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Gabriela Santos – 93 PPR I Princípios para um desenho das PPRs ▪ Para que seja definido qual o melhor desenho da PPR a ser indicada para o caso, é preciso primeiro estabelecer os requisitos básicos que ela deve ter: suporte, estabilidade, retenção, função e estética. Sendo primordiais a função e a preservação das estruturas remanescentes ▪ Não importa qual a via de transmissão, podendo ser dental ou fibromucosa, a carga mastigatória exercida em uma PPR, será sempre destinada ao tecido ósseo subjacente ▪ Em próteses de extremidade livre, a carga mastigatória exercida sobre a PPR é transferida, pela sela, diretamente ao rebordo residual, na forma de compressão. Tal efeito pode ser minimizado utilizando a sela ideal para que as cargas mastigatórias sejam distribuídas na maior área possível, o que irá prevenir a ocorrência de reabsorções ósseas localizadas 1. Primeiro Princípio → As próteses de extremidade livre devem ser planejadas prevendo a obtenção de efetivo suporte mucoso → Como bem sabemos, as fibras colágenas do ligamento periodontal são as que recebem a força gerada sobre os dentes, se essa força for dirigida em seu longo eixo, é transferida ao osso alveolar como carga de tração, e se mantida dentro de limites fisiológicos, estimula o equilíbrio de funcionamento do osso alveolar, sendo então, fundamental para a manutenção da saúde dos tecidos periodontais → Por outro lado, as cargas geradas obliquamente ao longo eixo dos dentes pilares, implicam num potencial de rotação do dente em torno de um fulcro situado na raiz, criando áreas de tração e compressão das regiões opostas do suporte periodontal, à semelhança do movimento indicado para a luxação do dente em manobras cirúrgicas, assim, as cargas causam mobilidade dental, e se não interrompidas, levam à perda dental. Considerações mecânicas Prótese em si Considerações biológicas Sistema de suporte Biomecânica Dois aspectos devem se complementar, sem vantagem para qualquer um Alavancas – Planos inclinados Para a PPR, a alavanca e plano inclinado são especialmente importantes já que geram fortes cargas de torção Exemplo: se durante o desenho de uma PPR, um apoio, que é responsável pela estabilização vertical da prótese, é posicionado sobre uma vertente (plano inclinado) de um pilar qualquer, a carga mastigatória IMPORTANTE: A PPR, se mal planejada e/ou constituída, pode se tornar uma maquina destrutiva! transferida a este local determina um potencial de deslocamento do apoio por este plano, gerando, entre o apoio e o dente, cargas de mesma direção, porém em sentidos contrários Isso é facilmente detectado quando os apoios são colocados nas faces linguais/palatinas de dentes anteriores, sem a modificação exigida Quando colocamos apoios na mesma face, mas com os preparos realizados corretamente, anula os planos inclinados favorecendo a transmissão de carga no sentido do longo eixo do dente ✓ Alavancas: barra rígida suportada em algum lugar entre suas extremidades 1. Primeira classe: quando o ponto de fulcro separa o braço de potencia do de resistência, temos como exemplo, a gangorra Especialmente importante para a PPR, porque acontece frequentemente nos casos de extremidade livre, onde a carga mastigatória incide sobre os dentes artificiais, a sela é comprimida de encontro ao rebordo residual, devido à resiliência do tecido fibromucoso de revestimento. O apoio sobre o dente pilar funciona como um fulcro, determinando um movimento da prótese que tende a afastar as partes anteriores em relação ao sistema de suporte 2. Segunda classe: quando a resistência está colocada entre o fulcro, posicionado numa extremidade, e a potencia na outra, temos como exemplo a carriola 3. Terceira classe: quando a potência está posicionada entre o fulcro, numa extremidade, e a resistência, na outra, temos como exemplo a vara de pesca Nas alavancas, a relação entre potencia (carga mastigatória) e resistência (força sobre o dente pilar) é definida pela formula P x D1 = R x D2 P: potencia D1: distancia da potência ao fulcro R: resistência D2: distância da resistência ao fulcro 2. Segundo Princípio → O planejamento da PPR deve ser conduzido de forma a evitar o surgimento de alavancas e planos inclinados → Contudo, o potencial de alavanca sempre estará presente em próteses de extremidade livre devido à resiliência da fibromucosa de revestimento do rebordo residual → No caso de suporte dental, resiliência da fibromucosa permite movimentação 10 vezes maior, mais ou menos. Portanto, ao aumentar a área de suporte, diminui a força gerada sobre o dente pilar e evita a reabsorção óssea localizada 3. Terceiro Principio Quanto maior o valor de D1, ou seja, quanto mais para posterior for aplicada a carga mastigatória, maior será o valor da carga gerada sobre o dente pilar → No planejamento das próteses de extremidades livres, deve-se reduzir a mesa oclusal em todas as dimensões e manter a