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Empresa: estratégias e objetivos Flaviana Totti Custódio dos Santos Introdução O ato de administrar uma empresa pode ser entendido como a maneira de guiar uma orga- nização por caminhos repletos de obstáculos e perigos e, em contrapartida, de oportunidades de crescimento e sucesso. Neste sentido, gestores e estudantes da área devem estar alertas em relação ao planejamento e às estratégias de administração. A quebra de paradigmas, que veio com a globalização, diminuiu as fronteiras entre empresas e concorrentes, mas também aumentou a concorrência. Desta forma, as organizações contempo- râneas precisam tentar assegurar sua sobrevivência empresarial. Nesta aula, vamos estudar sobre planejamento estratégico, estrutura e formação das unida- des estratégicas de negócios (UENs), além do papel fundamental da pesquisa de marketing. Ficou curioso? Então, vamos começar! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender o que é planejamento estratégico de uma unidade de negócios; • conhecer as etapas e objetivos do processo de pesquisa de marketing. 1 O que é planejamento estratégico? O que você entende por planejamento estratégico? Para Kotler e Keller (2012), o planejamento estratégico de unidades de negócios consiste em um processo, conforme observamos na Figura 1. Figura 1 - Processo de planejamento estratégico de unidades de negócios Implementação Elaboração de programas Formulação de estratégias Feedback e controle Análise SWOT Ambiente externo (análise de oportunidades e ameaças) Ambiente interno (análise de forças e fraquezas) Missão da empresa Estabelecimento de metas Fonte: Kotler e Keller, 2012, p. 49 Confira, a seguir, de forma detalhada, cada um dos processos elencados pelos autores. • Missão da empresa: a organização deve determinar sua missão a partir do propósito corporativo. EXEMPLO Um fabricante de equipamentos para iluminação de estúdios de televisão poderia definir sua missão desta forma: “Ter como alvo os principais estúdios de televisão, sendo o fornecedor preferencial de tecnologias de iluminação, com as soluções mais avançadas e confiáveis de iluminação de estúdios.” Observe que esta missão não prevê negócios com pequenos estúdios, nem a oferta de menores preços ou de produtos que não sejam de iluminação. (KOTLER e KELLER, 2012, p. 48). • Análise SWOT: a análise das forças (strengths), fraquezas (weaknesses), oportuni- dades (opportunities) e ameaças (threats) nos remetem à análise SWOT. O ambiente externo permite aos gestores analisar oportunidades e ameaças, enquanto o interno avalia forças e fraquezas da organização. • Estabelecimento de metas: realizada a análise SWOT, a empresa deve determinar os períodos de planejamento para obtenção de lucros, maximização de vendas, maior par- ticipação no mercado, minimização de riscos, processos inovadores e reputação no mercado. • Formulação de estratégias: nesta fase a empresa precisa formular estratégias, ou seja, o que se espera alcançar. A estratégia configura-se como um plano de ação para o alcance das metas, anteriormente, estabelecidas. • Elaboração de programas: momento dos gestores preverem custos e avaliarem parti- cipações em feiras de negócios e campanhas de vendas, por exemplo. Uma empresa inteligente cria um alto nível de satisfação para os funcionários, o que leva a um esforço maior, que por sua vez conduz a produtos e serviços de melhor qualidade, que resulta em maior satisfação do cliente, que acarreta negócios mais frequentes, que levam a maiores taxas de crescimento e lucros, que geram alto nível de satisfação dos acionistas, que leva a mais investimentos, e assim por diante. Esse é o ciclo virtuoso que gera lucros e crescimento. (KOTLER e KELLER, 2012, p. 54-55) • Implementação: boas estratégias de marketing podem ser destruídas por uma imple- mentação inadequada. Neste caso, é vantajoso investir em estilo – colaboradores com modo de comportamento e pensamento iguais, habilidades – colaboradores apresen- tam habilidades necessárias para conduzir a estratégia da organização, equipe – pes- soas capazes no lugar certo e na hora certa, e valores compartilhados – são os mes- mos valores que movem todos os funcionários. FIQUE ATENTO! O planejamento estratégico pode ser entendido como um processo de formulação e controle dos objetivos, por parte dos gestores, de modo que as melhores ações pos- sam ser tomadas, considerando-se as condições internas e externas à organização. • Feedback e controle: empresas podem passar por processos de mutação para lideran- ças mais representativas, preferencialmente, antes de uma crise. Logo, o desafio para a saúde da organização é a vontade de analisar ambientes em transformação e optar por novos objetivos e atitudes. Figura 2 – Análise de ambientes em transformação Fonte: wsf-s/Shutterstock.com SAIBA MAIS! O artigo do Sebrae “Como elaborar um planejamento estratégico” (2016) apresenta um passo a passo para as empresas alcançarem seus objetivos e, consequentemente, um futuro promissor. Disponível em: <https://www.sebrae. com.br/sites/PortalSebrae/bis/como-elaborar-um-planejamento-estrategico,8548 36627a963410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. 2 O que são unidades estratégicas de negócios? O conceito de unidade estratégica de negócios surge a partir da definição dos produtos ou serviços vendidos por cada empresa. Observe que, no âmbito mercadológico, normalmente, utili- zamos o seguinte termo: “a empresa X está no ramo de cosméticos”, ou então, “a empresa Y está no ramo de alimentos”. Figura 3 – Unidade estratégica de negócios Fonte: Marco Scisetti/Shutterstock.com Para Kotler e Keller (2012), podemos definir um negócio a partir de três dimensões: grupos de clientes, necessidades de clientes e tecnologia. Observe a seguir três características presentes em uma UEN: • é um empreendimento isolado ou um agrupamento de negócios relacionados que pode ser planejado de forma separada do restante da organização; • possui seu conjunto de concorrentes; • conta com um gerente, responsável pelo planejamento estratégico, desempenho da empresa e controle dos elementos que possam impactar nos lucros. Por isso, grave bem: tanto em uma UEN quanto em outros tipos de empresas, os gestores devem desenvolver estratégias separadas e alocar recursos de maneira adequada. FIQUE ATENTO! Após conhecer o conceito de unidades estratégicas de negócios e suas dimensões, agora abordaremos o que é uma pesquisa de marketing e quais são suas etapas, compreendendo assim, como ela influencia diretamente na escolha de uma UEN. 3 Etapas do processo de pesquisa de marketing Você saberia dizer o que forma o escopo de uma pesquisa de marketing? O escopo é a sele- ção de dados e informações relevantes acerca de um mercado, com o intuito de dispor das melho- res informações para a tomada de decisão efetuada pelos gestores de uma empresa. Além disso, também é preciso considerar informações sobre consumidores, concorrentes e outras que ofere- çam insights para decisões mais específicas. É importante entender a pesquisa de marketing como um processo, com etapas importantes. Confira a seguir as quatro etapas descritas por Kotler e Armstrong (2015): • 1ª etapa: definir o problema e os objetivos da pesquisa Cabe aos gerentes de marketing e pesquisadores detectar o problema e traçar os obje- tivos para a pesquisa. Somente assim, gerentes e pesquisadores poderão definir se a pesquisa será exploratória, descritiva ou casual. Lembre-se que é recomendável forma- lizar os resultados esperados com a pesquisa, de forma documental, para assegurar que todos estejam de acordo. FIQUE ATENTO! A primeira etapa da pesquisa de marketing - definição de problemas e objetivos – é considerada a mais difícil, além de fundamental para conduzir as demais etapas. Assim, é imprescindível detectar o problema corretamente e garantir que o gestor não se frustre depois, por ter trabalhado com a dificuldade errada.• 2ª etapa: desenvolver o plano de pesquisa para a obtenção das informações Nesta fase os pesquisadores devem estabelecer as informações necessárias do que se pretende alcançar, traçando metas e objetivos claros, além de elaborar um plano para adquirir tais informações e apresentá-lo aos gerentes da empresa. Observe que os planos de pesquisa devem ser compostos por um resumo dos dados coletados, as abordagens que serão utilizadas, os métodos para contato, os planos de amostragem e os instrumentos que possibilitarão a coleta dos dados. • 3ª etapa: implementar o plano (coleta e análise dos dados) Este é o momento de colocar o plano em prática. É nesta fase que ocorre a coleta de informações e o processamento e análise destes dados. É importante que o pesqui- sador se certifique que os dados são precisos, além de codificá-los para que sejam analisados. Por fim, é preciso tabular os resultados e determiná-los estatisticamente. • 4ª etapa: interpretar e apresentar os resultados Nesta fase o pesquisador deve ser perspicaz para interpretar os resultados, reunindo conclusões e apresentando às gerências descobertas e insights significativos para a tomada de decisão. EXEMPLO A Coca-Cola mudou a fórmula do seu refrigerante na década de 1980, substituindo a original pela New Coke. Para adotar esta medida, a empresa realizou uma pesqui- sa de marketing. No entanto, os mais de 200 mil consumidores ficaram insatisfeitos com a substituição do produto original, o que fez com que a decisão de mudar o refrigerante não desse certo. Este caso mostra que, mesmo com base em resul- tados de pesquisa, é importante perceber o mercado e, principalmente, conhecer o consumidor. 