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Água Potável: Fontes, Tratamento e Análise

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Água de consumo: fontes, tratamento, 
padrões de potabilidade e análise 
bacteriológica
Apresentação
A água é um recurso indispensável para a sobrevivência do ser humano, das plantas e dos animais. 
É indispensável, ainda, para o desenvolvimento socioeconômico (indústrias, agricultura, transporte, 
energia, uso doméstico e manutenção do ecossistema). Quase 70% do planeta é ocupado por água 
(doce, salobra e marinha). A água potável proveniente de fontes subterrâneas 
abastece aproximadamente 1,5 bilhão de pessoas diariamente, e a água também pode ser 
proveniente da chuva, dos lagos e dos rios.
Fontes contaminadas são as principais causas de doenças transmitidas pela água e causam doenças; 
portanto, são uma questão de saúde pública. A qualidade da água pode ser medida por parâmetros 
físico-químicos e microbiológicos, que irão determinar se ela está em condições de consumo e uso.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer os principais grupos de microrganismos 
presentes na água e as consequências do consumo para a saúde humana. Irá aprender as diferentes 
técnicas usadas para as análises bacteriológicas de água para consumo humano, avaliando os 
padrões de referência para ser considerada potável. Por fim, irá compreender como realizar o 
processo de interpretação de laudos técnicos com base na legislação vigente.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os diferentes tipos de microrganismos patógenos presentes na água. •
Classificar as técnicas de análise bacteriológica. •
Interpretar laudos técnicos de avaliação microbiológica da água.•
Desafio
A água é um elemento essencial à vida humana é utilizada tanto para consumo como para a 
higienização e o preparo de alimentos. No entanto, ela pode ser fonte de transmissão de doenças, 
causando diarreia, vômito, dores abdominais, febre, etc., se não for devidamente tratada. Casos de 
doenças transmitidas pela água são mais comuns em países em desenvolvimento devido à falta de 
saneamento básico.
Suponha que você trabalhe em uma rede de hospedagem rural que teve problemas de 
contaminação.
Acompanhe o caso:
Infográfico
Em muitos países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, as condições de saneamento básico, 
com o correto destino para os esgotos domésticos, não são completamente acessíveis a todos. 
Logo, em muitas regiões, os dejetos humanos vão parar na água de rios, córregos e lagos que, em 
muitas situações, são usados para abastecimento da população. Isso gera uma série de 
contaminações que podem causar doenças.
De acordo com a legislação brasileira, a água potável não deve ter contaminação microbiológica, 
recomendando procedimentos que podem ser utilizados para análise microbiológica (membrana 
filtrante e do número mais provável). Contudo, estes são métodos demorados, com alto custo e 
trabalhosos, o que dificulta a identificação rápida de microrganismos patogênicos em situações de 
emergência. Assim, foram criadas técnicas de identificação microbiológica rápidas.
Conheça, no Infográfico, a técnica que usa meios de cultura cromogênicos e fluorogênicos para 
coliformes totais e Escherichia coli.
Conteúdo do livro
Por meio da água, é possível avaliar o nível de pobreza de uma região. O acesso à água potável se 
constitui uma preocupação constante e de longa data, sendo considerado prioridade essencial nos 
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ratificados pela Assembleia Geral da ONU, em 
2015. Estima-se que ainda 10% da população mundial consuma água de fontes contaminadas com 
material fecal, o que aumenta os casos de doenças. A Portaria n.º 2.914, de 12 de dezembro de 
2011, e a RDC n.º 275, de 22 de setembro de 2005, são legislações brasileiras que estabelecem 
padrões microbiológicos relacionados à qualidade da água tanto de abastecimento como mineral a 
ser consumida.
No capítulo Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica, 
da obra Microbiologia e legislação de alimentos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, 
estude os principais grupos de microrganismos da água e o que eles podem ocasionar quando 
ingeridos por um indivíduo ou um grupo de pessoas. Aprenda as técnicas utilizadas para identificar 
a presença de bactérias nas diferentes fontes de água e a interpretar um laudo técnico de análise 
microbiológica de água.
Boa leitura.
MICROBIOLOGIA E 
LEGISLAÇÃO DE 
ALIMENTOS 
Ivonilce Venturi
Água de consumo: fontes, 
tratamento, padrões de 
potabilidade e análise 
bacteriológica
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar os diferentes tipos de microrganismos patógenos presentes 
na água.
 � Classificar as técnicas de análise bacteriológica.
 � Interpretar laudos técnicos de avaliação microbiológica da água.
Introdução
A qualidade do abastecimento de água potável para uma população 
pode determinar a saúde desta. A água contaminada é uma das princi-
pais causas de transmissão de doenças para a população, que incluem 
diarreia, vômitos, entre outras. Estimativas demonstram que em todo o 
mundo pelo menos 1/5 da população utiliza água contaminada para o 
consumo, e parte dessa contaminação é de origem fecal (SINGH; KAUSHIK; 
MUKHERJI, 2017).
A água pode ser facilmente contaminada por vazamentos de esgoto, 
falta de tratamento adequado e escoamento de resíduos urbanos em 
áreas de coleta de água. Esse é um problema que perpassa várias décadas 
e ainda continua sem solução em muitos lugares do Brasil. 
A água, como portadora de inúmeros microrganismos como vírus, 
protozoários e bactérias, pode disseminar doenças facilmente, aumen-
tando a morbidade da população. Portanto, monitorar e desenvolver 
ações para reduzir ou eliminar microrganismos patógenos presentes na 
água têm como objetivo garantir a qualidade e a saúde da população 
(KHAN et al., 2018).
Neste capítulo, você vai conhecer os principais grupos de micror-
ganismos presentes na água e suas respectivas consequências para a 
saúde humana e vai aprender as diferentes técnicas que são utilizadas 
para a análise bacteriológica de água voltada para consumo humano, 
comparando com os padrões de referência para ser considerada potável. 
