 2. 3. 4. Aprendizagem Motora Podemos unir então com a neuroplasticidade, apesar de não serem sinônimos, são diferentes níveis de analise de um mesmo fenômeno. Definição mais atual de Aprendizagem: Desenvolvimento de uma relação que fica estável e reprodutivo ao longo do tempo conforme o sistema biológico interage com os requisitos da tarefa e do meio ambiente. Estável e Reprodutivo: Está aprendendo? Está ficando armazenada? Período de Aquisição Aprendizagem é um Processo: O período da aquisição durante a sessão não pode ser compreendida como aprendizagem pois ainda não tivemos mudanças permanentes e nem uma relação estável e reprodutiva. Durante a sessão de fisioterapia tenho uma melhora do desempenho. 14 Sono: Papel fundamental nos períodos offline (que não estou exposta a pratica das atividades). Períodos de sono de qualidade que chega ao estágio REM do sono favorece de forma significante a melhora do desempenho e a retenção. O sono facilita a habilidade: estudos em AVC e Parkinson e indivíduos neurologicamente saudáveis mostram que após a prática se tiver períodos de cochilo isso auxilia no processo de codificação e recuperação da memória. Aprendizagem cognitiva também* 1. 2. 3. 4. O que Influencia a Consolidação da Memória? Pratica Variada: A forma como a prática é oferecida afeta a aprendizagem do individuo. Quando a prática é dada de forma variada: não pratica aquela mesma habilidade nas mesmas condições, existe variedade em algum componente do movimento, seja velocidade, seja precisão, seja posicionamento. Pratica variada para população na não neurológica. População neurológica ainda é incerto. 1. 2. 3. 4. 5. Quando Avaliamos: O desempenho on-line é ruim, mas quando somamos o desempenho on-line ao longo dos dias e inclui período off-line nos testes de retenção temos superioridade. Flexível: Quando realiza situação similar ele tem no repertorio, no programa motor, parâmetros que quando combinados permitem que ele desempenhe aquelenovo comportamento motor. Ex: step e escadaria da igreja; ou subir de forma rápida, altura do degrau. Escolaridade: Escola treina habilidades cognitivas independente do conteúdo. Sempre tenha conhecimento do nível de escolaridade do seu paciente. Estudo: corrigir efeito da escolaridade. Grupo Baixa Escolaridade: Aprende menos, dificuldade de flexibilidade da tarefa, não consegue generalizar – não transfere para outra tarefa. 1. 2. 3. 4. Transferência Pratica Variada -> Principio: Repetição sem repetição. Cuidado com Pacientes Neurológicos. Paciente com demência, Parkinson avançado, apraxia, déficit cognitivo moderado: quando inserimos variação dificultamos demais a vida dele. Tem paciente que precisam de rotina: precisa repetir, precisa de rotina. Precisa Saber: O paciente tem substrato neural para lidar com variações? No mesmo exercício podemos fazer microvariações. 1. 2. 3. 15 Motivação: Atividades, exercícios que gerem interesse. 1. Consegue transferir para uma tarefa que não foi treinada aquele aprendizado que obteve durante o treinamento? O desempenho foi aprimorado de forma rígida ou de forma flexível? Rígida: Só será repetido nas mesmas condições. Tipos de Focos de Atenção Podemos trabalhar com focos externos e internos de atenção. Foco Externo: Focos no resultado Ex: pedir par ao paciente agarrar o copo e não amassar -> ele planeja pensando no copo. Foco Interno: Focar em questões intrínsecas, no movimento do corpo Ex: pedir para o paciente pegar o copo prestando atenção na flexão de punho, extensão de cotovelo. Evidências Científicas: Poucas evidências em paciente neurológicos. Focar no externo, no desfecho parece ser a melhor opção em indivíduos neurologicamente saudáveis, porque o controle do movimento vai de forma automática. Feedbacks Falar para o paciente se ele errou? Como dar feedback? Confiamos que o feedback verbal é melhor, mas em geral não é. Instrução verbal antes, durante ou após a execução, induz uma aprendizagem explicita, memoria explicita, então não é a melhor forma de conseguirmos aprendizagem implícita Maioria das nossas habilidade ocorre de forma implícita. Feedback manual, proprioceptivo, perguntar antes para o paciente o que ele acha para observar se ele consegue resolver o problema, julgar sua ação. A aprendizagem é um processo cognitivo-percepto-sensório-motor: NÃO É SÓ MOTOR. 16 Avaliamos os parâmetros de desempenho motor. Com o tempo de prática algumas mudanças irão acontecer no desempenho: Persistência no movimento. Estabilidade. Adaptabilidade. Aperfeiçoamento. Consistência. 1. 2. 3. 4. 5. Como Avaliação/Mensurar a Aprendizagem? 1ª Fase: Cognitiva. Fase inicial. Exige alta demanda cognitiva. Prática e desempenho variável. Os erros são frequentes nesta fase. 1. 2. 3. 4. Fases da Aprendizagem 2ª Fase: Associativa. Fase intermediária. Ocorre o refinamento da habilidade. Menor variabilidade. Menor demanda cognitiva em relação à 1ª fase. 1. 2. 3. 4. 3ª Fase: Autonômica. Desempenho preciso e consistente. Baixa demanda atencional. Movimento automáticos. 1. 2. 3. É a área de atuação da fisioterapia que trata as deficiências motoras resultantes de alterações neurológicas, visando promover a capacidade para realização das atividades do dia a dia e a participação do indivíduo na comunidade. Foi reconhecida como especialidade da fisioterapia por meio da Resolução Coffito nº 189/1998. Fisioterapia Neurofuncional Fisioterapia Neurofuncional: Princípios e Neuroplasticidade Por exemplo: AVC - Pontuação escala de Fugl Meyer e obtiveram que para recuperação do MMSS, usar a escala nos 3 primeiros dias pode predizer a recuperação deles após 6 meses em até 70%. Marcadores salivares e de odores para Parkinson estão sendo desenvolvidos: 5 anos antes dos sintomas motores, exame do suor. 17 Predição. Participação. Prevenção. Personalizado. Plasticidade. 1. 2. 3. 4. 5. Os P´s da Neurofuncional Fatores que podem predizer como nossos pacientes podem ficar ou estar daqui um tempo. Predição Para nós fisioterapeutas é mais fácil intervirmos no campo da atividade do que da participação, mas é importante atuarmos com esta visão. Entender o que dificulta ou impede a participação social do paciente. Levar em conta as preferências e escolhas das atividades de participação que ele quer melhorar. Participação Prevenção de complicações secundárias: encurtamento, dor, deformidades, alterações emocionais, prevenção de quedas, prevenção de baixos níveis de atividade física. Prevenção Intervenções personalizadas podem interferir no resultado da terapia. Personalizado Plasticidade Pode acontecer em qualquer parte do neurônio. Dendrítica: Crescimento da área dendrítica. Formação e desaparecimento de espinhas dendríticas. *Estudos indivíduos sem doença neurológica: meia hora de exercício aeróbio aumenta as espinhas dendríticas, aumenta sinapses*. Axônica: Crescimento das árvores axonal que faz com que aumente as conexões e aumento do numero de sinapses, aumenta numero de neurotransmissores e de receptores. Regeneração de fibras lesadas (SNP). Brotamento de fibras integras. Somática: Aumenta o numero de células. Neurogênese: Novos neurônios. Neurogênese até os 90 anos, porém se não usar serão degradados. Hipocampo, áreas motoras, caudado, mas ainda está em estudo se é global ou somente nestas áreas. Células tronco migram para áreas que tem estímulo. * Estudo: Ressonância de taxistas - mais neurônios na região da memoria de localização, nasceu ou estimulo de decorar caminhos?