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Cartas Topográficas Topografia Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria LAIS MACEDO DANTAS ALEXSANDRO DE ALMEIDA PEREIRA AUTORIA Lais Macedo Dantas Sou formada em Arquitetura e Urbanismo, com uma pós-graduação em Design de Interiores, e trabalho atualmente como autônoma na área de arquitetura e escrevendo aulas. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Alexsandro de Almeida Pereira Sou arquiteto e urbanista graduado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2007) e mestre pelo Programa de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo (PPGAU) da Universidade Federal Fluminense (UFF) com enfoque na área de Habitação de Interesse Social. Sou membro do corpo docente do grupo ITEC, em que leciono para o curso de Arquitetura e Urbanismo da faculdade TECSOMA diversas disciplinas ligadas a projeto arquitetônico. Fui, ainda, membro do NDE e coordenador substituto do curso de Arquitetura e Urbanismo por seis meses e lecionei para o curso de Engenharia Civil das faculdades Atenas e FINOM de Paracatu — MG durante o período de dois anos e meio. Sou responsável pelo escritório Moinho, atuando nas mais diversas áreas de Projeto Arquitetônico, e ex- presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), núcleo de Juiz de Fora – MG, na gestão 2014-2016. Participei como Delegado da revisão do Plano Diretor da Cidade de Juiz de Fora (2015) e fui Conselheiro do Conselho Municipal de Meio Ambiente (CONDEMA) de Juiz de Fora, participando da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Ambiental de Juiz de Fora (2013). Por isso, fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO O que são e Para que Servem as Cartas Topográficas ................ 10 Conceito .................................................................................................................................................10 Orientação Magnética e Verdadeira das Cartas Topográficas .23 Conceito .................................................................................................................................................23 Direção Norte e Ângulos Notórios ....................................................................................26 Rumo e Azimute ...............................................................................................................................27 Cálculo de Áreas em Cartas Topográficas ....................................... 35 Cálculo de Áreas ............................................................................................................................35 Cálculo de Volumes em Cartas Topográficas ................................46 Cálculo de Volumes .................................................................................................................... 46 Métodos de Cálculo de Volumes ..................................................................................... 50 7 UNIDADE 03 Topografia 8 INTRODUÇÃO Você sabia que a área da topografia é uma das mais áreas mais importantes da Arquitetura e Engenharia e que é responsável por construir cada vez mais construções? Isso mesmo, pois, sem o conhecimento das cartas topográficas, não é possível medir o terreno, e, assim, a construção não dará certo. Para uma boa obra ser realizada, é preciso entender o que são e para que servem as cartas topográficas, diferenciar a orientação magnética da verdadeira nas cartas topográficas, calcular áreas geográficas em cartas topográficas e calcular volumes em cartas topográficas, assim como seus métodos utilizados, que podem ser: método das alturas ponderadas, método das seções transversais, superfícies equidistantes e terraplanagem para plataformas. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar nesse universo! Topografia 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Entender o que são e para que servem as cartas topográficas. 2. Diferenciar a orientação magnética da verdadeira nas cartas topográficas. 3. Calcular áreas geográficas em cartas topográficas. 4. Calcular volumes em cartas topográficas. Topografia 10 O que são e Para que Servem as Cartas Topográficas OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender o que são e para que servem as cartas topográficas. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram realizar levantamentos topográficos sem a devida instrução tiveram problemas ao construir. Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante! Conceito Para que se tenha uma correta interpretação do uso de mapas/ cartas topográficas e de imagens satélites, é necessário que se saiba os conceitos básicos. Para falar sobre cartografia, precisamos entender o uso das escalas. Elas têm sua definição como a relação entre as distâncias lineares que são representadas em mapas e as que existem no terreno. Nesse sentido, elas podem ser classificadas em escalas numéricas, gráficas ou nominais. • Escala numérica: de acordo com Fitz (2008): É representada por uma fração em que o numerador é sempre a unidade, designando a distância medida no mapa, e o denominador, representa a distância correspondente no terreno. (FITZ, 2008, p. 19) Pode ser representada por: 1:10.000 1/10.000 Nesse exemplo, a leitura é feita da seguinte forma: a escala é de um para dez mil, ou seja, para cada unidade no mapa, equivale a dez mil unidades, na realidade. Topografia 11 EXEMPLO: Se for representar um terreno, cada centímetro que será representado no mapa corresponderá a dez mil centímetros, ou seja, a cem metros. • Escala gráfica: de acordo com Fitz (2008): É representada por uma linha ou barra (régua) graduada, contendo subdivisões denominada talões. Cada talão apresenta a relação de seu comprimento com o valor correspondente no terreno, indicado sob forma numérica, na sua parte inferior. O talão, preferencialmente, deve ser expresso por um valor inteiro. (FITZ, 2008, p. 19) Ela é dividida em duas partes: a principal, que fica localizada do zero para a direita, e a fracionária, localizada do zero para a esquerda. Utiliza-se como se fosse uma régua,fazendo a relação da distância do mapa com a realidade. Figura 1 – Escala gráfica 1000 0 1000 2000 3000 4000m Fonte: Fitz (2008, p. 20). • Escala nominal: de acordo com Fitz (2008): escala nominal ou equivalente, é apresentada nominalmente por extenso, por uma igualdade entre o valor apresentado no mapa e sua correspondência no terreno. (FITZ, 2008, p. 20) Por exemplo, utilizando o sistema métrico: 1 cm = 20 km 1 cm = 10 m A leitura é interpretada como um centímetro equivale a vinte quilômetros, e um centímetro equivale a dez metros. A NBR 13133 (1994) define o conceito de cartas como: Representação gráfica sobre uma superfície plana, dos detalhes físicos, naturais e artificiais, de parte ou de toda a superfície terrestre - mediante símbolos ou convenções e meios de orientação indicados, que permitem a avaliação Topografia 12 das distâncias, a orientação das direções e a localização geográfica de pontos, áreas e detalhes -, podendo ser subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecido um plano nacional ou internacional. Esta representação em escalas médias e pequenas leva em consideração a curvatura da Terra, dentro da mais rigorosa localização possível relacionada a um sistema de referência de coordenadas. A carta também pode constituir-se numa representação sucinta de detalhes terrestres, destacando, omitindo ou generalizando certos detalhes para satisfazer requisitos específicos. A classe de informações, que uma carta, ou mapa, se propõe a fornecer, é indicada, frequentemente, sob a forma adjetiva, para diferenciação de outros tipos, como, por exemplo, carta aeronáutica, carta náutica, mapa de comunicação, mapa geológico. (ABNT, 1994, p. 2) Podem ser aplicadas em vários tipos, desde detalhes de terrenos urbanos a mapas de estados e países. Figura 2 – Aplicações Aplicação Escala Detalhes de terrenos urbanos 1:50 Planta de pequenos lotes e edifícios 1:100 e 1:200 Planta de arruamentos e loteamentos urbanos 1:500 e 1:1000 Planta de propriedades rurais 1:1000 1:2000 1:5000 Planta cadastral de cidades e grandes propriedades rurais ou industriais 1:5000 1:10 000 1:25 000 Cartas de municípios 1:50 000 1:100 000 Mapas de estados, países, continentes etc. 1:200 000 a 1:10 000 000 Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 37). Topografia 13 As cartas podem ser classificadas de acordo com suas características, ou seja, de acordo com os objetivos ou com a escala. Em relação aos objetivos, eles compreendem: • Mapas/cartas genéricas ou gerais: não têm finalidade específica e servem somente para efeitos ilustrativos, sem grande precisão. Um exemplo seria o mapa da divisão de um estado. Figura 3 – Mapa divisão de estados Fonte: Freepik • Mapas/cartas especiais ou técnicas: são feitos para finalidade específica, tendo sua precisão muito variável, como os mapas turísticos. Topografia 14 Figura 4 – Mapa turístico Fonte: Pixabay • Mapas/cartas temáticas: são os mapas-base que possuem aspectos ou temas sobre outros mapas que já existem, como os mapas geológicos. • Mapa/carta imagem: de acordo com Fitz (2008), são Imagem apresentada sobre um mapa-base, podendo abranger objetivos diversos. Utilizado para complementar as informações de uma maneira mais ilustrativa, a fim de facilitar o entendimento pelo usuário. (FITZ, 2008, p. 28) Quanto a sua representação cartográfica de acordo com a sua escala, as cartas podem ser representadas como planta, carta cadastral, carta topográfica e carta geográfica. • Planta: utilizada para um detalhamento bastante minucioso, quando sua escala é maior de 1:1000, como em redes de esgoto e água. Topografia 15 Figura 5 – Planta Fonte: Freepik • Carta cadastral: possui bastante detalhe e precisão, com escalas maiores que 1:5000. São utilizadas para levantamentos topográficos. • Carta topográfica: de acordo com Fitz (2008): compreende as escalas médias, situadas em 1:25000 e 1:250000 e contém detalhes planimétricos e altimétricos. As cartas topográficas normalmente são elaboradas, com base em levantamentos aerofotogramétricos, com o apoio de bases topográficas já existentes. (FITZ, 2008, p. 29) • Carta geográfica: é utilizada para escalas menores que 1:500000. Sua