Microrganismos presentes na água
Os perigos mais comuns associados à água são as contaminações microbioló-
gicas, direta ou indireta, que podem ocorrer por contato com esgotos, resíduos 
ou excrementos humanos e animais. O consumo dessa água contaminada ou 
o seu uso na preparação de alimentos pode resultar em casos de contamina-
ção. De acordo com a World Health Organization (2018), água contaminada, 
saneamento básico deficiente e falta de higiene continuam sendo fatores im-
portantes de causa de mortes no mundo. Estimativas apontam que no ano de 
2016, 870.000 mortes foram associadas a essas causas. Ainda estima-se que 
29% da população mundial não tenha acesso a água tratada, enquanto que 
apenas 39% da população tem acesso a saneamento básico, ou seja, 61% da 
população mundial não dispõe de tratamento de esgoto, sendo que, em sua 
maioria, são descartadas próximas às residências, o que agrava o quadro de 
risco de contaminação microbiológica na água. 
Os microrganismos patogênicos que podem ser encontrados na água per-
tencem ao grupo das bactérias, dos vírus e dos protozoários.
Bactérias
Quando há uma poluição de origem fecal na água potável, ocorre a introdu-
ção de uma série de microrganismos patógenos de origem intestinal e que 
estão relacionados a doenças gastrointestinais. Os microrganismo de maior 
ocorrência na água são: Salmonella, Shigella, Escherichia coli enterotoxi-
gênica, Vibrio cholerae, Yersinia enterocolitica, Legionella, Leptospira e 
Campylobacter fetus. 
O Quadro 1 apresenta as principais bactérias presentes na água, a doença 
que causam, a sintomatologia e o período que levam para se manifestar no 
organismo e quanto tempo permanecem no corpo. 
Águade consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica2
Bactérias Doença
Início dos 
sintomas
Sintomas
Duração 
dos 
sintomas
Escherichia 
coli (entero-
patogênica)
Gastro-
enterite
Iniciam de 
3 a 4 dias 
após a 
ingestão
Cólicas estomacais 
graves, diarreia 
geralmente com 
sangue e vômitos
Entre 5 a 
7 dias
Legionella 
pneumophila
Legio-
nelose
Iniciam 
de 2 a 10 
dias após a 
ingestão
Febre alta, tosse, 
dores musculares, 
dores de cabeça, 
diarreia, sinais de 
confusão mental 
e pneumonia
Varia 
conforme a 
gravidade 
da doença
Leptospira Leptos-
pirose
Iniciam de 
2 dias 4 
semanas 
após a 
exposição
Dores de cabeça, 
dores musculares, 
vômito, icterícia, 
diarreia, danos 
renais, meningite, 
insuficiência 
hepática, 
dificuldade 
respiratória e morte
Alguns 
dias a 3 
semanas 
ou mais
Salmonella 
typhi
Febre 
tifoide 
Iniciam 
de 7 a 14 
dias após a 
inoculação
Febre alta 
constante, 
fraqueza, dor no 
estomago, diarreia 
ou constipação, 
tosse e perda 
de apetite
Salmonella Salmo-
nelose
De 6 horas 
a 4 dias 
após a 
infecção
Diarreia, febre, 
cólicas abdominais 
e vômitos
Dura de 4 
a 7 dias
Shigella Shigelose De 1 a 2 
dias após a 
ingestão
Diarreia, febre e 
cólicas estomacais
Dura em 
média 5 
a 7 dias
Quadro 1. Bactérias patogênicas presentes na água, doenças, sintomas, início e duração 
dos sintomas
(Continua)
3Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica
Fonte: Adaptado de Centers for Disease Control and Prevention (2014, 2016, 2017, 2018a, 2018b, 2019a, 
2019b, 2019c, 2019d).
Quadro 1. Bactérias patogênicas presentes na água, doenças, sintomas, início e duração 
dos sintomas
Bactérias Doença
Início dos 
sintomas
Sintomas
Duração 
dos 
sintomas
Vibrio 
cholerae
Cólera De 6 a 48 
horas após 
a ingestão
Diarreia 
aquosa, vômito, 
membranas 
mucosas secas, 
hipotensão, sede, 
caibras musculares, 
irritabilidade e 
aceleração cardíaca
Dura em 
média de 
2 a 7 dias. 
Yersinia 
enterocolitica
Yersinose De 4 a 7 
dias após a 
exposição
Diarreia, dores 
abdominais, 
náuseas, vômitos 
e febre
Pode variar 
de 12 a 
22 dias 
ou mais
Campylo-
bacter 
Espécie 
jejuni ou coli
Campi-
lobac-
teriose
De 2 a 7 
dias após a 
ingestão
Dores abdominais, 
febre, diarreia 
profusa com fezes 
sanguinolentas ou 
aquosas, podendo 
ocorrer vômito
Pode durar 
de 2 a 3 
semanas
(Continuação)
Vírus
Os vírus constituem uma grande preocupação quanto a sua transmissão pela 
água, principalmente aqueles que se multiplicam pelo intestino e, conse-
quentemente, são excretados em grande número. Mesmo a replicação viral 
não ocorrendo fora do hospedeiro, este tem a capacidade de sobreviver em 
ambientes aquáticos permanecendo por dias ou meses. Os vírus entram em 
contato com a água principalmente por meio de esgotos domésticos não tra-
tados, mantendo-se viáveis por longos períodos de tempo. Quando a água 
não recebe tratamento adequado, a população passa a ser exposta aos vírus. 
Isso torna a água não tratada um grande potencial de risco de contaminações 
virais à população.
Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica4
O Quadro 2 apresenta os principais vírus presentes na água, a sintomato-
logia e o período que levam para se manifestar no organismo e quanto tempo 
permanecem no corpo. 
Fonte: Adaptado de Centers for Disease Control and Prevention (2018a, 2018b, 2019a, 2019b, 2019c, 
2019d) e Brunette e Nemhauser (2019).
