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GESTÃO DE PREÇOS Professora Me. Vaníria Ferrari Pinheiro Chaves GRADUAÇÃO Unicesumar Acesse o seu livro também disponível na versão digital. C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CHAVES, Vaníria Ferrari Pinheiro. Gestão de Preços. Vaníria Ferrari Pinheiro Chaves. Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019. Reimpressão 2021. 176 p. “Graduação - EaD”. 1. Gestão 2. Preços 3. Administração 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1769-4 CDD - 22 ed. 370 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Pós-graduação Bruno do Val Jorge Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas Gerência de de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Coordenador de Conteúdo Victor Biazon Designer Educacional Rossana Costa Giani Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração Flávia Thaís Pedroso Qualidade Textual Silvia Caroline Gonçalves Ilustração Rodrigo Barbosa da Silva Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Crian- do oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógi- ca e encontram-se integrados à proposta pedagógica, contribuindo no processo educacional, complemen- tando sua formação profissional, desenvolvendo com- petências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhe- cimentos necessários para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fó- runs e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das discussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra dis- ponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória acadêmica. CU RR ÍC U LO Professora Me. Vaníria Ferrari Pinheiro Chaves Olá, caro(a) aluno(a). Meu nome é Vaniria Ferrari, sou economista, pós- graduada em Administração Financeira e mestre em Administração Estratégica. Tenho experiência de 12 anos atuando no mercado financeiro, em instituições financeiras nas áreas de Crédito Corporate e Mesa de Operações. Sou professora de graduação no Centro Universitário UNA/MG, nas disciplinas de Economia e Finanças, e de programas de pós-graduação no Centro Universitário UNA, Fundação Dom Cabral, IBMEC e PUC Minas. Sou consultora financeira nas áreas de Reestruturação de Passivo, Análise de Cenários Econômicos, Estudos de Viabilidade, Captação de recursos e estrutura de Capital, Análise de Crédito e Risco, Gestão da Liquidez e Produtos e Serviços Financeiros. Atuo também em treinamentos executivos in company. Para me conhecer melhor, segue o link do meu currículo lattes. Link:<http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4550807P8>. SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) aluno(a)! Neste livro, vamos entender, analisar e aprender sobre Gestão de Preços. Mas, o que é Preço? Como formá-lo? O que devemos avaliar? Quais as metodolo- gias de cálculo? São tantas perguntas, certo? Vamos a cada unidade dar mais um passo para desmistificar o processo de formação de preços e sua gestão. Aposto que nesse momento você deve estar pensando: por que estudar formação de preços em marketing? Primeiramente, é importante ressaltar que a formação de preços envolve metodologias de apuração de custos e definição de margens de lucro, e que o marketing exerce papel fundamental nessa formação e na viabilização do preço prati- cado pela empresa. O mercado vem tornando-se cada vez mais competitivo e, com isso, a flexibilização de preços passa a ser fundamental. Ao formar preço, é importante avaliar alguns aspectos, como gosto do consumidor, renda média do consumidor, perfil, número de concorren- tes, produtos substitutos, dentre outros. Ou seja, a definição de um preço de determina- do produto ou serviço vai além das metodologias de custos e lucros, precisa atender ao desejo do consumidor e ser competitivo em relação ao concorrente. Portanto, não é tarefa fácil formar preços. Não é uma avaliação contábil ou financeira simplesmente, é uma avaliação estratégica. É importante analisar o ambiente interno e externo que envolve uma empresa. O ambiente interno envolve mão de obra, matéria prima, processo produtivo, logística, marketing, gestão de pessoas, ou seja, é importan- te conhecer o funcionamento da empresa e avaliar custos e despesas envolvidos. Um ambiente interno eficiente significa menores custos e despesas. O ambiente externo pode ser dividido diretamenteligado à empresa, que envolve clien- tes, fornecedores, concorrentes, mão de obra ofertada pelo mercado, ou seja, são ex- ternos à empresa, mas que interferem diretamente no ambiente interno. O ambiente externo indireto refere-se ao governo, cenário econômico, política, demografia, perfil do consumidor, questões ambientais, dentre outros. Você deve estar se perguntando: o que o cenário econômico, os aspectos ambientais influenciam no preço do produto? Influenciam muito, visto que as oscilações do merca- do interferem sobremaneira nos preços dos produtos. Por exemplo, um produto como o aço, que precisa do carvão como matéria-prima; se, porventura, houver um período prolongado de chuvas, pode elevar seu preço e, consequentemente, os custos de pro- dução para as empresas que fabricam aço. O preço do aço pode ou não subir em conse- quência, se não subir, com certeza haverá redução de margem de lucro para a empresa. É importante observar que a formação de preços envolve aspectos estratégicos e ma- croeconômicos. APRESENTAÇÃO GESTÃO DE PREÇOS A partir daí, pode-se relacionar algumas variáveis a serem observadas pelas empre- sas ao formar preços dos seus produtos, tais como: ■ Custos e Despesas. ■ Margem de lucro. ■ Concorrência. ■ Comportamento do consumidor. ■ Valor agregado do produto. ■ Cenário Econômico. ■ Vantagem competitiva. ■ Produtos Substitutos. ■ Capacidade de crescimento. Nesta disciplina, vamos abordar todos os aspectos que envolvem a formação de preços e o papel importante que o marketing tem nesse processo. Na Unidade 1, “Fundamentos da gestão de custos e formação de preços”, serão ava- liados os aspectos mercadológicos, econômicos e financeiros que envolvem o con- texto da empresa ao pensar em precificar seus produtos. Na Unidade 2, “Ponto de Equilíbrio e Markup”, abordaremos as metodologias de for- mação de preços, como margem de contribuição e preço de equilíbrio. Na Unidade 3, “Características do Preço no Composto de Marketing”, vamos enten- der o preço e sua relação com o composto de marketing, analisando as inter-rela- ções no processo de precificação. Na Unidade 4, “Demanda e comportamento do consumidor”, vamos buscar na te- oria econômica o entendimento dos conceitos de formação de preço de mercado pelas forças da oferta e demanda e o comportamento do consumidor. Na Unidade 5, “Estratégias de Precificação”, abordaremos os aspectos estratégicos da formação e gestão de preços. Espero que este livro possa agregar conhecimento a vocês, permitindo um novo olhar sobre a gestão de preços e sua importância dentro das várias áreas de uma orga- nização. O objetivo fundamental é despertar a visão sistêmica estratégica de vocês enquanto profissionais de marketing, que podem contribuir para melhorar os resul- tados de uma empresa. APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS 15 Introdução 16 Aspectos Mercadológicos 26 Aspectos Econômicos 32 Aspectos Financeiros 44 Considerações Finais 50 Referências 52 Gabarito UNIDADE II PONTO DE EQUILÍBRIO E MARKUP 55 Introdução 56 Margem de Contribuição 61 Ponto de Equilíbrio e Markup 70 Ponto de Equilíbrio x Concorrência 74 Considerações Finais 82 Referências 83 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE III CARACTERÍSTICAS DO PREÇO NO COMPOSTO DE MARKETING 87 Introdução 88 Concorrência e Precificação 94 Fatores Organizacionais que Compõem o Preço 98 Diferenciação entre Preço e Valor 102 Considerações Finais 110 Referências 111 Gabarito UNIDADE IV DEMANDA E COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 115 Introdução 116 Demanda de Mercado 122 Elasticidade Preço x Concorrência x Preço 130 Comportamento do Consumidor e sua Influência no Processo Decisório 138 Considerações Finais 146 Referências 147 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE V ESTRATÉGIAS DE PRECIFICAÇÃO 151 Introdução 152 As Cinco Estratégias de Preços 157 Mix de Preços 161 Capital de Giro por Produto 165 Considerações Finais 171 Referências 172 Gabarito 173 Conclusão O QUE EU VOU APRENDER? Veja aqui o resumo dos assuntos abordados nessa unidade. U N ID A D E I Professora Me. Vaníria Ferrari Pinheiro Chaves FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Objetivos de Aprendizagem ■ Entender o ciclo de vida dos produtos, mercado de atuação e concorrência. ■ Conhecer os princípios básicos da economia que irão reger a formação de preços. ■ Entender a diferença entre custos e despesas para classificá-los adequadamente visando o processo de formação de preço. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Aspectos Mercadológico ■ Aspectos Econômicos ■ Aspectos Financeiros INTRODUÇÃO Olá, caro(a) aluno(a)! Vamos começar nossos estudos sobre gestão de preços. O primeiro passo ao pensar em preços é entender o que é o preço, de onde ele surge e qual sua função. Nos primórdios da economia não havia preço, os produtos eram trocados, dentro das necessidades das pessoas ‒ era o chamado escambo. Alguns produ- tores de arroz, por exemplo, trocavam sacas de arroz por carne e vice-versa. E, assim, eram realizadas as trocas para que as pessoas pudessem satisfazer suas necessidades. A primeira mercadoria de referência foi o gado, mas, com tempo, foi substituída em virtude da dificuldade de locomoção. Em seguida, o sal assu- miu o papel de moeda de troca, por ser um produto de primeira necessidade. No Brasil, tivemos o cauri, trazido pelo escravo africano, o pau-brasil, o açúcar, cacau, tabaco, dentre outros. Com a evolução da economia, da produção, crescimento da população e os espaços entre as pessoas aumentando cada vez mais com crescimento territorial, o escambo começou a se tornar inviável pelas distâncias. Esses produtos difi- cultavam as trocas por fatores, como dificuldade de transportá-los, por serem perecíveis e, principalmente, pela dificuldade de fracioná-los. Nesse momento, o metal assume o papel de moeda de troca. Essas moe- das de metal eram guardadas nas casas de ourives, recebendo um documento, como um recibo, representando o valor. Esse foi o surgimento do papel moeda. Nesse momento, a moeda, ou seja, a moeda de metal e o papel moeda, ganha- ram algumas funções importantes, como: ■ Instrumento de troca: Permitia a facilidade para trocar mercadorias, por ser facilmente transportada; ■ Reserva de valor: A moeda poderia ser guardada e, assim, as pessoas começaram a acumular riquezas; ■ Denominador comum de valores: A moeda permitia a atribuição de um valor à mercadoria, podendo ser comparada às demais. Nesse momento, tem-se a origem do preço. Ou seja, o preço, como nós o conhe- cemos, que é o valor atribuído a um produto, serviço ou mercadoria. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS Caro(a) aluno(a), para começar nossa discussão sobre os aspectos mercadológicos, o primeiro passo é entender o significado de preço. Afinal, o que é preço? Rossetti (1997) relaciona o preço com a interação entre elementos externos (utilidade, necessidades e satisfação da demanda) e internos (custos calculados) à empresa. Algumas variáveis são importantíssimas nesse processo de atribuição de valor, dentre as quais podemos citar: ■ Custo de produção ou comercialização: O preço, o valor do produto deve con- templar o custo da produção, os gastos com sua fabricação e comercialização; ■ Necessidade dos consumidores: O preço deve atender às necessidades dos consumidores, que podem ser necessidades primárias ou secundárias; ■ Margem de lucro: O preço deve atribuir valor ao produto, e também permi- tir ganho por parte dos fabricantes, comerciantese prestadores de serviços; Aspectos Mercadológicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 ■ Valor agregado: O produto pode ser mais ou menos valorizado pela satis- fação que ele traz para o consumidor e, nesse caso, o papel do marketing é fundamental. Portanto, atribuir um preço a um produto ou serviço é algo bem mais complexo do que simplesmente entender seu custo e margem de lucro. É preciso avaliar os aspectos mercadológicos, econômicos e financeiros. O preço ideal para um pro- duto não é aquele que é maior, ou menor, ou que gere margem de lucro para a empresa. O preço ideal é aquele que permite à empresa ter competitividade, ou seja, ganhar mercado, e que permite sua sustentabilidade, ou seja, sua sobrevi- vência, seu crescimento e equilíbrio empresarial. De acordo com Assef (2003), os principais objetivos da política de preços são: ■ Proporcionar o maior lucro possível a longo prazo: A empresa deve olhar e se balizar pelo longo prazo. Práticas de preço estratégicas de curto prazo poderão comprometer a perpetuidade da empresa. Podem ser pratica- das, mas não podem ser o foco da empresa. O olhar deverá ser em longo prazo, na criação de valor para a marca da empresa; ■ Permitir maximização da participação de mercado: É importante que a empresa tenha um olhar para dentro, ou seja, não adianta praticar preços no mercado que não se enquadrem dentro das possibilidades financei- ras da empresa. Obter lucro a qualquer custo, ou baixar preços para fazer frente à concorrência, podem levar a empresa a falir. Isso porque qual- quer prática de preços deve ter como balizador a estrutura financeira da empresa, sua capacidade financeira; ■ Maximizar a capacidade produtiva: Ao definir um preço de venda, a empresa tem que considerar sua capacidade produtiva, ou seja, de nada adianta colocar um preço muito baixo para ganhar mercado se não tem capacidade produtiva para atender a esse mercado. Por outro lado, de nada adianta colocar preços altos e obter margem de lucro a curto prazo se não consegue vender, acarretando capacidade produtiva ociosa, bem como estoques elevados. Dependendo do setor de atuação, essas práticas podem levar rapidamente essas empresas a quebrarem; FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 ■ Maximizar o capital empregado para gerar negócio autossustentável: Qualquer empresa que não seja filantrópica visa o lucro e o retorno para o acionista. Dessa forma, os acionistas ou proprietários investem capital na empresa visando um retorno. Não adianta a empresa vender bem, ter um preço competitivo, se não gerar retorno para o dono. Logo, não só a formação do preço, como sua gestão ao longo do tempo ‒ com as alterações e vulne- rabilidades ‒ devem levar em conta o retorno do acionista ou proprietário. Uma pesquisa do Sebrae (2016) aponta para a média de taxa de mortalidade das empresas com até dois anos de constituição: Figura 1 - Taxa de Mortalidade das Empresas no Brasil com até 2 anos Fonte: Sebrae (2016, p. 8). Figura 2 - Taxa de sobrevivência por porte Fonte: Sebrae (2016, p. 16). Aspectos Mercadológicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Percebe-se que as empresas com maior dificuldade para sobreviverem são as Microempresas. Isso porque já possuem maior complexidade que as empresas individuais (MEI) e muitas vezes não possuem o profissionalismo que exigem, ou seja, os critérios de gestão, como principalmente a formação de preços com- patível com a estrutura financeira da empresa. De acordo com uma pesquisa do Sebrae (2014), no artigo “Causa Mortis”, as principais causas da mortalidade das micro e pequenas empresas nos primei- ros cinco anos de vida são: ■ Falta de planejamento prévio: A maior parte das empresas não planejam o início das atividades nem sua perpetuidade. De acordo com a pesquisa Sebrae (2014, p. 6-7), 50% não definiram estratégia para evitar desper- dícios; 50% não determinaram o valor do lucro pretendido; 42% não calcularam o nível de vendas para cobrir custos e gerar o lucro preten- dido; 38% não identificaram necessidades atendidas pelo mercado; 24% não identificaram tarefas e os responsáveis por realizá-las e 21% não iden- tificaram o público-alvo do negócio; ■ Gestão empresarial: A maior parte das empresas não gerencia o negócio com olhar sistêmico e estratégico. Na sua grande maioria, precificam os produtos de acordo com a média de mercado e atuam muito mais com olhar apenas comercial do que estratégico. Questões como inovação tec- nológica, modernização, capacidade ociosa, gestão de estoques, gestão de clientes e gestão financeira como um todo, são deixadas de lado por falta de tempo ou de conhecimento, levando ao fracasso da empresa; ■ Comportamento empreendedor: Grande parte dos proprietários das micro e pequenas empresas não tem um olhar no futuro. A definição da Missão, Valores e Visão da empresa são fundamentais para se traçar pla- nos de médio e longo prazo. Onde a empresa quer chegar? Essa definição é o ponto de partida para a definição de estratégias empresariais. Diante disso, é importante analisar os principais aspectos a serem observados para uma eficiente gestão de custos e preços. E os aspectos mercadológicos são de suma importância nesta análise. Muitos empresários afirmam que precificam seus produtos de acordo com a margem de lucro que buscam. Essa afirmação não é correta. Não há como esti- pular preço apenas considerando a margem de lucro em cima do custo. Primeiro FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 que um dos aspectos mais importantes, que abordaremos mais à frente, são a definição e alocação correta de custos. Outro ponto é a análise do mercado, da concorrência e dos preços praticados. Somente após essas análises é que se pode determinar a margem de lucro requerida. Não adianta o empresário querer auferir uma margem de lucro, definindo um preço que não será absorvido pelo consumidor. Na verdade, o preço é for- mado pelo mercado, ou seja, pelo que o consumidor está disposto a pagar por aquele produto. A empresa pode praticar preços diferenciados, mas para isso terá que tra- balhar uma percepção diferenciada do consumidor sobre seu produto, ou seja, o produto deve ter um valor agregado em relação à concorrência. Segundo Assef (2003), as três metodologias mais utilizadas para precificar produtos são: ■ A partir do cálculo do Markup, em que se cria um fator de remarcação sobre os custos. ■ A partir dos preços praticados pelo mercado. ■ A partir da percepção dos atributos dos produtos por parte dos consumidores. Podem-se, também, aliar os três componentes acima, criando um preço com margem de lucro, compatível com o mercado e com percepção diferenciada pelo consumidor. CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS O ponto de partida para a gestão de preços é o entendimento do setor de atuação da empresa, do mercado no qual ela está inserida. O segundo passo é entender o produto, o ciclo de vida do produto. Muitas empresas quebram por deixarem seus produtos obsoletos e não acompanharem a evolução do mercado, ou mesmo pelo contrário, inovarem em algo que não vai ao encontro do gosto do consumidor. Aspectos Mercadológicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 O Ciclo de Vida dos Produtos, segundo Assef (2003), pode ser entendido como as quatro etapas a seguir: 1. Introdução. 