* Acreditava-se que não surgiam novos neurônios na vida adulta. Sináptica: Fortalecimento sináptico ou enfraquecimento sináptico. Formação de novas sinapses aumentam a liberação de neurotransmissores, aumenta o numero de receptores. Formas de Neuroplasticidade - Estrutural O que é plasticidade? Neuroplasticidade. 18 Neuroplasticidade - História Plasticidade Neural Descrita pela primeira vez (1930) por Santiago Ramon y Cajal (pai da neurociências) -> Mudanças estruturais não patológicas no cérebro adulto. “A capacidade de fazer mudanças adaptativas relacionadas à estrutura e função do sistema nervoso”. 1960: Termo Neuroplasticidade - Mudanças morfológicas em neurônios adultos (Fuchs e Flugge, 2014). Neuroplasticidade - Definição Adaptações ocorridas frente a qualquer experiência, situação, prática ou treinamento que o indivíduo for exposto, em qualquer fase da vida. E não diz respeito apenas sobre como o sistema nervoso adapta-se frente a uma lesão (Fuchs e Flugge, 2014). Por que Estudar? Acontece desde nossa concepção até nossa morte. Memória, aprendizado motor e cognitivo: e cognitivo é neuroplasticidade. Recuperação dos pacientes depende da neuroplasticidade. Não ocorre somente com pacientes, mas em indivíduos neurologicamente sadios. Existe a positiva e a negativa. Adaptação: Lesão em um hemisfério o outro hemisfério assumirá a função. Funcional Fatores que Interferem na Neuroplasticidade Reatribuição: Comum em amputados, por exemplo, não sente mais o tato naquela região, outra região sensorial pode tomar contar desta área. Expansão: Dou muito estímulo para meu paciente, por exemplo MMSS: esta área aumenta de tamanho. Disfarce Compensatório: Uma área troca de função para tomar a função que foi perdida. 19 Sistema Nervoso Periférico A regeneração ocorre em velocidade maior. O ambiente é mais propício para regeneração. Crescimento axônico de 2-4 mm/dia : melhor remielinização. Sistema Nervoso Central Processo degenerativo em grande quantidade: as lesões são mais graves. Meio ambiente não favorável. Proteínas inibitórias da extensão axonal. Astrócitos que após uma lesão impedem a regeneração, pois formam a cicatrização. Alimentação: Alimentos: Estimulam e atrapalham. Açúcar em excesso, gordura animal em excesso prejudicam a neuroplasticidade. Frutas vermelhas, verduras, legumes: fito hormônios que estimulam liberação de BDNF. Peixes, castanhas, amêndoas, azeite de oliva: parecem diminuir demência pós AVC. 1. 2. 3. 4. Sono: Após prática da habilidade-> cochilo -> melhor desempenho da atividade praticada. 1. Motivação: Engajamento na tarefa.1. Neuroplasticidade Positiva e Negativa É consolidado o movimento errado (compensação), pensa e tomar cuidado com os exercícios/atividade. Uma vez neuroplasticidade o paciente exercerá de maneira errada o movimento. Exercício Físico Efeitos em humanos e animais: Aumento da neurogênese. Aumento da sinaptogênese. Aumento da ramificação dendrítica. Diminuição do estresse oxidativo. Melhora capacidade de atenção seletiva, memória, planejamento (PROVAS FAÇA EXERCÍCIO). 1. 2. 3. 4. 5. 20 10 Princípios da NeuroplasticidadeBDNF Use ou perca. Use e melhore. Especificidade. Repetição. Intensidade. Tempo. Relevância. Idade. Transferência. Interferência. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Fator de crescimento cerebral. Promove neuroproteção. Aumenta arborização dendrítica e número de sinapses. O gene do BDNF é suprimido durante o estresse. Diminuição do BDNF leva a atrofia neuronal e morte neuronal e a depressão. Plasticidade Cognitiva A prática de exercício físico reduz em cerca de 38% o risco de demências e déficits cognitivos (Louis Bherer, 2017). 1.Use ou Perca Se os circuitos neurais não são usados, não participam ativamente do desempenho da tarefa por um período longo de tempo eles começam a se degradar. Após lesão se não utilizamos aquele circuito, por exemplo, do movimento de flexão do ombro ou a face de um paciente pós- AVC. Focar em todos os movimentos desde o inicio, senão não estimularemos aquele circuito e ele irá se perder. 2. Use e Melhore O treinamento que estimula uma função cerebral específica pode levar ao aprimoramento desta função. 3. Especificidade A natureza da experiência que você está treinando determinará a natureza da plasticidade. Se eu quero melhorar o sentar e levantar preciso treinar esta função. 7. Relevância4. Repetição Importa A experiência do treinamento precisa ser relevante para induzir plasticidade. Escolha exercícios, tarefas que sejam relevantes par ao paciente. É importante para o paciente? Motivação. É importante que haja repetição!!!!! Não basta incluir um circuito neural no desempenho da tarefa. A repetição do comportamento recém aprendido ou que esta sendo reaprendido é necessária para induzir mudanças neurais duradouras. A plasticidade será induzida pela repetição. Orientar o paciente sobre a importância deste princípio: O paciente precisa continuar treinando, repetindo fora da fisioterapia mobilização de reservas: quando damos tarefas par ao paciente repetir em caso o que foi treinado e aprendido durante a sessão. Praticar. 5. Intensidade Para a plasticidade precisamos de intensidade de treino suficiente. Não pode ser uma intensidade muito baixa e em alguns casos, não muito alta devido a fadiga. 6. Tempo A plasticidade não é linear. Diferentes formas de plasticidade irão ocorrer em diferentes momentos durante o treinamento. Por exemplo o AVC: existem 7 fases na fase aguda e subaguda a plasticidade é maior, porém na fase crônica também existe, mas é mais acentuada na aguda, por isso o tempo importa. Janelas de tempos mais eficazes par ao direcionamento da plasticidade reativa induzida pela lesão. 21 8. Idade A plasticidade induzida pelo treinamento ocorre mais rapidamente nos cérebros jovens. Porém ocorre neuroplasticidade em idosos também. 9. Transferência A plasticidade induzida por uma experiência de treinamento pode melhorar a aquisição de comportamentos semelhantes: tarefas não treinadas. Exemplo: Treino subir e descer. 10. Interferência A plasticidade em um circuito neural pode impedir a indução de plasticidade em outro, podendo prejudicar o aprendizado. Quando estimulamos o paciente estimulamos vias especificas e deixamos de usar outras, logo se não escolhermos o exercício adequado podemos estimular vias que não são as mais corretas Neuroplasticidade negativa. Identificar o problema e o local/causa Parte integrante do tratamento. Elaborar diagnóstico fisioterapêutico e possível prognóstico funcional. Decidir qual a melhor conduta de tratamento. Deve ser ampla, dinâmica e contínua. Permite acompanhar a evolução clínico-funcional. Importância Avaliação Neurológica do Paciente Adulto Funções: Movimentos involuntários. Funções de energia. Funções emocionais. Estruturas Corporais: Cérebro. Estruturas relacionadas ao movimento. Atividade e Participação: Qual ou quais atividades do dia a dia quer realizar e está com dificuldade? Qual sua participação na vida familiar e social? Uso fino das mãos. Movimentar-se pelo ambiente. Alimentação. Vestuário. Fala. Vida comunitária. Recreação e lazer. Emprego. Fatores Ambientais e Pessoais: O ambiente é um facilitador ou uma barreira para a funcionalidade? Facilitadores: medicamento, professional de saúde, cadeira de rodas. Barreiras: Atitudes da família e amigos. Sistemas e politicas de saúde. 