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Gênero Bacillus ANA LUISA ARRABAL DE ALMEIDA – VET140 Gênero Bacillus -Diversas infecções estão relacionadas a esse gênero. Além disso, tem relação com o carbúnculo hemático (Bacillus anthracis) – diagnóstico de suspeita inclui obrigatoriedade de fechamento da propriedade desde setembro de 2013. -Historicamente: distribuição de envelopes contendo a bactéria encapsulada e alterada geneticamente. -São bastonetes grandes e gram positivas. -Ocorre formação de endósporos nesse grupo, ou seja, há o fator de resistência ambiental. -Naturalmente, não ocorre os dois plasmídeos que conferem o gene de resistência. -São aeróbios e anaeróbios facultativos. -Alguns são capsulados – a cápsula é um fator de virulência, porque quando os macrófagos emitem seus prolongamentos, a captura dessas bactérias é dificultada. Obs.: Bacillus anthracis não produz cápsula in vitro, somente in vivo – não se gasta energia para produção de cápsula em um ambiente que não ocorre o sistema imune. -A maioria das espécies desse gênero são catalase positivo e oxidase negativo (outra enzima respiratória). A maioria das espécies também são móveis por flagelo e saprofíticas (se alimentam de matéria em decomposição). Obs.: o teste da catalase detecta se o organismo é capaz de produzir essa enzima, a qual tem capacidade de degradar H202 (tóxico para a célula). -Meio não-enriquecidos. Academicamente, são divididos em grupos: • Esporo não deforma a célula-mãe – esporos ovais, localizados centralmente ou terminalmente. Ainda são divididos em aqueles maiores e menores que 1 micrômetro; • Esporo que deforma a célula-mãe. Habitat Habitats mais comuns das espécies do gênero Bacillus. -Distribuído no ar, solo e água. -Os endósporos de Bacillus anthracis sobrevivem por mais de 50 anos no solo – animais que morreram por doenças cujo agente etiológico forma endósporo não pode ser enterrado, por exemplo, correndo o risco de infecção recorrente em outros animais e plantas. -Áreas incubadoras: clima quente, solo calcário/ alcalino, inundações. -Patógenos e produtos celulares: -B. larvae: parasita larvas de abelhas, causando sua morte (baixa fertilidade da colônia por inviabilização das crias). -B. cereus: toxinas produzidas causam intoxicação alimentar em cães e humanos. -B. licheniformis: aborto em bovino e ovino. -B. piliformis: causa doença de Tysser’s em ratos de laboratório e potros imunossuprimidos. Patógenos e Produtos Celulares -B. anthracis (patógeno): os dois fatores de virulência são codificados por dois plasmídeos – pXO2 (cápsula) e pXO1 (exotoxina). Na natureza, esses dois plasmídeos não se encontram na bactéria. Essa exotoxina possui 3 frações termolábeis denominadas: • Fator I: fator edematoso (EF) – adenilase ciclase (afeta o equilíbrio eletrolítico e a cascata de coagulação); • Fator II: fator antígeno protetor (PA) – enzimas que potencializam as outras frações; • Fator III: fator letal (FL) – essencial para o efeito letal. É uma toxina que estimula macrófagos a liberar citocinas, especificamente alfa-TNF (fator de necrose tumoral) e beta- interleucina-1. Os efeitos locais dessa toxina incluem aumento de volume e escurecimento dos tecidos devido ao edema e à necrose. Material (a ser coletado) -Não abrir carcaça, principalmente em casos de carbúnculo hemático. Isso porque a abertura das carcaças pode facilitar a esporulação, com o risco de contaminação ambiental prolongada. -Suspeita de ovinos e bovinos (principal animais acometidos), realiza-se um esfregaço com o sangue da orelha ou cauda (periférico). Depois, esfregaços finos do sangue ou dos fluidos, corados com azul de metileno policromo, revelam cadeias de bacilos corados de azul, achatados nas extremidades, rodeados por cápsula rósea: -Em cavalos e suínos, coleta-se fluido edematoso em sítios localizados (fluido peritoneal); -Sangue ou baço homogeneizados na realização de cultura; Microscopia Direta -Em caso de B. anthracis, ao cultivar a cápsula in vivo com os corantes Giemsa ou azul de metileno policromo, observa- se: • Material capsular; • Bastonetes azuis, com extremidades retas, circundados por cápsula rosa. Reação M’Fadyean Reação M’Fadyean -A extremidade do bastonete pode ser reta ou levemente arredondada, um importante fator de identificação (no caso de B. anthracis é reta). Isolamento -Isolamento pode ser em ágar sangue, BHI (brain heart infusion), ágar nutriente. Pode utilizar Agar MacConkey (coloca-se amostra para visualizar contaminantes). Ágar- sangue e ágar MacConkey são inoculados com espécimes suspeitos e incubados aerobiamente a 37°C por 24 a 48 horas. -Há também meio seletivo próprio para B. anthracis (PLET – ágar acetato de tálio-EDTA-lisozima-polimixina). Obs.: caso o material esteja contaminado com pelos, farinha de osso, devem ser macerados com solução salina, aquecidos, resfriados, filtrados, centrifugados, armazenados em depósito. Depois, realiza-se cultura ou inoculação em animal. -Para Bacillus cereus, o meio é ágar base seletivo para essa espécie. Identificação -Bacillus anthracis: observa-se fraca hemólise em cultura, diferente de Bacillus cereus. Após incubação de 48 horas, tem-se um aspecto de “vidro quebrado”, além de as colônias parecerem secas, achatadas e acinzentadas. Bacillus anthracis em ágar-sangue por 24 horas a 37oC. -Sob pequeno aumento, o crescimento em ondulações na borda das colônias concede uma aparência característica em forma de “cabeça de medusa”. Os endósporos são identificados por áreas ovais e não coradas no interior da célula mãe: -Bacillus cereus: o aspecto da colônia é parecido com B. anthracis, mas levemente mais largas, esverdeadas e com uma zona de hemólise bem maior. -Bacillus mycoides: a colônia tem um aspecto rizoides (semelhante à raízes), com crescimento central, sendo a maioria fracamente hemolíticas. É inoculada em temperatura variando entre 25 e 30oC por poucos dias. Testes Bioquímicos -Sendo B. anthracis mais suscetível à penicilina que B. cereus, um dos testes bioquímicos possíveis é a inoculação em meio de cultura contendo essa substância. -Além disso, B. cereus, B. mycoides e B. thuringiensis liquefazem gelatina rapidamente em meios que a contém, ao contrário de B. anthracis (liquefaz lentamente a gelatina). É dito que B. anthracis deixa um aspecto de “pinheiro invertido” em meio contendo gelatina: -A maioria das espécies do gênero Bacillus possui atividade lecitinase forte e rápida em ágar gema de ovo (cepas produtoras de lecitinase produzem zona opaca ao redor do inóculo). Porém, B. anthracis possui atividade fraca e lenta nesse sentido, o que é evidenciado a seguir: -A maioria das espécies não produz cápsula in vitro. Mas, dependendo do meio de cultura de B. anthracis (ágar nutriente 0,7% de bicarbonato de sódio e 10% de CO2), ele pode ser induzido a produzir a cápsula. -Teste de Ascoli: é um teste de termoprecipitação com propósito de detectar antígenos de B. anthracis em materiais biológicos — por exemplo, no couro. O material homogeneizado é fervido e clarificado por filtração. O filtrado é usado como fonte de antígenos para os testes de precipitação em anel ou de gel-difusão com antissoros de B. anthracis. Esses testes carecem de especificidade porque tanto B. anthracis como outras espécies de Bacillus têm em comum antígenos termestáveis. -Resumo: Resistência -Célula vegetativa sobrevive de uma a duas semanas em carcaças íntegras de animais. Morrem em temperaturas a partir de 60oC por 30 minutos. -Endósporos, devido à sua constituição, podem sobreviverdécadas no ambiente - espécies de Bacillus estão distribuídas de modo amplo no meio ambiente, principalmente por produzir endósporos com alto poder de resistência. No solo, endósporos de B. anthracis podem sobreviver por mais de 50 anos. Algumas espécies de Bacillus podem tolerar condições extremamente adversas, como dessecação e altas temperaturas. -Endósporos podem ser destruídos em calor úmido (121oC por 15 minutos) ou em calor seco (150oC por 60 minutos). São sensíveis a aldeídos, agentes oxidantes e clorados.
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