4 Objetivos do processo de pesquisa de marketing Para Kotler e Keller (2013), a pesquisa de marketing tem como objetivo analisar problemas e oportunidades específicos para obter um diagnóstico de determinados efeitos do mercado para a empresa. Figura 4 – Gestores no processo de pesquisa de marketing Fonte: Monkey Business Images/ Shutterstock, 2016. Outro foco importante da pesquisa de marketing diz respeito a estudar setores, concorrentes, públicos e estratégicas de canal. Para Kotler e Keller (2013), as empresas reservam entre 1% e 2% do seu orçamento para as pesquisas de marketing. Desta forma, podemos concluir que a pes- quisa de marketing pretende transformar dados em informações e balizar as melhores tomadas de decisão nas organizações contemporâneas. SAIBA MAIS! No livro “Marketing para Pequenas e Médias Empresas de Propaganda” Santos (2016) apresenta ao leitor reflexões sobre as práticas do marketing nas PMEs, uma vez que é no campo do marketing que se encontram os maiores desafios para a sobrevivência das pequenas organizações. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer o que é planejamento estratégico e identificar as etapas para sua execução em uma empresa; • entender o que são unidades estratégicas de negócios, suas dimensões e características; • aprender o que é pesquisa de marketing e suas etapas; • compreender os objetivos de uma pesquisa de marketing. Referências DOS SANTOS, Flaviana Totti Custódio. Marketing para Pequenas e Médias Empresas de Propa- ganda. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Educa- tion do Brasil, 2015. ______; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 14 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. ______. Marketing essencial: conceitos, estratégias e casos. 5. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae. Como elaborar um planejamento estratégico. 2016 Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ bis/como-elaborar-um-planejamento-estrategico,854836627a963410VgnVCM1000003b74010aR CRD>. Acesso em: 27 out 2016. Definição de preço Flaviana Totti Custódio dos Santos Introdução Você saberia dizer como é definido o preço de um produto ou serviço? Nesta aula vamos aprender que o processo de formação de preços é mais amplo do que apenas reunir custos e associá-los à determinada margem de lucro. Vamos conhecer o funcionamento deste recurso e como as empresas devem proceder. Pronto para começar? Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender como as empresas determinam preços; • identificar as etapas para o estabelecimento de uma política de determinação de preços. 1 Como as empresas determinam preços? Podemos encarar a definição de preços como um desafio, principalmente se pensarmos na sua formação complexa, dado o conjunto de informações que os gestores devem considerar ao precificar um bem ou serviço como, por exemplo, percepção de valor do cliente e os custos do bem ou serviço. É preciso estar atento também ao equilíbrio das variáveis do preço de venda, tanto as eco- nômicas como as de custos, mercadológicas e societárias e tributárias (CRUZ et al, 2012), com o objetivo de oferecer produtos e serviços com um preço justo para o vendedor e para o comprador. De acordo com Cruz et al (2012, p. 16), o preço de venda “trata-se da quantia em moeda que deve ser entregue em troca de um produto ou serviço”. Figura 1 – Caminhos para a determinação de preços Fonte: NikoNomad/Shutterstock.com Em geral, as empresas determinam os preços dos produtos e serviços seguindo dois cami- nhos. Confira. • Preços abaixo do mercado: além de minimizar as possibilidades de obter lucros, pode fomentar uma demanda tão elevada a ponto da empresa não conseguir atender a todos, fazendo com que os clientes procurem o concorrente. • Preços acima do mercado: tende a diminuir a demanda para atendimento das necessi- dades de caixa da empresa, resultando em um quadro de endividamento. Do ponto de vista do cliente, é importante percebermos que a diferença entre custo, preço e valor está relacionada a uma única pergunta: “Quanto custa?”. Esta indagação envolve o custo e o esforço do consumidor para ter acesso a determinado bem ou serviço. Desta forma, o preço está relacionado à quantidade monetária para adquirir um determinado bem ou serviço. E, por último, temos o valor atribuído pelo consumidor, referente aos benefícios da compra. (ZUINI, 2014). Vamos pensar nos serviços de estacionamento rotativo, que pode ser considerado um exemplo de métrica de preço, pois considera que o cliente paga pelo tempo de utilização. Ou seja, o valor da hora cobrada para manter um veículo estacionado é de R$ 3,00. Logo, temos uma métrica de preço. SAIBA MAIS! Antes de determinar o preço de um produto ou serviço é preciso analisar as despesas da empresa e os valores cobrados pela concorrência. Para conhecer mais sobre o assunto leia a matéria “5 passos para definir o preço de um produto” (2012), disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/5-passos-para-definir-o-preco-de-um-produto/>. 2 Estrutura de preço Você saberia dizer como uma organização consegue cobrar preços diversificados de clientes diferentes? Para Nagle e Hogan (2007), a resposta é simples: basta criar uma estrutura de preços direcionada ao lucro. Assim, varia-se no preço e na oferta. Mas, o que é uma estrutura de preços voltada ao lucro? Grave bem: uma estrutura de preços direcionada para o lucro é aquela que faz com que “as receitas variem conforme as diferenças nos dois elementos principais que impulsionam o potencial de lucratividade: o valor econômico que os clientes recebem e o custo incremental de atendimento” (NAGLE e HOGAN, 2007, p. 63) FIQUE ATENTO! Para atingir uma estrutura de preços direcionada ao lucro é fundamental determi- nar critérios mensuráveis, ou seja, passíveis de serem medidos, e apropriados à alteração de preços. Os critérios mensuráveis para atingir uma estrutura de preços direcionada ao lucro classifi- cam-se em: • contínuo (métricas de preço): define o que o consumidor receberá por unidade de preçopago. EXEMPLO Há diferentes maneiras de determinarmos preços para um serviço. Em uma aca- demia, por exemplo, os preços podem ser cobrados por hora, pela frequência e até mesmo pelos resultados físicos conquistados. Outra maneira é cobrar pelo horá- rio de utilização ou ainda por estação do ano. Também é possível criar incentivos, como pacotes com toalhas, garrafas de água e personal trainer, inclusos nas men- salidades ou cobrados à parte. (NAGLE e HOGAN, 2007) • descontínuo (barreiras de segmentação): são critérios a serem atendidos pelos con- sumidores para se qualificarem a uma redução de preço. EXEMPLO A compra de um ingresso no cinema pode ser percebida de formas diferentes pelos clientes. Normalmente, a idade é uma premissa de desconto no ingresso, crianças menores de 12 anos e idosos têm 50% de desconto. Outra situação é a oferta de cupons de descontos em jornais locais. Observe que, nestes casos, os clientes pos- suem as mesmas necessidades e custo de atendimento (NAGLE e HOGAN, 2007). 3 Etapas para uma política de estabelecimento de preços Para Cruz et al (2012), há quatro etapas, ou fluxos, que devem ser percorridas para determi- narmos os preços de um produto ou serviço. Confira: • entendimento do bem ou serviço: detecta as características do produto/serviço; • identificação das variáveis de análise: identifica as variáveis que permitirão analisar o produto/serviço; • análise das variáveis do bem ou serviço: interpreta e analisa as variáveis do produto/ serviço; • formação do preço de venda: por fim, a hora de formar o preço de venda. Figura 2 – Política de estabelecimento de preços Fonte: Zadorozhnyi Viktor/Shutterstock.com FIQUE ATENTO! Entre as etapas de precificação é fundamental conhecermos as especificações técni- cas, financeiras e comerciais, intrínsecas ao processo de produção de um bem ou servi- ço. Somente desta forma iremos identificar as variáveis do que está sendo precificado. A seguir, vamos estudar mais sobre o fluxo que determina o preço de um produto ou serviço. Vale a pena prosseguir. 3.1 Entendimento do bem ou serviço Nesta fase é preciso mapear características do produto/serviço como, por exemplo, ramo e segmento, detalhes técnicos, durabilidade e prazo de garantia, público-alvo, tempo de execução média (em caso de serviços), especificidades jurídicas, funcionalidade, se atende às necessidades do consumidor, além da relação de oferta e demanda. (CRUZ et al, 2012) FIQUE ATENTO! Na fase do entendimento de um bem ou serviço é possível encontrarmos os pontos fortes e fracos que subsidiarão a identificação das variáveis de análise para poste- rior definição do preço. 3.2 Identificação das variáveis de análise Neste momento devemos compreender quais são as principais características do produto/ser- viço, quando as variáveis são definidas corretamente o sucesso na formação do preço será certeiro. Para Cruz et al (2012), as principais variáveis utilizadas para definição de preços se agrupam em: • variáveis econômicas: relação oferta x demanda, câmbio, políticas de crédito, situação econômica do país, nível de emprego e renda e taxas de juros; • de custos: custo direto, por atividade e por absorção; • mercadológicas: concorrência, clientes, fornecedores etc; • societárias e tributárias: enquadramento da empresa ou organização. Observe na Figura 3 a identificação de variáveis de análise de um refrigerador. Figura 3 – Identificação das variáveis de análise de um refrigerador Refrigerador inox de grande capacidade de armazenagem Características Variáveis Ramo: indústria Estrutura fixa de grande porte Segmento: eletrodomésticos Alta concorrência Durabilidade Sistema de garantia Produto vendido no varejo Distribuição Diversidade de fornecedores Estrutura tributária Dependência de crédito para consumo no varejo Crédito para pessoa física Consumidor final: famílias (em geral) Capacidade e funcionalidade Distribuição nacional Gasto de distribuição Composta de insumos nacionais Aproveitamento de ICMS, IPI, entre outros. Composta de insumos importados Câmbio Fonte: CRUZ et al, 2012, p. 20. (Adaptado). 