Vírus
Início dos 
sintomas
Sintomas
Duração dos 
sintomas
Adenovírus 
(67 diferentes 
sorotipos)
De 2 dias a 
2 semanas
Infecções respiratórias, 
urinárias, gastrointestinais 
e conjuntivites
Varia 
conforme a 
gravidade 
da doença
Enterovírus 
não 
poliomelite
De 3 a 
7 dias 
Febre, coriza, espirros, 
erupção cutânea, bolhas na 
boca e dores musculares; 
casos graves podem causar 
miocardite, encefalite e 
meningite viral, doença 
muscular inflamatória e 
paralisia flácida aguda
Variável 
dependendo 
da gravidade 
da doença
Hepatite 
A (HAV)
Em média 
28 dias
Início abrupto de febre, 
mal-estar, anorexia, náusea 
e desconforto abdominal, 
seguido em poucos dias 
por icterícia (elevação 
das enzimas hepáticas)
De 1 a 2 
semanas 
ou meses
Norwalk ou 
norovírus
De 12 a 
48 horas
Início agudo de vômito e 
diarreia sem a presença de 
sangue, cólicas abdominais, 
náuseas e febre baixa
De 1 a 3 dias
Rotavírus De 1 a 
3 dias
Início abrupto de febre 
e vômito e algumas 
horas depois diarreia 
aquosa, podendo 
levar a desidratação e 
distúrbios eletrolíticos
De 3 a 8 dias
Quadro 2. Vírus presentes na água, doença, sintomas, início e duração dos sintomas
5Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica
Os protozoários são microrganismos unicelulares eucarióticos, sendo a 
grande maioria aeróbica. Eles se alimentam de bactérias e outros microrga-
nismos. Entamoeba histolytica, Giardia spp. e Balantidium coli são os três 
principais protozoários intestinais patogênicos mais encontrados e transmitidos 
pela água ao homem. Esses protozoários são comumente encontrados nas 
fezes humanas e de animais domésticos e selvagens.
O Quadro 3 apresenta os principais protozoários presentes na água, as 
doença que causam, a sintomatologia e o período que levam para se manifestar 
no organismo e quanto tempo permanecem no corpo. 
O tipo do patógeno envolvido em casos de doenças transmitidas pela água, 
a incidência e a população afetada dependem muito das condições de vida e 
saneamento de cada grupo. Em locais onde as condições de saneamento são 
precárias e o esgoto doméstico e de animais é direcionado aos rios dos quais 
é coletada água para consumo, a incidência de transmissão de doenças tende 
a ser muito maior. 
O modo de transmissão desses microrganismos patogênicos inclui a in-
gestão de água contaminada e alimentos preparados ou higienizados com 
água contaminada. 
Técnicas de análise bacteriológica
A água é amplamente utilizada para consumo humano e também para produção 
e higienização de alimentos. Caso esta esteja contaminada, coloca em risco a 
saúde de um indivíduo ou uma população. Logo, o controle microbiológico da 
água é importante para garantir a qualidade desta para o consumo. 
A água potável em países desenvolvidos atende um padrão de qualidade 
microbiológica que limita a disseminação de doenças transmitidas pela água, e 
esse processo inclui, dentre outros métodos, filtração e cloração (MADIGAN 
et al., 2016).
Como rotina prática para avaliar a qualidade microbiológica da água 
potável, adotou-se a análise microbiológica para determinar a presença de 
microrganismos indicadores. 
Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica6
Fonte: Adaptado de Brunette e Nemhauser (2019) e Centers for Disease Control and Prevention (2013).
Protozo-
ários 
Doença
Início dos 
sintomas
Sintomas
Duração 
dos 
sintomas
Balantidium 
coli
Balanti-
dísase
Muito 
variável
Parte das infec-
ções são assin-
tomáticas, mas 
em casos sinto-
máticos podem 
causar diarreia 
persistente, 
disenteria, dor 
abdominal, perda 
de peso, náusea e 
vômito, podendo 
ocorrer perfura-
ção de colón se 
não for tratada
Dependendo 
da gravidade 
e do 
tratamento, 
pode persistir 
por semanas 
a meses
Cryptos-
poridium
Criptos-
poridiose
De 5 a 7 
dias, mas 
em média 
2 semanas 
após a 
infecção
Diarreia aquosa 
abundante, 
flatulência, dores 
abdominais, 
náuseas, vômito 
e febre baixa
De 2 a 3 
semanas 
Entamoeba 
histolytica
Disenteria 
amebiana 
ou 
amebiase
Dias ou 
semanas 
após a 
infecção
Caibras e 
diarreia aquosa, 
algumas vezes 
com sangue, 
associada a 
perda de peso
Pode durar 
várias 
semanas
Giardia 
lamblia
Giardíase 1 a 2 
semanas 
após a 
exposição
Diarreia 
oleosa, cólicas 
abdominais, 
flatulências, 
fadiga, náuseas 
e anorexia
De 2 a 4 
semanas
Quadro 3. Protozoários presentes na água, doença, sintomas, início e duração dossin-
tomas
7Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica
Os microrganismos indicadores referem-se a um grupo taxonômico de 
organismos, os quais, quando encontrados em uma amostra, indicam evi-
dências referentes a uma determinada característica da amostra. Geralmente 
os microrganismos indicadores mais usados fazem parte da flora intestinal, 
o que quer dizer que nem todos os microrganismos indicadores são parte da 
flora intestinal. 
Os microrganismos indicadores são muito usados para avaliar a segurança 
e a higiene de alimentos e água. De acordo com Forsythe (2013, p. 206), 
o microrganismo indicador deve:
Ser detectável de forma fácil e rápida. Ser facilmente distinguível de outros 
membros da flora do alimento. Ter uma história de associações constantes 
com o patógeno cuja presença visa indicar. Estar sempre presente quando o 
patógeno de interesse estiver presente. Ser um microrganismo cujos núme-
ros sejam correlacionados às quantidades do patógeno de interesse. Possuir 
características e taxas de multiplicação equivalentes às do patógeno. Apre-
sentar uma taxa de mortalidade que seja ao menos paralela à do patógeno e 
de preferência que persista por mais tempo do que esse último. Estar ausente 
dos alimentos livres de patógenos, com exceção, talvez, de números mínimos.
