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CANÇÕES DO EXILIO. INTERTEXTUALIDADES E UM OLHAR DISCURSIVO SARAH TAYNARA BASTOS FRANCO (Thessa Filipa) CANÇÕES DO EXILIO. INTERTEXTUALIDADES E UM OLHAR DISCURSIVO A obra que será estudada é o miniconto Canção do Exílio, escritor por Bonassi em 2001. Nesta análise, nós nos atentaremos a uma visão mais sistemática a respeito do material em questão, partiremos dos estudos de Eni Orlandi, sob uma perspectiva da análise do discurso no objetivo de analisarmos o texto e enxergá-lo não só em sua dimensão empírica, mas também, discursiva. Primeiramente, destacaremos alguns pontos necessários. Percebe-se que o texto é uma clara releitura da obra escrita - Canção do Exílio - por Gonçalves dias, isso também pode ser observado no título que permanecem o mesmo nas duas obras, conquanto, embora o elemento em questão não seja diferente, ainda conseguimos observar duas possibilidades de escritas que te matiza o mesmo objeto, mas em óticas diferentes. Nessa linha de raciocínio, entraremos agora na análise dos textos sob um olhar geral. Quando observamos o corpo do texto escrito por Bonassi, percebemos que a temática da música problematiza o Brasil mostrando uma visão diferente do que nos foi transmitida na canção de Gonçalves Dias, porém, mesmo que haja essa sensação de antônimo na temática, Bonassi não parece realizar nenhuma contradição à versão da canção anterior, mas sim, apresentar o outro lado de uma realidade brasileira, realidade esta que apenas não é retratada na visão romântica de Gonçalves Dias. Sabendo deste ponto, agora entramos no que talvez seja o coração da pesquisa de Eni Orlandi em seu texto – discurso. O texto é um elemento histórico-discursivo. Ao lermos o trabalho de Bonassi, constatamos que o enunciador da canção orbita o texto em primeira pessoa assim como na versão original, ou seja, observamos uma única voz narrativa ali presente ao avaliar a obra em sua dimensão empírica, porém, partindo da visão de Orlandi em que o texto é um objeto carregado por discursos, também levando em consideração a análise discursiva em que todo dizer é dialógica, percebemos as propriedades da linguagem agindo nesse trabalho, o efeito de enunciados que não carregam apenas um dito, mas sim uma Gama infinita de vozes discursivas de um todo, os ditos e os não ditos de sujeitos pertencentes a esta realidade. Segundo Orlandi, o texto em sua dimensão discursiva é carregando por uma espécie de incompletude, ou seja, os enunciados pertencentes nele não tem fim pois se ligam também a acontecimentos e fatos históricos, que por consequência, ligam-se nas vozes que projetam discursos. Canção do Exílio, é uma obra que não é rica apenas Inter textualmente, ela também é intersemiótica pois se liga a acontecimentos que também tornariam os discursos, essa junção de propriedades linguísticas tornam essa obra poderosa dando a ela exatamente o efeito que nos é remetido sempre que lermos. 2
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