simbologia é diferenciada para representar a planimetria e altimetria, por meio das curvas de níveis, ou cores hipsométricas, que representam relevos de qualquer área, com cores azuis, para áreas alagadas, cores verdes, para regiões baixas, e cores de tom amarelo e vermelho, para áreas mais altas. Topografia 16 Os pontos altimétricos, as curvas de níveis e cores hipsométricas são utilizados para representação do relevo. Campos (2008) apresenta a seguinte a definição para os pontos altimétricos: Na representação por pontos altimétricos são utilizados símbolos pontuais, que representam a localização geográfica da qual se conhece a altitude. A altitude, que é o atributo representado do relevo, é indicada por um texto adjacente ao símbolo pontual. Portanto, na representação por pontos altimétricos, o relevo é classificado pela variação em altitude, não sendo incluída a declividade. (CAMPOS, 2008, p. 257) Figura 6 – Pontos altimétricos Fonte: Campos (2008, p. 258). Esses pontos servem para indicar pontos altos, picos, povoados, depressões, entre outros tipos. Eles são bastante úteis quando são utilizados com as curvas de níveis e as cores hipsométricas. IMPORTANTE: A representação das curvas de níveis depende de dois elementos: a declividade e a altitude, que são intervalos verticais constantes. Com isso, deve-se considerar a natureza do terreno, a escala do mapa, as exigências do uso do mapa e, por fim, a dificuldade de coletar os dados. Topografia 17 A natureza do terreno dá-se pela declividade da área que será mapeada. Com isso, Keates (1973) afirma que são feitas duas soluções, caso o terreno possua declividade grande: diferentes intervalos para diferentes tipos de declive e curvas suplementares para áreas que possuem menos declive. Figura 7 – Relevo Fonte: Pixabay A escala da carta depende do uso do mapa. Quando for definir o menor intervalo vertical, é necessário que a escala seja maior. No caso do menor, é necessário fazer um estudo dos custos e das dificuldades impostas ao se medir o terreno. Com isso, é feita a representação tridimensional do terreno, por meio de linhas. Campos (2008) apresenta o seguinte sobre as curvas de níveis: Em geral são numeradas algumas curvas de nível, chamadas de curvas mestras, sendo a numeração das demais dependente da necessidade do usuário da carta. As curvas mestras são representadas a intervalos verticais constantes, tendo-se como resultado um número também constante de curvas de nível, chamadas de curvas padrão, entre as curvas mestras. Tanto a qualidade dos dados coletados, como a classificação das curvas, em curva de nível mestra e curva de nível padrão, são diferenciadas na representação cartográfica pelas variáveis visuais: tamanho e luminosidade (linhas contínuas e linhas tracejadas). (CAMPOS, 2008, p. 260) Topografia 18 Figura 8 – Curvas de níveis Fonte: Campos (2008, p. 258). Existem quatro tipos de curvas de níveis para representação: • Mestra: mais grossa e contínua. • Padrão medida: mais grossa e contínua que a mestra. • Suplementar: mais grossa e contínua que a padrão. • Interpolada: linha tracejada. Figura 9 – Simbologia Fonte: Campos (2008, p. 261). Topografia 19 E, por último, as cores hipsométricas, de acordo com Campos (2008): O problema da representação do relevo através de cores é basicamente a definição número de intervalos de altitude (intervalos de classe) entre as altitudes extremas, que serão representadas pelas cores e a escolha das próprias cores que representarão cada intervalo de classe. Arepresentação hipsométricas por cores é uma das possibilidades de representação de uma distribuição contínua de um fenômeno sobre a superfície terrestre. Pode-se de uma maneira geral representar qualquer ocorrência de distribuição contínua por este processo. (CAMPOS, 2008, p. 261) Figura 10 – Representação Fonte: Campos (2008, p. 262). Topografia 20 De acordo com Fonte e Vicente (2006), a cartografia topográfica pode ser definida como: A cartografia topográfica tem como objetivo a representação plana da informação geográfica designada por informação topográfica, nomeadamente o relevo, linhas de água, vegetação, construções, vias de comunicação, redes de transporte de energia. etc. A informação geográfica não topográfica (por exemplo, demografia, exposição solar, pluviosidade, aptidão para construção etc.) é designada por informação temática e a sua representação sobre uma base topográfica é designada por cartografia temática. (FONTE; VICENTE, 2006, p. 20) As cartas topográficas têm escalas maiores ou iguais a 1:500.000 e menores que 1:10.000. Os topógrafos, engenheiros e arquitetos utilizam- nas no estudo das vias de comunicação, hidráulica, entre outros. Figura 11 – Vias de comunicação Fonte: Pixabay Podem ser representadas por planimetria e altimetria. A planimetria, por meio dos pontos na carta, e a altimetria, pela representação do relevo, por meio das curvas de nível. Numa carta, as retas paralelas à meridiana formam com as linhas que representam os meridianos um ângulo Topografia 21 que aumenta à medida que nos afastamos do meridiano origem. Este ângulo designa-se por convergência