Tradicionalmente são considerados como microrganismos indicadores aque-
les cuja presença pode indicar a presença direta ou indireta de contaminação 
fecal. Nesse grupo, inclui-se coliformes, Escherichia coli, enterobactérias e 
enterococos, os quais, quando encontrados em amostras, sugerem que a água 
encontra-se como fonte potencial para transmissão de doenças (JAY, 2005). 
Coliformes são bactérias do grupo das Gram-negativas, aeróbias facultati-
vas e não formadoras de esporos. Essas bactérias fermentam lactose, gerando 
produção de gás em um período de 48 horas a 35 ºC. O grupo dos coliformes 
inclui espécies dos gêneros Escherichia, Klebsiella, Enterobacter e Citrobacter, 
além da Escherichia coli (FORSYTHE, 2013). Esses microrganismos são 
utilizados como indicadores de contaminação fecal em água, no entanto, a 
maioria pode ser encontrada também no meio ambiente. Sua importância para 
a determinação da qualidade higiênico-sanitária é limitada. 
A Escherichia coli (E. coli) é uma bactéria do grupo coliforme presente 
no intestino humano e que tem um tempo de vida curto quando fora do seu 
hábitat, portanto, a análise microbiológica para determinação da qualidade da 
água deve considerar coliformes fecais e E. coli. Quando identificado E. coli 
na água potável, isso indica que está imprópria para o consumo, no entanto, 
a sua ausência não garante a qualidade total da água. Os coliformes fecais 
Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica8
são indicativos de contaminação fecal em água (JAY, 2005; MADIGAN et 
al., 2016). 
No Brasil, a Portaria no 2.914, de 12 de dezembro de 2011, “Dispõe sobre os 
procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo 
humano e seu padrão de potabilidade” (BRASIL, 2011, documento on-line). 
Essa Portaria descreve as normas de potabilidade de água para o consumo 
humano, considerando a água proveniente do abastecimento público ou de 
soluções alternativas de abastecimento que garantam a qualidade da água a 
ser consumida pela população, evitando doenças transmitidas por ela. 
A Portaria nº 2.914, em seu capítulo II, art. 5º, descreve algumas definições importantes 
para a compreensão da legislação.
I – água para consumo humano: água potável destinada à ingestão, 
preparação e produção de alimentos e à higiene pessoal, independen-
temente da sua origem;
II – água potável: água que atenda ao padrão de potabilidade estabe-
lecido nesta Portaria e que não ofereça riscos à saúde;
III – padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como parâ-
metro da qualidade da água para consumo humano, conforme definido 
nesta Portaria;
V – água tratada: água submetida a processos físicos, químicos ou com-
binação destes, visando atender ao padrão de potabilidade;
VI – sistema de abastecimento de água para consumo humano: instalação 
composta por um conjunto de obras civis, materiais e equipamentos, des-
de a zona de captação até as ligações prediais, destinada à produção e ao 
fornecimento coletivo de água potável, por meio de rede de distribuição;
VII – solução alternativa coletiva de abastecimento de água para consumo 
humano: modalidade de abastecimento coletivo destinada a fornecer 
água potável, com captação subterrânea ou superficial, com ou sem 
canalização e sem rede de distribuição;
VIII – solução alternativa individual de abastecimento de água para con-
sumo humano: modalidade de abastecimento de água para consumo 
humano que atenda a domicílios residenciais com uma única família, 
incluindo seus agregados familiares;
XV – controle da qualidade da água para consumo humano: conjunto 
de atividades exercidas regularmente pelo responsável pelo sistema ou 
por solução alternativa coletiva de abastecimento de água, destinado a 
9Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica
verificar se a água fornecida à população é potável, de forma a assegurar 
a manutenção desta condição;
XVI – vigilância da qualidade da água para consumo humano: conjunto 
de ações adotadas regularmente pela autoridade de saúde pública 
para verificar o atendimento a esta Portaria, considerados os aspectos 
socioambientais e a realidade local, para avaliar se a água consumida 
pela população apresenta risco à saúde humana;
XVII – garantia da qualidade: procedimento de controle da qualidade 
para monitorar a validade dos ensaios realizados; [...]. (BRASIL, 2011, do-
cumento on-line).
A Portaria ainda define que as metodologias de análises laboratoriais 
devem seguir as normas previstas por:
I – Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, de auto-
ria das instituições American Public Health Association (APHA), American 
Water Works Association (AWWA) e Water Environment Federation (WEF);
II – United States Environmental Protection Agency (USEPA);
III – normas publicadas pela International Standartization Organization 
(ISO); e
IV – metodologias propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 
(BRASIL, 2011, documento on-line).
As análises microbiológicas laboratoriais têm como finalidade detectar 
as contaminações presentes em água, sejam essas contaminações em razão 
da contaminação das águas por esgotos domésticos ou animais, limpeza de 
caixa d’água deficiente, entre outras.
Os métodos microbiológicos mais usados nas práticas laboratoriais são a 
membrana filtrante (MF) e a técnica do número mais provável (NMP).
MF: a água recém-coletada (pelo menos 100 ml) é filtrada utilizando uma 
membrana filtrante estéril. Essa membrana tem a capacidade de reter bac-
térias na superfície do filtro. Após o processo de filtragem, essa membrana 
é colocada em uma placa de petri contendo meio de cultura eosina-azul de 
metileno (EAM). Esse é um meio seletivo para bactérias Gram-negativas, 
fermentadoras de lactose, possibilitando evidenciar principalmente a E. coli 
(VERMELHO et al., 2019).
A Figura 1 apresenta imagens de testes com membrana filtrante positivos 
para coliformes e E. coli. 
Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica10
Figura 1. Coliformes fecais e sua detecção em amostras de água. a) crescimento de colônias 
em um filtro de membrana. Uma amostra de água potável foi passada por meio do filtro e 
este foi depositado sobre um meio de cultura EAM (esse meio é seletivo e diferencial pra 
coliformes; espécies mais fortemente fermentativas formam colônias com a região central 
mais escura). b) Coliformes totais e Escherichia coli. Um filtro exposto a uma amostra de água 
potável foi incubado a 35 ºC, por 24 horas, em um meio contendo compostos especiais 
que fluorescem quando metabolizados.O filtro foi então examinado sob luz UV. A única 
colônia de E. coli na amostra apresenta uma fluorescência de coloração azul-escura (seta). 
