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Caso clínico 3 respondido

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Disciplina: Morofofisiologia dos Sistemas de Corpoais
Docente: Ana Maria Barbosa Argôlo
Caso clínico 03
Identificação: B.J.T., 59 anos, feminino, natural e procedente de Monte Santo de Minas, MG, casada, professora aposentada. 
Queixa Principal e duração: Pneumonia de repetição há 10 anos. 
HDA: Paciente refere que há 5 anos vem apresentando episódios de pneumonia, que são caracterizados por aumento da tosse e da expectoração, queda do estado geral e febre, muitas vezes não aferida. A paciente obteve também um quadro de pneumotórax há 6 anos, no qual ficou internada em uma UTI e chegou a ser intubada pois, a mesma necessitou de suporte ventilatório invasivo e também de uso de dreno nos pulmões. Atualmente, procurou por atendimento médico onde foi feito o diagnóstico de pneumonia. Usa antibióticos com melhora do quadro. A paciente não sabe informar sobre a localização dessas pneumonias e nem sobre os antibióticos usados. Também não sabe precisar quantos episódios já foram, mas sabe que no último ano foram quatro, sendo o último há 2 meses. Fora desses períodos, ela mantém tosse com pequena quantidade de secreção purulenta diariamente, principalmente pela manhã. Ela não se recorda há quanto tempo tem essa tosse, mas diz lembrar que quando criança já apresentava esse quadro e por isso, tinha o diagnóstico de bronquite asmática. B.J.T. também refere dor na musculatura da região do tórax de tanto tossir. 
Pontos de discussão
1. Quais as estruturas que compõe o sistema respiratório?
Os órgãos do sistema respiratório incluem o nariz, a cavidade nasal e os seios paranasais; a faringe; a laringe; a traqueia; os brônquios e seus ramos menores; e os pulmões, que contem os sacos de ar terminais, ou alvéolos.
2. Quais as divisões anatômicas dos brônquios e dos pulmões?
Os brônquios principais se dividem nos brônquios secundários (lobares), depois nos brônquios terciários (segmentares), nos brônquios subsegmentares maiores, os brônquios subsegmentares menores e, finalmente, nos bronquíolos. O pulmão direito é dividido em 3 partes, conhecidas como lobo superior, lobo médio e lobo inferior. O pulmão esquerdo possui 2 lobos, superior e inferior. O pulmão esquerdo é menor, porque o coração está localizado desse lado do corpo.
3. Quais os músculos que participam da inspiração e da expiração?
Músculos inspiratórios: diafragma, músculos intercostais.
Músculos inspiratórios acessórios (respiração forçada): esternocleidomastóideo, músculos escalenos, serrátil anterior, peitoral maior, peitoral menor, trapézio, latíssimo do dordo, eretores da espinha, iliocostal lombar e quadrado lombar. 
Músculos expiratórios (expiração forçada): músculos reto abdominal, abdominal transverso, oblíquo externo, oblíquo interno. 
O diafragma é um músculo muito importante que atua em nossos movimentos de respiração (inspiração e expiração). Ao inspirarmos o ar, o diafragma e os músculos intercostais externos e internos se contraem. O diafragma desce e as costelas sobem, fazendo com que haja aumento do volume da caixa torácica e forçando o ar a entrar nos pulmões.
4. Explique como ocorre o ciclo respiratório e como acontece o movimento de alça de balde e alavanca?
O sistema respiratório funciona garantindo a entrada e saída de ar do nosso corpo. O ar inicialmente entra pelas fossas nasais onde é umedecido, aquecido e filtrado. Ele então segue para a faringe, posteriormente para laringe e para a traqueia. A traqueia ramifica-se em dois brônquios dando acessos aos pulmões.
A elevação das costelas, devido a sua obliquidade durante a inspiração, aumenta o diâmetro ântero posterior da caixa torácica por deslocar a cartilagem costal e o osso esterno anterior e superiormente, gerando um movimento final denominado de “braço de bomba”. 