dos meridianos, e pode, sem grande erro, ser considerado constante nas zonas em que se divide a carta de um país. Sendo o Norte Cartográfico (N.C.) a direção definida pelo meridiano central e o Norte Geográfico (N.G.) a direção definida pelos outros meridianos representados na carta, a convergência dos meridianos é o ângulo formado pelo N.C. e pela reta tangente ao N.G. no ponto considerado. (FONTE; VICENTE, 2006, p. 20) Figura 12 – Norte cartográfico e geográfico (NC) MERIDIANA γ – convergência dos meridianos PERPENDICULAR (NG) (NC) γ C Fonte: Fonte e Vicente (2006, p. 20). As cartas representam aspectos naturais e artificiais da superfície da Terra, avaliando distância, direções, pontos e áreas. Para se compreender a carta, é imprescindível que a precisão seja coerente com a escala. Com a carta topográfica, é possível visualizar o que há no terreno. Topografia 22 Figura 13 – Representação P1 localização dos perfis de solo 22º 19’ 30º 22º20’ 28 22º21’ 26 0,4 0 0,4 0,8 12 1,8 km Fonte: Campos (2008, p. 257). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido o conceito de cartas e para que são utilizadas, como também sua classificação de acordo com suas características, que podem ser de acordo com os objetivos ou com a escala. Em relação aos objetivos, esses podem ser: mapas/cartas genéricas ou gerais, mapas/cartas especiais ou técnicas, mapas/carta temáticas, mapa/carta imagem. E, em relação a sua representação cartográfica, são de acordo com a sua escala, como planta, carta cadastral, carta topográfica e carta geográfica. Topografia 23 Orientação Magnética e Verdadeira das Cartas Topográficas OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funciona a orientação magnética e verdadeira das cartas topográficas. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram realizar a orientação magnética e verdadeira das cartas topográficas sem a devida instrução tiveram problemas ao realizar as construções. Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante!. Conceito Com o passar dos anos, a representação cartográfica vem crescendo cada vez mais. Um dos elementos que se estuda nas cartas topográficas é a orientação, que está relacionada ao “nascer do Sol”, em direção ao Oriente. A orientação também está relacionada ao nosso corpo. Nesse método, nossa mão direita apontada indica a direção Leste, na qual o Sol nasce, e o mão esquerda estendida aponta para direção Oeste, na qual o Sol se põe, a nossa frente seria o Norte, e as costas, o Sul. IMPORTANTE: Essas orientações são simbolizadas pelos pontos cardeais: • Norte (N). • Sul (S). • Leste (E ou L). • Oeste (W ou O). Figura 14 – Representação Topografia 24 Zênite Fonte: Fitz (2008, p. 35). IMPORTANTE: Deve-se atentar à posição do observador em relação ao Sol, pois nem sempre a posição latitudinal está correta, com isso a posição do Sol não estará na direção Leste. É imprescindível que em todas as cartas topográficas haja a indicação do Norte. Geralmente, o Norte é indicado pra cima e o Sul para baixo. Com isso, usa-se a rosa dos ventos, que possui todas as direções intermediárias, a fim de que auxilie o observador sua orientação. Figura 15 – Rosa dos ventos Fonte: Fitz (2008, p. 35). Mas as alterações das indicações sobre Norte e Sul podem ser feitas pelo observador. Antigamente, as pessoas situavam a cidade de Topografia 25 Meca como centro da Terra, com isso a posição Sul ficava na parte de cima do mapa. A figura 15 mostra o mapa do Brasil invertido, em relação ao posicionamento tradicional. Figura 16 – Mapa Brasil: divisão regional 40ºW 50ºW 60ºW 70ºW TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO SUL SUDESTE EQUADOR NORTE CENTRO-OESTE NORDESTE 0 1000km 30ºS 20ºS 10ºS S N W S E SW NWNE SE Fonte: Fitz (2008, p. 36). Direção Norte e Ângulos Notórios Topografia 26 Existem três tipos de norte existentes, podemos citar: • Norte geográfico (NG) ou norte verdadeiro. • Norte magnético (NM). • Norte de quadrícula (NQ). Fitz (2008) define os três como: O norte geográfico ou norte verdadeiro é aquele indicado por qualquer meridiano geográfico, ou seja, na direção do eixo de rotação do planeta. O norte magnético apresenta direção do polo norte magnético, aquela indicada pela agulha imantada de uma bussola. O norte de quadrícula é aquele representado nas cartas topográficas seguindo- se, no sentido sul-norte, a direção das quadrículas apresentadas pelas cartas. (FITZ, 2008, p. 36) Figura 17 – Representação Fonte: Fitz (2008, p. 37). A declinação magnética é formada pelos nortes geográfico e magnético. Ela pode variar de acordo com o ponto que se deseja localizar no globo terrestre. A declinação magnética aumenta 9 graus ao ano. Figura 18 – Declinação magnética Topografia 27 Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 117). A convergência meridiana dá-se pela diferença de ângulo do norte geográfico e o norte de quadrícula. De acordo com Junior, Neto e Andrade (2014): O norte verdadeiro é imutável com o passar do tempo, porém o norte magnético é dinâmico. O norte magnético varia de época para época, aumentando seu ângulo em relação ao norte verdadeiro em 10’ por ano, chegando