3.3 Análise das variáveis do bem ou serviço Agora é preciso analisar o produto de forma isolada e depois o mix da empresa, ou seja, todas as etapas até chegar na precificação final de um bem ou serviço, pois o produto pode ser des- vantajoso, individualmente, e vantajoso se comercializado, conjuntamente, com outros produtos (CRUZ et al, 2012). 3.4 Formação do preço de venda Esta última etapa é o resultado da assertividade das três etapas anteriores, onde percorridas todas as etapas, resultarão estratégias para a empresa. Observe que, o preço de um produto ou serviço deve estar de acordo com as estratégias empresariais/organizacionais, com reflexos nos departamentos de marketing, operacionais, de recursos humanos, de tecnologia, financeiro etc. SAIBA MAIS! Para conhecer mais sobre o estabelecimento de preços acesse a matéria do Sebrae “Como definir o preço de venda de um produto ou serviço” clicando em: <https:// www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-definir-o-preco-de-venda- de-um-produto-ou-servico,cc9836627a963410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. 4 Precificação baseada em políticas A precificação envolve a arte de administrar as expectativas de consumidores e funcionários com o intuito de incentivar atitudes voltadas ao lucro. É o compromisso da organização com a adoção de políticas de preço que garante resultados positivos, mesmo diante dos clientes mais assertivos, como aqueles que dão maior lucro à empresa. Figura 4 – Precificar envolve administrar expectativas Fonte: nito/Shutterstock.com Para Nagle e Hogan (2007, p. 24), “uma política de nunca abrir mão do negócio envia uma clara mensagem aos clientes que os estimula a serem extremamente agressivos em relação ao preço, a fim de testar até onde é possível baixá-lo”. É importante conhecer, substancialmente, a percepção de valor que os clientes possuem dos produtos e/ou serviços para o aumento da demanda e/ou lucro. Com essa noção, a empresa pode tornar sua política de preço mais real e dinâmica, quando comparada a uma política restrita à contabilização de custos. Assim, esta política de preços pode diminuir a sensibilidade do cliente ao preço, orientando a redução dos custos e/ou maximizando os benefícios percebidos por ele. (RODRIGUES, 2011, p. 69) Note que políticas malsucedidas podem impactar negativamente a precificação de produ- tos e serviços. Precificar de forma estratégica permite à organização conectar políticas de preço formais (deliberadamente planejado e estabelecido formalmente) e informais (não estabelecido formalmente) com as expectativas e atitudes influenciadoras de clientes e funcionários. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • entender como as empresas determinam os preços; • compreender a estrutura do preço subdividida em métricas de preço e barreiras de segmentação; • identificar as etapas para o estabelecimento de uma política de preços; • entender a precificação de produtos e serviços com base em políticas empresariais. Referências CRUZ, June Alisson Westarb; DOS REIS, Júlio Adriano Ferreira; PROHMANN, José Ivan de Paula; MIGUEL, Paulo Sérgio. Formação de Preços: mercado e estrutura de custos. Curitiba: InterSaberes, 2012. HAYDÉE, Lygia. 5 passos para definir o preço de um produto. Exame.com. 2012. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/5-passos-para-definir-o-preco-de-um-produto/>. Acesso em: 30 out. 2016. NAGLE, Thomas; HOGAN, John. Estratégias e táticas de preço: um guia para crescer com lucrati- vidade. 4 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2007. RODRIGUES, Adriani. Política de precificação: um estudo qualitativo baseado na percepção de valor do cliente. 2007. p. 63-74. Disponível em: < http://circle.adventist.org/files/unaspress/acta- cientifica2007026312.pdf>. Acesso em: 30 out 2016.Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - Sebrae.Como definir o preço de venda de um produto ou serviço. 2016 Disponível em: < https://www.sebrae.com.br/sites/Portal- Sebrae/artigos/como-definir-o-preco-de-venda-de-um-produto-ou-servico,cc9836627a963410Vg- nVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 30 out. 2016. ZUINI, Priscila. As principais diferenças entre custo, preço e valor em venda. Exame.com. 2014. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/videos/dicas-para-empreendedores/as-principais-dife- rencas-entre-custo-preco-e-valor-em-venda />. Acesso em: 31 out 2016. Análise e maximização de lucro Flaviana Totti Custódio dos Santos Introdução Toda empresa deseja maximizar seus lucros e conhecer o comportamento do consumidor é fundamental neste processo. Afinal, sem clientes não há renda. Mas, você sabe o que significa maximizar o lucro? Nesta aula, vamos estudar os fatores que podem influenciar os hábitos dos clientes, durante a compra de um produto ou serviço, e como garantir que o processo de precifica- ção resulte em lucro. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar o que influencia o comportamento do consumidor; • entender como precificar com vistas à obtenção de lucro. 1 O comportamento do consumidor A todo momento tomamos decisões relativas ao ato de comprar, seja a mensalidade da escola dos filhos, o bilhete de um filme no cinema, as despesas mensais no supermercado, uma câmera digital recém-lançada ou a passagem aérea para a viagem dos sonhos. Considerando que todos somos consumidores, você já parou para pensar sobre seu comportamento diante de um bem ou serviço veiculado na mídia, por exemplo? É importante destacar que o comportamento e as decisões de compra dos consumidores finais, ou seja, aqueles indivíduos que adquirem um produto para uso pessoal, depende de alguns fatores, como idade, renda, grau de instrução e hobbies. (KOTLER e ARMSTRONG, 2015) Mas, descobrir os porquês envolvidos neste comportamento de compra não é uma tarefa fácil, pois nem mesmo os consumidores sabem dizer o que influencia suas decisões (KOTLER e ARMSTRONG, 2015). Para Kotler e Armstrong (2015), são os estímulos de marketing que aguçam a procura por produ- tos, preço, praça e promoção, também conhecidos como os 4Ps do marketing. Observe na Figura 1. Figura 1 – O modelo de comportamento do comprador Resposta do comprador Atitudes e preferências de compra Comportamento de compra: o quê, quando, onde e quando compra Relacionamento com a marca e a empresa Caixa-preta do comprador Características do comprador Processo de decisão do comprador O ambiente Estímulos de marketing Outros Produto Econômico Preço Tecnológico Praça Político Promoção Cultural Conseguimos avaliar aspectos relaciona- dos ao o quê, onde e quando do compor- tamento de compra do consumir. Mas é difícil “enxergar” dentro de sua cabeça e descobrir os porquês do comportamento de compra (é por isso que se fala em caixa- preta). Os profissionais gastam muito tempo e dinheiro tentando descobrir o que motiva os clientes. Fonte: KOTLER e ARMSTRONG, 2015, p. 145. Perceba que as ações de marketing são como estímulos que adentram a “caixa-preta do con- sumidor” (Kotler e Armstrong, 2015, p. 145) e geram respostas que os gestores de marketing devem observar atentamente. De acordo com os autores, estas respostas permitem conhecer o relacio- namento dos consumidores com a marca e a empresa. Perguntas como “O quê? Quando? Onde? Quanto?” também ajudam a esclarecer a ação que estes estímulos exercem sobre os consumidores. 2 Fatores que influenciam o comportamento do consumidor Você sabia que os fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos exercem influência sobre as decisões de compras? Vamos conhecer agora os elementos que compõem cada um destes fatores. (KOTLER e ARMSTRONG, 2015). Acompanhe. • Culturais: cultura, subcultura e classe social; EXEMPLO Alguns países, como os Estados Unidos, desenvolvem ações de marketing destina- das a diferentes subculturas, como latinos, negros e asiáticos. Desta forma, são or- ganizados programas para atender às necessidades e preferências destes grupos. • Sociais: grupos e redes sociais, família, papeis e status pessoais; • Pessoais: idade e estágio no ciclo de vida, situação financeira, estilo de vida, personali- dade e autoimagem; EXEMPLO A rede de lojas de móveis Pattery Barn vende muito mais do que móveis, pois ela comer- cializa um estilo de vida a seus consumidores, que buscam sofisticação e casualidade. • Psicológicos: motivação, percepção, aprendizagem, crenças e atitudes. Kotler e Armstrong (2015) ainda destacam que o consumidor passa por cinco fases na tomada de decisão de compra. Confira a seguir. • Reconhecimento da necessidade: o consumidor enfrenta estímulos internos que o levam a reconhecer a necessidade de compra. • Busca por informação: o consumidor que precisa de um carro novo, por exemplo, dá mais atenção às propagandas de veículos, em busca de informações sobre o produto. • Avaliação das alternativas: é a maneira como as pessoas processam as informações na hora de escolher entre as marcas alternativas, dependendo ainda das características pessoais do consumidor e da situação de compra. Cálculos ou pensamentos lógicos podem ajudar na avaliação das alternativas. • Decisão de compra: é o momento que o consumidor adquire sua marca predileta. Nesta fase é importante prestar atenção a dois fatores que podem surgir entre os atos da intenção e da decisão. São eles: atitude dos outros (se algum conhecido, por exemplo, sugerir ao consumidor comprar o veículo mais barato, isso diminuirá a possibilidade da compra do mais caro) e situações inesperadas (com a economia em crise, a concorrên- cia reduz o preço ou um conhecido relata que se decepcionou com o carro desejado). • Comportamento pós-compra: é a insatisfação ou satisfação do consumidor que dará início a um comportamento pós-compra, resultado da relação expectativas versus desempenho do produto. FIQUE ATENTO! Em compras do dia a dia, os consumidores pulam ou invertem algumas das fases da tomada de decisão, pois isto também depende da natureza do consumidor, do bem e da situação em que está sendo feita a aquisição. 