1. 2. 3. 4. 22 O que o paciente consegue fazer? Como ele executa a atividade/tarefa. Ele realiza compensações? Verificar os principais potenciais nas principais posturas contra a gravidade. Avaliar mobilidade, transferências e alcance funciona. O que o paciente não consegue fazer? Por que ele não faz? O que ele precisa para fazer? Podemos auxiliá-lo? Quais hipóteses? Testar! 1. 2. Primeiros Questionamentos Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Avaliação Baseada na CIF Conhecendo o Paciente - Ficha de Avaliação Observar voz, expressões faciais, capacidade de organização do pensamento, coerência dos fatos, atenção, memória. Profissão: Pode ter influenciado, ode estar com alguma dificuldade pra voltar ao trabalho; geralmente é algo que nós gostamos: pensar em atividades para a terapia. Diagnóstico Médico/Fisioterapêutico: Hemiplegia/Hemiparesia, Completa/Incompleta, Proporcionada/ Desproporcionada "Com predomínio crural (MI), braquial (MS), braquiofacial (MS e face)" - À esquerda/ direita. H.M.A: O que sentiu, como sentiu, qual local, desde quando, o que foi feito, evolução do quadro. Queixa Principal Funcional: O que gostaria de melhorar no seu dia a dia? O que está quase conseguindo fazer? E por que quer fazer isto? baseado na escolha do paciente e do terapeuta. 23 24 A resposta sexual após a LM depende da extensão e da localização da lesão. Lesão na medula lombossacral (centro parassimpático): Ereção psicogênica, a qual tem origem por estímulos visuais, auditivos, sentimentos ou fantasias, e pode ser menos rígida e manter-se por menos tempo que a ereção reflexa. Lesão entre o 2º segmento medular torácico (T2) e o 2º segmento medular sacral (S2) apresentarão os centros 25 A ereção é menos prejudicada que a ejaculação, compreendida pela propulsão do sêmen ao sair pela uretra. Prótese peniana. simpático e parassimpático preservados: ereção psicogênica e reflexa, a qual se origina por estímulo sensorial e mantém- se pela tumescência peniana por tempo insatisfatório. Hipertonia: Lesão do primeiro neurônio motor (córtex, cápsula interna, tronco encefálico ou medula) ou núcleos da base. Elástica ou Piramidal: Espasticidade → AVC, esclerose múltipla, lesão medular, paralisia cerebral sinal de canivete. Plástica ou Extrapiramidal: Rigidez → não costuma ser seletiva, ex.: Doença de Parkinson sinal da roda denteada. 26 Coréia: Movimentos involuntários de inicio abrupto, explosivo e que normalmente dura pouco tempo e repete-se com intensidade e locais variados. Atetose: Movimentos involuntários lentos, sinuosos, costumam ser contínuos, parece uma contorção. Geralmente ocorrem-nas extremidades distais. Tremor: Movimentos involuntários oscilatórios rítmicos, caracterizados por contrações alternadas de grupos musculares opostos ou simultâneos - Tremor de repouso - Tremor de intenção. Balismo- Hemibalismo: Movimentos involuntários amplos com inicio e fim abruptos. Ocorrem nos segmentos proximais dos membros, podendo também, acometer tronco e segmento cefálico. Abrange um hemicorpo. Distonia: Movimentos involuntários geralmente em torção que variamem velocidade (rápido a lento), que geralmente são mantidos por um segundo ou mais no ponto máximo da contração muscular. 27 Posturas Postura Hemiplégica Espástica: Posição em pé, com MS comprometido em flexão e pronação, MI homolteral em hiperextensão com o pé equino (flexão plantar). Postura Parkinsoniana: Inclinação anterior de tronco e cabeça, membros superiores flexionados e os dedos em posição de pinça com característico tremor de repouso, assemelhando-se ao movimento de “contar dinheiro” ou “rolar pílulas”. Postura de Decorticação: Flexão de membros superiores e extensora dos membros inferiores, comum me lesões acima do núcleo rubro do mesencéfalo. Postura de Descerebração: Hiperextensão com tendencia a pronação dos quatro membros, comum em lesão de tronco encefálico. Postura Miopática: Acentuação da lordose lombar, hipertrofia da panturrilha e saliência das escápulas 28 Teste de Alcance Funcional (Functional Reach - FR) Teste Levantar e Andar (Timed up and go - TUG) Análise da Marcha Velocidade. Base de suporte. Equilíbrio. Ritmo. Simetria. CG em relação a base de suporte. Movimento pendular dos braços. Dor, luxação, subluxação do ombro. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Ciclo da Marcha (Passada): Dois passos → 1 segundo Ritmo Normal = 120 passos/minuto. Análise Cinemática 29 Método SMART - Próximos passos Crônica, neurodegenerativa, progressiva. Caracterizada pela disfunção ou morte dos neurônios dopaminérgicos, substância negra- pars compacta, dos núcleos da base. Segunda mais comum: 10 milhões no mundo. Brasil: 3,3% acima de 64 anos. Parkinson Precoce. Incidência: maior em homens. A causa da degeneração é desconhecida → IDIOPÁTICA. 1. 2. 3. 4. Doença de Parkinson Distúrbios do Movimento: Doença de Parkinson Diabetes. Traumatismo craniano? Deficiência de vitamina D? Peso? Estresse? 30 Idiopática → Linhas de hipóteses: Aspectos Multifatoriais: Predisposição genética, riscos ambientais (produtos químicos-agrotóxicos), envelhecimento cerebral, anormalidades mitocondriais, produção de radicais livres. Hábitos Diários: Sedentarismo, alimentação... 1. 2. Etiopatogenia Exposição a agentes tóxicos. Consumo de leites e derivados. Sexo masculino → estrogênio pode se ligar aos receptores nas células do estriado e parece ter um efeito neuroprotetor. Sintomas leves a moderados e benéfico quando combinado com a L- DOPA. Fatores de Risco Neurodegenerativa Via Direta: Os neurônios estriatais geram inibição de GPi/SNr, diminuindo por sua vez a inibição que estes núcleos geram no tálamo, resultando em um aumento da excitação talâmica no córtex. Via Indireta: Neurônios estriatais geram inibição de GPe, sendo que esse núcleo inibe o NST via GABA. O NST gera excitação de GPi/SNr por neurotransmissão glutamatérgica, aumentando a inibição desses no tálamo, resultando em diminuição da excitação talâmica no córtex Fisiopatologia - IdiopáticaAs duas vias resultam em ações opostasno córtex, sendo que a via direta aumenta a excitabilidade da via tálamocortical e a indireta diminui essa excitabilidade. Parkinson: Reduz a inibição por meio da via indireta e diminui a excitação pela via direta. Teoria de Braak: A doença se inicia no sistema nervoso entérico e ascende até o sistema nervoso central via nervo vago. Evidencias que a degeneração não é localizada apenas na substância negra, segue trajeto ascendente a partir do tronco encefálico. 