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Profa. Dra. Camila Borghi UNIDADE I Propedêutica e Processo de Cuidar na Saúde da Criança e do Adolescente Brasil. Necessidades da criança. Papel do enfermeiro. Crescimento e desenvolvimento: Definição; Instrumentos; Avaliação. Sobre o que vamos falar hoje? Décadas de 1940 e 1950 – Programas de proteção à maternidade, infância e adolescência; 1973 – PNI; 1975 – Programa Nacional de Saúde Materno-Infantil; 1984 – Programa de Atenção Integral à Saúde da Criança; 1990 – Lei n. 8080 / SUS; 1990 – Lei n. 8069 / Estatuto da Criança e do Adolescente; 1994 – Programa Saúde da Família; 2006 – Política Nacional de Atenção Básica; 2010 – Política Nacional de Promoção da Saúde; 2014 – Política de Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e Aleitamento Materno; 2016 – Marco Legal da Primeira Infância. A criança no Brasil Art. 4º – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Art. 7º – A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.” (BRASIL, 1990). Estatuto da Criança e Adolescência Ações à saúde da mulher: atenção humanizada e qualificada; Atenção humanizada e qualificada à gestante e ao recém-nascido; Triagem neonatal: teste do pezinho; Incentivo ao aleitamento materno; Incentivo e qualificação do acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. Linhas de cuidado à saúde da criança Alimentação saudável; Imunização; Atenção às doenças prevalentes; Atenção à saúde bucal; Atenção à saúde mental; Prevenção de maus tratos/violência e trabalho infantil; Atenção à criança portadora de deficiência. Linhas de cuidado à saúde da criança Prioridade na formulação de políticas públicas, desenho de programas e na formação dos profissionais de todas as áreas que atuam com crianças de 0 a 6 anos de idade. Proteção e promoção dos direitos da criança e de seu desenvolvimento integral por todos os setores da sociedade. (BRASIL, 2016). Marco Legal da Primeira Infância Quando uma criança nascida tem um nome e uma história; cada uma delas tem direito aos cuidados de saúde, educação e proteção, o direito de desenvolver plenamente seu potencial e o direito de contribuir com a sociedade de forma significativa. (UNICEF, 2001). Relacionamentos sustentadores contínuos; Proteção física, segurança e regulamentação; Experiências que respeitem as diferenças individuais; Experiências adequadas ao desenvolvimento; Estabelecimento de limites, organização e expectativas; Comunidades estáveis e amparadoras e de continuidade cultural. (VERÍSSIMO, 2018). Necessidades da criança Necessidades da criança Necessidades Afetivas Psíquicas Físicas Sociais Crianças não possuem recursos para enfrentar o mundo. Portanto... ...necessitam do apoio dos adultos, dispostos a alimentar, ensinar, cuidar e compartilhar alegrias e momentos difíceis. Adultos: pais, professores, cuidadores, profissionais de saúde. Fonte:_https://cdn.pixabay.com/photo/2017/04/2 5/06/15/father-and-son-2258681_960_720.jpg As experiências vividas pelas crianças devem promover: A confiança em si próprias e fazê-las sentirem-se aceitas, ouvidas, cuidadas e amadas; Segurança para sua formação pessoal e social, para o desenvolvimento de sua identidade e conquista da autonomia; O cuidado, a interação e a brincadeira, de modo a promover vínculos afetivos significativos e essenciais ao bem-estar infantil. Importante A criança deve ser acompanhada, avaliada e monitorada por profissionais qualificados, desde seu nascimento, no que diz respeito às suas condições e à evolução de seu crescimento e desenvolvimento, independentemente da situação socioeconômica e origem étnica. Papel do enfermeiro Compreender as especificidades de cada período etário do desenvolvimento e do crescimento utilizando-se de métodos de avaliação e vigilância, para que a criança possa crescer e se