2. Crescimento. 3. Maturidade. 4. Declínio. $ f Introdução Crescimento Maturidade Declínio Figura 3 - Ciclode Vida dos Produtos Fonte: adaptado de Assef (2003, p. 5). O correto entendimento dessas quatro etapas vai influenciar a precificação, pois para cada etapa haverá uma estratégia diferente. A fase inicial, que foi denominada de Introdução, refere-se aos investimentos com desenvolvimento do produto, pesquisa de mercado e política de marketing. Nessa etapa, os preços tendem a ser elevados, pois os custos iniciais são eleva- dos. O volume de vendas ainda é reduzido e na sua grande maioria os resultados financeiros são negativos. A estratégia nessa fase é aplicar preços elevados e tes- tar qual o segmento de mercado irão atender. A fase de Crescimento é o momento em que os investimentos já começam a dar retornos, os volumes de vendas estão em ascendência e os custos reduzindo. Em economia, isso se chama Lei dos Rendimentos Decrescentes. Quanto mais se produz utilizando a mesma capacidade produtiva, mais os custos são diluí- dos, melhorando, assim, o retorno. A estratégia nessa fase é aplicar políticas de marketing visando reforço da imagem e penetração de mercado. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 A fase da Maturidade é o momento em que o produto encontra seu ápice no mercado. Volumes de vendas são os melhores, marca bem posicionada, a empresa consegue obter maiores índices de lucratividade. Nesse momento, o investimento já foi amortizado e os preços atingiram seu ponto máximo permi- tido pelo mercado. A estratégia é prolongar essa fase pelo maior período possível, com estratégias de marketing de posicionamento além da manutenção e valo- rização da marca. Após atingir seu ápice, a tendência é que o produto entre na fase de Declínio. Nesse momento, o produto começa a sofrer queda nas vendas, reduzindo as mar- gens de lucratividade. Dependendo do produto e mercado, nessa fase pode-se inclusive sofrer prejuízos. Esse é o momento de rever o produto, criar diferencial, modernizar, atualizar. Na verdade, o ideal é não permitir que essa fase chegue, já atentando para essa tendência a partir da fase da maturidade. Exemplos de pro- dutos nessa fase são televisores preto e branco, máquinas de escrever e discos de vinil. Grande parte dos produtos entra nessa fase por falta de acompanhamento de mercado. A inovação é a palavra-chave dentro das empresas hoje. Inovação é condição primordial para que uma empresa se mantenha no mercado. Como exemplo prático, podemos citar o caso da Kodak. A empresa japonesa já passou dos 100 anos, destacando-se como uma referência em fotografia. Revolucionou o mercado do segmento com suas câmaras para amadores, com múltiplos recursos, mas esqueceu de embarcar na inovação tecnoló- gica. Ficou famosa com sua campanha de marketing cujo slogan era “Você aperta o botão, a gente faz o resto”. A empresa lançou o primeiro rolo de filme celulóide transparente e flexível. Em 2003, a venda de câmaras digitais passou a crescer significativamente e os filmes começaram a despencar a partir de 2000. A Kodak cometeu duas falhas importantes. A primeira delas foi não atentar para a inovação tecnológica, confiando no posicionamento da sua marca no mercado. O segundo foi subestimar as concorrentes, como a japonesa Fujifilm. A Kodak pediu concordata em janeiro de 2012. Fonte: adaptado de História da Fotografia ([2018], on-line)1. Aspectos Mercadológicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 MERCADO DE ATUAÇÃO Outro ponto importante, além do ciclo de vida dos produtos e aliado a ele, é a análise do mercado de atuação da empresa e sua capacidade de impor preço no mercado. Em economia, estudamos as estruturas de mercado, que são: concorrência perfeita, monopólio e oligopólio. De forma sucinta, pode-se dizer que concorrência perfeita é a estrutura de mercado em que temos muitas empresas vendedoras e muitos compradores. Na estrutura de monopólio, temos apenas uma empresa vendendo para muitos compradores. Na estrutura de oligopólio, temos um grupo de empresas domi- nando o mercado e muitos compradores. Ainda podemos citar a concorrência monopolista, que é caracterizada por um grande número de vendedores e de compradores, porém de produtos diferenciados. No mercado monopolista, a empresa possui grande poder de formação de preço, visto que em sua grande maioria é a única fornecedora de tal produto. No mercado oligopolista, um pequeno número de empresas determina o preço, podendo assim compartilhar boas margens de lucro. No mercado de concorrên- cia perfeita, o preço normalmente é determinado pelo consumidor. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Uma análise muito comum para se avaliar mercado é a avaliação das cinco forças competitivas de Michael Porter (1996): Figura 4 - Cinco forças competitivas de Michael Porter Fonte: Lima (2011, on-line)2. Essa análise permite entender o mercado de atuação da empresa. Para Michael Porter (1996), um mercado de atuação deveria ser analisado sob a ótica de cinco forças: 1. Poder de Barganha de Fornecedores: Quanto maior o número de forne- cedores, mais as empresas terão condições de negociar preço e, portanto, reduzir seus custos e alongar seu ciclo financeiro com maiores prazos junto a fornecedores; 2. Poder de Barganha de Clientes: Quanto maior o número de clientes, mais a empresa terá possibilidade de praticar preços mais lucrativos. Se a empresa concentra suas vendas em poucos clientes, fica dependente desses, que podem exigir ou forçar preços; Aspectos Mercadológicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 3. Produtos Substitutos: Um setor que tem muitos produtos substitutos irá pressionar o preço, pois haverá muita concorrência. Dois produtos com a mesma finalidade e posicionamento de mercado, que satisfazem a mesma necessidade do consumidor, terá sempre o de menor preço maior consumo; 4. Novos Entrantes: Se o setor de atuação tem barreiras de entrada, a con- corrência será menor, podendo a empresa trabalhar melhor seus preços, com melhores margens de lucro. Caso o setor seja de fácil entrada de novas empresas, maior será a pressão da concorrência; 5. Rivalidade de Concorrentes: Quanto maior o número de concorren- tes, menor a flexibilidade das empresas em estipular preço, ficando este sujeito às forças de mercado da demanda. Ou seja, o próprio mercado consumidor é que vai determinar o preço que os consumidores querem pagar pelo produto. Assim, como a análise das forças competitivas de Michael Porter (1996), expos- tas anteriormente, é importante reforçar a importância de se estar atento ao ambiente externo e interno das empresas. Figura 5 - Análise dos Ambientes Interno e Externo Fonte: Lima (2014, on-line)3. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 O ambiente geral é o ambiente externo, que envolve uma série de fatores ligados à economia e ao mercado, que podem influenciar na administração da empresa e, consequentemente, no preço. O ambiente de tarefa é um ambiente externo à empresa, mas ligado diretamente, ou seja, que influencia diretamente no fun- cionamento da empresa. Por exemplo, a quantidade de clientes e fornecedores vai impactar fortemente sobre a política de preços da empresa, assim como os aspectos regulatórios, que são órgãos governamentais que controlam o preço em determinados setores, como transporte público, municipal, intermunici- pal e interestadual, limitam a flexibilidade de preços. Os concorrentes que têm impacto direto na formação de preços. Depois de analisarmos o ambienteinterno da empresa - que se refere à sua capacidade produtiva, estrutura organizacional, despesas, custos - que irão compor a parte do preço que corresponde aos custos de produção e despesas operacionais. Mais à frente, iremos abordar esses aspectos. ASPECTOS ECONÔMICOS Os aspectos econômicos possuem o mesmo grau de importância dos aspectos merca- dológicos, até porque são influenciados por estes. Para entendermos o impacto dos aspectos econômicos, precisamos fazer uma breve introdução sobre economia e as for- ças de mercado. Para começar, segundo Rossetti (1997), definimos economia como sendo a ciência que estuda as melhores formas de aloca- ção de recursos escassos para satisfazer as necessidades ilimitadas dos consumidores. Aspectos Econômicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 O sistema econômico é formado da seguinte forma: í Figura 6 - Sistema econômico Fonte: adaptada de Rossetti (1997, p. 174). Os chamados Agentes Econômicos são as Famílias, que se referem aos consu- midores em geral, e as Empresas, que são as unidades produtivas ou comerciais ou serviços. Esses agentes se inter-relacionam no chamado Sistema Econômico. Dessa forma, o Sistema Econômico é a interação entre Empresas e Famílias, em que as Empresas contratam mão de obra, que são ofertadas pelas Famílias, produzem e entregam bens e serviços de volta ao mercado, ou seja, às Famílias. Por outro lado, as Famílias consomem os produtos e serviços das Empresas, mas também ofertam mão de obra. Esse círculo econômico gera o que se chama de Fluxo Real e Fluxo Monetário: ■ O Fluxo Real refere-se à oferta de mão de obra por parte das Famílias, e os bens e serviços ofertados pelas Empresas. É um fluxo de produto, ser- viços e mão de obra. ■ O Fluxo Monetário refere-se à remuneração pela mão de obra (salários) e pela remuneração pelos produtos e serviços consumidos (preço pago). Para que a economia esteja em equilíbrio, é necessário haver um equilíbrio entre o que é ofertado e o que é demandado. A relação entre essas duas variáveis, Oferta e FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 Demanda, vão formar o Preço de Mercado, ou seja, se o preço que a empresa está ofertando será aceito pelos consumidores. Esse é chamado de preço de equilíbrio. As forças da Oferta e Demanda são representadas por curvas: Curva de Oferta e Curva de Demanda. O ponto de intersecção entre essas curvas vai determinar o preço de equilíbrio. Vejam o gráfico a seguir: Gráfico 1 - Preço de Equilíbrio Fonte: a autora. Considerando o Gráfico 1, quando as curvas de oferta e demanda se intercep- tam é o chamado Preço de Equilíbrio. Afinal, o que é curva de oferta e demanda? Vamos esclarecer. Curva de Oferta é uma curva determinada pelas diversas combinações entre preço e quantidade ofertada. Mas, o que isso significa? Significa que a determi- nados preços, as empresas estão dispostas a ofertar determinada quantidade de produtos e/ou serviços. Exemplo: ao preço de R$2,00, as empresas estão dispostas a ofertar 120 unidades do produto. Ao preço de R$4,00, estão dispostas a ofertar 240 unidades do produto. E por que isso? Porque quanto maior o preço, mais as empresas têm interesse em vender, pois terão maior ganho, concordam? Dessa forma, falamos que na avaliação da oferta, a quantidade ofertada é inversamente proporcional ao preço, ou seja, quanto maior o preço, maior a quantidade ofer- tada, quanto menor o preço, menor a quantidade ofertada. Aspectos Econômicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 Se ainda assim estiver difícil o entendimento, pense em você como vende- dor de salgados. Você vende coxinha a R$2,50 e empadas a R$3,00. Se os custos de produção da coxinha e da empada forem o mesmo, qual produto você vai querer vender mais? A resposta será Empada, porque com ela você vai ganhar mais, certo? Esse é o raciocínio das empresas, quanto mais caro for o produto, maior ganho para as empresas, considerando custos similares. Agora vamos entender a demanda. A curva de demanda é formada consi- derando as diversas combinações de preço e de quantidade demandada, ou seja, consumida. Demanda refere-se ao consumo, à procura por bens e serviços. A relação aqui é diretamente proporcional, ou seja, quanto maior o preço, menor a quantidade procurada, certo? Pense em você como consumidor ‒ quanto mais barato ou mais acessível o preço, mais você irá consumir. Imagine no grá- fico anterior. Ao preço de R$2,00, o consumidor estaria disposto a comprar 360 unidades, mas se o preço for R$4,00, o consumidor estará disposto a comprar apenas 240 unidades. Quando colocamos em apenas um gráfico, o comportamento da oferta e da demanda terá um ponto de intercessão, ou seja, conforme o Gráfico 1, ao preço de R$4,00, as empresas estão dispostas a ofertar 240 unidades e o consumidor disposto a comprar 240 unidades. Este é o preço de equilíbrio, preço no qual tudo o que for produzido e ofertado tende a ser absorvido pelo mercado. Agora, se o mercado, ou seja, as empresas, praticarem um preço acima do preço de equilíbrio, que é R$4,00, corre o risco do mercado consumidor não absorver e “sobrar” produto, ou seja, haverá excesso de oferta. Isso acarreta um aumento dos estoques nas empresas que não conseguem vender a determinado preço. Essa situação gera uma série de desequilíbrios financeiros para a empresa. Por outro lado, se as empresas praticarem preços abaixo do preço de equilí- brio, ou seja, inferior à R$4,00 haverá mais procura, demanda do que as empresas ofertaram de produtos e serviços; dessa forma, haverá escassez de produto. Nessa situação, há a possibilidade de se aumentar preço. Nesse momento, você já deve estar percebendo como as forças da oferta e da demanda podem influenciar na formação de preço e na sua gestão. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 As empresa, ao formarem preço, não pode deixar de avaliar qual o preço que os consumidores estão dispostos a pagar, pois, do contrário, correm o risco de não conseguirem vender e ficarem com estoques parados. Ao mesmo tempo, se colocarem um preço muito barato, abaixo do preço de equilíbrio, terão uma venda muito rápida. Outra análise que podemos tirar dessa relação é que se no mercado há excesso de oferta, não será possível aumentar preço e, muitas vezes, o preço pode estar tão baixo que fica inviável para a empresa produzir e vender, devido aos custos, que abordaremos mais à frente. Por outro lado, se o mercado tiver escassez de produto, ou seja, muitos compra- dores e poucos produtos, a empresa poderá aumentar o preço e ter maiores ganhos. Um exemplo disso foi a falta de gasolina que o país atravessou em 2018, em função da paralisação dos caminhoneiros. Como houve falta de gasolina, as pes- soas estavam dispostas a pagar o preço que fosse para abastecerem seus veículos. Essa prática de aumento abusivo de preço em função da necessidade de mercado é ilegal, mas, muitas vezes, praticado de forma isolada e quase imperceptível. O que podemos tirar como lição desse tópico referente às forças de oferta e demanda? A lição mais importante é que para se formar preço, a empresa tem que estar atenta ao comportamento do mercado, concorrentes e consumidor. Não basta formar o preço apenas com base no custo de produção e na margem de lucro da empresa, mas é preciso saber o que o consumidor está disposto a pagar por aquele produto ou serviço. E, nesse aspecto, a função do marketing é vital, o que veremos posteriormente. Além das forças de oferta e demanda, temos que avaliar outros aspectoseconômicos, que compõe o ambiente externo, conforme vimos acima. Algumas variáveis devem ser observadas como previsão de curto e médio prazo, taxa de juros, variação do dólar, políticas econômicas e inflação. Todas essas variáveis vão ter impacto sobre a formação de preços. Esclarecendo um pouco de como essas variáveis podem influenciar na for- mação do preço: ■ Taxa de Juros: Se a empresa precisa buscar financiamento para produzir, tais como comprar maquinário ou financiar compra de matéria-prima, Aspectos Econômicos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 terá que pagar juros; dessa forma, terá contraído um empréstimo cuja taxa de juros vai impactar nos seus custos/despesas. Como outro exem- plo, imagine uma empresa que comercializa produtos, como linha branca, geladeira, fogão e máquinas de lavar. Na grande maioria, esses produtos são vendidos a prazo ou por meio de crédito. Se a taxa de juros estiver alta, as pessoas não irão adquirir esses produtos, a exemplo de produtos que os consumidores precisam financiar, como veículos e imóveis. Se a taxa de juros estiver alta, não irão contrair crédito para financiar as aqui- sições, e o mercado desses produtos irá recuar; ■ Dólar: Imagine uma empresa que utilize matéria-prima importada para produzir. Se o dólar sobe, a empresa terá uma elevação no seu custo de produção. Isso poderá pressionar o preço para cima ou diminuir a mar- gem de lucro. Alinhando esta variável à força da demanda, podemos dizer que, muitas vezes, a empresa não conseguirá repassar o aumento do custo para o preço do produto, porque os consumidores não irão absor- ver ao novo preço. Dessa forma, a empresa pode ser obrigada a reduzir sua margem de lucro; ■ Inflação: Em um ambiente de inflação, os consumidores tendem a recuar as compras. Além disso, os preços das matérias-primas também encare- cem. Então, em um ambiente inflacionário, é importante maior controle e acompanhamento do mercado e dos preços; ■ Políticas Econômicas: Dentro dessa variável, temos