31 Esta diminuição dos níveis dopaminérgicos inibe os sistemas motores tálamo-cortical e tronco encefálico comprometendo diversas estruturas cerebrais. Progressiva Diagnóstico Clínico: Bradicinesia e pelo menos mais um sinal cardial. Diferencial: Paralisia supranucelar progressiva, degeneração corticobasal, tremor essencial, atrofia múltipla de sistema, parkinsonismo. Ultrassonografia transcraniana (hiperecogenicidade da substância negra), que é um marcador que sugere risco da doença de Parkinson. Cintilografia cerebral com TRODAT (radiofármaco). Ressonância magnética 3 Tesla: maior deposição ferro na substância negra pars compacta. Sintomas Não-MotoresParkinsonismo: síndromes clínicas queapresentam pelo menos dois sinais cardinais da DP, porém estão associados a diferentes sintomas e diagnósticos: PSP, DC, parkinsonismo induzido por drogas, demência do corpo de Lewy entre outras. A evolução e resposta ao tratamento são diferentes. Cognitivo - Emocional. Olfato. Sono. Constipação Intestinal. 32 Sintomas Motores Cardinais Bradicinesia. Rigidez hipertonia plástica. Tremor de repouso. Instabilidade postural. Alterações Respiratórias Diminuição do fluxo. Rigidez torácica. Redução da força inspiratória e expiratória. Redução da propriocepção. Diminuição da capacidade vital. Leeet al 2018: Relação entre redução de substância cinzenta cerebral com comprometimentos ventilatório (diminuição da capacidade vital) Avaliar: Pressão inspiratória e expiratória máxima, pico de fluxo de tosse (> 270l/min) , mobilidade torácica(baixa mobilidade torácica e costelas alta), controle postural (modifica a forma como alinho meu corpo, com isso modifica a dinâmica respiratória). Objetivos: Melhorar ou manter mobilidade torácica, melhorar força muscular, melhorar pressurização das vias áreas superiores, evitar mecanismos de obstruções. 1. 2. 3. 4. 5. Sono Dificuldade em iniciar ou manter sono (insônia), geralmente mais dificuldade em permanecer dormindo. Gritar ou encenar sonhos, inclusive com socos ou batidas: distúrbio de comportamento do sono REM (RBD). Sonolência diurna excessiva e às vezes adormecer de repente sem querer (ataques de sono). Ter que levantar mais vezes para usar o banheiro. Uma sensação desconfortável nas pernas quando se deita que é aliviada com a movimentação. Isso é chamado de “síndrome das pernas inquietas”. A síndrome das pernas inquietas geralmente acompanha os movimentos bruscos das pernas durante o sono (distúrbio periódico dos movimentos das pernas). Respiração interrompida durante o sono (apneia do sono). Alterações da Marcha e do Equilíbrio Respostas posturais antecipatórias e reativas. Resposta no lugar e estratégia de passo: lentas e fracas. Prejuízo na flexibilidade das respostas posturais. Incapacidade de adaptar as amplitudes de respostas posturais automatizadas a fatores contextuais. SubtiposAjustes posturais antecipatóriosrepetitivos, pequenos e prolongados. Rigidocinético: Incialmente apresenta rigidez e bradicinesia com mínimo tremor. Tremor - Dominante: Inicio com predomínio de tremor e pouca rigidez e bradicinesia. PIGD (postural instabilidade/ gait disturbance): Apresenta instabilidade postural com quedas e freezing. Sintomas Clínicos Regiões Cerebrais Alteradas 33 Fatores de Proteção Habito de Fumar: Nicotina. Ativa proteínas que previnem a morte neuronal (Oertel et al., 2016). Estudos em 13 centros Alemanha e 11 nos EU|: Nicotina não retarda a evolução da DP, pelo contrário, acelera (Oertel et al., 2016ª). Outra substância do tabaco com possível efeito protetor? Cafeína: 1. 2. 3. 14 estudos modelos experimentais parkinsoniano: efeito neuroprotetor/9 estudos prospectivos de coorte/2 estudos caso-controle/1 metanalitico. Consumo moderado de café reduz o risco para DP. Postuma e Munhoz, 2017 - -> Refutou os resultados 400mg de cafeína/250 pacientes/ 5anos de seguimento. Necessário mais estudos. Exercício Físico: 1. 2. 3. 4. Fang et al. (2017). Assocition of levels of physical activity with risk of Parkinson disease: A systematic review ans meta-analysis. Resultados: 6 dos 7 estudos selecionados. Indivíduos que praticam atividade física MODERADA OU INTENSA têm menor risco de desenvolver DP. 1. 2. 34 Tratamento Medicamentoso: Padrão Ouro Dopaminérgicos (levodopa): Precurssor da dopamina. Agonistas de Dopamina: Age estimulando diretamente receptores dopaminérgicos no corpo estriado do cérebro, não havendo necessidade de conversão da droga para um metabólito ativo, que exerça seus efeitos farmacodinâmicos. Inibidor de MAO-B: Prolongar a eficácia da levodopa, reduzir a quantidade de levodopanecessária para controlar os sintomas e reduzir as flutuações motoras. Inibidores COMT: Os inibidores da COMT impedem a degradação da levodopa no sangue periférico e da dopamina no sistema nervoso central (SNC), aumentando os níveis plasmáticos de levodopa. Amantadina: Estimulação da liberação dos estoques de dopamina ou bloqueio da recaptação sináptica desse neurotransmissor, além de ação anticolinérgica modesta Progressão da Doença com a Medicação Taxa de Absorção da Medicação Resposta a Levodopa 35 Exercício Físico Associação: pessoas menos ativas fisicamente ou sedentárias e incidência da DP. Efeito do exercício físico na função cerebral para a neuroproteção e neurorestauração. Delaying Mobillity Disabillity in People With Parkinson Disease Using a Sensoriomotor Agility Exercise Program: Este artigo usa as deficiências sensório-motoras conhecidas da DP que afetam o equilíbrio, a marcha e as transições posturais para desenvolver uma estrutura conceitual para projetar exercícios que visam retardar a deficiência e manter ou melhorar a mobilidade em pessoas com DP Resultados de estudos com a utilização da fisioterapia, com pacientes DP: Fisioterapia Convencional. Treinamento de Força. Exercício em Esteira. Dicas: Estímulos externos. Dança: Tango, salão de baile americano e valsa/foxtrox. Artes Marciais: Tai Chi e Qigong. Caminhada nórdica. Exercício Aeróbico. Equilíbrio e marcha. Hidroterapia. Dupla Tarefa. Exergaming. Treinamento de resistência adaptado com instabilidade (ARTI-exercícios com complexidade motora) é mais eficaz do que a reabilitação motora tradicional? 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. DBS Cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (CECP): usada para tratar doentes com períodos “OFF” e/ou discinesias que não são controlados com ajustes na medicação. A CECP é um tipo de cirurgia onde um cabo fino isolado (também chamado de elétrodo) é colocado nas estruturas profundas do cérebro. O eléctrodo está ligado a um dispositivo idêntico ao pacemaker (chamado neuroestimulador) colocado debaixo da pele no peito. O neuroestimulador envia um estímulo elétrico para uma área do cérebro que controla o movimento. A estimulação desta área do cérebro pode melhorar os períodos“OFF” assim como reduzir as discinesias. Perspectivas Futuras Vacina em desenvolvimento. Safinamida- nova medicação. Novos estimuladors cerebrais. Levodopa inalatória. Dieta mediterrânea. 36 Quem é elegível? Diagnóstico de Doença de Parkinson e pelo menos 5 anos de evolução. Complicações motoras, refratárias ao tratamento clínico otimizado. Ausência de comorbidades significativas. Ausência de doenças psiquiátricas significativas. Melhora dos sintomas com Levodopa. Intolerância às medicações ou tremor de repouso refratário aos medicamentos. 1. 2. 3. 4. 5. 