desenvolver com a qualidade máxima esperada, tendo acesso aos melhores recursos disponíveis. Papel do enfermeiro Anamnese da criança e família: entrevista e avaliação; Documentar todas as atividades de vigilância; Histórico de desenvolvimento; Gráficos de crescimento e de desenvolvimento; Orientações para estimulação. Papel do enfermeiro O crescimento e o desenvolvimento são eixos referenciais para todas as atividades de atenção à criança e ao adolescente. Durante a consulta da criança, na entrevista e na avaliação o enfermeiro deverá investigar as condições dos cuidados que estão sendo ofertados a ela, levando em consideração fatores hereditários e também o ambiente em que a criança está inserida. Crescimento e desenvolvimento Pode-se considerar como a soma das diversas mudanças que ocorrem durante a vida de um indivíduo. Processo dinâmico que engloba várias dimensões inter-relacionadas. Crescimento e desenvolvimento Fonte: BRASIL. Saúde da criança: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Série Cadernos de Atenção Básica, n. 33. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/crescimento_desenvolvimento.pdf. 2 meses fetal 6 meses fetal Recém-nascido 6 anos2 anos 12 anos 25 anos A criança segue o mesmo padrão de desenvolvimento e maturação. Sua constituição hereditária, cultura e experiências fazem de cada criança um ser distinto. Crescimento e desenvolvimento Fonte: CHILDREN- 538868_960_720.JPG. <https://cdn.pixabay.co m/photo/2014/11/20/10 /25/children- 538868_960_720.jpg>. Fatores de risco para o monitoramento do crescimento e do desenvolvimento: Baixo peso ao nascer; Baixa escolaridade materna; Idades maternas extremas (< 19 anos e > 35 anos); Gemelaridade; Intervalo intergestacional curto (inferior a dois anos). (BRASIL, 2012). Crescimento e desenvolvimento Fatores de risco para o monitoramento do crescimento e do desenvolvimento: Criança indesejada; Desmame precoce, mortalidade em crianças menores de 5 anos na família; Condições inadequadas de moradia, baixa renda e desestruturação familiar. (BRASIL, 2012). Crescimento e desenvolvimento Os períodos de crescimento e desenvolvimento devem ser sensibilizados e estimulados durante todo o processo. O potencial de crescimento e desenvolvimento esperados à idade dependerão da interação com o meio em que essa criança estará inserida. Crescimento e desenvolvimento Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) “é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida (saúde, educação, segurança, lazer) da criança e do adolescente”. Nós enfermeiros, durante a consulta de enfermagem devemos assegurar condições de cuidado e avaliarmos a criança. Refletindo sobre isso, o que para vocês torna-se essencial avaliarmos durante as nossas consultas? Interatividade Refletindo sobre isso, o que para vocês torna-se essencial avaliarmos durante as nossas consultas? Avaliar o crescimento e o desenvolvimento e, a partir da entrevista, buscar fatores de risco que possam interferir no crescimento e desenvolvimento da criança. Resposta Aumento físico do corpo, como um todo, ou em suas partes; Medido em centímetros ou metros; Traduz o aumento do número das células (hiperplasia) e do seu tamanho (hipertrofia). Crescimento Fonte: MONKS- 1306504_960_720.JPG. <https://cdn.pixabay.com/pho to/2016/04/04/09/25/monks-1306504_960_720.jpg Os parâmetros de crescimento físico incluem principalmente: Peso; Estatura; Circunferência cefálica. Crescimento O potencial máximo de crescimento da criança sofre influências de diversos fatores: Fatores intrínsecos: genéticos. Ex.: crianças, filhas de pais com estatura alta, terão maior chance de serem mais altas se comparadas àquelas filhas de pais mais baixos. Fatores extrínsecos: são fatores externos, que poderão influenciar o potencial genético do crescimento da criança de forma