Os coliformes que não metabolizam os compostos formam colônias que fluorescem de 
branco a azul-claro.
Fonte: Madigan et al. (2016, p. 906).
Técnica do NMP: conhecida como a técnica dos múltiplos tubos, é uma técnica 
estatística que se baseia no princípio de que quanto maior for a contaminação 
(maior número de bactérias presentes na amostra), maior deverá ser o número 
de diluições a ser realizada até que se consiga a densidade bacteriana “zero”. 
É um método mais sensível que a técnica de plaqueamento, pois se consegue 
quantificar concentrações de microrganismos bem pequenas. Essa técnica 
identifica coliformes totais e E. coli. O grupo dos coliformes fermenta a lactose 
gerando produção de gás em temperaturas entre 35 a 37 ºC em um período 
de 48 horas. O método é dividido em três etapas, sendo o teste presuntivo, o 
teste confirmativo e o teste completo (VERMELHO et al., 2019). 
Para o teste presuntivo, deve-se ter 15 tubos contendo tubo de Durhan 
invertido divididos em três séries de cinco tubos cada, sendo cinco tubos com 
caldo lactosado de concentração dupla (CLCD) e os outros 10 tubos devem 
conter caldo lactosado de concentração simples (CLCS).
11Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica
Inocular 10 ml da amostra a ser analisada nos cinco primeiros tubos (con-
tendo CLCD), tendo-se a diluição 1:1.
Os outros 10 tubos (CLCS) são divididos em duas séries de cinco tubos. 
Nos cinco primeiros tubos deve ser inoculado 1 ml proveniente da amostra dos 
tubos contendo CLCD, obtendo, assim, a diluição 1:10. Seguindo-se a diluição 
seriada, os outros cinco tubos deverão receber 0,1 ml da amostra da amostra 
dos cinco tubos anteriores, obtendo a diluição 1:100. Todos os tubos devem 
ser agitados para que a amostra se torne homogênea. Todos os tubos devem 
ser incubados a uma temperatura de 35 ºC durante 24/48 horas. 
Ao final do período de incubação, deve ser observado se houve formação 
de gás dentro do tubo de Durhan. Caso tenha ocorrido, o teste presuntivo foi 
positivo, devendo-se realizar o teste confirmativo. Se não houver formação 
de gás, significa que o resultado foi negativo para a presença de bactérias do 
grupo coliforme (BRASIL, 2013). 
Para o teste confirmativo, devem ser utilizados os tubos que tiveram 
formação de gás no tubo de Durhan (positivo) nas três diluições, sendo 1:1; 
1:10 e 1:100. Conforme o número de tubos positivos, deverá haver o mesmo 
número de tubos com caldo verde brilhante bile a 2% com tubos de Durhan 
invertidos em cada um dos tubos. Para a transferência de um tubo para outro, 
será utilizada a alça de platina (flambada e fria), sendo que se coloca a alça 
de platina nos tubos com CLCS e CLCD positivos inoculando nos tubos com 
o caldo verde brilhante. Devem ser mantidos incubados por um período de 
24/48 horas a uma temperatura de 35 ºC. Novamente os tubos considerados 
positivos serão aqueles que apresentarem formação de gás no tubo de Durhan. 
Os tubos que não apresentarem formação de gás são considerados negativos 
(BRASIL, 2013). 
A partir da contagem de tubos positivos, deve-se seguir a análise utilizando 
a tabela do NMP. 
A Fundação Nacional de Saúde disponibiliza um manual sobre a análise de água. Nesse 
manual, na página 25, há uma tabela para a determinação do NMP/100 ml quando 
utilizados testes com cinco tubos em cada série. 
https://qrgo.page.link/1N45s
Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica12
A Figura 2 apresenta um exemplo de contagem dos tubos e como deve ser 
realizada a observação na tabela para determinar o NMP/100 ml da amostra.
Figura 2. a) Série de diluições do método do NMP. (b) Tabela do NMP. A tabela do NMP 
nos permite calcular para uma amostra os números microbianos que estatisticamente são 
os mais prováveis de terem levado aos resultados obtidos. O número de tubos positivos é 
anotado para cada grupo: no exemplo sombreado, 5, 3 e 1. Se levarmos essa combinação 
para a tabela do NMP, concluiremos que o índice do NMP para 100 ml é 110. Estatisticamente, 
isso significa que 95% das amostras de água que apresentaram esse resultado contêm 34 
a 250 bactérias, com 110 sendo o número mais provável.
Fonte: Tortora, Funke e Case (2017, p. 170).
O teste completo é realizado para a confirmação de coliformes termoto-
lerantes, no qual são utilizados os tubos positivos do teste presuntivo após 
48 horas nas três diluições. Deve-se preparar tubos de ensaio com tubos de 
Durhan invertidos acrescidos de caldo Escherichia coli, meio este específico 
para bactérias Gram-positivas. Nesses tubos, deve ser transferida com a alça 
de platina uma porção dos tubos positivos do ensaio presuntivo. Esses tubos 
devem permanecer por 24±2 horas em banho-maria a uma temperatura de 
±44,5 ºC. Os tubos que apresentarem formação de gás dentro do tubo de 
Durhan são considerados positivos. Para determinar a contagem do NMP/100 
ml, deve ser utilizada a mesma tabela que no teste presuntivo (BRASIL, 2013). 
13Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica
Laudos técnicos de avaliação microbiológica 
da água
No Brasil, a Portaria no 2.914, em seu capítulo V, Do padrão de potabilidade, 
define os critérios microbiológicos para que a água seja considerada potável. Já 
a RDC no 275, de 22 de setembro de 2005, dispõe sobre o “Regulamento técnico 
de características microbiológicas para água mineral natural e água natural”. 
Essas normas definem os critérios microbiológicos referentes aos padrões de 
potabilidade da água. Uma adequada interpretação de um laudo microbiológico 
de água deve compreender os valores recomendados pela legislação brasileira.