3 O processo de precificação com vistas ao lucro A precificação é uma excelente ferramenta de fomento ao crescimento com lucratividade, mas deve ser realizada de forma correta. Você saberia dizer como é possível acertar na precificação? FIQUE ATENTO! É fundamental conhecer a diferença entre tática e estratégia. Portanto, grave bem: a estratégia é abstrata e pautada em objetivos a longo prazo. A tática, ao contrário, é concreta e tem como base a escolha da melhor prática a ser adotada em deter- minado momento. Nagle e Hogan (2007) destacam que é preciso fazer algumas perguntas antes de precificar- mos um bem ou serviço com vistas ao lucro. Vejamos. • Perguntas táticas feitas normalmente Qual é o preço necessário para cobrir custos e metas de lucro? Qual preço o cliente está disposto a pagar? Qual é o preço necessário para alcançar metas de vendas e participação do mercado? • Perguntas estratégicas que devem ser realizadas Quais mudanças em vendas seriam necessárias para atingir o lucro a partir de uma alteração de preço? É possível desenvolver um estratégia de marketing que mantenha mudanças nas ven- das dentro de parâmetros desejáveis? Qual custo podemos absorver, considerando nosso preço no mercado e o alcance do lucro? Nosso preço se justifica considerando o valor do produto ao cliente? Como aprimorar a comunicação desse valor justificando o preço? Qual o nível de vendas e participação no mercado para alcançar com maior lucratividade? Quais ferramentas de marketing podemos utilizar para conquistar mercado efetiva- mente em termos de custos? Figura 2 – Precificação versus lucro Fonte: suphakit73/Shutterstock.com SAIBA MAIS! Para conhecer mais sobre o processo de maximização de lucro leia o artigo “Maximização de lucro atravésda redução de custos” (GARCIA et al, 2016), disponível em: <http://www.aems.edu.br/iniciacao-cientifica/download/c040d41354.pdf>. 4 Etapas do processo de precificação De acordo com Cruz et al (2012), há quatro etapas, ou fluxos, que devem ser percorridas para determinarmos os preços de um produto ou serviço. Observe a Figura 3. Figura 3 – Etapas do processo de precificaçã Entendimento do bem ou serviço Identificação das variáveis de análise Análise das variáveis do bem ou serviço Formação do preço de venda Identificação das principais variáveis de análise do bem ou serviço a ser precificado. Interpretação e análise das variáveis do bem ou serviço a ser precificado Entendimento das características do bem ou serviço a ser precificado Fonte: CRUZ et al, 2012, p. 18. FIQUE ATENTO! É importante conhecermos, primeiramente, as especificações técnicas, de cunho financeiro e comercial que envolvem um bem ou serviço. Depois de identificarmos as variáveis é possível analisá-las e, então, determinar o preço dos bens e serviços a serem ofertados aos futuros consumidores com maior assertividade. Agora, preste atenção: as etapas apresentadas por Cruz et al (2012) podem ser executadas na maioria dos setores do comércio, da indústria e de serviços, independentemente de mercados específicos como, por exemplo, das áreas de tecnologia, educação, saúde, serviços de transporte e serviços de consultoria. Mesmo assim, é fundamental observarmos as especificidades e parti- cularidades de cada um deles. 5 Análise das variáveis de precificação Outro ponto importante diz respeito à análise das variáveis de precificação. Note que deve- mos analisar o produto de forma isolada para depois observarmos o mix da empresa. Um pro- duto pode ser desvantajoso, individualmente, e vantajoso se comercializado, conjuntamente, com outros produtos. Para Cruz et al (2012), é preciso analisar as variáveis sob duas perspectivas: dimensão do produto/serviço (individual) e dimensão do mix de produtos/serviços (coletiva). Os autores ainda consideram que, independentemente destas duas dimensões, é importante fazermos uma análise quali-quantitativa. Desta forma, é possível permitir ao gestor identificar o impacto de cada variável nos produtos e em seus indicadores de controle, como podemos observar no Quadro 1. Quadro 1 – Mensuração quantitativa e qualitativa do impacto das variáveis no produto ou serviço Variável/Produto Produto ou serviço VE - Câmbio Variação cambial. VE - Oferta versus demanda Quantidade ofertada e necessidade de mercado. VC - Custo variável Estrutura de custos e despesas variáveis. VC - Margem de contribuição Percentual de margem. VM - Concorrência Perfil e estratégia da concorrência. VM - Capacidade de pagamento Perfil e comportamento do consumidor. VST - Regime tributário Estrutura tributária dos fornecedores e dos clientes. VST - Imposto de importação Variação da taxa e da base de cálculo. Fonte: CRUZ et al, 2012, p. 25 Vamos conhecer, a seguir, cada variável: • VE (variáveis econômicas): elementos que dizem respeito aos quesitos econômicos e financeiros dos bens e serviços, nesta variável o processo de formação de preço está em andamento; • VC (variáveis de custos): têm relação com análise e gestão dos gastos, que dizem res- peito aos esforços para se produzir um bem ou serviço; • VM (variáveis mercadológicas): dizem respeito ao mercado de bens e serviços como, por exemplo, concorrente, clientes, fornecedores etc. Por comporem o ambiente externo da empresa, devem ser ainda mais observadas; • VST (variáveis societárias e tributárias): relacionadas ao posicionamento da empresa, quer seja societária ou tributariamente, a qual envolve as tarefas de fornecer, interme- diar e comprar bens e serviços. SAIBA MAIS! Determinar o preço que um produto ou serviço será vendido ao consumidor não é tarefa das mais fáceis não é mesmo? Para que o processo de precificação ocorra com maior assertividade, sugerimos a leitura da matéria “Acerte na precificação de seu produto e serviço” (Sebrae, 2016). Acesse: <https://www.sebrae.com.br/sites/ PortalSebrae/artigos/acerte-na-precificacao-de-seu-produto-e-servico,8038a9f08a 446410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender sobre o comportamento do consumidor e os elementos que o influenciam; • conhecer como deve ser o processo de precificação com vistas ao lucro; • identificar as etapas do processo de precificação, além das análises das variáveis de precificação. Referências CRUZ, June Alisson Westarb; DOS REIS, Júlio Adriano Ferreira; PROHMANN, José Ivan de Paula; MIGUEL, Paulo Sérgio. Formação de Preços: mercado e estrutura de custos. Curitiba: InterSabe- res, 2012. GARCIA, Simone da Silva. COGGO, Edna Maria da Silva. ALCALDE, Elisângela de Aguiar. OLIVEIRA, Patrícia de. Maximização de lucro: através da redução de custos. 2016. Disponível em: <http://www.aems.edu.br/iniciacao-cientifica/download/c040d41354.pdf>. Acesso em: 8 nov. 2016. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Educa- tion do Brasil, 2015. NAGLE, Thomas; HOGAN, John. Estratégias e táticas de preço: um guia para crescer com lucrati- vidade. 4. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2007. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE. Acerte na precificação de seu produto e serviço. 2016. Disponível em: < https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ artigos/acerte-na-precificacao-de-seu-produto-e-servico,8038a9f08a446410VgnVCM1000003b7 4010aRCRD>. Acesso em: 08 nov. 2016. Influência do custo na formação do preço Flaviana Totti Custódio dos Santos Introdução Você sabia que o controle dos custos é uma ferramenta vital nas empresas para a fixação de preços? Nesta aula, vamos estudar a importância das organizações estarem sintonizadas com o que ocorre no mercado, sobretudo em relação aos concorrentes, clientes e fornecedores. Enten- deremos que não basta apenas se pautar nos custos de produção ou apresentar o menor custo, é preciso ganhar e, principalmente, assegurar mercados já conquistados. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem: Ao final desta aula, você será capaz de: • entender como os custos afetam as decisões de apreçamento; • conhecer a margem de contribuição percentual e a estratégia de apreçamento. 1 Custos x decisões de apreçamento O que são custos? Para Megliorini (2011, p. 7), custos “correspondem à parcela dos gastos consumida no ambiente fabril para a fabricação do produto, pela aquisição de mercadorias para revenda e para a realização de serviços”. EXEMPLO Considere a aquisição de uma matéria-prima. A compra em si é um gasto. Mas, quando se abastece o estoque com a matéria-prima acontece o que chamamos de investimento. Ao requisitar do estoque e aplicar a matéria-prima na produção te- mos o custo. Depois de fabricado e posto à venda temos o estoque de um produto acabado. Para vender este mesmo produto, os gastos que incidem sobre ele são consideradas despesas. (MEGLIORINI, 2011) Figura 1 – Custos versus estratégias de apreçamento Fonte: Mast3r/Dreamstime.com Do ponto de vista das decisões de apreçamento, como os custos podem afetar as decisões? Para Nagle e Holden (2003), os custos nunca devem estabelecer o preço de um bem ou serviço, no entanto, eles influenciam a elaboração de estratégias de apreçamento. As decisões de apreçamento estão inexoravelmente atreladas a decisões sobre o nível de vendas, considerando que as vendas envolvem custos de produção, marketing e adminis- tração. É verdade que o valor a ser pago pelos compradores não está relacionado com o custo do vendedor, mas também é verdade que as decisões do vendedor sobre quais produtos produzir e em quais quantidades dependem decisivamente do custo de produção deles. (NAGLE e HOLDEN, 2003, p. 15) Gestores podem incorrer em erros quando vão fixar preços com base nos custos, ao esco- lherem as quantidades queserão vendidas e os compradores que serão atendidos antes da etapa fundamental da identificação dos preços que poderão ser cobrados. 