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INTRODUÇÃO AO AGRONEGÓCIO AP1 2022.2 GABARITO CEDERJ

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de 
Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
 
Avaliação Presencial – AP1 
Período - 2022/2º 
 
Disciplina: INTRODUÇÃO AO AGRONEGÓCIO 
Coordenador: LUIZ CARLOS DE OLIVEIRA LIMA 
 
Orientações Gerais: 
 Só serão aceitas resposta feitas a caneta esferográfica azul ou preta; 
 Não será feita revisão da questão quando respondida a lápis; 
 A prova é individual e sem consulta, 
Boa prova! 
GABARITO 
TERMOS DE REFERÊNCIA (QUESTÃO 1) 
SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES 
Consiste em um processo que leva ao aumento da produção interna de um país e à 
diminuição das suas importações. Essa política permitiria a acumulação de capitais 
internos que poderiam gerar um processo de desenvolvimento auto sustentável e 
duradouro. No Brasil, após a Segunda Guerra Mundial, a política de substituição de 
importações foi implementada com o objetivo de desenvolver o setor manufatureiro. 
Nesse sentido, o Brasil evoluiu de uma economia agrário-exportadora para uma economia 
industrial-urbana diversificada. 
RELAÇÕES INTERSETORIAIS 
Referem-se às relações existentes entre diferentes setores de uma economia. 
Um fator que explica o estímulo dado à industrialização a partir da segunda grande 
guerra é o processo de SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES, que motivou a 
produção interna de bens de consumo e bens intermediários (energia, aço, cimento e 
outros). 
QUESTÃO 1: EXPLIQUE O PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO E 
MODERNIZAÇÃO DA AGROPECUÁRIA COM BASE NA TEORIA DA 
SUBSTITUIÇÃO DE MPORTAÇÕES. (4,0 PONTOS). 
 
RESPOSTA: 
O processo de industrialização avançou no Brasil em meados da década de 1940, 
com a expansão de fábricas do segmento têxtil, seguido da produção de gêneros 
alimentícios e de vestuário. Interessante notar que tais indústrias têm na agropecuária a 
principal fonte de matéria-prima. A indústria têxtil, por exemplo, demanda o algodão do 
setor agropecuá-rio, bem como a indústria alimentícia demanda diversos produtos 
agrícolas tais como leite, legumes, carnes e verduras para o processamento de derivados 
(queijos, iogurte, pastas), massas, enlatados, congelados, entre outros produtos. 
A agropecuária também acompanhou esse processo de industrialização 
modernizando-se, o que implicou profundas modificações tecnológicas e sociais na 
estrutura agrária brasileira desde a década de 1960. 
NOTA 
 
A industrialização da agropecuária gerou ganhos de produtividade a partir da 
introdução de todo tipo de maquinário, de implementos e insumos modernos no campo. 
Surgiram as indústrias de processamento de produtos agropecuários, de arados, de 
máquinas de semear, que além de propiciarem a descaracterização do setor agrícola como 
pólo hegemônico da economia, instigaram a adaptação dos processos produtivos da 
indústria aos processos produtivos da agropecuária. Acentuou-se, portanto, a conexão 
entre a agricultura e a indústria. 
A expansão da agropecuária e sua modernização criaram mercado para produtos 
industriais (aumento da demanda do setor agropecuário por equipamentos e insumos), os 
quais foram crescentemente produzidos no Brasil. 
Inicialmente, a transformação dos meios-de-produção agrícolas estava 
condicionada à capacidade de importar insumos e equipamentos agrícolas, tendo em vista 
que a industrialização da agropecuária começou nos segmentos de processamento e de 
comercialização da produção. 
Com a institucionalização do segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II 
PND), a partir de 1967, ocorreu o redirecionamento do investimento, o que permitiu o 
estreitamento das relações entre a agricultura e a indústria. Esse plano contemplava o 
programa de substituição de importações para insumos modernos, de investimentos na 
infraestrutura rural, de reorganização dos serviços de extensão e pesquisa e 
principalmente de crédito subsidiado para promover a industrialização da agricultura, isto 
é, promover a implantação e o crescimento da indústria fornecedora de insumos para o 
setor agrícola. 
Romperam-se, portanto, os limites da forma tradicional de produzir no campo e 
impôs-se a dinâmica da economia industrial, com a agricultura comprando insumos da 
indústria e vendendo matérias-primas para as agroindústrias, aprofundando as 
RELAÇÕES INTERSETORIAIS do chamado complexo agroindustrial brasileiro. 
 
QUESTÃO 2: DESCREVA E ANALISE O PAPEL DA AGROPECUÁRIA E DO 
AGRONEGÓCIO NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. 
(3,0 PONTOS). 
 