até 25º em relação ao norte verdadeiro, depois ele começa a voltar no sentido inverso até chegar a 25º para outra direção. (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014, p. 42) Rumo e Azimute Outra forma de orientação nas cartas topográficas são o azimute e o rumo. Fitz (2008) define-os como O Azimute de um alinhamento pode ser definido como o ângulo medido no sentido horário, entre a linha norte-sul, e um alinhamento qualquer, com variação entre 0º e 360º. Já o Rumo de um alinhamento é conhecido como o menor ângulo formado entre linha norte-sul e um alinhamento qualquer. Sua variação se dá entre 0º e 90º, devendo ser indicado o quadrante correspondente: NE, SE, SW ou NW, isto é, primeiro, segundo, terceiro ou quarto quadrante, respectivamente. (FITZ, 2008, p. 36) Figura19 – Rumo Topografia 28 Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 44). A figura a seguir mostra o azimute. Figura 20 – Azimute Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 43). Em relação ao azimute, Junior, Neto e Andrade (2014) afirmam que Numa poligonal, com formato de um retângulo por exemplo, podem existir quatro alinhamentos no sentido anti-horário (0-1;1-2;2-3 e 3-0), como também quatro alinhamentos no sentido horário (0-3; 3-2; 2-1 e 1;0). (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014, p. 43) Figura 21 – Azimute Topografia 29 Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 43). Já em relação ao rumo, Junior, Neto e Andrade (2014) afirmam que Por variar de 0º a 90º, podem existir, por exemplo, 4 rumos com 45º partindo de várias direções. Portanto, todos os rumos devem informar os pontos colaterais, NE, SE, SO e NO. Assim, teremos: 45º NE, 45º SE, 45º SO e 45º NO, onde os Rumos poderão variar de 0º a 90º (NE), 0º a 90º (SE), 0º a 90º (SO), 0º a 90º (NO). Numa poligonal, como por exemplo, um retângulo, podem existir quatro alinhamentos no sentido anti-horário (0-1;1-2;2-3 e 3-0), como também quatro alinhamentos no sentido horário (0-3; 3-2; 2-1 e 1;0). (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014, p. 44) Figura 22 – Rumo Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 44). Topografia 30 Veja a representação de quando o rumo e azimute estão no primeiro quadrante: Figura 23 – Representação Fonte: Fitz (2008, p. 38). Agora, quando estão no segundo quadrante: Figura 24 – Representação Fonte: Fitz (2008, p. 38). Topografia 31 Já no terceiro quadrante: Figura 25 – Representação Fonte: Fitz (2008, p. 38). Por fim, quando estão no quarto quadrante: Figura 26 – Representação Fonte: Fitz (2008, p. 38). De acordo com Veiga, Zanetti e Faggion (2012), A determinação do Norte verdadeiro, fundamentada em determinações astronômicas e utilizando o sistema GPS ou um giroscópio, é mais precisa que a técnica que se baseia na determinação do Norte magnético para uma posterior transformação. Esta técnica deve ser evitada, independente da precisão solicitada, quando se aplica em locais onde existe exposição de rochas magnetizadas que porventura possam induzir a uma interpretação errônea por suas influências sobre a agulha imantada da bússola. (VEIGA; ZANETTI; FAGGION, 2012, p. 117) Topografia 32 Quando ocorre a transformação do azimute em rumo, ou do rumo em azimute, de acordo com Junior, Neto e Andrade (2014): No primeiro quadrante - Neste caso, em se tratando do Rumo, o alinhamento está mais próximo do Norte e no sentido horário. Portanto, há uma coincidência entre azimute e rumo. Então, Az = R para o primeiro quadrante. (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014, p. 45) A cor verde corresponde ao azimute, e a cor laranja, ao rumo. Figura 27 – Primeiro quadrante Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 45). Segundo Junior, Neto e Andrade (2014), “No segundo quadrante – Neste caso, em se tratando do Rumo, o alinhamento está mais próximo do sul e no sentido anti-horário. Portanto, Az + R=180º para o segundo quadrante” (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014, p. 45). A cor verde corresponde ao azimute, e a cor laranja, ao rumo. Figura 28 – Segundo quadrante Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 45). Topografia 33 De acordo com Junior, Neto e Andrade (2014): “No terceiro quadrante - Neste caso, em se tratando do Rumo, o alinhamento está mais próximo do sul e no sentido horário. Portanto, Az=180º + R para o terceiro quadrante” (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014, p. 45). A cor verde corresponde ao azimute e a cor laranja, ao rumo. Figura 29 – Terceiro quadrante Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 46). De acordo Junior, Neto, Andrade (2014): “No quarto quadrante - Neste caso, em se tratando do Rumo, o alinhamento está mais próximo do norte e no sentido anti-horário. Portanto, Az = 360º - R para o quarto quadrante” (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014, p. 46). A cor verde corresponde ao azimute, e a cor laranja ao rumo. Figura 30 – Quarto quadrante Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 46). Topografia 34 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre as posições cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste, como também a rosa dos ventos, e, ainda, deve ter visto que existem três tipos de norte existentes: norte geográfico (NG) ou norte verdadeiro, norte magnético (NM) e norte de quadrícula (NQ). Além disso, você deve ter visto o conceito do rumo e azimute, que se encontram no primeiro, segundo, terceiro e quarto quadrantes. Topografia 35 Cálculo de Áreas em Cartas Topográficas OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funciona o cálculo de áreas em cartas topográficas. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram fazer o cálculo de área sem a devida instrução tiveram problemas ao fazer levantamentos dos dados. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante! Cálculo de Áreas Para calcular as áreas regulares que são subdivididas e formadas por polígonos, são utilizadas as fórmulas matemáticas. Figura 31 – Áreas regulares Fonte: Azeredo (2003, p. 27). Topografia 36 No entanto, existem áreas que não são regulares. Figura 32 – Áreas irregulares Fonte: Azeredo (2003, p. 27). E, para essas áreas, utiliza-se o instrumento chamado planímetro mecânico. Figura 33 – Planímetro mecânico Fonte: Azeredo (2003, p. 27). Existem outras formas de calcular as áreas, por meio da balança de precisão. Assim, de acordo com Fitz (2008), • Escolhe-se um retângulo de área conhecida que englobe toda a região a ser medida, e pesa-se a ele. Topografia 37 • Recorta-se o contorno da região escolhida e pesa-se o produto resultante. • Estabelece-se uma proporção entre os pesos do retângulo com área conhecida e da porção recortada. • Aplica-se o valor obtido à escala da carta. (FITZ, 2008, p. 94) Aplica-se também outro modo de calcular as áreas, com precisão razoável, seguindo os seguintes passos descritos por Fitz (2008): • Sobre a região escolhida, sobrepõe-se uma folha de papel vegetal milimetrado, em que cada milímetro quadrado corresponderá ao mesmo valor na carta original. • Traça-se, sobre a folha de papel milimetrado, o contorno da área em questão. • Estabelece-se a relação entre a quantidade dos quadriculados do papel que contenham a região desenhada, considerando a escala da carta. • Realiza-se o cálculo da proporção. (FITZ, 2008, p. 94) É possível também realizar cálculos a partir de programas, como as imagens roster. Assim, quanto menor o pixel da imagem, mais preciso será o valor. IMPORTANTE: Existem quatro tipos de determinação de áreas, que podem ser: • Processo gráfico. • Processo analítico. • Processo computacional. • Processo mecânico. O processo gráfico, de acordo com Veiga, Zanetti e Faggion (2012), é definido como “a área a ser avaliada é dividida em figuras geométricas, Topografia 38 como triângulos, quadrados ou outras figuras, e a área final será determinada pela somatória de todas as áreas das figuras geométricas” (VEIGA; ZANETTI; FAGGION, 2012, p. 176). Observe, na figura a seguir, as áreas quadrículas: Figura 34 – Área quadrícula Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 176). E, agora, veja a representação em figuras geométricas: Figura 35 – Representação Fonte: Veiga, Zanetti, Faggion (2012, p. 176). Topografia 39 O processo analítico utiliza fórmulas matemáticas, sendo possível, a partir das coordenadas, determinar a poligonal para a realização dos cálculos. Nesse primeiro exemplo, o cálculo da área de poligonais é a partir dos trapézios, que são formados pelos pontos 1, 2, 3 e 4. Figura 36 – Área poligonal Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 178). Logo, a partirdos pontos definidos, forma-se a área 1: Figura 37 – Área 1 Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 178). Topografia 40 E a área 2: Figura 38 – Área 2 Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 178). Ela é calculada a partir da fórmula do trapézio: Figura 39 – Trapézio Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 179). Cuja fórmula é: Figura 40 – Fórmula Topografia 41 Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 179). Também é possível entender pela figura: Figura 41 – Exemplo Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 179). Outra forma de cálculo é por meio da multiplicação dos valores. Assim, é feita uma tabela com as coordenadas, mas é preciso atentar- se para repetir o primeiro ponto no final da tabela. A área poligonal, por exemplo, terá os seguintes pontos: Figura 42 – Exemplo Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 182). Topografia 42 E, a partir daí, é feita a multiplicação dos valores: Figura 43 – Multiplicação de valores Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 182). Simplificando a tabela: Figura 44 – Tabela Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 182). Substituindo os valores por um valor aleatório teremos: Figura 45 – Substituição Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 183). Topografia 43 O processo computacional, de acordo com Veiga, Zanetti e Faggion (2012): Atualmente é uma forma bastante prática para o cálculo de áreas. Baseado no emprego de algum programa gráfico do tipo autoCAD, no qual são desenhados os pontos que definem a área levantada e o programa calcula esta área, por