6. Benefícios Tremor. Rigidez e bradicinesia. Discinesias causadas por superdosagem. Efeitos da medicação potencializados. Menor grau: equilíbrio, marcha e fala. Qual Abordagem Escolher? Busca por evidencias cientificas. Qual exercício você vai escolher para o seu paciente? Lembre-se: ✓ Objetivo ✓ Estágio da doença ✓ História natural da doença ✓ Motivação Controle dos movimentos: complexidade, velocidade e precisão. Sistema que verifique: se o movimento inicia no momento correto, se a execução está de acordo com a necessidade ou intenção e se finaliza no momento adequado. Cerebelo e núcleos da base (controladores): Preparação do movimento e controle “on-line”. Não possuem acesso direto aos motoneurônios. Conexões com regiões motoras. Recebem informações de extensas regiões do córtex cerebral e projetam de volta ao córtex motor através do tálamo. 1. 2. 3. 4. Controle Motor Ataxia e Vestibulopatias 37 Estrutura supra -segmentar. Através de seus núcleos e conexões participa da integração e controle dos atos motores: Voluntários, automáticos, reflexos, posturais. Energia, seletividade, eumetria e velocidade. Recebe informações do córtex cerebral para cada comando motor (via córtico - pontinocerebelar) e informações dos músculos em relação com o movimento a ser efetuado (via espino - cerebelar). Cerebelo Processamento Sensorial Tem a participação no desenvolvimento das sensações e percepções, na exploração do ambiente, na interpretação das informações. Envolve as sensações do corpo baseadas no sentido do toque, é capaz de permitir, por exemplo, que um indivíduo encontre, no escuro, um objeto dentro de uma gaveta. Sistema Tátil Sistema Visual Informa sobre o meio ambiente, promovendo à atenção, mobilidade visual, habilidade de atender, seguir e localizar o estímulo. Também é imprescindível para o processamento inicial da maioria das informações. O utrículo responde às forças gravitacionais e à aceleração linear, principalmente no plano horizontal, como, por exemplo, descer uma rampa no skate. O sáculo responde a estímulos vibratórios e à aceleração no plano vertical (cama elástica). Os canais semicirculares (labirinto cinético): respondem a movimentos da cabeça quando ocorre movimento de rotação. 38 Sistema Proprioceoptivo Tendões, músculos e articulações, nos dá informação, o tempo todo, sobre o movimento e a consciência da posição do corpo. É a propriocepção que torna possível uma pessoa guiar os movimentos dos seus braços ou pernas, de maneira habilidosa sem ter que observar cada ação. Quando este sistema funciona de maneira eficiente, a posição do corpo é, automaticamente, ajustada para que o indivíduo não caia. Sistema Vestibular Divide-se em cóclea, vestíbulo (sáculo e utrículo) e canais semicirculares. Comunica-se com o tronco encefálico, formação reticular, tálamo e medula através das vias vestibulares. O sistema vestibular promove as sensações inconscientes dos movimentos do corpo no espaço e mudanças na posição da cabeça. Automaticamente, coordena os movimentos dos olhos, cabeça e corpo. É responsável por manter o tônus muscular, coordenação dos dois lados do corpo e manter a cabeça ereta contra a gravidade. Estabilização dos olhos, da cabeça de postural. O vestíbulo (labirinto estático): desencadeia reflexos tônicos nos músculos posturais em resposta às alterações das posições da cabeça, do corpo e das influências gravitacionais. Órgãos Otolíticos 39 Atualmente é um termo usado para designar a incoordenação do movimento após lesão do sistema vestibular, sensorial e cerebelar. A incoordenação ou ataxia pode ser uma consequência de lesões em qualquer nível do neuroeixo, periféricas ou centrais, incluindo as regiões associativas do lobo parietal. O local específico da lesão irá determinar as manifestações clínicas no paciente. Pode afetar os movimentos oculares, fala ,membros, tronco ou marcha. O mecanismo básico determinante da ataxia ainda não é totalmente compreendido, porém alguns estudos indicam ser uma inabilidade em coordenar a atividade simultânea de múltiplos músculos e articulações. A interferência na transmissão de informação somatossensorial para o cerebelo, seja por lesão espino- cerebelar ou por distúrbios periféricos, podem produzir ataxia. Danos em estruturas que recebem impulsos cerebelares como o tálamo e núcleo rubro, também podem resultar em diferentes graus de ataxia e tremores. Uma das causas mais comuns de ataxia é a lesão do cerebelo, mais frequentemente, devido a acidentes vasculares encefálicos, tumores ou traumas. Canais Semicirculares Vias Descendentes Ataxias A palavra ataxia é derivada da palavra grega “desordenação”, que significa ausência de ordem. Tipos de Ataxia Ataxia Sensitiva: Resulta de desordens das vias proprioceptivas nos nervos sensitivos periféricos, raízes sensitivas, colunas posteriores da medula espinhal ou lemniscos mediais. A ataxia sensitiva por polineuropatia 40 O exame revela sensações alteradas de posição articular e movimento nos membros afetados, e o senso de vibração também está alterado. Ausência de vertigem, nistagmo e disartria. Os pacientes com ataxia sensitiva podem relata que seu equilíbrio melhora ao olhar para seus pés quando caminhamou ao usar um bengala, ou o braço de um acompanhante para suporte. Podem apresentar dificuldade particularmente em descer escadas. Ataxia Vestibular: Resulta das lesões centrais e periféricos que causam vertigens. O nistagmo está presente com frequência e é tipicamente unilateral. Não ocorre disartria. A incoordenação dos movimentos de membros pode tornar-se aparente quando o paciente tentar levantar-se ou caminhar. Ataxia Cerebelar: Lesões do cerebelo ou das suas conexões nos pedúnculos cerebelares, ponte ou núcleo rubro. Manifestações clínicas: irregularidades na frequência, ritmo, amplitude e força dos movimentos voluntários. Comumente associada a hipotonia → déficit na manutenção da postura. A amplitude do balanço do braço durante o caminhar pode estar similarmente aumentada. Quando os músculos são contraídos contra uma resistência que é então removida, o músculo antagonista falha em interromper o movimento e o ou lesões da coluna posterior: afeta a marcha e os MMII de uma forma simétrica , os braços são menos envolvidos ou até não acometidos. Associada com incoordenação dos movimentos voluntários. O início dos movimentos simples está retardado, e seus índices de aceleração e desaceleração estão diminuídos. Manifestações clínicas: dismetria terminal, quando o membro estiver direcionado a um alvo e um tremor intencional terminal quando o membro aproxima-se do alvo. Os movimentos que envolvam mudanças rápidas na sua direção ou maior complexidade fisiológica, como a deambulação são os mais severamente afetados. Nistagmo e oscilações oculares relacionadas, paresias do olhar e defeitos na fixação do olhar e acompanhamento visual. Primárias e Secundárias/Adquiridas. Ataxia Hereditária: Grupo de degenerações espinocerebelares, pode ser dominantes ou recessivas. Ataxias espinocerebelosas autossômicas dominantes (ACAD): grupo de patologias clinica e geneticamente heterogéneo, caracterizado por uma ataxia lentamente progressiva da marcha, postura e membros, disartria e/ou alterações oculomotoras devido à degenerescência cerebelar, na ausência de outras patologias coexistentes. O processo degenerativo pode afetar: Apenas o cerebelo (ACAD tipo III). Envolver adicionalmente a retina (ACAD tipo II). Nervo óptico, sistemas ponto- medulares, gânglios da base, córtex cerebral, vias espinhais ou nervos periféricos (ACAD tipo I). relaxamento muscular compensatório não ocorre prontamente. Isto resulta em movimento de rebote do membro. 