Já a elevação das costelas na inspiração, com deslocamento das mesmas superior e lateralmente, causam um aumento do diâmetro transverso do tórax (látero lateral), denominado de movimento de “alça de balde”.
5. Qual a função da pleura pulmonar? E qual condição patológica que a paciente apresentou que pôde influenciar na função da pleura pulmonar?
6. O que é a pressão intrapleural? A paciente já teve alteração nesta pressão em algum momento do seu histórico?
7. Explique o que a pressão intra-alveolar e qual a sua importância?
8. O que é o surfactante e qual a sua função? 
O surfactante pulmonar é um líquido que reduz de forma significativa a tensão superficial dentro do alvéolo pulmonar, prevenindo o colapso durante a expiração. Consiste em 80% de fosfolípideos, 8% de lípidos e 12% de proteínas. A tensão superficial é a força que atua através de uma linha imaginaria na superfície do liquido. Ela se origina porque as forças de atração entre as moléculas adjacentes do liquido são muito mais fortes do que aquelas entre o liquido e o gás, resultando em diminuição da superfície liquida, gerando uma pressão dentro do alvéolo.
9. Quais são os volumes respiratórios e as capacidades respiratórias?
Os volumes pulmonares estáticos são constituídos por quatro volumes (compartimentos indivisíveis) e quatro capacidades (compartimentos compreendendo dois ou mais volumes), a saber: volume de ar corrente (VAC), volume expiratório de reserva (VER), volume inspiratório de reserva (VIR), volume residual (VR), capacidade vital (CV), capacidade residual funcional (CRF), capacidade inspiratória (CI) e capacidade pulmonar total (CPT) (3). [Quando não especificado, a expressão volumes pulmonares refere-se genericamente tanto a volumes como a capacidades].
10. O que é o espaço morto pulmonar e o shunt pulmonar?
Denomina-se espaço morto as regiões ocupadas por ar, onde não ocorrem trocas gasosas (hematose). Pode ser espaço morto fisiológico ou anatômico.
Anatômico – espaços em que não há hematose, porque não existe epitélio especializado nesta função. Por exemplo: traqueia, brônquios e bronquíolos.
Fisiológico – ar que entra nos alvéolos, mas não participam efetivamente da hematose.
Shunt é o termo utilizado para descrever o sangue que entra no leito arterial sistêmico sem passar pelas áreas ventiladas do pulmão, levando à redução da pressão arterial parcial de oxigênio (PaO2).
Áreas do pulmão são adequadamente perfundidas, mas não são adequadamente ventiladas, o que gera hipoxemia. Denomina-se shunt quando a obstrução dos alvéolos é total e efeito shunt é quando a obstrução é apenas parcial.
11. Quais os conceitos de elasticidade pulmonar, complacência e resistência?
Os pulmões são elásticos: se expandem sob tensão e retraem-se de maneira passiva, quando a tensão deixa de existir. Os volumes pulmonares são determinados pelo balanço entre as propriedades elásticas do pulmão e as propriedades dos músculos da parede torácica.
A complacência é definida como a medida da capacidade de distensão pulmonar: Maior elasticidade -> Maior retração elástica -> Menor complacência -> Menor distensão. Reflete a distensibilidade pulmonar. Ela é afetada em muitos distúrbios respiratórios. No enfisema, doença obstrutiva associada à destruição dos septos alveolares e do leito capilar sanguíneo, o pulmão está mais complacente. Já na fibrose pulmonar, doença pulmonar restritiva que se deve ao aumento da deposição de fibras colágenas no espaço intersticial, o pulmão fica não-complacente.
Resistência pulmonar refere-se à resistência coletiva dos tecidos pulmonares e vias aéreas e é usualmente determinada com um balão esofagiano.
Objetivos: 
1. Conhecer a anatomia do sistema respiratório.
2. Aprender a fisiologia do sistema respiratório.
3. Desenvolver noções básicas de como acontecem as patologias nesse sistema.
4. Compreender o funcionamento mecânico e fisiológico do ciclo respiratório.

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