uma infinidade de aspectos que irão influenciar os preços. Se, porventura, o governo prioriza algum setor com subsídios às questões tributárias, qualquer alteração na carga tributária vai acarretar impacto nos custos das empresas. Ou seja, estar atento às políticas econômicas e avaliar o impacto delas na estru- tura da empresa e no mercado são condições primordiais para a gestão de preços. Nesta aula, abordamos a importância dos aspectos mercadológicos, financeiros e econômicos para o processo não só de formação de preço como de sua gestão. É importante que você tenha em mente que a estrutura financeira da empresa é base para a formação de preço, tendo o objetivo de cobrir custos e gerar lucro. Entretanto, aspectos como o mercado, envolvendo principalmente concorrentes FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 e consumidor, e aspectos econômicos, como o próprio comportamento dos agen- tes econômicos, interferem de forma significativa na gestão dos preços. Nas próximas unidades, abordaremos com detalhamento cada um desses aspectos. Você, enquanto profissional de marketing, deve entender o preço como um conjunto de variáveis mercadológicas que podem ser utilizadas como ins- trumentos para geração de lucro nas empresas. ASPECTOS FINANCEIROS Agora vamos discutir um aspecto que é o principal na formação de preço. Não adianta a empresa olhar o mercado, a economia, pensar em um preço que atende ao consumidor, mas não olhar para dentro, para o ambiente interno e avaliar se a empresa consegue bancar, arcar com o preço determinado pelo mercado. Para iniciarmos essa avaliação, é importante diferenciar Custo e Despesa. Custo em uma organização é todo o gasto diretamente ligado ao produto ou serviço. Despesa é todo gasto ligado à geração de receita. Mas como entender isso? Vamos lá! Aspectos Financeiros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 CUSTOS De acordo com a Norma e Procedimento de Contabilidade do Instituto Brasileiro de Contadores – NPC 2 do IBRACON: Custo é a soma dos gastos incorridos e necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, e compreende todos os gastos in- corridos na sua aquisição ou produção, de modo a colocá-los em con- dições de serem vendidos, transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que façam parte do objeto so- cial da entidade, ou realizados de qualquer outra forma (ZANLUCA, [2018], on-line). Custo pode ser definido, então, como todo o gasto envolvido no produto a ser comercializado, seja ele fabricado, embutindo custos de produção, ou apenas comercializado, envolvendo todo o gasto que viabiliza sua venda. Os custos podem ser classificados em fixos e variáveis. Custos fixos são aqueles que não estão diretamente ligados à quantidade produzida e/ou comer- cializada. São custos que não se alteram quando a quantidade produzida e/ou comercializada altera, por exemplo, salário dos funcionários. Cabe ressaltar que custos fixos não se alteram no curto prazo e não se alteram em função da quantidade produzida ou comercializada. No médio e longo prazo podem ser alterados. Custos variáveis são aqueles diretamente ligados ao processo produtivo ou comercialização dos produtos, variando conforme a quantidade produzida ou comercializada, por exemplo, matéria-prima. A classificação dos custos em fixos e variáveis vai depender de cada empresa, cada ramo de negócio. A determinação da composição dos custos é extremamente estratégica para uma empresa. Quanto maior o custo fixo, menor a capacidade da empresa de se adaptar a uma possível redução de preço, podendo levar uma empresa a fechar. É mais estratégico ter uma composição maior de custos vari- áveis que se alteram e acompanham o volume de produção, permitindo maior flexibilidade da empresa às oscilações de preços. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 A apuração correta e precisa dos custos de uma empresa é fator fundamental para a formação de preços e a garantia de lucratividade, bem como da sobrevi- vência da empresa. Reforçando então o conceito, custos são gastos no processo produtivo, no caso de indústrias e fábricas, tais como: matéria-prima, energia, água, pessoal da fábrica, frete, manutenção de máquinas e equipamentos, dentre outros. No caso de empresas do setor de comércio, seriam os gastos que envolvem a compra de produtos, sua armazenagem e distribuição, envolvendo pessoal diretamente ligado. No caso do setor de serviços, envolve todo o gasto com a realização daquele serviço. Os autores Bertó e Beulke (2006) identificam quatro campos de abrangên- cia do cálculo de custos: financeiro, contábil, gestão e controle. í í í Figura 7 - Finalidade e abrangência do custo na atividade empresarial Fonte: adaptada em Bertó e Beulke (2006, p. 10). De acordo com Martins (2003), o custo é entendido como um gasto diretamente ligado ao processo produtivo, por exemplo, gastos com matérias-primas são custos. Crepaldi (2010) classifica os custos quanto à sua apropriação aos produtos, ou seja, custos diretamente ligados ao produto e aos custos indiretamente ligados ao produto. Aspectos Financeiros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 Os custos diretos, por serem diretamente ligados ao produto, variam de acordo com a quantidade produzida, como quantidade de matéria-prima, horas de mão deobra e energia consumida. Os custos indiretos também são gastos ligados à produção, no entanto, não apropriados diretamente, mas por critérios de rateio, como aluguel, deprecia- ção, dentre outros. Crepaldi (2010) ainda classifica os custos em fixos e variáveis. Os custos fixos são aqueles que não variam em função da quantidade produzida de forma proporcional. Em contrapartida, os custos variáveis são aqueles que variam em função e na proporção da quantidade produzida. Crepaldi (2010) ainda refere- -se a uma terceira classificação de custos, que são os semivariáveis ou semifixos, ou seja, são gastos que até certo ponto são fixos e a partir desse ponto passam a ser variáveis. Se formos representar graficamente os custos fixos e variáveis, teremos a seguinte figura: Figura 8 - Custos fixos e variáveis Fonte: a autora. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 É importante ressaltar que a definição dos custos como fixos e variáveis vai depender do setor de atuação e do porte da empresa. Em empresas de pequeno e médio porte, simplificamos essas definições. Em grandes empresas, há neces- sidade de um detalhamento maior. Empresas do setor de serviços, por exemplo, tendem a agrupar todos os gas- tos para a realização do serviços. Crepaldi (2010) propõe ainda outra classificação de custos, com base na sua finalidade: Quadro 1 - Classificação dos custos com base na sua finalidade OUTROS CONCEITOS QUANTO À SUA CLASSIFICAÇÃO Custos de Transformação Representam o esforço empregado pela empresa no processo de fabricação de determinado item. Não incluem matéria-prima, nem outros produtos adquiridos prontos para consumo. Exemplo: mão de obra direta e indireta, energia, hora de máquina etc. Custos Primários São a soma simples de matéria-prima e mão de obra direta. Não são a mesma coisa que custo direto, que é mais amplo. Exemplo: mate- riais auxiliares, energia elétrica etc. Custo de Oportunidade Representa o valor associado a melhor alternativa não escolhida. Ao se tomar determinada escolha, deixa-se de lado as demais possibi- lidades. À alternativa escolhida, associa-se como “custo de oportu- nidade” o maior benefício não obtido dentre as possibilidades não escolhidas, isto é, “escolha de determinada opção impede o usufruto dos benefícios que as outras opções poderiam proporcionar”. Materiais Diretos São os materiais que se incorporam diretamente aos produtos. Exemplo: matéria-prima, embalagens, materiais auxiliares (cola, tin- ta, parafuso, prego etc). Mão de Obra Direta Representa custos relacionados com pessoal que trabalha direta- mente na elaboração dos produtos. Exemplo: empregado que opera um torno mecânico (a mão de obra não deve ser confundida com a de um operário que supervisiona um grupo de torneiros mecânicos). Rateio Representa a alocação de custos indiretos aos produtos em fabrica- ção, segundo os critérios racionais. Exemplo: depreciação de máqui- nas rateadas segundo o tempo de utilização (HM) por produto etc. Fonte: Crepaldi (2010, p. 10). Aspectos Financeiros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 Agora que você já conhece os tipos de custos que as empresas possuem, vamos avaliar como mensurá-los ou alocá-los. Os custos variáveis impactam diretamente nos produtos, então, sabemos exatamente o que é gasto com cada produto; exemplo disso é a matéria-prima. No entanto, os custos fixos ficam mais complicados de se alocar em cada produto, porque eles são gerais e independem da quantidade produzida. Segundo Bernardi (2007, p. 40): Classicamente, há três sistemas de custeio: absorção, custeio direto ou variável e custeio padrão. Atualmente, novas necessidades ensejaram o surgimento do custeio ABC (Activity based costing) e outras variantes de interesse. A adoção de um deles está