1. 2. 3. A idade de início: habitualmente entre os 30 e os 50 anos. Ataxia de Friedreich: Desordem degenerativa idiopática. Leva a ataxia cerebelar. Transmitida por herança autossômica recessiva, parece ser por mutação do cromossomo 9. Achados patológicos: maior parte na medula espinal. Início: Ataxia de marcha progressiva, seguida por ataxia de todos os membros nos dois anos seguintes. Desaparecem os reflexos de joelho e tornozelo e aparece a disartria cerebelar. O senso de posição articular e a percepção vibratória ficam alteradas nos membros inferiores. Cifoescoliose severa que contribui para incapacidade funcional, também há nistagmo, parestesias, tremores posturais, vertigem, espasticidade, dores nas pernas e diabetes. Ataxias Esporádicas ou Encefalopatia de Wernicke: Indivíduos que não possuem histórico familiar da doença. Doenças que podem estar associadas: câncer, alcoolismo crônico, deficiência de vitamina B12 e E, hipotireoidismo, drogas/medicações, AVC, tumores ou cistos no cerebelo, desordens enzimáticas ou metabólicas raras, esclerose ,alguns tipos de neuropatia periférica. A encefalopatia de Wernicke é um distúrbio agudo que tem como característica a ´tríade: ataxia, oftalmoplegia e confusão. Causa: deficiência de tiamina (vitamina B1), alcoólicos crônicos, embora possa ocorrer como uma consequência de desnutrição. 41 Regiões afetadas: núcleos talâmicos, corpos mamilares, núcleos periaqueductais e periventriculares do tronco cerebral e vermis cerebelar superior. Tanto o envolvimento cerebelar como o vestibular contribuem para a ataxia. A ataxia afeta primaria ou exclusivamente a marcha; as pernas são atáxica em somente um quinto dos paciente, e os braços em um décimo. A disartria é rara. O teste calórico revela disfunção vestibular uni ou bilateral. Podem também ocorrer paralisias do olhar conjugado, anormalidades pupilares e hipotermia. A ataxia é completamente reversível em somente 40% dos pacientes; enquanto que a marcha retorna completamente ao normal, a recuperação tipicamente leva de várias semanas a meses. A ataxia associada com vertigem sugere uma desordem vestibular, enquanto que formigamento ou agulhadas nas pernas são comuns na ataxia sensitivas. Os pacientes com ataxia sensitiva e alguns com ataxia vestibular são capazes de ficar com os pés juntos, compensando a falta de um estimulo sensitivo (proprioceptivo ou labiríntico) com outro (visual). Os pacientes com ataxia cerebelar não o fazem. A marcha vista na ataxia cerebelar é de base ampla, frequentemente hesitante, que pode sugerir embriaguez. A oscilação da cabeça ou do tronco (titubeio) pode estar presente. Na ataxia sensitiva a marcha é com base ampla e a marcha em linha reta Diferenças Em pacientes com ataxia sensitiva, o senso de posição articular está sempre alterado em MMII. A percepção da sensação vibratória está frequentemente prejudicada em pacientes com ataxia sensitiva. A ataxia sensitiva pode ser produzida por polineuropatias que afetam proeminentemente fibras sensitivas grandes e mielinizadas e por mielopatias, incluindo aquelas resultantes da ataxia de Friedrech, neurossífilis ou deficiência de vitaminaB12. (Tandem) é deficiente. A deambulação é tipicamente caracterizada pela elevação mais alta do pé e sua queda pesadamente no solo por causa da propriocepção alterada. Nos casos avançados, a incapacidade de locomoção é completa, embora a força muscular esteja conservada. 42 Marchas Marcha calcaneante (lesão sensitiva). Marcha ebriosa (lesão cerebelar). Marcha em estrela (lesão vestibular). 1. 2. 3. Marcha Atáxica Sensitiva Deve-se a um comprometimento da posição articular ou do senso cinestésico muscular resultante da interrupção de fibras nervosas aferentes em: Nervos periféricos. Raízes posteriores. Colunas posteriores da medula espinhal. Lemniscos mediais. Lesão de ambos os lobos parietais. É habitual a reação de desequilíbrio. A capacidade de se recuperar rapidamente de um passo em falso está comprometida. Graus variados de dificuldade para ficar em pé e caminhar. 1. 2. 3. 4. 5. Marcha Atáxica Sensitiva Os principais aspectos do distúrbio dessa marcha são os movimentos bruscos das pernas e o posicionamento dos pés. Os pés ficam bem afastados um do outro, a fim de corrigir a instabilidade, e os pacientes olham para o chão e para as próprias pernas. Muitos passos são acompanhados por um ruído audível, à medida que o pé é forçadamente abaixado de encontro ao solo. O indivíduo que apresenta esse desarranjo na marcha, tem dificuldade ou não anda com os olhos fechados. Marcha Atáxica Cerebelar Neste tipo de marcha, a manutenção da atitude ereta pode ser difícil, e o paciente geralmente aumenta a base de sustentação. O andar é vacilantes, base alargada, com tendência à queda do paciente em qualquer direção. Ao ordenar-lhe para marchar em linha reta apresenta desvios, como se estivesse embriagado (marcha ebriosa). Marcha Atáxica Vestibular Como nas lesões cerebelares, a marcha é um zig-zag ou titubeante, com alargamento da base de sustentação, desvios e tendência a quedas. Os desvios se processam na direção do lado afetado e podem ser vistos pela chamada marcha em estrela de Babinski e Weil. 43 Pede-se ao paciente andar em ambiente amplo e em linha reta, dando cerca de oito a dez passos para frente e, em seguida, para trás, repetindo o processo cinco ou seis vezes, como há desvio sempre para o lado acometido, o traçado desta marcha configura-se a forma dos raios de uma estrela. Fortalecimento. Exercícios de Cawthorne e Cooksey. Técnicas de PNF para coordenaçãoe equilíbrio (reversão de estabilizações, reversão dinâmica e estabilização rítmica nas progressões e nos padrões de escápula, pelve, pescoço, tronco e membros). Redução do graus de liberdade. Estimulação sensorial. Hidroterapia. Aeróbico. Pilates. Equoterapia. terapêutica, prancha de equilíbrio, disco, cama elástica, etc. Sinais e Sintomas Ataxia na marcha. Distasia: déficit de equilíbrio. Astasia: dificuldade de se manter em pé. Dismetria: déficit de parametrização. Disdiadococinesia: Dificuldade de realizar movimentos rítmicos e alternados. Decomposição dos movimentos. Disartria (fala escandida). Titubeação. Nistagmo. Tremor cinético e intencional. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. Fisioterapia Objetivos: Melhorar o equilíbrio estático e dinâmico. Melhorar a coordenação motora grossa e fina. Melhorar o padrão da marcha. Melhorar o desempenho nas AVDs, promovendo independência funcional. 1. 2. 3. 4. Estratégias Exercícios de Frenkell. Treino das estratégias motoras de reações de equilíbrio (tornozelo e quadril). Treino do equilíbrio com input sensorial variado em superfícies instáveis, em várias posturas: bola Controle Motor Estimula-se, através da facilitação, a aquisição de força muscular e controle motor nos segmentos debilitados, onde a função está comprometida. Placing Automático e Voluntário Placing automático: capacidade de seguir, de forma automática, e sustentar parcialmente o segmento corporal movimentado. Placing voluntário: capacidade de sustentar totalmente o segmento corporal sob comando verbal. 