sela, dentro dos limites da área chapeável, o mais amplo possível → Próteses de extremidade livre apresentam o maior desafio quanto à obtenção de resultados plenamente satisfatórios. Se, para esta situação for indicada um braço de retenção tipo barra associado ao deslocamento do apoio para mesial do dente pilar, consegue-se a modificação da alavanca de primeira classe para outra de segunda classe → Então, sob ação da carga mastigatória, a base da prótese é deslocada de encontro ao rebordo residual, e o braço de retenção, posterior ao fulcro e ligado a base acompanha o mesmo movimento, afastando-se do dente sem transferir qualquer carga a ele 4. Quarto Princípio → Nas PPRs de extremidade livre os apoios devem ser posicionados na região mesial dos dentes pilares associados a braços de retenção tipo barra → Quando um paciente morde algum alimento pegajoso, a prótese tende a tracionar a base da prótese, afastando-a do rebordo residual quando há o movimento de abertura da boca, nesta situação, a alavanca de segunda fase é ativada → Assim, impedir tal deslocamento da base da prótese permite evitar que o braço retentivo gere carga sobre o dente pilar, também mantendo a prótese corretamente assentada, que impede a entrada de alimentos sob a base, mantendo o conforto do paciente → Os retentores indiretos são os que neutralizam estes movimentos Determinação da linha de fulcro A linha de fulcro é o eixo imaginário, determinado pelos apoios mais posteriores da PPR, em torno da qual a prótese tem tendência à rotação Assim, qualquer elemento posicionado anteriormente ao eixo determinado pelos apoios desempenhará a função de retentor indireto, impedindo a rotação da prótese e, consequentemente, o afastamento da base em relação ao rebordo residual 5. Quinto Principio Os retentores indiretos devem ser posicionados na maior perpendicular à linha de fulcro para impedir a rotação da prótese 6. Sexto Princípio → Nas PPRs dento suportadas, os apoios dos retentores diretos devem ser posicionados em áreas adjacentes às áreas anodôntocas ✓ Dentes pilares e apoios ▪ Pilares: dentes adjacentes à área anodôntica ▪ Apoios ▪ Regra geral: adjacentes à área anodôntica ▪ Exceções: extremidades livres; interferência oclusal ✓ Retentores diretos ▪ Regra geral: adjacentes à área anodôntica ▪ Exceção: comprometimento periodontal – dentes tratados, com prognostico até duvidoso, mas nunca condenados ✓ Retentores indiretos ▪ Regra geral: posicionados sobre os dentes (pilares secundários) situados na maior perpendicular traçada à linha de fulcro REGRA ABSOLUTA, SEM EXCEÇÕES: devido ao efeito antiestético, na região de caninos e pré-molares, NUNCA se usa um grampo circunferencial de mesial para distal ✓ Sequencia para o desenho da PPR→ Delimitação da área anodôntica → Escolha de os dentes pilares e posicionamento dos apoios → Determinação da linha de fulcro → Posicionamento do retentor indireto → Escolha e posicionamento dos conectores Planejamento das estruturas metálicas de PPR ➢ Classe I inferior: ✓ Dentes pilares principais – últimos dentes da arcada ✓ Posicionamento dos apoios – mesial dos pilares principais ✓ Linha de fulcro – linha que une os apoios dos dois pilares principais ✓ Retentor indireto – maior perpendicular à linha de fulcro ✓ Conector maior – barra dupla de Kennedy A barra dupla de Kennedy desempenha funções de conexão e retenção indireta, simultaneamente, distribuindo a carga por todos os dentes situados anteriormente à linha de fulcro ➢ Classe I superior: ✓ Dentes pilares principais – idem ✓ Posicionamento dos apoios – para as próteses de extremidades livres, o posicionamento mesial dos apoios deve ser combinado com grampos de retenção tipo barra para satisfazer ao quarto princípio. A combinação de um apoio na mesial com grampo circular desenhado de distal para mesial, cria um apoio na porção distal na face vestibular, relativo à porção rígida do braço do grampo que é prejudicial à estabilidade da prótese. Se por razões estéticas o grampo tipo barra tiver que ser evitado, o ideal é a utilização de apoio distal e grampo circular de distal para mesial ✓ Linha de fulcro – idem ✓ Retentor indireto – pelo fato de as faces linguais dos dentes anteriores superiores serem funcionais, dificilmente podem ser usadas como suporte do retentor indireto. Então se os pilares principais forem os 2º pré-molares, os retentores indiretos podem estar na fossa mesial dos 1º pré-molares ✓ Conector maior – tipo barra palatina com alças. Possibilita a realização de reembasamento posteriores ➢ Classe II inferior: ✓ Dente pilares principais – dente adjacente à extremidade livre e os dois dentes mais posteriores do lado dentado (particular da classe II) ✓ Posicionamento dos apoios – região mesial no pilar adjacente à área anodôntica, fossa distal do penúltimo e mesial do ultimo dente do lado dentado ✓ Linha de fulcro: linha que une os apoios dos dentes pilares principais ✓ Retentor indireto – posicionado no