Água mineral e a água natural envasadas devem seguir a recomendação 
da RDC nº 275/2005 e conforme apresenta o Quadro 4.
Fonte: Adaptado de Brasil (2005).
Microrganismo
Amostra indica-
tiva de limites
n c m M
Escherichia coli ou 
coliformes (fecais) 
termotolerantes, 
em 100 ml
Ausência 5 1 - Ausência 
Coliformes totais, 
em 100 ml
<1,0 UFC; <1,1
NMP ou ausência 
5 1 <1,0 UFC; 
<1,1
NMP ou 
ausência
2,0 UFC 
ou 2,2
NMP 
Enterococos, 
em 100 ml
<1,0 UFC; <1,1
NMP ou ausência
5 1 <1,0 UFC; 
<1,1
NMP ou 
ausência
2,0 UFC 
ou 2,2
NMP
Pseudomonas 
aeruginosa, 
em 100 ml
<1,0 UFC; <1,1
NMP ou ausência
5 1 <1,0 UFC; 
<1,1
NMP ou 
ausência
2,0 UFC 
ou 2,2
NMP
Clostrídios sulfito 
redutores ou 
Clostridium perfrin-
gens, em 100 ml
<1,0 UFC; <1,1
NMP ou ausência
5 1 <1,0 UFC; 
<1,1
NMP ou 
ausência
2,0 UFC 
ou 2,2
NMP
Quadro 4. Características microbiológicas para água mineral natural e água natural
Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica14
Os parâmetros microbiológicos para água proveniente de água de abasteci-
mento público ou soluções alternativas devem seguir a referência da Portaria 
no 2.914, conforme descrito no Quadro 5.
Fonte: Adaptado de Brasil (2011).
Tipo de 
água
Local Parâmetros
Valor máximo 
permitido
Água tratada
Na saída do 
tratamento
Escherichia coli Ausência em 
100 ml
Coliformes totais, 
em 100 ml
Ausência em 
100 ml
No sistema de 
distribuição 
(reservatórios 
e rede)
Escherichia coli Ausência em 
100 ml
Coliformes totais, em 
100 ml – sistemas ou 
soluções alternativas 
coletivas que 
abastecem menos de 
20.000 habitantes
Apenas uma 
amostra, entre 
as amostras 
examinadas no 
mês, poderá 
apresentar 
resultado positivo
Coliformes totais, em 
100 ml – sistemas ou 
soluções alternativas 
coletivas que 
abastecem a partir 
de 20.000 habitantes
Ausência em 
100 ml em 95% 
das amostras 
examinadas 
no mês
Quadro 5. Características microbiológicas para água de abastecimento público ou solu-
ções alternativas
Um laudo microbiológico de água deve conter alguns dados, conforme o 
Quadro 6.
15Água de consumo: fontes, tratamento, padrõesde potabilidade e análise bacteriológica
Laudo nº: item variável 
conforme o laboratório.
Data: de recebimento da 
amostra pelo laboratório 
Data da emissão do laudo:
Solicitante/cliente: nome do indivíduo/empresa que faz a solicitação de análise
Endereço: referente ao endereço do solicitante
Telefone: do solicitante (alguns laboratórios pedem e-mail)
Dados referentes à amostra e à coleta da amostra
Endereço de coleta: Data da coleta: 
Dados da amostra: devem ser incluídos dados como marca 
(somente quando aplicável), lote, data de fabricação e validade, 
fabricante e tipo de embalagem (em casos de água envasada).
Descrição das características: quando possível, descrever a temperatura 
e as condições da amostra, se tinha algum aspecto pertinente de ser 
considerado, como embalagem violada, alteração de turbidez e odor.
Responsável pela coleta: identificação do coletor da amostra (informação 
importante para saber se o indivíduo é um técnico ou não). 
Número de unidades amostrais: 
conforme resoluções.
Volume de cada unidade: 
descrever o volume de 
cada unidade amostral. 
Resultados microbiológicos
Ensaio Referência conforme 
RDC nº 275/2005 
Portaria nº 2.914, de 12 
de dezembro de 2011
Resultados da amostra
Deve constar 
aqui o tipo de 
ensaio que foi 
utilizado para 
determinar a 
presença ou a 
ausência de um 
microrganismo. 
Como exemplo, 
NMP ou MF.
Devem ser utilizados, 
aqui, os valores de 
referência para a amostra.
Descrever quais os 
valores encontrados na 
amostra analisada. 
*Ao final, devem estar descritas a metodologia utilizada para a análise 
da amostra e a legislação usada como referência para emitir o laudo.
Quadro 6. Itens que devem constar em um laudo microbiológico de alimentos
(Continua)
Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica16
Quadro 6. Itens que devem constar em um laudo microbiológico de alimentos
Conclusões
Deve estar descrito se a amostra atende aos padrões definidos 
pela legislação para a amostra pesquisada, indicando a 
amostra como “satisfatória” ou “insatisfatória”.
Observações
Caso haja algumas considerações em relação ao processo amostral 
ou à amostra em si, devem ser colocadas neste item. 
Assinatura dos responsáveis pela análise Local e data
(Continuação)
Nos links a seguir, você encontra a Portaria nº 2.914, que dispõe sobre os procedimen-
tos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu 
padrão de potabilidade, e a RDC nº 275, que dispõe sobre o regulamento técnico de 
características microbiológicas para água mineral natural e água natural.
https://qrgo.page.link/r9ib3
https://qrgo.page.link/AbvqM
Um laudo de análise microbiológica da água é, portanto, um documento 
oficial que contém um parecer sobre as condições microbiológicas da água, 
fornecidas por um técnico que pode ser químico, bioquímico, biólogo ou 
engenheiros de áreas afins, que são responsáveis pela execução da análise e 
interpretação dos resultados. Esse laudo tem como finalidade fornecer infor-
mações a respeito da presença ou ausência de microrganismos patogênicos na 
água, informando, assim, a qualidade microbiológica da água.
17Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica
De acordo com a Portaria nº 2.914, em seu art. 17, inciso I, o Ministério 
da Saúde tem como uma de suas atribuições “[...] habilitar laboratórios de 
referência regional e nacional para operacionalização das análises de maior 
complexidade na vigilância da qualidade da água para consumo humano” 
(BRASIL, 2011, documento on-line). Já de acordo com seu art. 18, “[...] compete 
às Secretarias de Saúde dos Estados habilitar os laboratórios de referência 
regional e municipal para operacionalização das análises de vigilância da 
qualidade da água para consumo humano” (BRASIL, 2011, documento on-line). 
No art. 19, diz que “[...] compete às Secretarias de Saúde dos Municípios indicar, 
para as Secretarias de Saúde dos Estados, outros laboratórios de referência 
municipal para operacionalização das análises de vigilância da qualidade da 
água para consumo humano, quando for o caso” (BRASIL, 2011, documento 
on-line). Portanto, os Governos Federal, Estadual e Municipal devem habilitar 
laboratórios para que realizem as análises da qualidade da água para o con-
sumo humano, sendo que todos os laboratórios devem ter um profissional da 
química devidamente habilitado para executar as análises químicas, físicas e 
microbiológicas da água para consumo humano.
É importante lembrar, ainda, que a operação e o controle do tratamento 
de água são atividades privativas dos profissionais da química, assim como a 
emissão de laudos químico-físicos e químico-biológicos da água. 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 275, de 22 de setembro 
de 2005. Brasília, DF, 2005. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
anvisa/2005/rdc0275_22_09_2005.html. Acesso em: 3 nov. 2019.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro 
de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da 
água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Brasília, DF, 2011. Disponível 
em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2914_12_12_2011.html. 
Acesso em: 3 nov. 2019.
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 4. ed. Brasília, 
DF: Funasa, 2013. Disponível em: http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/files_mf/
manual_pratico_de_analise_de_agua_2.pdf. Acesso em: 3 nov. 2019.
BRUNETTE, G. W.; NEMHAUSER, J. B. (ed.). Travel-related infectious diseases. In: BRUNETTE, 
G. W.; NEMHAUSER, J. B. CDC's Yellow Book 2020: health information for international 
travel. Atlanta: Oxford University Press, 2019. Cap. 4. 
Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica18
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Adenoviruses. [S. l.], 2019a. Disponível 
em: https://www.cdc.gov/adenovirus/index.html. Acesso em: 3 nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Campylobacter (Campylobacte-
riosis). [S. l.], 2019b. Disponível em: https://www.cdc.gov/campylobacter/index.html. 
Acesso em: 3 nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Cholera: vibrio cholerae infection. 
[S. l.], 2014. Disponível em: https://www.cdc.gov/cholera/illness.html. Acesso em: 3 
nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. E. coli (Escherichia coli). [S. l.], 2017a. 
Disponível em: https://www.cdc.gov/ecoli/ecoli-symptoms.html. Acesso em: 3 nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Legionella (Legionnaires' Disease 
and Pontiac Fever). [S. l.], 2018. Disponível em: https://www.cdc.gov/legionella/clinicians/
disease-specifics.html. Acesso em: 3 nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Leptospirosis. [S. l.], 2017b. Disponível 
em: https://www.cdc.gov/leptospirosis/symptoms/index.html. Acesso em: 3 nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Non-polio enterovirus. [S. l.], 2018a. 
Disponível em: https://www.cdc.gov/non-polio-enterovirus/index.html. Acesso em: 
3 nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Parasites: balantidiasis (also known 
as Balantidium coli Infection). [S. l.], 2013. Disponível em: https://www.cdc.gov/parasites/
balantidium/faqs.html. Acesso em: 3 nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Salmonella. [S. l.], 2019c. Disponível 
em: https://www.cdc.gov/salmonella/. Acesso em: 3 nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Shigella. [S. l.], 2019d. Disponível 
em: https://www.cdc.gov/shigella/index.html. Acesso em: 3 nov. 2019.
CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Typhoid Fever and Paratyphoid 
Fever. [S. l.], 2018b. Disponível em: https://www.cdc.gov/typhoid-fever/symptoms.
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CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. Yersinia enterocolitica (Yersi-
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FORSYTHE, S. J. Microbiologia da segurança alimentar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
JAY, J. Microbiologia de alimentos. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.
KHAN, K. et al. Prevalent fecal contamination in drinking water resources and potential 
health risks in Swat, Pakistan. Journal of Environmental Sciences, v. 72, p. 1−12, 2018. 
MADIGAN, M. T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.
19Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica
SINGH, G.; KAUSHIK, S. K.; MUKHERJI, S. Revelations of an overt water contamination. 
Medical Journal Armed Forces India, v. 73, n. 3, p. 250−255, 2017. 
TORTORA, G. J.; FUNKE, B.; CASE, C. L. Microbiologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
VERMELHO, A. B. et al. Práticas de microbiologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-
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em: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/272596/9789241565585-eng.
pdf?ua=1&ua=1. Acesso em: 3 nov. 2019.
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cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
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local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Água de consumo: fontes, tratamento, padrões de potabilidade e análise bacteriológica20
Dica do professor
Á água para consumo humano deve estar livre de contaminações microbiológicas para que seja 
segura e não cause doenças. Uma série de diferentes microrganismos pode afetar o ser humano, 
trazendo grandes danos para o indivíduo e para a sociedade. A Portaria n.º 2.914, de 12 de 
dezembro de 2011, dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água 
para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Essa Portaria determina que, para que a água 
seja considerada potável, ela precisa estar livre de contaminações por coliformes totais e 
Escherichia coli. 
Na Dica do Professor, entenda por que a legislação brasileira adotou a identificação de coliformes 
totais e Escherichia coli e não de outros microrganismos presentes na água.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/d5a07cb9f52d29a28190edbdb952f7ec
Exercícios
1) A Portaria n.o 2.914, de 12 de dezembro de 2011, dispõe sobre os procedimentos para o 
controle da vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de 
potabilidade, considerando toda água destinada ao consumo humano, seja de fonte de 
abastecimento de água, seja de solução alternativa de abastecimento. Considerando a 
segurança da saúde da população, essa Portaria determina a análise microbiológica de quais 
microrganismos?