positiva ou negativa. Ex.: alimentação, condições de higiene e de saneamento básico, condições socioeconômicas e de educação das pessoas com quem se tem vínculo, problemas de saúde adquiridos intraútero ou na infância, maus tratos etc. Crescimento A relação entre as medidas de peso e de estatura, conhecidas como medidas antropométricas, são primordiais para acompanhamento do crescimento, pois permitem detectar o estado nutricional da criança, seja apontando as deficiências recentes de peso, a desnutrição, bem como o sobrepeso e a obesidade. Crescimento: peso e estatura Foto: GIRLS-3273200_960_720.PNG. Fonte: <https://cdn.pixabay.com/photo/2018/03/29/18/49/girls-3273200_960_720.png> Avalia o crescimento linear da criança, medindo-a no sentido longitudinal: Comprimento/altura; Centímetros (mais comum em crianças) ou metro; Menos variável que o peso; Idade da criança x gênero. Crescimento: estatura Foto: Acervo pessoal. Avaliar o estado nutricional (um dos parâmetros); Identificar algumas doenças; Acompanhar a evolução do crescimento; É medido em gramas; Determinante variável, porém de rápida detecção. Crescimento: peso Fonte: Acervo pessoal. Crescimento: peso Fotos: Acervo pessoal. Balança Eletrônica (até 15.000g ou 15K) Foto: BRASIL, 2002 p.56. Fonte: Adaptado de: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acompanham ento_crescimento_desenvolvimento_infantil_cab11.pdf Alinhamento do braço da balança e agulha Ajuste dos cursores Posição da criança Criança despida Balança Mecânica Está intimamente relacionado ao crescimento cerebral e, portanto, à avaliação do desenvolvimento neurológico da criança; Acompanhamento do PC deve ser feito nas crianças de 0 a 24 meses, período de maior crescimento pós-natal da cabeça e cérebro; Entre os 6 meses e o segundo ano de idade o PC e o PT são aproximadamente iguais. Crescimento: perímetro cefálico Fonte: Acervo pessoal. “A avaliação periódica do ganho de peso permite o acompanhamento do progresso individual de cada criança, identificando aquelas com maior risco de morbimortalidade, sinalizando o alarme precoce para a desnutrição, causa básica da instalação ou do agravamento da maior parte dos problemas de saúde infantil”. (BRASIL, 2012). O acompanhamento do crescimento: estruturando a atenção à saúde da criança As curvas de referências recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) foram criadas a partir de estudos multicêntricos, com a participação de crianças sadias de várias partes do mundo, inclusive do Brasil. O acompanhamento do crescimento: gráficos de avaliação Curvas de crescimento: Instrumentos que estabelecem referências de crescimento; Permite a avaliação seriada a partir do tempo; Proporciona uma análise mais fidedigna do estado nutricional. O acompanhamento do crescimento: gráficos de avaliação Existem várias curvas de referências, de acordo com os índices desejados para a avaliação. Índices: Faixa etária, gênero e peso; Faixa etária, gênero e altura; Faixa etária, gênero e Índice de Massa Corporal (IMC). (BRASIL, 2018). O acompanhamento do crescimento: gráficos de avaliação O acompanhamento do crescimento: gráficos de avaliação Idade peso 1 m 27 d 6000gr 3m19d 5595gr 8m 8760gr 1 ano 2 anos idade (meses) idade (meses) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 P e s o ( k g ) 3 2 0 -2 -3 O acompanhamento do crescimento: gráficos de avaliação < Escore-z -2 Peso baixo para a estatura > Escore-z -2 e < Escore-z +2 Peso adequado ou eutrófico > Escore-z +2 Peso elevado para a estatura O acompanhamento do crescimento: gráficos de avaliação de acordo com o gênero (menino/menina) e idade (0-5 anos) – modelos Fonte: Adaptado de: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ caderneta_saude_crianca_menino.pdf e http://portalms.saude.gov.br/saude-para- voce/saude-da-crianca/pre-natal-e- parto/caderneta-de-saude-da-crianca