métodos analíticos. (VEIGA; ZANETTI; FAGGION, 2012, p. 176) Outros programas que são utilizados são Topograph, DataGeosis, TopoCal, Surfer, entre outros. Geralmente, é o processo em que mais se usa, principalmente por causa da estação total. Figura 46 – Autocad Fonte: Freepik No processo mecânico, de acordo com Veiga, Zanetti e Faggion (2012): Utiliza-se um equipamento denominado de planímetro. Este consiste em dois braços articulados, com um ponto fixo denominado de pólo e um cursor na extremidade dos braços, o qual deve percorrer o perímetro do polígono que se deseja calcular a área. Também apresenta um tambor giratório. (VEIGA; ZANETTI; FAGGION, 2012, p. 176) Topografia 44 Figura 47 – Instrumento planímetro Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 177). A figura a seguir mostra como ele é utilizado: Figura 48 – Planímetro Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 84). Topografia 45 A fórmula utilizada é Área = k. (Lf - Li). Figura 49 – Fórmula Onde: - k é a constante do aparelho para um dado comprimento do braço graduado; - Lf é a leitura final; - Li é a leitura inicial Fonte: Veiga, Zanetti e Faggion (2012, p. 177). De acordo com Veiga, Zanetti e Faggion (2012), o valor de K pode ser determinado planimetrando-se uma área conhecida (S) diversas vezes (n): k = (n .S)/ (Lf - Li). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que as áreas regulares que são subdivididas e formadas por polígonos se utilizam de fórmulas matemáticas. No entanto, existem áreas que não são regulares. Nesse caso, utiliza-se o equipamento planímetro mecânico. É possível também realizar cálculos a partir de programas, como as imagens roster. Você deve ter aprendido também que existem quatro tipos de determinação de áreas, que podem ser: processo gráfico, processo analítico, processo computacional e processo mecânico. Topografia 46 Cálculo de Volumes em Cartas Topográficas OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funciona o cálculo de volumes em cartas topográficas. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram fazer o cálculo de volume sem a devida instrução tiveram problemas ao fazer os aterros ou cortes necessários no terreno. E aí? Motivado para desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante!. Cálculo de Volumes O cálculo de volume na topografia significa calcular qualquer quantidade de Terra do devido espaço. De acordo com Junior, Neto e Andrade (2014): É necessário saber o volume inicial para poder executar o volume final do projeto, de forma a se fazer o menor movimento de terras possível, pois esse movimento é bastante oneroso, aproveitando-se sempre que possível, a terra do corte para o aterro. Como em toda Topografia, é necessário se imaginar que aquela determinada quantidade de terra é uma figura geométrica e, assim, possibilitar a realização de cálculos. (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014, p. 153) Figura 50 – Volume Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 153). Topografia 47 Com isso, o cálculo é feito A = comprimento x largura x altura. Assim, substituindo-se pelos valores presentes na figura, tem-se 2x4x2=16m². O cálculo de volumes em curvas de níveis é dado pela fórmula, por meio de planta com curva de nível, com duas cotas consecutivas. Figura 51 – Fórmula Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 154). Veja, por exemplo, um terreno com curvas de níveis, como na figura: Figura 52 – Fórmula Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 154). Na figura a seguir, as curvas de níveis em perfil estão representadas: Figura 53 – Perfil Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 154). Topografia 48 O cálculo é a soma de todos os volumes encontrados. De acordo com Junior, Neto e Andrade (2014): Considerando-se que a área da cota 100 = 1000m2; da cota 120 = 900 m2; da cota 140 = 800 m2; e da cota 160 = 700 m2, deseja-se descobrir o volume da cota 100 até o cume. Então, dividindo se em vários volumes tem-se que: V1 = cota 100 à cota 120; V2 = cota 120 à cota 140; V3 = cota 140 à cota 160 e V4 = da cota 160 ao cume 166,12. (JUNIOR; NETO; ANDRADE, 2014, p. 153) Figura 54 – Cálculo Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 154). Com isso, é feito o cálculo para V1: Figura 55 – V1 Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 155). Em seguida, o cálculo para V2: Figura 56 – V2 Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 155). Topografia 49 Em seguida, cálculo para V3: Figura 57 – V3 Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 155). E, por fim, cálculo para V4: Figura 58 – V4 Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 155). Então, calculando-se, assim, a soma de todos os volumes, tem-se: Figura 59 – Cálculo Fonte: Junior, Neto e Andrade (2014, p. 155). Topografia 50 Métodos de Cálculo de Volumes Existem quatro métodos de cálculo de volumes: • Método das alturas ponderadas. • Método das seções transversais. • Superfícies equidistantes. • Terraplanagem para plataformas. O método das alturas ponderadas, de acordo com Veiga (2007): baseia-se na decomposição de um sólido cujo volume deseja-se