2 O papel dos custos na precificação De acordo com Horngren, Datar e Foster (2004), o preço de um produto ou serviço relaciona- -se diretamente com a oferta e a procura. Neste contexto, os custos têm um papel de destaque, pois podem exercer forte influência sobre os preços, uma vez que afetam a oferta. Neste caso, os autores consideram que “quanto mais baixo for o custo de produção de um produto em rela- ção ao preço pago pelo cliente, maior será a capacidade de fornecimento por parte da empresa.” (HORNGREN, DATAR E FOSTER, 2004, p. 385). Figura 2 – Custos influenciam preços e ofertas Fonte: Lisa S./Shutterstock.com Para determinarmos preços atrativos aos clientes é vital que o administrador entenda sobre custos de produção, pois este é um dos caminhos de sucesso para a maximização do lucro ope- racional de uma empresa. Perceba que quando levamos em consideração os custos, em uma decisão de precificação, é preciso ainda contabilizar os custos da pesquisa e desenvolvimento ao atendimento dos clientes. Em contrapartida, é preciso ponderar, pois os custos não devem determinar sozinhos os pre- ços. Toda decisão de precificação também deve considerar o nível de vendas, uma vez que elas envolvem marketing e administração (NAGLE e HOGAN, 2007). FIQUE ATENTO! Os custos não devem ser calculados de forma igual para qualquer ramo de ativi- dade, por isso é essencial que os administradores conheçam a área da atividade em que atuam e saibam o que se gasta em cada setor, quer seja uma indústria, um comércio ou serviços. Qual seria, então, a medida mais adequada para determinarmos a precificação? Um dos caminhos é tomar as decisões na ordem inversa, ou seja, em primeiro lugar, analisarmos qual é o valor que os consumidores podem ser convencidos a pagar para, posteriormente, decidirmos as quantidades a serem produzidas e os mercados que serão atendidos. Observe que as empresas que determinam seus preços de maneira eficaz tendem a optar sobre o que será produzido e para quem será vendido, sempre fazendo uma comparação entre os preços que podem ser cobrados e os custos que incidirão. Como consequência, os preços cobra- dos serão afetados pelos custos. EXEMPLO Uma sorveteria pretende determinar o preço de uma nova linha de sorvetes, su- pondo que o valor que os clientes podem ser convencidos a pagar é de R$ 6,00. Com base neste valor, a sorveteria consegue traçar as quantidades que poderão ser produzidas. A sorveteria fez os cálculos e chegou à conclusão que poderá produzir 20 mil unidades e atender a mercados de clientes entre 15 e 45 anos. Assim, será possível determinar os preços que podem ser cobrados e os custos que incidirão na produção da nova linha de sorvetes. 3 Margem de contribuição percentual Você sabia que a margem de contribuição percentual é a parte do preço responsável por aumentar o lucro ou diminuir as perdas? Mas, atenção! Não confunda margem de contribuição percentual com o retorno sobre as vendas, utilizado por gestores para comparar desempenho de empresas do mesmo ramo. FIQUE ATENTO! Você sabe qual é o sentido do termo margem de contribuição? Observe. Margem: diferença entre o valor da venda (preço de venda) e os valores dos custos e das despesas específicas destas vendas. Contribuição: representa em quanto o valor das vendas contribui para o pagamento das despesas fixas e também para gerar lucro. (Sebrae, 2016). Figura 3 – Aumentar o lucro ou diminuir as perdas Fonte: baur/Shutterstock.com É importante destacar que o retorno sobre as vendas diz respeito ao lucro médio, como se fosse um percentual de preço após todos os custos terem sido computados. Mas, note, o conceito não tem relação com a média, mas com o lucro adicionado oriundo de uma venda adicional. Mesmo quando os custos variáveis são constantes, o lucro adicionado com uma venda excede o lucro médio, porque alguns custos são fixos ou irrecuperáveis. A parcela do pre- ço que se adiciona ao lucro, a margem de contribuição, é tudo aquilo acima da parcela necessária para cobrir o custo variável incremental da venda. Quando o custo variável é constante para todas as unidades afetadas por uma decisão de precificação particular, é apropriado calcular a receita de vendas e a margem de contribuição total resultante de uma mudança nas vendas [...]. (NAGLE e HOGAN, 2007, p. 185) De acordo com Nagle e Hogan (2007, p. 185), é possível determinar a margem de contribui- ção percentual, ou MC%, utilizando a seguinte equação: MC% = Margem de contribuição total ×100 Receita de vendas Para os autores, quando não há constância nos custos variáveis para todas as unidades de um produto, como, por exemplo, na alteração de preço em razão de horas extras, é fundamental que o gestor calcule uma margem de contribuição, em valor por unidade, apenas para aqueles produtos que foram afetados pela alteração de preço. Neste caso, a margem de contribuição em valor por unidade, ou MC$, é dada pela seguinte equação (NAGLE e HOGAN, 2007, p. 186): MC$ = Preço − Custo variável Observe que o custo variável significa o custo por unidade somente das unidades que sofre- ram influência da mudança de preço e computa os custos evitáveis. Assim, com a margem de contribuição em valor, o gestor pode encontrar a margem de contribuição percentual com precisão quando os custos variáveis não são constantes. Para determinar esta operação, utilizamos a equa- ção (NAGLE e HOGAN, 2007, p. 186): MC% = MC$ Preço Assim, o resultado é uma margem de contribuição percentual em decimais. SAIBA MAIS! Para conhecer um pouco mais sobre margem de contribuição leia o artigo “Cartilha Saiba Mais: O que é Margem de Contribuição?” (Sebrae, 2016), disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/cartilha-saiba-mais-o-que-e- margem-de-contribuicao,a45ab88efc047410VgnVCM2000003c74010aRCRD>. 4 Estratégias de apreçamento Se você acha que definir uma estratégia de apreçamento é um desafio, saiba que este pro- cesso é muito mais complexo, pois exige análise de dados sobre custos, concorrentes, clientes, entre outros. FIQUE ATENTO! Toda decisão de preço de venda deve dar subsídios aos administradores e gestores para descobrirem as melhores opções de preço, tanto na determinação de um pre- ço especifico, como na determinação de estratégias e políticas de preços. Perceba que a precificação de um produto ou serviço impacta em todos os departamentos de uma empresa. Por isso, é vital que as organizações foquem nas estratégias de precificação, assim como em seus objetivos. Mas, qual seriam estas estratégias? De acordo com Nagle e Hogan (2007), podemos dividir as estratégias de apreçamento, ou precificação, a partir de cinco elementos, conforme observamos na Figura 4. Figura 4 – Os cinco elementos para a precificação Nível de preço Fixação de preço Política de preço Táticas de negociação e procedimentos de fixação de preço Preço e comunicação de valor Ferramentas de comunicação, venda de valor Estrutura de preço Métricas, barreiras, controles Criação de valor Valor econômico, desenvolvimento da oferta, segmentação Fonte: NAGLE e HOGAN, 2007, p. 19. (Adaptado) Observe que a base da pirâmide é a criação de valor, pautada no valor econômico, no desen- volvimento da oferta e na segmentação do mercado. Já a estrutura de preço diz respeito às métri- cas de preço, às barreiras para precificação e aos controles da estrutura de preço. No nível preço e comunicação de valor temos as ferramentas de comunicação e a venda de valor para o consu- midor. Na sequência, no nível política de preço, estão as táticas para negociação com os clientes e os procedimentos para fixar preços de um produto ou serviço. E, por último, no topo da pirâmide, temos o nível de preço que é justamente a fixação/determinação do preço, percorridostodas as estratégias de apreçamento da pirâmide. SAIBA MAIS! O artigo “Contribuição da Pesquisa de Marketing para a Definição de Estratégias de Apreçamento de Bens e Serviços” (PILLI, 2009) apresenta a contribuição da pesquisa de marketing para o processo de decisão de apreçamento. Vale a pena a leitura. Disponível em: < http://www.revistapmkt.com.br/portals/9/edicoes/revista_ pmkt_003_03.pdf>. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de: • entender a relação custos x decisões de apreçamento; • compreender o papel dos custos na precificação; • conhecer a margem de contribuição percentual e como encontrá-la; • aprender sobre as estratégias de apreçamento utilizadas pelas empresas e organizações. Referências HORNGREN, Charles. T.; DATAR, Srikant. M.; FOSTER, George. Contabilidade de custos: uma abor- dagem gerencial. v. 1. 11 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. MEGLIORINI, Evandir. Custos: análise e gestão. 3 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. NAGLE, Tomas T.; HOLDEN, Reed K. Estratégia e táticas de preços: um guia para decisões lucrati- vas. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. _______. Estratégias e táticas de preço: um guia para crescer com lucratividade. 4. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2007. PILLI, Luis. Contribuição da Pesquisa de Marketing para a Definição de Estratégias de Apreçamento de Bens e Serviços. 2009. Disponível em: <http://www.revistapmkt.com.br/portals/9/edicoes/ revista_pmkt_003_03.pdf>. Acesso em: 2 nov 2016. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE. Cartilha Saiba Mais: o que é Margem de Contribuição? 