A) Enterovírus não poliomielite e adenovírus.
B) Vibrio cholerai e Norwalk.
C) Enterococcus e Pseudomonas aeruginosa.
D) Salmonella typhi e Shigella.
E) Coliformes totais e Escherichia coli.
2) A água para o consumo humano deve ser potável e livre de contaminações microbiológicas, 
químicas ou físicas. Portanto, o monitoramento microbiológico da água é imprescindível para 
garantir a saúde da população. Diversas técnicas podem ser usadas para determinar ou 
quantificar os microrganismos presentes na água, possibilitando desenvolver estratégias de 
recuperação da água ou mesmo de prevenção de contaminações.
Assinale a alternativa correta em relação aos métodos tradicionais de análise microbiológica 
que são recomendados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária:
A) Técnica do número mais provável e membrana filtrante.
B) Contagem padrão em placas (psicrotróficos) e pesquisa de Shigella.
C) Contagem em placas de bolores, leveduras e Vibrio cholerae.
D) Contagem em placas de Staphylococcus aureus e Shigella.
E) Técnica de flutuação para parasitas e helmintos.
3) 
A análise microbiológica da água constante na Portaria n.º 2.914, de 12 de dezembro de 
2011, tem como objetivo garantir a qualidade desta e dispõe sobre os procedimentos para o 
controle da qualidade da água de abastecimento. Para determinação adequada de 
sua qualidade, a interpretação dos resultados é muito importante.
Assinale a alternativa correta em relação à interpretação para considerar uma amostra de 
água como potável, ou seja, sem indicativo de contaminação fecal:
A) A água é considerada potável quando apresentar menos de 3,0 UFC/100ml de coliformes 
totais e ausência de Escherichia coli.
B) A água é considerada potável quando apresentar ausência de coliformes totais e até o valor 
máximo permitido de 3,0 UFC/100ml de Escherichia coli.
C) A água é considerada potável quando apresentar até 2,0 UFC/200ml de coliformes totais e 
até o valor máximo permitido de 3,0 UFC/100ml de Escherichia coli.
D) A água é considerada potável quando apresentar ausência de coliformes totais e ausência de 
Escherichia coli.
E) A água é considerada potável quando apresentar presença de coliformes totais e presença de 
Escherichia coli.
4) A presença de microrganismos patogênicos em amostras de água indica contaminação, seja 
por falta de tratamento adequado, seja por escoamento de resíduos domésticos, industriais, 
entre outros. Contudo, a contaminação também pode ocorrer na caixa d'água e em 
tubulações tanto industriais como domésticas; assim, os profissionais que trabalham em 
ambientes de produção de alimentos devem solicitar a limpeza da caixa d'água e a análise da 
água para garantir que a água utilizada para a produção de alimentos, assim, como para o 
consumo dos clientes, esteja livre de contaminações.
Assinale a alternativa correta referente aos microrganismos que são considerados 
indicadores de contaminação fecal:
A) Bacillus cereus.
B) Coliformes totais. 
C) Leveduras. 
D) Bolores.
E) Vibrio.
5) Uma das técnicas usadas para a identificação de microrganismos em alimentos é a NMP, ou 
seja, número mais provável. Trata-se de uma importante técnica na área de análise de águas, 
pois é possível quantificar as bactérias presentes na água referentes a determinado grupo. 
Essas bactérias indicam contaminações fecais que podem ter ocorrido em qualquer etapa do 
processo de abastecimento da água.
Em relação à técnica NMP, assinale a alternativa correta:
A) A técnica de NMP diferencia coliformes totais e Escherichia coli por meio da reação 
enzimática que a bactéria produz com o substrato adicionado à água; essa reação gera cor, o 
que possibilita a identificação de coliformes e de Escherichia coli.
B) A técnica de NMP utiliza uma membrana filtrante para separar as bactérias do tipo coliformes 
das E. coli; após o processo de filtragem, essa membrana é adicionada a uma placa de Petri 
para possibilitar o crescimento dos microrganismos, o que permite sua diferenciação.
C) A técnica de NMP consegue quantificar quantidades pequenas de coliformes totais, pois 
essas bactérias têm a capacidade de fermentar na presença de lactose, e esse processo leva à 
formação de gás, identificando, assim, o crescimento de bactérias no meio.
D) A técnica de NMP utiliza meio ágar batata dextrose em placas de Petri, pois, como os 
coliformes e a E. coli não fermentam lactose, esse meio é indicado para visualizar o 
crescimento desses microrganismos juntamente com a mudança de cor, o que possibilita a 
diferenciação.
E) A técnica de NMP não consegue quantificar pequenas quantidades de coliformes na amostra 
de água; por isso, ela é usada apenas para identificar a presença ou não de bactérias 
patogênicas Gram-negativas, ou seja, é um método qualitativo de análise microbiológica.
Na prática
As doenças de veiculação hídrica são uma grande preocupação para a saúde pública,pois são de 
fácil disseminação e podem contaminar diversas pessoas ao mesmo tempo, causando surtos de 
grandes proporções. A análise microbiológica da água é uma importante ferramenta para 
diagnosticar a potabilidade; no entanto, ela deve estar em conformidade com os métodos 
propostos pela legislação brasileira, e os resultados devem ser padronizados para que se possa ter 
uma correta interpretação destes e, assim, o desenvolvimento de medidas higiênico-sanitárias 
cabíveis. A interpretação e a avaliação de laudos microbiológicos nem sempre são realizadas 
conforme a legislação. Quando houver erros nos resultados e/ou na interpretação podem ocorrer 
tomadas de decisões inadequadas sobre as boas práticas.
Na Prática, veja como interpretar laudos técnicos de avaliação microbiológica de água mineral e os 
possíveis erros que interferem na interpretação correta do laudo.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Coliformes em água de poço
Veja no vídeo a seguir informações sobre coliformes em água de poço
Aponte a câmera para o código e acesse o link do vídeo ou clique no código para acessar.
https://www.youtube.com/embed/rFp0jzyUiFg

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