relacionada aos objetivos da empresa, ao que se pretende do sistema de custeio e aos propósitos das análises dos resultados. A partir de agora, vamos abordar os seguintes métodos de custeio: ■ Custeio por absorção; ■ Custeio direto ou variável; ■ Custeio padrão; ■ Custeio por atividade (ABC). CUSTEIO POR ABSORÇÃO Este é um método contábil, obrigatório por questões fiscais pelo setor produ- tivo. Seu cálculo é feito basicamente considerando os dados históricos sobre os estoques de matérias-primas e produtos finais. Segundo Bernardi (2007), o custeio por absorção direciona os custos totais de uma fábrica, sejam fixos ou variáveis, diretos ou indiretos, para a produção e consequentemente para o produto. Esse método pode ser chamado de Custeio Pleno ou Integral, conforme Dutra (2010), pois engloba todos os gastos envolvidos na produção de bens e serviços. Veja na figura a seguir: FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 Figura 9 - Custeio Pleno ou Integral Fonte: Dutra (2010, p. 242). Apesar de esse método ser obrigatório e o mais utilizado, ele recebe críticas de alguns autores, que alegam que ele não possui muita informação gerencial, e somente contábil. O autor Santos (2011) aponta possíveis falhas do sistema de custeio por absorção, uma vez que ele “rateia” os custos fixos e, segundo o autor, levando a alocações arbitrárias, não correspondendo à realidade. Dentro dessa metodologia, segundo Assef (2003), pode-se calcular o com- portamento do estoque pelos seguintes métodos: ■ PEPS: Custo Médio Ponderado a partir da contagem dos estoques, Primeiro item que Entra e Primeiro item que Sai; ■ UEPS: Custo Médio Ponderado a partir da contagem dos estoques con- siderando Último item que entra e Último item que sai. Aspectos Financeiros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 CUSTEIO DIRETO OU VARIÁVEL Este já é um método de apropriação de custos gerencial, não permitido em ter- mos fiscais, pois atribui diretamente ao produto apenas os custos variáveis. Os custos fixos são incluídos por meio do cálculo da margem de contribuição, que veremos mais adiante. Segundo Maher (2001), a aplicação do custeio variável foca no processo decisório, ou seja, os custos fixos referentes ao processo produtivo são alocados como despesas do processo, e somente os custos variáveis são atribuídos às uni- dades produzidas. De acordo com Moura (2005), as principais diferenças entre os dois métodos são: Quadro 2 - Diferenças entre Custeio por Absorção e Custeio Variável CUSTEIO POR ABSORÇÃO CUSTEIO VARIÁVEL Todos os custos de fabricação são considerados como custo do produto. Apenas os custos variáveis são considerados. O resultado varia em função da produção. O resultado varia somente em função das vendas. É necessário utilizar métodos de rateio, muitas vezes arbitrários, para atribuir os custos fixos aos produtos. Não se utiliza métodos de rateio, os custos fixos são considerados como despesa e não como custo do produto. É possível estabelecer o custo total unitário dos produtos. Há um custo unitário parcial, pois considera os custos variáveis. Não identifica a margem de contribuição. Identifica a margem de contribuição unitária e global. Importante para decisões de longo prazo. Importante para decisões de curto prazo. Fonte: Moura (2005, p. 131). Os custos são classificados de forma diferente nos diversos setores da economia. No setor de comércio, por exemplo, os custos são denominados CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) e englobam todos os custos, desde a compra até a entrega da mercadoria. Envolve, por exemplo, o valor de aquisição das mercado- rias, como o valor de frete e do IPI, bem como outros valores pagos na aquisição das mercadorias para serem comercializadas.FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 CUSTEIO PADRÃO O custeio padrão envolve custos dos produtos por meio de padrões pré-estabele- cidos, utilizando o método de custeio por absorção ou custeio variável, segundo Bernardi (2007). Esse método é considerando por Bernardi (2007) mais fácil de aplicar em operações seriadas, que são por natureza padronizadas. De acordo com Zanluca, em postagem no Portal da Contabilidade (2007, on-line), o método de custeio padrão apresenta algumas características: ■ O valor é prefixado com base no histórico ou metas definidas pela empresa; ■ É um método muito utilizado pela contabilidade, mas que deve ser acom- panhado periodicamente para que represente o valor real; ■ Sua apuração nos Balanços e Balancetes são mais práticas e de fácil alo- cação pela contabilidade. CUSTEIO POR ATIVIDADE (ABC) A curva ABC, segundo Martins (2003), é uma ferramenta gerencial de gestão de custos, que tem como objetivo minimizar possíveis desníveis gerados pelos métodos de rateios arbitrários dos custos indiretos. A Curva ABC pode ser apli- cada tanto para custos diretos como indiretos. Esse sistema de custeio, de acordo com Crepaldi (2010), tem como premissa atribuir os custos para as atividades gerenciais e administrativas e somente depois para os produtos. A utilização do sistema ABC é de extrema importância, pois extrai informações que auxiliam nos processos decisórios, tais como determi- nação dos custos das atividades e respectivos responsáveis. Crepaldi (2010) aponta algumas vantagens e desvantagens do método de custeio ABC: Aspectos Financeiros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 Vantagens: O método de custeio ABC, segundo o autor, permite: ■ Extrair informações gerenciais que auxiliam no processo decisório; ■ Melhor visualização do fluxograma de processos; ■ Avaliação e possível redução de atividades que não agregam valor ao pro- duto na percepção do consumidor; ■ Identificação de produtos e clientes com melhores margens de lucro; ■ Melhora na base de informações gerenciais. Desvantagens: Segundo Crepaldi (2010), o sistema de custeio ABC torna-se desvantajoso por gerar: ■ Elevados gastos na implantação; ■ Controles internos de alto nível a serem implantados; ■ Dificuldades na extração de dados e informações; ■ Dificuldades em envolver os colaboradores da empresa. Além dessas desvantagens, ainda não é aceito pelo fisco, sendo a empresa obri- gada a adotar um outro método de custeio além dele. DESPESAS Despesas são todos os gastos envolvidos na viabilidade da atividade empresarial, ou seja, não estão diretamente ligados ao processo produtivo/comercialização. As despesas também são classificadas em Despesas Fixas e Variáveis. As des- pesas fixas são aquelas que permanecerão as mesmas, independentemente das vendas ou da produção. São classificadas como despesas fixas, seguros, taxas bancárias, aluguel, dentre outros. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 As despesas variáveis são aquelas que variam de acordo com volume produ- zido ou comercializado, mas que não se configuram como custo. Exemplos de despesas variáveis podem ser o combustível dos veículos utilizados pela empresa, gastos com telefone, comissões sobre vendas, com marketing, dentre outras. Agora que você já consegue diferenciar custo de despesa e fixo de variável, vamos abordar os principais custos e despesas em que se submetem as empresas. Custos: ■ Custo de matéria-prima; ■ Custo de frete (fornecedor até a empresa); ■ Custo de mão de obra diretamente ligada à fabricação do produto; ■ Custo de depreciação; ■ Custo de energia alocada na produção. Despesas: ■ Administrativas (folha de pagamento administrativa, material de escri- tório, telefone, energia elétrica da administração, conservação e limpeza, treinamentos, dentre outras); ■ Com vendas, tais como despesas com publicidade, marketing, frete sub- sidiado para entrega no cliente, comissões; ■ Financeiras, referem-se às despesas pagas ao mercado financeiro, como taxas, juros sobre operações financeiras, multas por atraso, operações de derivativos; ■ Tributárias, que são despesas ligadas aos tributos pagos pela empresa. Como iniciamos a definição anteior, despesa é todo gasto envolvido na geração de receita, ou seja, não aqueles diretamente ligados ao processo produtivo, mas todo o gasto envolvendo o funcionamento administrativo da empresa. Podemos dizer que são todos os gastos gerenciais da empresa, desde comissões aos ven- dedores a despesas com lanches dos funcionários. Aspectos Financeiros Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Bernardi (2007) afirma que despesas são gastos envolvidos na geração de receita, diretamente ligados ao processo de venda. O autor classifica as despe- sas em fixas e variáveis. As despesas variáveis são aquelas que variam em função da quantidade ven- dida, como as comissões e impostos (ICMS, PIS, COFINS, seguros etc). As despesas fixas são aquelas que não dependem da quantidade vendida, tais como salários e encargos, aluguel etc. Segundo Santos (2011), as despesas podem ser classificadas principalmente em: Quadro 3 - Classificação das Despesas DESPESAS COMERCIAIS: DESPESAS ADMINISTRATIVAS: DESPESAS FINANCEIRAS: • Comissão de vendedores • Salário de vendedores • Viagens e estadas • Propaganda e marketing • Aluguel de escritórios regionais • Material de expediente • Outras • Aluguel • Salários administrativos • Encargos sociais • Honorários de diretores • Telefone, internet, água e luz • Material de expediente • Leasing de equipamentos de escritório • Outras • Juros de desconto • Taxas de cobrança • IOF • Taxas de serviços • Outras Fonte: Santos (2011, p. 26). Podemos, também, classificar as despesas como regulares, que são aquelas que a empresa consegue saber que incidirão todos os meses, então pode ser prevista e planejada; e as extraordinárias, que são aquelas não previsíveis, como pro- blemas de reparação, gastos não previstos. Para essas despesas, a empresa deve deixar sempre uma reserva. Agora que você já sabe diferenciar Custos e Despesas, sabe as diversas meto- dologias de alocação de custos, passaremos na próxima unidade a abordar as metodologias de formação de preços. FUNDAMENTOS DA GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 CONSIDERAÇÕES FINAIS Prezado(a) aluno(a), estamos encerrando uma unidade importante para nosso estudo de Gestão de Preços. Espero que tenha absorvido os principais pontos que abordamos nesta unidade, para que daqui para frente possamos aprofun- dar ainda mais nas metodologias de precificação. Gostaria de reforçar que o aprendizado constante referente à precificação é muito importante, pois a todo o momento surge algo novo e novas formas de se adequar custos e despesas. O mercado vem tornando-se cada vez mais competitivo e a concorrência muitas vezes briga por meio da prática de preços. O Preço não é só dar valor ao produto, é o principal instrumento para se ganhar mercado, retorno e crescer. O profissional de marketing tem, conforme falamos, papel fundamental nesse processo. Mas, por quê? Vamos fazer um breve apanhado do que estudamos aqui. O preço é o valor atribuído a determinado produto ou serviço, mas é preciso considerar algumas variáveis, como incluir retorno para o acionista, competir no mercado, podendo ser instrumento de vantagem competitiva e, principalmente, ser aceito pelo con- sumidor como preço justo.Dessa forma, para precificar corretamente, o primeiro passo é a empresa conhecer seu ambiente interno, suas condições produtivas e financeiras. Mensurar seus custos e despesas e classificá-los. A partir daí já poderá mensurar um preço de custo. O segundo passo é olhar o mercado, entender a concorrência e avaliar o que está sendo praticado para que atribua ao preço de custo uma margem de lucro compatível com o preço praticado pela concorrência. O terceiro passo é entender o consumidor, seus gostos e preferências. Entender o preço que o consumidor está disposto a pagar pelo produto. A partir daí entra o profissional de marketing. Por meio de uma correta política de marketing, mos- trar para o consumidor o valor do produto e que o preço é justo, considerando os benefícios. Fortalecer a marca e criar vantagem competitiva também é uma responsabilidade do profissional de marketing. 45 1. Custos são comumente definidos como gastos relativos a bens ou serviços uti- lizados na produção de outros bens ou serviços, ao passo que Despesas são co- mumente definidas como bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para a obtenção de receitas (PROGEPE - UFPR, 2018). Com base nessas defini- ções, assinale a alternativa em que são listados gastos que configuram Custos: a) Consumo de energia elétrica da fábrica e depreciação de veículos de entrega. b) Mão de obra da linha de produção e consumo de materiais diretos. c) Comissão de vendedores e imposto predial da fábrica. d) Depreciação das máquinas da linha de produção e impostos incidentes so- bre vendas de produtos. e) Geração de sucata no processo produtivo e fretes sobre vendas de produtos. 2. Analise as alternativas a seguir acerca dos conceitos de Despesas e de Custos (BAHIAGÁS, 2016). Assinale a alternativa correta: I. Os Princípios Contábeis hoje aceitos não admitem o uso de Demonstrações de Resultados e de Balanços avaliados à base do Custeio Variável. II. Além de serem classificados em Diretos e Indiretos, os custos podem ser classificados em Fixos e Variáveis. III. As despesas, assim como os custos, podem ser classificadas em diretas e indiretas e fixas e variáveis. IV. De forma geral, a despesa pode ser conceituada como bem ou serviço con- sumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente uma despesa. Assinale a alternativa correta: a) Apenas I, II e IV estão corretas. b) Todas as alternativas estão corretas. c) Apenas I e III estão corretas. d) Apenas I, III e IV estão corretas. e) penas I e IV estão corretas. 46 3. As forças competitivas propostas por Michael Porter são amplamente obser- vadas na literatura de Administração Estratégica. A força ou as forças compe- titivas mais fortes ajudam a determinar o preço de um produto ou serviço, definindo assim a lucratividade de uma indústria e por isso são de grande im- portância para a formulação da estratégia. Evidentemente, forças diferentes se destacam ao moldar a concorrência em cada indústria. Cada setor tem uma estrutura implícita, ou um conjunto de características fundamentais, econômi- cas e técnicas, que dão origem a essas forças competitivas. São forças compe- titivas, conforme o modelo de Porter, exceto: a) Ameaça de novos entrantes. b) Poder de negociação dos fornecedores. c) Ameaça socioeconômica. d) Poder de barganha dos compradores. e) Ameaça de produtos substitutos. 4. Aspectos referentes ao ciclo de vida dos produtos são determinantes no pro- cesso de formação e gestão de preços. Dentro desse contexto, interligando a política de preços às fases do produto, analise as afirmações abaixo, e marque a opção correta: I. Normalmente, na fase introdutória do produto, recomenda-se praticar pre- ços mais baixos para garantir e avaliar a aceitação do produto no mercado. II. O papel do marketing para fortalecer a marca é imprescindível, na fase de crescimento, em que há necessidade de penetração no mercado. III. A fase de maturidade é o ápice do produto, momento em que as empresas conseguem maiores margens de lucratividade, visto que os preços atingem seu máximo aceito pelo mercado. IV. Na fase do declínio, quando as vendas se reduzem, devem-se praticar pre- ços mais elevados, visando evitar prejuízos para as empresas. a) As asserções I, II e III estão corretas. b) As asserções I, III e IV estão corretas. c) Apenas as asserções II e III estão corretas. d) Apenas as asserções III e IV estão corretas. e) Apenas as asserções I e IV estão corretas. 47 5. “O litro da gasolina chegou a ser vendido a R$ 8,99 nesta quarta-feira (23) no Recife após o abastecimento dos postos de combustíveis ser afetado devido ao terceiro dia de protestos dos caminhoneiros contra o aumento do preço do diesel. Alguns postos na Região Metropolitana fecharam por falta de combus- tíveis para revenda, como na Avenida Getúlio Vargas, em Olinda” (PROTESTO, 2018, on-line). Considerando a reportagem, referente ao comportamento do preço da gaso- lina em virtude da paralisação dos caminhoneiros, e considerando a influência da economia no comportamento dos preços, assinale a opção correta: a) O preço da gasolina aumentou em Olinda devido exclusivamente ao au- mento do preço do diesel. b) O preço da gasolina nos postos foi reflexo da redução da demanda pelo produto. c) Considerando as forças da oferta e demanda, o preço de R$8,99 foi atingido por ser o preço de equilíbrio de mercado para este produto. d) O preço da gasolina subiu em Recife em função da redução da oferta, tendo em vista que os postos não foram abastecidos em virtude da paralisação dos caminhoneiros. e) O preço da gasolina subiu em função do aumento da demanda por gasolina no estado. 