2016. Disponível em: <https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ bis/cartilha-saiba-mais-o-que-e-margem-de-contribuicao,a45ab88efc047410VgnVCM2000003c7 4010aRCRD>. Acesso em: 2 nov. 2016. Ponto de equilíbrio (break-even-point) Flaviana Totti Custódio dos Santos Introdução No mundo globalizado em que vivemos, onde empresas estão inseridas no mercado da con- corrência e da competitividade, é importante conhecermos algumas ferramentas gerenciais uteis e essenciais para o desenvolvimento organizacional. Nesta aula, vamos conhecer o Ponto de Equi- líbrio (PE), também conhecido como break-even-point. Estudaremos ainda a relação entre oferta versus demanda e a determinação de preços em relação ao lucro-alvo. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender o que é o ponto de equilíbrio; • conhecer a análise do ponto de equilíbrio e os preços de lucro-alvo. 1 Ponto de Equilíbrio: definições Você sabe dizer o que é Ponto de Equilíbrio (PE)? Saiba que o PE aponta em que momento, a partir das projeções de vendas, a empresa iguala receitas e custos, eliminando possíveis prejuízos em sua operação. (Sebrae, 2016). Também conhecido como break-even-point, o PE compreende uma situação caracterizada pela ausência de lucros ou prejuízos, ou seja, o total das receitas de uma empresa é igual ao total dos gastos (custos e despesas). Neste ponto, o resultado ou lucro final é igual a zero. É importante destacar que há duas situações onde é possível determinarmos o ponto de equilíbrio: quando temos um único produto ou quando temos uma carteira de produtos. Nos exem- plos desta aula vamos considerar o PE de um único produto, além disso, abordaremos também como encontrar o PE de um único produto tanto em quantidade quanto em valor monetário. De acordo com Megliorini e Vallim (2009), a equação para encontrar o PE em quantidade (representado pela sigla PEq) é dada por: PEq = Custos e despesas fixos Preço de venda unitário − Custos e despesas variáveis unitários EXEMPLO A empresa Ômega produz e vende cadeiras universitárias e tem: • preço de venda unitário = R$ 8,00 • custos e despesas variáveis unitários = R$ 4,00 • custos e despesas fixos anuais = R$ 20.000,00 Em uma situação como a apresentada pela empresa Ômega, aplicando-se a equa- ção do PE em quantidade, temos. PEq = R$ 20.000,00 → PEq = R$ 20.000,00 → PEq = 5.000 unidades R$ 8,00 − R$ 4,00 R$ 4,00 Confira agora a equação para encontrarmos o PE em valor monetário (representado pela sigla PEvalor): PE valor (R$) = Custos e despesas fixos 1− Custos e despesas variáveis unitários Preço de venda unitário EXEMPLO A empresa Ômega produz e vende cadeiras universitárias e tem: • preço de venda unitário = R$ 8,00 • custos e despesas variáveis unitários = R$ 4,00 • custos e despesas fixos anuais = R$ 20.000,00 Em uma situação como a apresentada pela empresa Ômega, aplicando-se a equa- ção do PE valor, temos: PEvalor (R$) = R$ 20.000,00 → PEvalor (RS) = R$ 20.000,00 → PEvalor (R$) = R$ 40.000,00 1 − R$ 4,00 0,5 R$ 8,00 2 Análise do ponto de equilíbrio Para representarmos de forma gráfi ca o ponto de equilíbrio de uma empresa, que produz e vende monitores para computador, por exemplo, devemos utilizar a Figura 1. Observe a seguir. Figura 1 – Ponto de equilíbrio dos monitores para computador 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 Valor (R$) Receita Custos e despesas Quantidade (u) Fonte: adaptado de MEGLIORINI e VALLIM, 2009. Note que, para a produção e venda de 5 mil unidades de monitores, tanto o valor da receita quanto dos custos somados às despesas correspondem a R$ 40 mil. FIQUE ATENTO! O procedimento adotado para encontrarmos o PE de empresas que produzem um só produto também pode ser aplicado para calcularmos o PE em medidas de pro- dução como, por exemplo, horas, metros, peso, entre outros parâmetros. 3 Excesso de oferta versus excesso de demanda Para Cruz et al (2012), do ponto de vista da economia, o objetivo fundamental de uma empresa é a maximização do lucro. Desta forma, as organizações buscam equilibrar as funções oferta e demanda. Por isso, todo gestor deve conhecer os custos do seu negócio para conseguir atuar com competência perante seus clientes e concorrentes. Podemos ainda pensar a relação oferta versus demanda da seguinte forma (CRUZ et al, 2012): • oferta: quanto a empresa deseja vender a um determinado preço e em determinado tempo; • demanda: quanto os consumidores querem comprar de determinado bem ou serviço a certo preço e em um determinado tempo. FIQUE ATENTO! Normalmente, gestores não determinam os objetivos que devem alcançar para ma- ximizar o lucro do negócio. O que eles fazem é garantir que a organização continue a longo prazo exercendo seu papel no mercado. (CRUZ et al, 2012). 3.1 Demanda No processo de tomada de decisão para precificar um bem ou serviço, é fundamental com- preendermos o mercado que a empresa faz parte. Ou seja, precisamos entender como ocorre a demanda (ou procura) de determinado bem ou serviço, qual é a quantidade demandada pelos con- sumidores e qual é a previsão do consumo. No entanto, devemos ainda observar outros aspectos. Confira, a seguir, alguns exemplos (CRUZ et al, 2012): • tamanho do mercado consumidor; • ações que as empresas adotam para se manterem no mercado; • preços de bens ou serviços complementares ou preços de outros bens ou serviços que substituem os da própria empresa; • preferências e hábitos dos consumidores. Figura 2 – Hábitos e preferências dos consumidores Fonte: Nicoleta Ionescu/Shutterstock.com Desta forma, quando o preço de um bem ou serviço aumenta e eles têm um substituto pró- ximo é comum o consumidor comprar o produto substituto (mais barato). Perceba que a opção de substituir a carne pelo ovo também é um bom exemplo, pois ambos são fontes de proteína para o organismo. Outro exemplo é a substituição do veículo automotor pela bicicleta. Nestecaso há uma economia de combustível, e a troca ocorreu via um produto complementar. Um fator que pode resultar na redução do consumo é a renda do consumidor, ou seja, ocorre o aumento do preço de um bem ou serviço, mas o consumidor continua com sua renda nominal congelada. Este fato, portanto, resultará na redução da renda real do consumidor. SAIBA MAIS! Se você deseja conhecer como ocorre a análise de oferta e demanda, sob o enfoque da informalidade das empresas brasileiras, acesse o artigo “Evolução Recente da Informalidade no Brasil: Uma Análise Segundo Características da Oferta e Demanda de Trabalho” (BARBOSA FILHO e MOURA, 2012) e conheça na prática um case de análise de oferta versus demanda. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ dspace/bitstream/handle/10438/11679/Evolu%C3%A7%C3%A3o%20Recente%20 da%20Informalidade%20no%20Brasil%20-%20PDF.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. 3.2 Oferta Considerando que a oferta é a quantidade de bens ou serviços oferecidos no mercado em determinado espaço de tempo, vamos conhecer alguns aspectos inerentes a ela (CRUZ et al, 2012). Confira: • preço praticado: o aumento do preço ocasiona aumento do interesse em produzir o bem ou serviço para tentar vender mais; • custo dos fatores de produção: quando o custo de produção aumenta também cresce a pressão para subir o preço do bem ou serviço, que pode reduzir a oferta; • tecnologia utilizada para produzi-lo: inovações tecnológicas melhoram a produtivi- dade da empresa; • opções e decisões dos gestores: escolhas pautadas com base na interpretação do que ocorre no mercado. Podemos concluir que o excesso da oferta versus demanda seria justamente o contrário da Figura 3, que ilustra o equilíbrio entre a oferta versus demanda. Figura 3 – Oferta de produtos Preço Oferta Demanda Quantidade Fonte: CRUZ et al, 2012, p. 36. FIQUE ATENTO! Quando decidimos produzir um bem ou serviço e estabelecemos um preço encon- tramos o equilíbrio entre oferta e demanda. Não devemos fazer referências ao es- toque quando falamos em oferta e demanda, mas ao fl uxo do bem ou serviço na interação de ambas (oferta e demanda). (CRUZ et al, 2012). 4 Preços de lucro-alvo “De forma global a empresa é responsável pelo alcance do lucro-alvo, através da obtenção do custo-alvo por via da utilização de metodologias de redução de custos.” (SOARES, 2009, p. 25). Portanto, para se alcançar o lucro-alvo esperado, devemos tornar a obtenção do custo-alvo como uma atividade de administração do lucro por toda a empresa. Soares (2009) também aponta que, no setor produtivo, as metodologias de melhoria contínua da efi ciência na produção são muito aplicadas. Ou seja, este setor concentra-se na fabricação do produto e tenta eliminar a diferença entre o custo estimado e o custo-alvo. Para compreendermos melhor o que o autor nos propõe, analisemos a seguinte equação: Preço alvo − Lucro alvo (margem) = Custo alvo (SOARES, 2009, p. 30) Note que Soares (2009) aponta onde devemos trabalhar para reduzir os custos de produção e, assim, obtermos o custo estimado para a produção de um bem ou serviço. Logo, estabelecido o preço de venda alvo, calcula-se o lucro-alvo desejado ou esperado pelos gestores da empresa. SAIBA MAIS! Se você deseja conhecer outros tipos de custos, como os fixos e os variáveis, o Sebrae disponibiliza um material interessante. Acesse: <https://www.sebrae.com. br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/o-que-sao-custos-fixos-e-custos-variaveis,69 cb1e2c6182c410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Para Kotler e Armstrong (2015, p. 327), “a determinação de preços de lucro-alvo utiliza o conceito do gráfico do ponto de equilíbrio, que mostra o custo e a receita totais esperados para diferentes níveis de volume de vendas”, conforme podemos observar na Figura 4. Figura 4 – Gráfico do PE para determinar o lucro-alvo 10 20 30 40 50 0 200 400 600 800 1.000 1.200 Receita total Lucro - alvo ($ 200 mil) Custo total Custo fixo Volume de vendas em unidades (milhares) Dó la re s (m ilh ar es ) Fonte: KOTLER e ARMSTRONG, 2015, p. 327. A partir da Figura 4 podemos concluir que: as curvas da receita total e a do custo total se interceptam em 30 mil unidades (ponto de equilíbrio). Se a empresa deseja atingir o lucro-alvo deve vender mais do que 30 mil unidades a U$ 20,00 cada. (KOTLER e ARMSTRONG, 2015). Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade: • compreender o que é Ponto de Equilíbrio (PE) e conhecer as equações utilizadas para encontrá-lo tanto em quantidade quanto em valor; • analisar o resultado de uma empresa onde temos o PE determinado para a venda de monitores para computador; • entender sobre a definição de oferta e demanda, além de compreender como ocorre seu excesso e equilíbrio; • entender que a determinação de preços de lucro-alvo passa pela determinação do ponto de equilíbrio. Referências BARBOSA FILHO, Fernando Holanda; MOURA, Rodrigo Leandro de. Evolução recente da informalidade no Brasil: uma análise segundo características da oferta e demanda de trabalho. Fundação Getúlio Vargas. Instituto Brasileiro de Economia. 2012. Disponível em: <http:// bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/11679/Evolu%C3%A7%C3%A3o%20 Recente%20da%20Informalidade%20no%20Brasil%20-%20PDF.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 9 nov. 2016. CRUZ, June Alisson Westarb; DOS REIS, Júlio Adriano Ferreira; PROHMANN, José Ivan de Paula; MIGUEL, Paulo Sérgio. Formação de Preços: mercado e estrutura de custos. Curitiba: InterSabe- res, 2012. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 15 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. MEGLIORINI, Evandir; VALLIM, Marco Aurélio Administração financeira: uma abordagem brasi- leira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. Ponto de equilíbrio. 2016. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/ponto-de-equilibrio,67ca54 15e6433410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 9 nov 2016. _______. O que são custos fixos e custos variáveis. 2016a. Disponível em: <https://www.sebrae. com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/o-que-sao-custos-fixos-e-custos-variaveis,69cb1e2c61 82c410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 9 nov 2016. SOARES, Fernando Rui Morais. O CUSTO ALVO Ferramenta de Gestão Estratégica. 77p. Dissertação (Mestrado em Contabilidade). Faculdade de Economia. Universidade do Porto, Porto, 2009. Disponível em: <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/20594/2/O%20CUSTO%20 ALVOFERR%C2%AA%20GEST%C3%83O%20ESTRATGICA.pdf>. Acesso em: 9 nov 2016. Custo, volume, preço, lucro e o mark-up Flaviana Totti Custódio dos Santos Introdução Uma das principais dúvidas de um gestor é quanto cobrar por seus produtos ou serviços? Você já pensou em uma ferramenta eficiente que lhe permita calcular o preço de venda de um bem ou serviço com base nos custos? Pois bem, a resposta para essa pergunta chama-se mark-up. Para compreender essa ferramenta, convidamos você a fazer uma viagem pelo mundo da precificação. Assim, você terá condições de precificar bens e serviços com base no mark-up, e traçar estratégias de precificação para o comércio virtual. Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender o que é mark-up; • conhecer as principais influências nas decisões de precificação. 1 Mark-up: conceito Mark-up pode ser definido como “o índice que, aplicado sobre os custos de determinado bem ou serviço, permite a obtenção do preço de venda” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 442). Biagio (2012) acrescenta que o mark-up se traduz em quanto o preço de venda de determi- nado bem ou serviço está acima do custo de produção. Para obtê-lo, devem ser computados as despesas variáveis, os impostos sobre as vendas e, também, o lucro. FIQUE ATENTO! O mark-up é um termo adotado em economia para se referir a quanto do preço de um determinado bem ou serviço se sobrepõe ao seu custo de produçãoe distribuição. Figura 1 – Mark-up Fonte: Lisa S./shutterstock.com Mas, o que são custos? Para Megliorini (2011, p. 7), custos “correspondem à parcela dos gastos consumida no ambiente fabril para a fabricação do produto, pela aquisição de mercadorias para revenda e para a realização de serviços”. Já o termo preço significa a quantia em dinheiro a ser paga pelos consumidores a fim de obterem um bem ou serviço. (KOTLER e ARMSTRONG, 2015) De acordo com o Dicionário Aulete (2016), lucro é “1. Benefício material ou de outra natureza: Seu investimento deu lucro. 2. Econ. Rendimento obtido em transação econômica.” E onde entra o volume? De acordo com Horngren, Srikant e Fostar (2004), o volume (no con- texto financeiro) tem relação com o custo e o lucro e os gestores dispõem da análise de custo-vo- lume-lucro (CVL) para analisar a receita total, o custo total e o lucro das operações. De maneira simplificada, podemos entender o mark-up como a diferença entre o custo de um produto ou serviço e seu preço de venda. Na tabela 1, vamos conferir três cálculos de mark-up com lucro líquido distinto, que envolvem tanto preços de venda alto, médio quanto baixo. Tabela 1 – Percentuais das despesas variáveis aplicados sobre o faturamento Despesas variáveis + lucro Alíquotas e percentuais Lucro líquido 10% Lucro líquido 20% Lucro líquido 30% Comissão para vendedores 5% 5% 5% Juros para vendas a prazo 3% 3% 3% PIS/Cofins/CSLL/IRPJ (Fat. anual > R$ 120.000,00) 11,33% 11,33% 11,33% Fretes 2% 2% 2% Lucro líquido 10% 20% 30% ICMS 18% 18% 18% Mark-up 49,33% 59,33% 69,33% Fonte: BIAGIO, 2012, p. 40. Logo, para se encontrar o preço de venda dos produtos, deve-se utilizar a seguinte equação (BIAGIO, 2012, p. 40): Preço de verda = custo total − (1 − mark-up) Ou seja, o mark-up, nesse caso, dá condições dos gestores aplicarem um percentual sobre um valor que ainda não se conhece, ou seja, o preço de venda. SAIBA MAIS! Leia o artigo “Acerte na precifi cação de seu produto e serviço” (SEBRAE, 2016), que aborda a temática de defi nição de preço de um bem e serviço com base nos custos e na estratégia de marketing do negócio. Acesse o texto neste endereço <http:// www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/acerte-na-precificacao-de-seu- -produto-e-servico,8038a9f08a446410VgnVCM1000003b74010aRCRD>. 2 Preço de mark-up De acordo com Kotler e Keller (2012), o método mais simples para se determinar preços de um bem ou serviço é incluir um mark-up padrão ao custo do bem. Esses estudiosos citam o exem- plo de empresas do ramo de construção civil, que, ao participarem de licitações, submetem pro- postas com estimativas do custo total do projeto e incluem um mark-up padrão para o lucro espe- rado. Situação similar apontada pelos autores é a de advogados e contadores. Estes profi ssionais normalmente acrescem um mark-up padrão a seu tempo e custos para determinar seus preços. Para compreendermos de forma prática como funciona essa precifi cação, Kotler e Keller (2012, p. 424) mostram a hipótese de um fabricante de torradeiras, que tenha os seguintes custos e expectativas de vendas: • custo variável unitário: US$ 10,00 • custos fi xos: US$ 300.000,00 • vendas esperadas por unidade: 50.000 O custo unitário do fabricante seria determinado por: Custo unitário = custo variável = custo fi xo vendas por unidade = US$ 10 + US$ 300.000 = US$ 16 50.000 Agora, suponha que o fabricante desejasse realizar um mark-up de 20 por cento sobre as vendas. Seu preço de mark-up seria determinado por: Preço de mark-up = custo unitário (1 − retorno desejado sobre as vendas) = US$ 16 = US$ 20 1 − 0,2 Podemos concluir que o fabricante das torradeiras cobraria dos revendedores US$ 20 por produto. Portanto, obteria um lucro de US$ 4 por torradeira. 3 O que infl uencia as decisões de precifi cação Defi nir o preço de um bem ou serviço envolve diferentes aspectos do negócio. Essa decisão é fundamental para se posicionar uma marca no mercado, uma vez que afeta tanto o volume de vendas de uma empresa (ou organização) quanto seu lucro. Podemos perceber que há fatores de importância nas decisões de precifi cação a serem con- siderados, como a infl uência do preço sobre a demanda de um bem ou serviço e a rentabilidade deste no mercado, além da percepção do produto pelo cliente. Contudo, precisamos conhecer as principais estratégias de determinação de preços para, então, identifi carmos os aspectos-chave, que atuam sobre as decisões de precifi cação. Vamos lá? Para Kotler e Armstrong (2015), o preço que uma empresa cobra por um bem ou serviço está entre a geração de lucro e a geração de demanda. Existem dois extremos nesse caso: o piso (precifi cação abaixo dos custos) e o teto (percepção dos clientes sobre o produto) para os preços. Em outras palavras, signifi ca dizer que os clientes têm percepções de valor do produto e isso, para eles, estabelece um tipo de teto para os preços que estão dispostos a pagar. Se os consumidores perceberem que o preço de um determinado produto é superior ao seu valor, eles não o comprarão. Em contrapartida, se o produto for precifi cado abaixo de seu custo para empresa, haverá prejuízo nos lucros. Kotler e Armstrong (2015) propõem três importantes estratégias de determinação de preços: 1. determinação de preços pautada no valor para o cliente; 2. determinação de preços pautada nos custos; 3. determinação de preços pautada na concorrência. Convidamos você a observar essas estratégias na fi gura 2 e conhecer um pouco mais sobre elas. Figura 2 – Estratégias de determinação de preços Concorrência e outros fatores externos As estratégias e os preços dos concorrentes Estratégia, objetivos e mix de marketing Natureza do mercado e da demanda Custos do produto Limite superior do preço (teto) Percepções do consumidor em relação ao valor Limite inferior do preço (piso) Não há lucros abaixo desse preço Não há demanda acima desse preço $ $$ PREÇO Fonte: KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 319. FIQUE ATENTO! Há uma conexão entre a concorrência e outros fatores externos com os custos do produto e as percepções do consumidor em relação ao seu valor, cujo enfoque é o preço. 