GRÁFICO DE PESO X IDADE - DE 0 A 2 ANOS ACOMPANHE TAMBÉM A SAÚDE DE SEU FILHO PELO GANHO DE PESO Ótimo Seu filho está com o peso ideal Atenção Seu filho está um pouco abaixo do peso ideal Cuidado Seu filho está com o peso acima do ideal Cuidado Seu filho está com o peso muito abaixo do ideal OBSERVE A LINHA DE SEU FILHO BOM PERIGO GRANDE PERIGO PESO X IDADE ZERO A 2 ANOS 1 ano 2 anos idade (meses) idade (meses) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 P e s o ( k g ) 3 2 0 -2 -3 18 17 16 15 14 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Miguel, 6 meses, comparece à Unidade de Saúde para consulta de puericultura. Está acompanhado de sua mãe, a Sra. Jane e de sua avó materna. Você é a(o) enfermeira(o) que irá avaliá-lo. É inverno e faz frio. Após realizar a entrevista com a família, você inicia o exame físico no colo da mãe, pois o bebê está dormindo. Ao colocá-lo na mesa de avaliação, Miguel acorda, no entanto, fica tranquilo, pois sua mãe está ao seu lado. Você percebe que a Sra. Jane demonstra preocupação quanto à retirada das roupas para avaliação. Então, você retira parcialmente as roupas e protege as partes que não estão sendo examinadas com o cobertor. Após finalizar o exame físico, você verifica as medidas antropométricas. Quais medidas antropométricas são importantes para avaliar o crescimento de uma criança aos 6 meses de idade? Relacione qual equipamento será utilizado para cada uma das medidas antropométricas indicadas. Interatividade Quais medidas antropométricas são importantes para avaliar o crescimento de uma criança aos 6 meses de idade? Relacione qual equipamento será utilizado para cada uma das medidas antropométricas indicadas. Peso: balança pediátrica; Comprimento: régua antropométrica; Perímetro cefálico: fita métrica; Gráficos de crescimento (peso por idade, comprimento por idade e perímetro cefálico por idade) são adequados à idade e gênero da criança. Resposta Parte do desenvolvimento humano. Processo único de cada criança, que tem como finalidade a inserção na sociedade em que vive. Expresso por continuidade e mudanças nas habilidades motoras, cognitivas, psicossociais e de linguagem, com aquisições progressivamente mais complexas nas funções da vida diária. Desenvolvimento infantil (SOUZA; VERÍSSIMO, 2018). O período pré-natal e os primeiros anos de vida são o alicerce deste processo, que decorre da interação de características biopsicológicas herdadas geneticamente de experiências oferecidas pelo meio ambiente. As experiências são constituídas pelo cuidado que a criança recebe e pelas oportunidades que ela tem para exercitar ativamente suas habilidades. O cuidado voltado às necessidades de desenvolvimento possibilita à criança alcançar todo o seu potencial em cada fase do seu desenvolvimento, com repercussões positivas na sua vida adulta. Desenvolvimento infantil (SOUZA; VERÍSSIMO, 2018). Problemas de desenvolvimentopodem ser: Genéticos. Ex.: Síndrome de Down. Biológicos. Ex.: Prematuridade, hipóxia neonatal, meningites, hormonais. Ambientais. Ex.: Fatores familiares (privação emocional, maus tratos), ambiente físico, fatores sociais. Desenvolvimento Linguagem Motor Social Cognitivo Fonte: OPAS (2005). A sequência do desenvolvimento pode ser feita pela verificação das referências esperadas de acordo com a idade (marcos do desenvolvimento). Avaliação do desenvolvimento da criança Linguagem Motor Social Cognitivo Fonte: OPAS (2005). Presença das respostas esperadas para a idade: a criança está se desenvolvendo bem; o enfermeiro deve seguir o calendário de consulta. Falha em alcançar algum marco do desenvolvimento para a idade: antecipar a consulta seguinte, investigar a situação ambiental da criança, a relação com a mãe, a oferta de estímulos (ambientais e emocionais). Persistência