48 FATORES A SEREM ANALISADOS NA FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Quando uma empresa calcula seu preço de venda, deve levar em consideração três fa- tores importantes para a sua definição: 1. Os custos: O conhecimento dos custos da empresa é primordial para a determinação da sua política de preços. Todo empresário precisa saber quanto custa vender uma mercadoria. Ter como referência apenas o preço da concorrência pode ser um erro fa- tal, pois os custos dos concorrentes certamente serão diferentes dos de sua empresa. Depois de definido o preço de venda por meio dos cálculos dos custos, é importante que se leve em consideração o segundo fator na definição do preço final; 2. A demanda por mercadorias ou por serviços: Quando a demanda por uma mer- cadoria é alta, ou seja, quando os clientes procuram muito por uma mercadoria, e existe uma baixa oferta, poucos concorrentes oferecem essas mercadorias no mer- cado, a tendência é que as empresas aumentem seus preços, obtendo, dessa forma, uma melhor lucratividade. Da mesma forma, quando há uma baixa demanda por uma mercadoria e paralelamente existe uma grande oferta, há uma tendência de os preços serem reduzidos. Para algumas mercadorias há uma relação demanda/ofer- ta equilibrada, fazendo com que as empresas ofertantes tenham boa lucratividade; 3. O preço do concorrente: Muitas empresas se deparam com concorrentes que pra- ticam preços abaixo do mercado. Essa prática pode advir de vários fatores, como acesso a mercadorias com preços mais baixos, volume de compra maior, possibi- litando mais poder de negociação com os fornecedores, volume de vendas maior, possibilitando uma redução da margem de lucro, ou mesmo a prática de política de preços sem o devido cálculo de custos. Você, empresário, deve calcular seu preço e, depois, fazer uma pesquisa com seus concorrentes diretos, verificando se há muita ou pouca oferta da mercadoria e qual a política de preços praticada, para, só assim, definir qual preço colocará em sua mercadoria. É necessário que você, empresário, depois de calculados seus custos, analise o preço em função da demanda e da concorrência, procurando adotar uma política que possibilite aliar competitividade com lucratividade. Quando um concorrenteadota uma política agressiva de preços, reduzindo-os sistematicamente e, consequentemente, fazendo com que a mar- gem de lucro de sua empresa fique reduzida, procure algumas das alternativas a seguir: ■ Avalie sua linha de mercadorias, buscando diferenciar-se do concorrente; ■ Agregue valor à mercadoria, adicionando uma melhor prestação de serviços, fazen- do com que os clientes aceitem pagar mais em troca de um melhor atendimento; ■ Adicione outras linhas de mercadorias em sua empresa, fazendo com que a lucratividade de algumas linhas cubra a redução de lucro das que estão sofrendo forte concorrência; ■ Opte por um volume de venda menor, mas que lhe proporcione uma maior lucratividade. Fonte: SEBRAE, 2010. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Guia Prático de Formação de Preços - Aspectos Mercadológicos, Tributários e Financeiros para Pequenas e Médias Empresas Roberto Assef Editora: Elsevier Sinopse: os empresários e executivos estão cada vez mais preocupados em avaliar corretamente os preços de venda de seus produtos, pois sabem o quanto isso influi nos resultados finais de seu negócio. O ambiente de alta competição que predomina nos dias de hoje impõe a necessidade de um conhecimento técnico sobre a metodologia da formação de preços de venda e das margens de contribuição. Roberto Assef mostra que a tarefa de precificação não é tão complexa como se imagina. Numa linguagem clara, aborda os aspectos mercadológicos, essenciais para a avaliação da linha de produtos e da concorrência, tributários e financeiros básicos. Fornece exemplos práticos que ajudam o leitor a entender a dinâmica da formação de preços. Além disso, analisa em detalhes todos os impostos que incidem sobre os preços de produtos e serviços, entre os quais o SIMPLES, tributo exclusivo das micro e pequenas empresas. Voltado sobretudo para as pequenas e médias empresas, também pode ser útil às organizações de grande porte, pois utiliza conceitos abrangentes de importância cada vez maior no atual contexto econômico, como os critérios de formação de preços de produtos importados e a análise do capital de giro por produto. Introdução à Economia José Paschoal Rossetti Editora: Atlas Sinopse: esta edição conserva as características que fizeram do livro um clássico em sua área, incorporando ao texto anterior as principais mudanças e avanços no seu campo de especialização. Embora escrito com objetivos didáticos, procura conciliar a linguagem introdutória, com as exigências do rigor terminológico, conceitual e teórico. Procura sempre incorporar as grandes mudanças na ordem econômica mundial e do país e os avanços da economia. Dados e referências institucionais conferem objetividade ao texto, destaca os fundamentos de pontos de vista dominantes e encaminha as questões controvertidas para posições centrais. O objetivo não é doutrinar a partir de um ponto de vista determinado, mas abrir horizontes, para a compreensão universal da realidade. REFERÊNCIASREFERÊNCIAS ASSEF, R. Guia prático de formação de preços. 4. ed. São Paulo: Elsevier, 2003. BAHIAGÁS. Analista Organizacional - Ciências Contábeis. IESES, 2016. Dispo- nível em: <https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/questoes?as- sunto=15234&disciplina=107&modo=1&order=questao_aplicada_em+desc&pa- ge=1&per_page=5&product_id=1&url_solr=master&user_id=0>. Acesso em: 05 dez. 2018. BERTÓ, D. J.; BEULKE, R. Gestão de custos. São Paulo: Saraiva, 2006. BERNARDI, L. A. Manual de Formação de preços: políticas, estratégias e fundamen- tos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. CREPALDI, S. A. C. Curso Básico de Contabilidade de Custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. DUTRA, R. G. Custos uma Abordagem Prática. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MAHER, M. Contabilidade de custos. São Paulo: Atlas, 2001. MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2003. MOURA, H. S. O Custeio por Absorção e o Custeio Variável: qual seria o melhor mé- todo a ser adotado pela empresa? Sitientibus, Feira de Santana, n. 32, p.129-142, jan./jun. 2005. PORTER, M. E. Estratégia competitiva: técnicas para a análise de indústrias e da concorrência. 7. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1996. PROGEPE - UFPR. Contador. Contabilidade Pública. 2018. Disponível em: <https:// www.aprovaconcursos.com.br/questoes-de-concurso/questao/696459>. Acesso em: 13 nov. 2018. PROTESTO de caminhoneiros afeta fornecimento e gasolina chega a ser vendida a R$ 8,99 no Recife. Economia. G1 Pernambuco. 24 maio 2018. Disponível em: <ht- tps://g1.globo.com/pe/pernambuco/noticia/protesto-de-caminhoneiros-afeta-for- necimento-e-gasolina-chega-a-ser-vendida-a-r-899-no-recife.ghtml>. Acesso em: 13 nov. 2018. ROSSETTI, J. P. Introdução à Economia. 17.ed. São Paulo: Atlas 1997. SANTOS, J. J. Contabilidade e Análise de Custos. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. SEBRAE. Como elaborar o preço de venda. Belo Horizonte: Edição Sebrae, 2010. ______. Causa Mortis: o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros cinco anos de vida. Jul. 2016. Disponível em: <https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20 Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_mortis_2014.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2018. REFERÊNCIAS 51 ______. Sobrevivência das Empresas no Brasil. Núcleo de Estudos e Pesquisas - Unidade de Gestão Estratégica. Brasília: Edição Sebrae, 2016. Disponível em: <http:// www. sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/sobrevivencia-das-empresas-no- -brasil-relatorio-2016.pdf>. Acesso em: 29 out. 2018.ZANLUCA, J. S. Custo ou Despe- sa? Portal de Contabilidade. [2018]. Disponível em: <http://www.portaldecontabi- lidade.com.br/tematicas/custo-ou-despesa.htm>. Acesso em: 12 nov. 2018. ______. Custos Padrão. Portal da Contabilidade. Disponível em: <http://www.por- taldecontabilidade.com.br/tematicas/custospadrao.htm>. Acesso em: 12 nov. 2018. REFERÊNCIAS ON-LINE 1 Em: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/historia-geral/historia-da-fotogra- fia>. Acesso em: 29 out. 2018. 2 Em: <http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/as-cinco- -forcas-de-porter/57341/>. Acesso em: 30 out. 2018. 3 Em: <http://tendenciasdaadministracao.blogspot.com/2014/09/macro-ambiente. html>. Acesso em: 30 out. 2018. GABARITOGABARITO 1. B. 2. B. 3. C. 4. C. 5. D. O QUE EU VOU APRENDER? Veja aqui o resumo dos assuntos abordados nessa unidade. U N ID A D E U N ID A D E II Professora Me. Vaníria Ferrari Pinheiro Chaves PONTO DE EQUILÍBRIO E MARKUP Objetivos de Aprendizagem ■ Entender o processo de cálculo da Margem da Contribuição para melhor precificar produtos. ■ Conhecer o método de determinar a quantidade mínima a ser vendida para cobrir custos na organização. ■ Conhecer as formas de atribuir lucro ao preço de custo. ■ Entender a relação entre o ponto de equilíbrio e a concorrência e como conciliá-los, visando atingir o ponto de equilíbrio, porém atendendo ao preço de mercado. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Margem de Contribuição ■ Ponto de Equilíbrio ■ Markup ■ Ponto de Equilíbrio x Concorrência INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), tudo bem? Animado para mais uma unidade de conhecimento? Vamos lá! Nesta unidade, iremos precisar dos conceitos adquiridos na Unidade 1 e aprofundar alguns deles para que possamos definir o quanto uma empresa precisa vender para começar a obter lucro. A decisão de para quem vender é estratégica e visa entender o perfil do con- sumidor da empresa, assim como sua elasticidade ao produto, para se definir qual o valor agregado que aquele produto deverá proporcionar ao seu público-alvo. A decisão de como vender é uma decisão diretamente ligada aos canais de distribuição, custos de vendas e comerciais. Nesse momento, o papel do ges- tor comercial, bem como do profissional de marketing, é de suma importância. Precisa ser definido qual o canal de comunicação mais assertivo para o público- -alvo do produto para que se possa atingir o maior número de pessoas. A decisão de o quanto vender é
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