3.1 Determinação de preços pautada no valor para o cliente Nesse modelo, determina-se o preço com base nas percepções de valor dos consumidores. Logo, o cliente, ao adquirir um produto, realiza uma troca de valor (o preço) por outra coisa de valor (benefícios de utilizar o produto). Aqui, a determinação do preço para o cliente envolve conhecer quanto de valor os consumidores estão dispostos a conceder aos “benefícios” que recebem do produto e, então, determinar o preço que “captura” desse valor (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). 3.2 Determinação de preços pautada nos custos O preço pauta-se nos custos de produção, distribuição e venda do produto, acrescidos de uma taxa justa de retorno pelo esforço e risco para se produzi-lo. Assim, os custos são um fator importante na estratégia de precificação (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Nesse caso, é importante lembrar que os custos se apresentam sob duas formas. a) Fixos: não se altera com o nível de produção ou vendas (aluguel, juros, salários etc.). b) Variáveis: variam diretamente com o nível de produção, ou seja, de acordo com o número de unidades produzidas (matéria-prima, energia, mão-de-obra etc.). 3.3 Determinação de preços pautada na concorrência Estabelece-se o preço a partir de estratégias, custos, preços e ofertas apresentadas ao mercado pelos concorrentes. Esse tipo de determinação de preços dá condições do consumidor basear seu julgamento acerca do valor de um bem ou serviço que a concorrência cobra por pro- dutose serviços semelhantes. Ao usar essa estratégia de precificação, a empresa ou organização deve estar atenta a alguns questionamentos: a) Como a empresa compara sua oferta ao mercado com a dos concorrentes em termos de valor para o consumidor? EXEMPLO Se os consumidores percebem que o produto ou serviço oferece uma valor supe- rior, o preço a ser cobrado pela empresa ou organização poderá ser mais elevado. Em contrapartida, se o consumidor percebe menos valor em relação aos bens e ser- viços da concorrência, o preço a ser cobrado deverá ser menor, ou então, deve-se mudar as percepções dos clientes para justificar um preço mais elevado. b) Qual a força dos concorrentes atuais e que estratégias utilizam para precificação? EXEMPLO Suponhamos que a empresa ou organização está diante de vários concorrentes menores que cobram preços altos em relação ao valor que entregam ao cliente. Nesse caso, pode-se cobrar preços menores a fim de limitar o potencial dos concor- rentes mais fracos no mercado. Por outro lado, se houver concorrentes maiores no domínio do mercado, os quais adotam preços inferiores, a empresa ou organização tem a alternativa de migrar para nichos não atendidos, com produtos de valor agre- gado a preços superiores. FIQUE ATENTO! O que influencia as decisões de precificação são os custos, os clientes e a concor- rência. Ou seja, no caso do produto “refrigerador”, intervém na formulação do preço deste os custos para produzi-lo e vendê-lo, os consumidores que irão comprá-lo e as fábricas concorrentes que produzem refrigeradores. 4 Precificação: estratégias na internet Atualmente, boa parte dos negócios são feitos por meios digitais, a qualquer hora e em qual- quer lugar, a partir de computadores, smartphones, tablets, TVs, entre outros meios de tecnologias de informação e comunicação. Diante desse cenário, percebemos que a internet mudou estruturalmente as concepções que os consumidores têm de praticidade, agilidade, preço e informação sobre bens e serviços. Como resultado, empresas e organizações podem criar valor para seus clientes além de construírem um relacionamento com eles. Figura 3 – Precificação na internet Fonte: purplequeue /shutterstock.com Em razão desse canal de compras virtual, “em que cada clique no mouse pode representar um novo pedido de compras” (LORANDI; BORNIA, 2007, p.71), as empresas devem adotar algumas estratégias de precificação (ou variáveis chave). Entre elas: “tecnologia de informação e equipa- mentos de telecomunicação; nível de serviço logístico; diversidade e qualidade de produto; segu- rança nas transações via rede; e marketing e preço” (LORANDI; BORNIA, 2007, p. 72). Para Lorandi e Bornia (2007), a precificação estratégica deve refletir o posicionamento que a empresa deseja adotar, como elemento norteador de suas atividades no varejo virtual e resultado dos processos determinados pelas outras variáveis. SAIBA MAIS! Leia o artigo “Precificação estratégica no comércio eletrônico – B2c (business to consumer)” e conheça um pouco mais sobre estratégias de precificação na internet (LORANDI; BORNIA, 2007). Fechamento Concluímos a unidade relativa ao mark-up. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • entender o conceito de mark-up; • identificar o que é o preço de mark-up; • compreender que fatores podem influenciar as decisões de precificação; • conhecer a precificação e suas estratégias na internet. Referências BIAGIO, Luiz Arnaldo. Como calcular o preço de venda. Barueri, São Paulo: Manole, 2012. HORNGREN, Charles T.; SRIKANT, M. Datar; FOSTER, George. Contabilidade de custos, v. 1: uma abordagem gerencial. 11ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 15 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2015. _______; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. 14 ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. LORANDI, Joisse Antonio; BORNIA, Antonio Cezar. Precificação estratégica no comércio eletrônico– B2c (business to consumer). Revista Catarinense da Ciência Contábil, Florianópolis, v. 6, n. 18, p. 65-76, 2007. Disponível em: <http://revista.crcsc.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/CRCSC/ article/view/1057>. Acesso em: 16 dez. 2016. LUCRO. In: Dicionário Aulete. 2016. Disponível em: <http://www.aulete.com.br/LUCRO>. Acesso em: 11 jan. 2017. MEGLIORINI, Evandir. Custos. São Paulo: Makron Books, 2011. SERVIÇO NACIONAL DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). Acerte na precificação de seu produto e serviço. 2016. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/ PortalSebrae/artigos/acerte-na-precificacao-de-seu-produto-e-servico,8038a9f08a446410VgnVC M1000003b74010aRCRD>. Acesso em: 18 nov. 2016. Composto de marketing e preço Flaviana Totti Custódio dos Santos Introdução Caro aluno, convidamos você para mergulhar no estudo do composto de marketing (ou mix de marketing). Você já se perguntou o que essas ferramentas têm em comum com a determinação do preço de um bem ou serviço? Tudo! A partir de agora, você entenderá essa relação. Vamos lá? Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer o composto de marketing e sua importância para a conexão com o cliente; • identificar as estratégias para a determinação de preços. 1 Produto Como você já deve saber, o mix de marketing é o conjunto de ferramentas de marketing que uma empresa ou organização adota para o alcance de seus objetivos mercadológicos e que diz respeito às estratégias que devem ser adotadas a fim de influenciar a demanda de seu produto no mercado. Pauta-se nos chamados quatro “Ps”: produto, preço, praça e promoção (ou, em inglês: product, price, placement e promotion). FIQUE ATENTO! A evolução da administração de marketing faz uma analogia aos quatro “Ps” (KOTLER; KELLER, 2013): Produto → Pessoas Praça → Processos Promoção → Programas Preço → Performance Toda empresa ou organização precisa oferecer algo a alguém, não é mesmo? Já vimos que é oferecendo um produto ao consumidor que a empresa obterá o lucro. O produto, neste caso, tam- bém deve compreender serviços oferecidos por um negócio, entretanto, de acordo com o SEBRAE (2015), para os serviços aplicam-se os oito “Ps” do marketing, os quais você verá mais à frente. O produto é o instrumental para a equipe compreender e determinar as especificações e características do que é oferecido no mercado. Figura 1 – Produto caixa Fonte: Iconic Bestiary/ Shutterstock.com EXEMPLO Um Ford Escape consiste em porcas e parafusos, velas, pistões, faróis dianteiros e milhares de outras peças. A Ford oferece muitas versões de Escape e dezenas de opcionais. O carro vem totalmente equipado e com uma garantia abrangente, que é tão parte do produto quanto o escapamento. (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 57). O produto, segundo Kotler e Keller (2013) envolve: • variedade de produtos; • qualidade; • design; • características; • nome da marca; • embalagem; • tamanhos; • serviços; • garantias; • devoluções. SAIBA MAIS! Como posicionar seus produtos? Como diferenciá-los dos concorrentes? O filme “Jobs” (EUA, 2013) narra a trajetória de ascensão de Steve Jobs, um dos ícones da tecnologia no século 20. Assistindo ao filme, você poderá refletir sobre as estratégias de inserção de um produto no mercado. 1.1 Serviço Em se tratando do serviço, veja que o SEBRAE (2015) acrescenta, ainda, mais quatro “Ps” ao mix de marketing, totalizando os oito “Ps”: • produto; • preço; • praça; • promoção; • processo; • palpabilidade (ou evidência física); • pessoas; • produtividade e qualidade. Vamos conhecer um pouco mais sobre os outros quatro “Ps”? • Processo: são os fluxos, procedimentos e metodologias de trabalho adotados na pres- tação de determinado serviço. É um meio importante de assegurar a precisão e a asser- tividade do resultado final (SEBRAE, 2015). • Palpabilidade (ou evidência física): é a percepção do ambiente onde o serviço é pres- tado. Relaciona-se a
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