44 Para o placing o SNC precisa ser capaz de receber e responder às informações somatossensoriais. Para paciente hipotônicos é mais indicado o placing voluntário, e para pacientes hipertônicos mais o placing automático. Objetivos: Melhorar controle motor e coordenação, promover percepção do movimento e auxiliar na redução dos tremores, melhorando seletividade muscular. Balance é uma interação sensório- motora baseada no alinhamento dinâmico e adaptativo. O balance propicia ao indivíduo habilidade de se mover contra e na direção da força de gravidade. Pode ser alcançado: Mudando a velocidade, intensidade ou local do estímulo. Mudando a superfície de apoio e o tipo de solo. Mudando a direção do movimento. Levando o paciente perto do limite do seu centro de gravidade. Eliminando a visão. 1. 2. 3. 4. 5. Movimento Seletivo Apresentam grandes prejuízos na seletividade do movimento, muitas vezes, são impedidos pelas fixações que surgem nos locais de fraqueza muscular. Trabalhar de forma dinâmica para evitar à indesejada fixação. Devem ser executados em pequena velocidade. Balance Exercícios de Frenkel Heinrich Simon Frenkel é um dos fundadores da neurorreabilitação. Melhora da coordenação motora, do equilíbrio e, consequentemente, da ataxia. 45 Protocolo de Cawthorne e Cooksey para Reabilitação Vestibular 46 Marcha 47 Via de comunicação entre o encéfalo e o restante do corpo. Forma cilíndrica (levemente achatada). Intumescências cervical e lombar (conjunto de raízes nervosas). 31 segmentos = 31 pares de nervos. Limites. Medula Espinal Lesão Medular – Traumatismo Raquimedular *Não é o mesmo que o nível neurológico → que é o ultimo nível integro. T11 e T12 correspondem aos segmentos da medula lombar: T1= L1 e L2 ; T12 = L3, L4 e Le5 L1 sacral ou coccígea. 48 Limite Superior: Bulbo (forame magno). Limite Inferior: No adulto situa-se em L2. Lesão em vértebra não significa que lesionou o mesmo segmento. Até o 4º mês de gestação coluna e medula são do mesmo tamanho. Regra de Peele: -lesão vertebras de C2 a T10 soma 2 e terá o nível da medula lesado. Posição: Medula Espinal A Lesão Medular (LM) é agressão à medula espinal que leva a uma condição de insuficiência parcial ou total do funcionamento da medula espinal, decorrente da interrupção dos tratos nervosos motor e sensorial desse órgão, podendo levar a alterações nas funções motoras e déficits sensitivos, superficial e profundo nos segmentos corporais localizados abaixo do nível da lesão, além de alterações viscerais, autonômicas, disfunções vasomotoras, esfincterianas, sexuais e tróficas. Definição Ruptura axonal, vascular e de membrana celular, desencadeando morte celular e alterações vasculares progressivas que iniciam. Fisiopatologia Lesão medular secundária, em que disfunção vascular, edema e isquemia produzem uma série de processos como liberação de radicais livres, alterações hidroeletrolíticas com excitotoxicidade e apoptose celular tardia, que resultam em um período sustentado de destruição tecidual. Traumática: Acidente automobilístico (principal causa no Brasil), Ferimento por arma de fogo (muito expressivo nos grandes centros urbanos com o aumento da violência) Mergulho em águas rasas Quedas Esportes Acidentes de trabalho ... 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Incidência Estatísticas Mundiais : 30 a 40 pessoas a cada 1 milhão de habitantes são acometidas pela lesão medular, por ano. National Spinal Cord Injury Statistical Center,: aproximadamente 10.000 novos casos de lesão medular a cada ano nos Estados Unidos. No Brasil: A incidência é desconhecida. Quando as estatísticas mundiais são aplicadas à população brasileira: 5 a 6 mil novos casos de lesão medular a cada ano. População mais afetada: faixa etária dos 30 anos, sendo que 80% dos indivíduos são do sexo masculino. 49 Traumática. Não Traumática. Etiologia Não Traumática: 20% dos casos a lesão Processos tumorais Infecções Alterações vasculares Doenças degenerativas Alterações congênitas ... 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Quadro Clínico: Choque Medular A fisiopatologia ainda é desconhecida. Alteração nas sinapses diante da lesão de células nervosas repercutindo clinicamente com a ausência de controle motor, ausência de sensibilidade, além de arreflexia abaixo do nível de lesão e alterações do sistema nervoso autônomo (tais como vasoplegia e anidrose) e do controle esfincteriano. Pode durar de dias a semanas. O término desta fase é constatado quando há retorno do reflexo bulbo cavernoso nas lesões de motoneurônio superior. Complicações 50 Alterações Respiratórias: Lesão acima de C4 ocorre paralisia diafragmática necessitando de assistência ventilatória constante. Alterações Vesicais. Repercussões Psicológicas. Alterações Intestinais. Alterações Funções Sexuais. Dores e Úlceras: Ossificação Heterotópicas. Classificação - Funcional Tetraplegia: Se refere à paralisia parcial ou completa do tronco e músculos respiratórios e dos quatro membros, sendo resultado de lesões da medula cervical. Paraplegia: Se refere a uma paralisia parcial ou completa de parte ou de ambos os membros inferiores e do tronco, resultante de lesões na medula torácica, lombar ou sacral. Classificação: Asia ASIA- American Spinal Injury Association. Avalia o nível neurológico da lesão na medula. Caracteriza o sistema sensitivo, motor , se a lesão é completa ou incompleta. Traçar o diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico e funcional. O nível neurológico é o segmento mais caudal da medula espinhal, com funções sensitiva e motora normais em ambos os lados do corpo. 51 ASIA Avaliação Sensitiva: A dor é avaliada estimulando-se com um alfinete delicado e o toque é avaliado ao se tocar levemente com um pedaço de algodão. Classificação: ASIA O nível sensitivo é definido como o segmento mais caudal da medula espinal, com função sensitiva normal em ambos os lados do corpo. 52 Avaliação Sensitiva Avaliação Motora O nível motor é definido como o segmento medular inferior cujo principal músculo apresenta força grau 3, sempre que os principais músculos representados nos segmentos superiores tenham força normal. 53 Avaliação Motora Lesão completa: Não há função motora ou sensitiva abaixo do nível da lesão, incluindo os segmentos sacrais. Lesão incompleta: Há função motora ou sensitiva abaixo do nível da lesão, incluindo os segmentos sacrais. Depende de S4 e S5, contração voluntária ou não, se tem sensação anal ou não. Sim: incompleta Não: completa.Lesão Completa ou Incompleta Para determinar o grau de lesão medular utiliza-se a Escala de Frankel modificada ou ASIA, onde o paciente pode ter sua lesão classificada de completa à incompleta recebendo letras de A a E de acordo com o que se segue: AIS Último músculo chave com alguma função. Último dermatomo chave com alguma função. Zona de Preservação Parcial Fase Aguda: Prioridade é estabilizar o paciente (funções vitais). Manter e conservar estruturas osteomusculoarticulares e as possíveis funções. Prevenir complicações secundárias. Aporte nutricional. Cuidados posturais. Manutenção de posições funcionais. Tratamento multiprofissional. Orientação à família. Suporte psicológico. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 54 Tratamento Fase Crônica: Potencializar as funções ❑ Fortalecimento de regiões que apresentam motricidade parcial ou completa. Estimulação sensorial para evitar lesões corporais e para melhorar coordenação motora. Treino de transferências. Treinos funcionais que visam a atingir a menor dependência possível para realizar AVD’s. 1. 2. 3. 4. Posicionamento. Mudanças de decúbito. Cadeira de rodas: Órteses, Ortostatismo, Marcha. Fisioterapia Nível e grau da lesão. Grau de espasticidade. Deformidades articulares. Dores. Patologias Associadas. Idade. Prognóstico Individualizado Fatores socio-econômicos e emocionais. Constituição física. Metas Funcionais - Prognóstico Exercícios 55 Resistido: hater, caneleiras, faixa, manual. Alongamentos e mobilizações. Treino Funcional: AVD’s, transferências. Eletroestimulação: Associada a função ou contração muscular. Balance: Reações de equilíbrio e proteção. Condicionamento Físico: Melhorar capacidade cardiorrespiratória, resistência a fadiga e melhorar desempenho funcional. Cicloergêmetro, manejo da cadeira, prática esportiva Intensidade: 70-80% da Fcmáxima por 30 minutos. Ortostatismo. Aeróbicos. Mobilização escapular. Quatro apoios. Exercícios em prono. Tronco: deslocamentos, alcance. 1868- Jean M. Charcot: Descreveu pela primeira vez, caracterizando a doença pela presença de áreas endurecidas (esclerose em placa) disseminadas pelo SNC. História Esclerose Múltipla (EM) É uma doença imunomediada Parcialmente responsável pela: desmielinização, morte de oligodendrócitos, dano axonal e processo inflamatório → ocasionando fibrose (cicatrização) e prejudicando a neurotransmissão. Ativação periférica dos linfócitos T: atuação exacerbada. Antígenos → proteína básica da mielina são consideradas autoantígeno, tornandose alvos da resposta imunológica. Quimioatração → ruptura da barreira hematoencefálica e passagem de linfócito T reativo. -Medicação: figolimode se liga nos receptores fazendo com que os linfócitos T ativados permaneçam sequestrados nos órgãos linfoides. Evita que chegue no SNC causando processos inflamatórios e consequentemente a desmielinização. 56 Doença neurológica desmielinizante, autoimune, crônica provocada por mecanismos inflamatórios e degenerativos que comprometem a bainha de mielina. Definição 2,5 milhões de pessoas no mundo Brasil: 10,376 pessoas em tratamento; 30.000 com EM Caucasianos Países nórdicos Pacientes jovens de 27 a 34 anos Pico de incidência na terceira década de vida Mulheres Doença com influência genética e ambientais em sua etiopatogenia. Epidemiologia e Incidência Fisiopatogenia Bainha de Mielina Diagnóstico 57 Exame de líquido cefalorraquidiano. Potencial evocado visual: nervo óptico. Exames laboratoriais. Dr. Jean- Martin Charcot (1986): Distribuição: Predomínio placas nas regiões perivenular. Morfologia de Dedos de Dawson: aumenta especificidade, mas não é obrigatório apresentar. Critérios de McDonald → 4 regiões, ao menos 2 áreas: -Placas escleróticas na substância branca. -Ressonância magnética. -Observar: morfologia e distribuição. -Disseminação no Tempo: Evolução no tempo, com piora neurológica. -Disseminação no Espaço: Se espalha no sistema nervoso central. →Dois locais diferentes no encéfalo e/ou medula sem outra causa identificável. →Periventricular: Superfície inferior do corpo caloso. →Justacortical: Acomete fibras que tocam o córtex. →Infratentorial: Tronco encefálico (mais periférica ou lateral da ponte) e/ou cerebelo. →Medula espinal. Ou recidivas, exacerbação, ataque, crise, agudização. É a expressão clínica de uma lesão focal inflamatória desmielinizante no SNC. Evento desmielinizante, inflamatório e agudo no SNC. Observado ou relatado pelo paciente. Duração de pelo menos 24h com ausência de febre e infecções. Desencadeado: Fatores estressantes ao sistema imunológico. Clima, alteração de latitude, raça, idade, disposição genética, vírus. Sinais e Sintomas: Surtos Classificação dos Surtos Está relacionado com o quanto interfere nas atividades de vida diária (AVD). Leve: Não interfere. Moderada: Interfere nas AVDs → sintomas sensitivos e focais discretos. Grave: Requer internação hospitalar → amaurose unilateral, hemiparesia ou paresia graves, síndrome de tronco encefálico, ataxias e diplopia. Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH): Precursor dos glicocorticóides →Metilprednisolona - Pulsoterapia. 3 a 5 dias → interrompe e coninua retirada progressiva do corticoide. Plasmaférese → objetivo filtrar o sangue retirando as substâncias que estão no plasma → casos graves. Corticóide → melhor tratamento para o surto (efeitos adversos graves com uso crônico). Tratamento Inicialmente surtos recorrentes que vão diminuindo em frequência, mas com déficits cumulativos: Síndrome clínica isolada: primeira manifestação clínica. Desmielinização inflamatória que pode evoluir para EM. Classificação recente. Pelo menos 24h de episódio neurológico. Monofocal ou multifocal. Sintomas: Neurite óptica, mielite transversa, síndrome do tronco encefálico, síndrome hemisférica ou cerebelar. Formas Clínicas 58 Remitente- recorrente (EMRR) Remitente- recorrente (EMRR): Surto- remissões- recorrentes. 80% dos casos. Exacerbação seguidas de graus variáveis de melhora. 85% dos casos evolui em 10 anos para Secundariamente Progressiva. Com ou sem completa recuperação. Curso clinico gradualmente progressivo. Não há episódios de remissão. 20 a 30% tem um único surto. Acúmulo progressivo de incapacidade desde o inicio. Inflamação meníngea difusa e lesões corticais. Primaria progressiva (EMPP): Sinais persistentes se instalam após um surto e a doença pode progredir no período entre os surtos. Podem ter perda visual definitiva e maior dificuldade para andar. Lesões de substância branca. Acumulo progressivo de incapacidade após o curso inicial com surtos. Secundária progressiva (EMSP): Variam conforme a localização das placas. Primeira manifestação, geralmente nervo óptico. Disfunções cognitivas e emocionais podem ocorrer. Sinais e Sintomas 59 Fadiga (fraqueza ou cansaço). Sensitivas: Parestesias (dormências ou formigamentos); nevralgia do trigêmeo (dor ou queimação na face); Visuais: Neurite óptica (visão borrada, mancha escura no centro da visão de um olho – escotoma – embaçamento ou perda visual), diplopia (visão dupla); Motoras: Perda da força muscular, dificuldade para andar, espasmos e rigidez muscular (espasticidade); Ataxia: Falta de coordenação dos movimentos ou para andar, tonturas e desequilíbrios; Esfincterianas: Dificuldade de controle da bexiga (retenção ou perda de urina) ou intestino; Cognitivas: Problemas de memória, de atenção, do processamento de informações (lentificação); Mentais: Alterações de humor, depressão e ansiedade. Equilíbrio . AVDs. Classificação do estado de Progressão e Incapacidade → EDSS: Escala Expandida de Incapacidade. Funções Piramidais, cerebelares, do tronco encefálico, sensitivas, vesicais, intestinais, visuais e mentais. Fadiga – Aeróbicos Espasticidade – Treinamento de força, mobilizações Intolerância ao calor e redução da resposta de transpiração - Hidratação adequada, temperatura ambiente entre 20 e 22 ° C, uso de ventiladores de refrigeração e pré-resfriamento antes do exercício aeróbio Déficits
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