do atraso por mais de duas consultas: encaminhar a criança para referência ou serviço de maior complexidade. Avaliação do desenvolvimento da criança Linguagem Motor Social Cognitivo Decúbito ventral: mantém-se fletido, gira a cabeça de um lado para o outro. Decúbito dorsal: membros fletidos e rígidos, geralmente. Fixa um ponto de luz. Avaliação do desenvolvimento: período neonatal Fonte: Acervo pessoal. Tem alguma discriminação olfativa. Percebe alguns sabores (tendo predileção pelo doce). Capaz da percepção de alguns sons. Fase crítica: adaptações extra uterinas, além da imaturidade (renal, hepática, gastrointestinal) e imunidade sendo desenvolvida. Avaliação do desenvolvimento: período neonatal Alguns reflexos primitivos estão presentes ao nascimento e inibidos ao longo dos primeiros meses, quando surgem os reflexos posturais. Principais reflexos: de Moro, Preensão, de Busca, Babinski, Marcha. Período neonatal e os reflexos primitivos Fonte: Acervo pessoal. 16 semanas (4º mês) Decúbito ventral: eleva a cabeça e o tórax, com os braços estendidos, a cabeça acima do plano do corpo (eixo vertical); Decúbito dorsal: estende as mãos para apanhar os objetos, conseguindo pegá-los; traz os objetos até a boca; quando o objeto cai não consegue apanhá-lo; Sustentação da coluna cervical. Avaliação do desenvolvimento: período lactente de 29 dias a 2 anos de idade 28 semanas (7º mês) Decúbito ventral: rola o corpo, podendo girar em torno do próprio eixo; Senta-se momentaneamente com o apoio da pelve; Posição vertical: permanece sustentando o peso do corpo, em pé com apoio; pula com apoio; pode iniciar, com a intenção de se deslocar, a se rastejar. Avaliação do desenvolvimento: período lactente de 29 dias a 2 anos de idade 40 semanas (10 mês) Pode mudar do decúbito ventral para a posição sentada; Senta-se sozinha e sem apoio, com o dorso permanecendo reto; Permanece em pé na posição ereta, e levanta um dos pés, como iniciando e treinando para dar um passo; Pode engatinhar; Procura o objeto que abandonou a algum tempo no local; Entende e demonstra comportamento perante um comando: “não”. Avaliação do desenvolvimento: período lactente de 29 dias a 2 anos de idade 1º ano Caminha com uma das mãos, segurada ou sozinha; Consegue segurar um objeto com polegar e indicador, descobre brinquedos escondidos; Vira as páginas de um livro (muitas de uma só vez); Fala das primeiras palavras: “papai, mamãe, papá”; Entende as sentenças simples: “pega a boneca”. Avaliação do desenvolvimento: período lactente de 29 dias a 2 anos de idade Fonte: Acervo pessoal. 2º ano Aprendizado linguístico acelerado: capaz de nomear 300 objetos; Brinca de faz de conta; Começa a desenvolver o controle dos esfíncteres, podendo começar aos poucos a retirar o uso das fraldas. Avaliação do desenvolvimento: período lactente de 29 dias a 2 anos de idade Fonte: Acervo pessoal. Mariana tem 4 meses. Compareceu à Unidade de Saúde para acompanhamento. Ao examiná-la, o profissional percebeu que Mariana não fazia interação com as pessoas. Indagando à mãe se ela não sorria, a mãe respondeu que Mariana era muito séria, não gostava de ficar no colo, preferindo ficar no berço olhando para um brinquedo que ela pendurava. Também referiu que, como trabalhava muito, tinha pouco tempo para brincar com Mariana. Quanto a sua gestação, parto e nascimento, a mãe informou que transcorreu tudo bem. Fez pré-natal, o parto foi normal, Mariana pesou 3.200g e não apresentou nenhuma intercorrência. Indagada se tinha algum grande parentesco com o pai de Mariana, a mãe informou que eram primos de primeiro grau. O profissional verificou que Mariana não apresentava alterações fenotípicas e seu perímetro cefálico era adequado para idade. Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento infantil apresentados na história de saúde de Mariana? Interatividade Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento infantil apresentados na história de saúde de Mariana? Pouco tempo de interação com os pais/cuidadores e parentesco entre os pais. Resposta Marcado por descobertas e atividades intensas; Acentuado desenvolvimento físico e da personalidade; Amplos desenvolvimentos: motor, da linguagem e social; É esperado que adquiram autocontrole, consciência de dependência e independência. Avaliação do desenvolvimento – Período inicial da infância: Período de infantes, ou Toddlers (2 a 3 anos) e Período pré-escolar (3 a 6 anos) Buscam o convívio fora do grupo familiar (amigos). Avanço no desenvolvimento físico, mental e social, principalmente as habilidades (Ex.: esporte, música e arte). O desenvolvimento moral também é verificado. Avaliação do desenvolvimento: período intermediário da infância (idade escolar) Tumultuado período de maturação (biológicas e de personalidade); Alterações físicas rápidas, desordem física e emocional; Busca concentrada de uma identidade individual, própria; Maturação sexual. Avaliação do desenvolvimento – Período tardio da infância: Período Pré-púbere (de 10 a 13 anos) e Adolescência (de 13 a 18 anos) Instrumento de Vigilância do Desenvolvimento INSTRUMENTO DE VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE ZERO A 12 MESES Registre na escala: P = marco presente A = marco ausente NV = marco não verificado Idade (meses) Marcos do desenvolvimento Como pesquisar 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Postura: barriga para cima, pernas e braços fletidos, cabeça lateralizada Deite a criança em superfície plana, de costas; observe se seus braços e pernas ficam flexionados e sua cabeça lateralizada. Observa um rosto Posicione seu rosto a aproximadamente 30 cm acima do rosto da criança e observe se ela olha para você, de forma evidente. Reage ao som Bata palma ou balance um chocalho a cerca de 30 cm de cada orelha da criança e observe se ela reage com movimentos nos olhos ou mudança da expressão facial. Eleva a cabeça Posicione a criança de bruços e observe se ela levanta a cabeça, levantando (afastando) o queixo da superfície, sem se virar para um dos lados. Sorriso social quando estimulada Sorria e converse com a criança; não lhe faça cócegas ou toque sua face. Observe se ela responde com um sorriso. Abre as mãos Observe se em alguns momentos a criança abre as mãos espontaneamente. Emite sons Observe se a criança emite algum som que não seja choro. Caso não seja observado, pergunte ao acompanhante se ela faz em casa. Movimenta ativamente os membros Observe se a criança movimenta ativamente os membros superiores e inferiores. Resposta ativa ao contato social Fique à frente do bebê e converse com ele. Observe se ele responde com sorriso e emissão de sons como se estivesse “conversando” com você. Pode pedir que a mãe/cuidador o faça. Segura objetos Ofereça um objeto tocando no dorso da mão ou dedos da criança. Essa deverá abrir as mãos e segurar o objeto pelo menos por algunssegundos. Emite sons Fique à frente da criança e converse com ela. Observe se ela emite sons (gugu, eeee etc.). De bruços, levanta a cabeça, apoiando-se nos antebraços Coloque a criança de bruços, em uma superfície firme. Chame sua atenção à frente com objetos ou seu rosto e observe se ela levanta a cabeça apoiando-se nos antebraços. Busca ativa de objetos Coloque um objeto ao alcance da criança (sobre a mesa ou na palma de sua mão) chamando sua atenção para o mesmo. Observe se ela tenta alcançá-lo. Leva objetos à boca Coloque um objeto na mão da criança e observe se ela o leva à boca. Localiza o som Faça um barulho suave (sino, chocalho etc.) próximo à orelha da criança e observe se ela vira a cabeça em direção ao objeto que produziu o som. Repita no lado oposto. Muda de posição ativamente (rola) Coloque a criança em superfície plana de barriga para cima. Incentive-a a virar para a posição de bruços. Brinca de esconde-achou Coloque-se à frente da criança e brinque de aparecer e desaparecer, atrás de um pano ou de outra pessoa. Observe se a criança faz movimentos para procurá-lo quando desaparece, como tentar puxar o pano ou olhar atrás da outra pessoa. Transfere objetos de uma mão para a outra Ofereça um objeto para a criança segurar. Observe se ela o transfere de uma mão para outra. Se não fizer, ofereça outro objeto e observe se ela transfere o primeiro para a outra mão. Duplica sílabas Observe se a criança fala “papa”, “dada”, “mama”. Se não o fizer, pergunte à mãe/cuidador se ela o faz em casa. Senta-se sem apoio Coloque a criança em uma superfície firme, ofereça-lhe um objeto para ela segurar e observe se ela fica sentada sem o apoio das mãos para equilibrar-se. Imita gestos Faça algum gesto conhecido pela criança como bater palmas ou dar tchau e observe se ela o imita. Caso não o faça, peça à mãe/cuidador para estimulá-la. Faz pinça Coloque próximo à criança uma jujuba ou uma bolinha de papel. Chame a atenção da criança para que ela o pegue. Observe se, ao pegá-la, ela usa o movimento de pinça, com qualquer parte do polegar associado ao indicador. Produz “jargão” Observe se a criança produz uma conversação incompreensível consigo mesma, com você ou com a mãe/cuidador (jargão). Caso não seja possível observar, pergunte se ela o faz em casa. Anda com apoio Observe se a criança consegue dar alguns passos com apoio. Fonte: Adaptado de: FIGUEIRAS, M.; HALPERN, R.; ARAÚJO, R. Manual de Crescimento do Ministério da Saúde (2002). Nota: As áreas amarelas indicam as faixas de idade em que é esperado que a criança desenvolva as habilidades testadas. Instrumento de Vigilância do Desenvolvimento INSTRUMENTO DE VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS DE 12 MESES A 3 ANOS Registre na escala: P = marco presente A = marco ausente NV = marco não verificado Idade (meses) Marcos do desenvolvimento Como pesquisar 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 7 1 8 1 9 2 0 2 1 2 2 2 3 2 4 2 5 2 6 2 7 2 8 2 9 3 0 3 1 3 2 3 3 3 4 3 5 3 6 Mostra o que quer A criança indica o que quer sem que seja pelo choro, podendo ser com palavras ou sons, apontando ou estendendo a mão para alcançar. Considere a informação do acompanhante. Coloca blocos na caneca Coloque 3 blocos e a caneca sobre a mesa, em frente à criança. Estimule-a a colocar os blocos dentro da caneca, mediante demonstração e fala. Observe se a criança consegue colocar, pelo menos, um bloco dentro da caneca e soltá-lo. Fala uma palavra Observe se, durante o atendimento, a criança diz, pelo menos, uma palavra que não seja nome de membros da família ou de animais de estimação. Considere a informação do acompanhante. Anda sem apoio Observe se a criança já anda bem, com bom equilíbrio, sem se apoiar. Usa colher ou garfo A criança usa colher ou garfo, derramando pouco fora da boca. Considere a informação do acompanhante. Constrói torre de 2 cubos Observe se a criança consegue colocar um cubo sobre o outro sem que ele caia ao retirar sua mão. Fala 3 palavras Observe se, durante o atendimento, a criança diz pelo menos três palavras que não sejam nome de membros da família ou de animais de estimação. Considere a informação do acompanhante. Anda para trás Peça à criança para abrir uma porta ou gaveta e observe se dá dois passos para trás sem cair. Tira a roupa Observe se a criança é capaz de remover alguma peça do vestuário, tais como: sapatos que exijam esforço para a sua remoção, casacos, calças ou camisetas. Considere a informação do acompanhante. Constrói torre de 3 cubos Observe se a criança consegue empilhar 3 cubos sem que eles caiam ao retirar a sua mão. Aponta 2 figuras Observe se a