calcular em sólidos menores, mais fáceis de calcular o volume. Estes sólidos são normalmente de base quadrada ou triangular. Sua utilização típica é em escavações, podendo, no entanto, também ser aplicado a volume de barragens e outras obras de engenharia. (VEIGA, 2007, p. 11) Por exemplo, em um sólido qualquer, de base quadrada e com as arestas Z1, Z2, Z3 e Z4, o volume é calculado pela seguinte fórmula: Figura 60 – Fórmula Fonte: Veiga (2007, p. 11). De acordo com Veiga (2007): Na prática o terreno é dividido em uma malha regular e cada ponto desta malha tem a sua cota calculada por algum método de nivelamento. Então é definida a cota de escavação, ou seja a cota em que o terreno deverá ficar após a retirada do material. (VEIGA, 2007, p. 11) Topografia 51 Com isso, é possível calcular a altura dos sólidos para o cálculo do volume. Para determinação da malha do terreno, de acordo com Veiga (2007), a primeira parte faz o desenho da quadriculação do terreno. Figura 61 – Representação Fonte: Veiga (2007, p. 14). Depois, com ajuda de um teodolito, ou estação total outrena, é feita a marcação, em que são marcados os pontos auxiliados com o piquete, determinando as cotas ou altitudes dos pontos por meio de algum dos métodos de nivelamento. Figura 62 – Representação Fonte: Veiga (2007, p. 14). E, por fim, realiza-se a escavação, que é a desejada para a realização do projeto. Topografia 52 Figura 63 – Representação Fonte: Veiga (2007, p. 14). O método das seções transversais ocorre quando há duas seções transversais A1 e A2, com uma distância d. Assim, tem-se a fórmula: Figura 64 – Fórmula Fonte: Veiga (2007, p. 30). Topografia 53 De acordo com Veiga (2007): Esta fórmula é largamente empregada em estradas e ferrovias, nos cálculos de corte e aterro. Para uma mesma seção poderemos ter áreas de corte e aterro, que posteriormente significarão volumes de corte e aterro. (VEIGA, 2007, p. 11) Figura 65 – Representação Fonte: Veiga (2007, p. 30). O método de superfícies equidistantes é o mesmo princípio do cálculo do método das seções transversais, sendo que são seções horizontais. Veja a aplicação na fórmula a seguir: Topografia 54 Figura 66 – Fórmula Volume = d x A1+A2+A3+...+An-1+An Onde n é o numero de seções. 2 2 Fonte: Veiga (2007, p. 35). No método de terraplanagem para plataformas, aplica-se o método de seções transversais. De acordo com Borges (1994), a terraplanagem pode ter quatro hipóteses para o planejamento: 1 – plano horizontal, sem a imposição de uma cota final 2 – plano final horizontal com a imposição de uma cota final 3 – plano inclinado sem a imposição da altura em que este plano deva estar. 4 – plano inclinado impondo uma determinada altura para o mesmo, através da escolha da cota de um determinado ponto. (BORGES, 1994, p. 66) Observe, por exemplo, uma malha com espaçamento de 20 metros: Figura 67 – Malha Fonte: Veiga (2007, p. 39). Topografia 55 Com isso, é feita a tabela: Figura 68 – Tabela Fonte: Veiga (2007, p. 40). Topografia 56 Por fim, tem-se a fórmula: Figura 69 – Fórmula Fonte: Veiga (2007, p. 40). RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o cálculo de volume na topografia significa calcular qualquer quantidade de terra do devido espaço. Existem quatro métodos de cálculo de volumes: método das alturas ponderadas, que se baseia na decomposição de um sólido cujo volume se deseja calcular em sólidos menores e mais fáceis de calcular. Além disso, você viu o método das seções transversais e que a fórmula utilizada nesse método é largamente empregada em estradas e ferrovias, nos cálculos de corte e aterro. Também foi comentado que, para uma mesma seção, poderemos ter áreas de corte e aterro, que, posteriormente, significarão volumes de corte e aterro. Por fim, você aprendeu sobre superfícies equidistantes e a terraplanagem para plataformas. Topografia 57 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13133: Execução de levantamento topográfico. Rio de Janeiro, 1994, 35p. BORGES, A. C. Topografia aplicada à Engenharia Civil. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1994. CAMPOS, A. C. Representação do relevo nas cartas topográficas. Disponível em: https://cesad.ufs.br/ORBI/public/ uploadCatalago/11210904042012Cartografia_Basica_Aula_17.pdf. Acesso em: 3 jan 2022. FITZ, P. R. Cartografia básica. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. FONTE, C. M. P. Costa; VICENTE, M. A. F. Textos de apoio de Topografia. Disponível em: http://www.mat.uc.pt/~vicente/Textos_de_ apoio_de_Topografia_2006_2007.pdf. Acesso em: 3 jan 2022. JUNIOR, J. M.; NETO, F. C.; ANDRADE, J. da S. Topografia geral. Recife: EDUFRPE, 2014. KEATES, J. Cartographic design and production. Nova York: Longman, 1973. VEIGA, L. A.; ZANETTI, M. A.; FAGGION, P. L. Fundamentos de topografia. Paraná: UFPR, 2012. VEIGA, L. A. K. Topografia: cálculo de volumes. Notas de aula – GA033 – Levantamentos topográficos II. Disponível em: https://www. bibliotecaagptea.org.br/agricultura/topografia/livros/TOPOGRAFIA%20 CALCULO%20DE%20VOLUMES%20NOTAS%20DE%20AULA.pdf. Acesso em: 6 jan 2022 Topografia
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