RESPOSTA: 
As principais correntes literárias que destacam a importância da agropecuária no 
processo de desenvolvimento econômico nacional analisam, basicamente, o cumprimento 
de cinco principais funções desse setor: 
1) atender à demanda por alimentos da população total; 
2) transferir capital para a expansão do setor não-agrícola; 
3) liberar mão-de-obra para ser utilizada em outros setores produtivos; 
4) ampliar o volume de divisas (moeda estrangeira), a partir da exportação do 
excedente de produção agropecuária, para aumentar a importação de insumos e bens de 
capitais necessários ao desenvolvimento de outras atividades econômicas; 
5) constituir-se em mercado consumidor dos setores secundário e terciário. 
A primeira função é bem clara, dispensando maiores considerações. No entanto, as 
demais merecem esclarecimentos. 
A capacidade de transferir capital para outros setores pode ocorrer de forma direta 
ou indireta. Nesse caso, a agropecuária pode transferir recursos investindo diretamente 
em outros segmentos ou utilizando a intermediação bancária para emprestar recursos a 
outros setores. De forma indireta, o governo atua transferindo capital da agropecuária 
para atividades não-agrícolas a partir de políticas fiscais, ao cobrar tributos da 
agropecuária e garantir reduções de impostos ou até mesmo isenções fiscais para outros 
setores. 
Já a liberação de mão-de-obra decorrente do processo de mecanização do campo 
permite garantir o aumento do número de trabalhadores nos setores industriais e de 
serviços. 
Com relação à geração de divisas, estas são fundamentais para a importação de 
insumos e bens de capitais (máquinas, equipamentos) necessários ao desenvolvimento de 
outras atividades econômicas. 
 
SITUAÇÃO PROBLEMA (QUESTÃO 3): 
Notórias são as transformações ocorridas no meio rural nas duas últimas décadas. 
Verificamos que população residente no espaço rural, apesar de atualmente ter acesso a 
muitas outras formas de ocupação além das atividades agrícolas, vem diminuindo em 
todas as regiões do Brasil. Esse fato pode ser explicado pela mecanização e 
principalmente pela forte relação existente entre os setores de atividades econômicas, que 
muitas vezes empurra os complexos agroindustriais para áreas urbanas, com maior 
infraestrutura. 
Um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento rural diz respeito ao 
mercado de trabalho. O rural, por sua vez, já não é mais o espaço exclusivo do agrícola, 
e a população que aí reside pode ter acesso a muitas outras formas de ocupação, 
caracterizando um desenvolvimento baseado na pluriatividade e na multifuncionalidade 
do meio rural. 
QUESTÃO 3: DESCREVA E ANALISE AS PRINCPAIS MUDANÇAS NO 
MERCADO DE TRABALHO RURAL. (3,0 PONTOS). 
 
RESPOSTA: 
Nas duas últimas décadas a População Economicamente Ativa (PEA) com 
residência rural diminuiu em todas as regiões do Brasil. Apesar do otimismo que permeou 
as análises sobre o “novo rural” brasileiro até meados da década de 1990, em que se 
constatava uma estabilidade da PEA rural, graças ao aumento das atividades não-
agrícolas no meio rural, e se previa um caminho possível para a redução do deslocamento 
rural-urbano da população, os dados recentes parecem reverter a situação. 
A redução da população economicamente ativa na agricultura foi mais forte do que 
a redução da PEA rural e da população rural. Tanto nas regiões Sul e Centro-Oeste, bem 
como no estado de São Paulo, ocorrendo o inverso nas regiões Nordeste e Sudeste (sem 
São Paulo).Nas duas primeiras regiões, o decréscimo da PEA rural é atenuado pelo menor 
decréscimo da PEA agrícola, enquanto nas demais regiões a PEA agrícola é que sofre a 
maior redução, contribuindo, portanto, para reforçar a queda na PEA rural, que só não foi 
maior graças ao crescimento das atividades não-agrícolas. O estado de São Paulo é a única 
região que não apresenta queda da população rural, apesar da enorme redução da PEA 
agrícola (mais de 50%) e da redução de 14% na PEA rural. 
As variações ocorridas nos diferentes setores de atividades da PEA modificaram a 
sua distribuição nas regiões. Com exceção do Nordeste, a PEA agrícola diminuiu sua 
participação em todas as regiões, destacando-se São Paulo, onde passou de 64,4% para 
apenas 36,8% da PEA rural total. Com isso, as atividades não-agrícolas tiveram aumentos 
expressivos em sua participação nesse estado. As duas únicas atividades não-agrícolas 
que mostraram crescimento de participação em todas as regiões, sem exceção, foram, em 
primeiro lugar, o emprego doméstico e, em segundo, o ramo de comércio.

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