dente situado na maior perpendicular traçada à linha de fulcro. Se esta perpendicular coincidir com a face lingual do canino, o retentor indireto pode ser deslocado pra a fossa mesial do 1º pré-molar. ✓ Conector maior – barra lingual ✓ Do lado de extremidade livre deve ser planejado um grampo tipo barra. Para o lado dentado, um grampo geminado envolvendo os dois pilares selecionados ➢ Classe II superior ✓ Dentes pilares principais – idem ✓ Posicionamento dos apoios – idem ✓ Linha de fulcro – idem ao anterior ✓ Retentor indireto – se coincidir com a face palatina do canino, pode ser deslocado para a fossas mesial do 1º pré- molar ✓ Conector maior – barra palatina ✓ Redução da mesa oclusal dos dentes artificiais do lado da extremidade livre. ✓ Utilização de toda área chapeável e realização de moldagem funcional, principalmente no caso de utilização de grampo circular e apoio distal ➢ Classe II modificação 1 (contralateral) inferior ✓ Dentes pilares principais – os três dentes adjacentes à área anodôntica ✓ Posicionamento dos apoios – lado mesial do pilar do lado da extremidade livre, lado distal do pilar anterior e mesial do posterior da área de modificação ✓ Linha de fulcro – determinado pela linha que passa pelos dois apoios principais mais posteriores. Do pilar do lado da extremidade livre e do pilar posterior da área de modificação ✓ Retentor indireto – o apoio do pilar anterior da área de modificação, desempenha também, o papel de retentor indireto. Recebe o nome de retentor direto/indireto. Pode ser utilizado um grampo tipo barra ✓ Conector maior – barra lingual ✓ Grampo tipo barra do lado da extremidade livre e circular simples no pilar posterior do lado da modificação ➢ Classe II modificação 1 (contralateral) superior ✓ Dentes pilares principais – dentes adjacentes à área anodôntica ✓ Posicionamento dos apoios – lado mesial do pilar da extremidade livre (se for utilizado grampo circular, deslocar o apoio para distal), lado distal do dente anterior e mesial do posterior do lado da área de modificação ✓ Linha de fulcro – linha que une os apoios do pilar da extremidade livre e do pilar posterior do lado da modificação ✓ Retentor indireto – idem ✓ Conector maior – barra palatina, podendo ser usada placa palatina, para aumentar o suporte mucoso ➢ Classe III modificação 1 (contralateral) inferior ✓ Dentes pilares – os quatro dentes adjacentes às duas areas anodônticas ✓ Posicionamento dos apois – lado mesial dos pilares anteriores e distal dos pilares posteriores, de cada lado ✓ Linha de fulcro – o traçado de linhas pelos apoios principais mostra que qualquer eixo considerado será anulado por um eixo paralelo. Assim, considera-se que não há linha de fulcro ✓ Conector maior – barra lingual ✓ Podem ser usados grampos tipo barra nos retentores anteriores ➢ Classe III modificação 1 (contralateral) superior ✓ Dentes pilares principais – idem ✓ Posicionamento dos apoios – idem ✓ Linha de fulcro – idem ✓ Concetor maior – barra palatina ou dupla anteroposterior, quando as áreas anodônticas forem extensas ✓ Por razões esteticas, pode ser suprimido um grampo de um pilar posicionado muito na região anterior. A falta de retentor direto nesre local implica que o retentor situado diametralmente oposto desempenhe a função de retentor direto e indireto, impedindo o movimento de afastamento da prótese do sistema de suporte, nesta r egião ➢ Classe III inferior ✓ Dentes pilares principais – dente anterior e posterior à area desdentada ✓ Posicionamento dos apoios – lado distal do pilar anterior e mesial do posterior ✓ Linha de fulcro – linha que une os apoiosa dos dois pilares principais ✓ Retentor indireto – maior perpendicular traçada à linha de fulcro, que recai, geralmente, na região de 1º ou 2º molar, se a área desdentada for grande, pode ser utilizado um grampo geminado, caso contrário pode ser utilizado um grampo circular simples ✓ Conector maior – barra lingual ✓ No pilar anterior, em que pese não haver potencial de formação de alavanca, pode ser utilizado um grampo tipo barra ➢ Classe III superior ✓ Dentes pilares principais – idem ao anterior ✓ Posicionamento dos apoios – idem ✓ Linha de fulcro – idem ✓ Retentor indireto – idem ✓ Conector maior – barra palatina ✓ ✓ Não há necessidade de suporte mucoso ➢ Classe IV superior e inferior ✓ Dentes pilares principais – dentes adjacentes à área anodôntica ✓ Posicionamento dos apoios – regiões proximais (mesiais) voltadas para área anodôntica ✓ Linha de fulcro – linha que une os apoios pilares principais ✓ Retentor indireto – posicionado nos últimos dentes da arcada (maior perpendicular à linha de fulcro) ✓ Conector maior – barra lingual para a inferior, barra dupla anteroposterior, ou em ferradura para a superior ✓ Na arcada superior, elimina-se frequentemente os grampos retentores diretos, razão pela qual é comum a utilização de grampos geminados, como retentores indiretos
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