criança é capaz de apontar 2 de um grupo de 5 figuras. Chuta a bola Observe se a criança chuta a bola sem se apoiar em objetos. Veste-se com supervisão Pergunte aos cuidadores se a criança é capaz de vestir alguma peça do vestiário, tais como: cueca, meias, sapatos, casaco etc. Constrói torres de 6 cubos Observe se a criança consegue empilhar 6 cubos sem que eles caiam ao retirar sua mão. Fala frases com 2 palavras Observe se a criança combina, pelo menos, 2 palavras formando uma frase com significado, que indique uma ação. Considere a informação do acompanhante. Pula com ambos os pés Observe se a criança pula com os dois pés, atingindo o chão ao mesmo tempo, mas não necessariamente no mesmo lugar. Brinca com outras crianças Pergunte ao acompanhante se a criança participa de brincadeiras com outras crianças de sua idade. Imita linha vertical Observe, após demonstração, se a criança faz uma linha ou mais (no papel) de, pelo menos, 5 cm de comprimento. Reconhece 2 ações Observe se a criança aponta a figura de acordo com a ação, por exemplo: “quem mia?”, “quem late?”, “quem fala?”, “quem galopa?”. Arremessa a bola Observe se a criança arremessa a bola acima do braço. Fonte: Adaptado de: FIGUEIRAS, M.; HALPERN, R.; ARAÚJO, R. Manual de Crescimento do Ministério da Saúde (2002). Nota: As áreas amarelas indicam as faixas de idade em que é esperado que a criança desenvolva as habilidades testadas. Avaliação do desenvolvimento: Orientação para a tomada de decisão. Dados da avaliação Impressão diagnóstica Conduta Perímetro cefálico < -2 escores z ou > +2 escores z, ou presença de 3 ou mais alterações fenotípicas, ou ausência de 2 ou mais marcos para a faixa etária anterior. PROVÁVEL ATRASO NO DESENVOLVIMENTO Referir para avaliação neuropsicomotora. Ausência de 1 ou mais marcos para a sua faixa etária. ALERTA PARA O DESENVOLVIMENTO Orientar a mãe/cuidador sobre a estimulação da criança. Marcar retorno em 30 dias. Todos os marcos para a sua faixa etária estão presentes, mas existem 1 ou mais fatores de risco. DESENVOLVIMENTO ADEQUADO COM FATORES DE RISCO Informar a mãe/cuidador sobre os sinais de alerta*. Todos os marcos para a sua faixa etária estão presentes. DESENVOLVIMENTO ADEQUADO Elogiar a mãe/cuidador. Orientar a mãe/cuidador. para que continue estimulando a criança. Retornar para acompanhamento conforme a rotina do serviço de saúde. Informar a mãe/cuidador sobre os sinais de alerta*. Convido vocês a participarem do chat após a aula! Convite para participação do chat BRASIL. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Casa Civil, Presidência da República, DF, 13 jul. 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 9 ago. 2022. BRASIL. Lei n. 13.257, de 8 de março de 2016. Secretaria-Geral, Presidência da República, DF, 8 mar. 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 9 ago. 2022. BRASIL. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os profissionais de saúde: cuidados com o recém-nascido pré-termo. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. v. 4. p. 61. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_profissionais_v4.pdf. Acesso em: 9 ago. 2022. ORGANIZACAOPAN-AMERICANA DE SAUDE (OPAS). Manual para a vigilância do desenvolvimento infantil no contexto do AIDPI. Washington: OPAS, 2005. SOUZA, J. M.; VERISSIMO, M. L. O. R. Desenvolvimento infantil: analise de um novo conceito. Rev. Latino Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 23, n. 6, p. 1.097-1.104, nov./dez. 2015. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/108021/106364. Acesso em: 9 ago. 2022. UNICEF. Informe Anual da Unicef 2001. Genebra: Unicef, 2001. Disponível em: https://www.unicef.org/reports/annual-report-2001. Acesso em: 9 ago. 2022. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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