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/ ALFABETIZAÇÃO A alfabetização é um fenômeno complexo que faz parte de um contexto amplo que é o letramento e que envolve a linguística, sociolinguística, antropologia, psicologia, psicolinguística, didática, entre outros. MÉTODO E CONCEPÇÃO CONSTRUTIVISTA Na década de 1980, discussões sobre propostas construtivistas chegam na educação brasileira, contrapondo concepções mais tradicionais sobre a educação. As ideias construtivistas compreendem que o pensamento não tem fronteiras: ele se O CONSTRUTIVISMO E A CONSTRUÇÃO DA ESCRITA / p q p constrói, se destrói, se reconstrói. Um dos pontos principais da visão construtivista é a construção da própria criança com relação ao seu processo de aprendizagem. Além disso, é necessário desmisti�car a ideia de que o construtivismo é um método de alfabetização. O construtivismo é uma teoria do conhecimento, que a�rma que a criança é um sujeito cognoscente, pois constrói hipóteses acerca de um objeto, no caso, a língua escrita. A PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA Emília Ferreiro é uma das referências teóricas na área do construtivismo para a alfabetização. Suas pesquisas foram realizadas de acordo com a teoria piagetiana, que a�rma que o aprendizado se dá por meio de etapas previamente de�nidas. Isso quer dizer que todos os sujeitos passam pelas mesmas etapas, mas não ao mesmo tempo. A duração das etapas também é um aspecto que difere individualmente. Ao analisar as escritas produzidas de forma espontânea, pelas crianças, Emília Ferreiro observou que todas passam pelos mesmos processos de elaboração. Depois, identi�cou esses processos de aquisição da escrita, denominando as seguintes etapas: pré-silábica, silábica, silábico-alfabética e alfabética. PRÉ-SILÁBICA SILÁBICO-ALFABÉTICA / SILÁBICA ALFABÉTICA Segundo Ferreiro (2011), as escritas infantis eram consideradas, do ponto de vista dos adultos, como meras garatujas sem qualquer signi�cado. Mesmo quando as crianças utilizavam letras em suas produções, isso era considerado como uma mera reprodução malfeita de escrita. Não existia a menor possibilidade de pensar que esses processos estavam ligados a esquemas mentais de construção de conhecimento. / Porém, nenhum desses esquemas conceituais pode ser caracterizado como simples reprodução – na mente da criança – de informações reproduzidas pelo meio. Esses esquemas implicam sempre um processo construtivo no qual as crianças levam em conta parte da informação dada, e introduzem sempre, ao mesmo tempo, algo de pessoal. ASSIMILE O que Ferreiro (2011) de�ne aqui é uma nova maneira de avaliar os processos de construção da criança, ou seja, as formas como o aprendiz exprime seu aprendizado sobre a escrita. O que importa nesse processo de avaliação são as produções infantis e, mais ainda, os esquemas de construção mental que podem ser apreendidos nesse processo. Assim, mesmo que do ponto de vista do adulto as escritas infantis pareçam meras reproduções realizadas de forma incoerente, elas traduzem o nível de elaboração entre o aprendiz e o objeto do conhecimento. PROCESSOS EVOLUTIVOS DE CONHECIMENTO / PSICOGENÉTICO É a fase em que a criança busca a representação para a língua escrita, incluindo as etapas: icônica, garatuja e pré- silábica. CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA No processo evolutivo da Consciência Fonológica, que é paralelo aos demais desenvolvimentos, a criança vai tomando consciência do som das letras e fazendo as associações. É a capacidade de re�etir sobre os segmentos sonoros das palavras que pronunciamos. A pesquisadora Magda Soares possui como fundamento as pesquisas das psicolinguistas Emília Ferreiro e Ana Teberosky e defende que, no percurso de aprendizagem da leitura e escrita e nas fases da escrita, as crianças passam por processos evolutivos de conhecimento que se desenvolvem paralelamente. São eles: desenvolvimento psicogenético, consciência fonológica e conhecimento das letras. CONHECIMENTO DAS LETRAS As crianças nascem em um mundo em que as letras estão presentes em diferentes contextos socioculturais e, portanto, desde cedo, podemos identi�car um interesse crescente para a aprendizagem das letras, principalmente aquelas relacionadas aos seus nomes próprios, dos seus familiares e dos seus pares. As escritas espontâneas são um valioso instrumento de avaliação da construção de hipóteses da escrita pela criança. A valorização dessa prática possibilita a expressão da criança e valoriza a manifestação de seu pensamento, bem como os testes de hipóteses. / A criança que aprende a ler e escrever desenvolve um constante esforço cognitivo no sentido de recriar o sistema de escrita. Essa recriação mostra o quanto a pessoa que aprende é ativa e deve ter suas expressões valorizadas a �m de que possa ser real usuário do sistema de escrita. BONS ESTUDOS!
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