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Hipertireoidismo 1 Hipertireoidismo Data de Criação Fonte MEDCURSO 2021 Anatomia Artéria tireoidea superior Ramo da carótida externa Cruza com o nervo laríngeo superior Artéria tireoidea inferior Ramo do tronco tireocervical Cruza com o nervo laríngeo inferior ou laríngeo-recorrente Nervo laríngeo-recorrente Adução e abdução das cordas vocais Lesão: artéria tireoidea inferior @September 30, 2022 Hipertireoidismo 2 Paralisia de cordas vocais (rouquidão) + insuficiência respiratória Nervo laríngeo superior Estiramento das cordas vocais Lesão: artéria tireoidea superior Alteração do timbre da voz Fisiologia Eixo hipotálamo-hipófise-tireoide Hipotálamo libera TRH Hipófise libera TSH TPO (tireoperoxidase) une a TG (tireoglobulina) ao iodo → T3 e T4 T4 por ação da desiodase tipo 1 se torna T3 (ação biológica) Hiperatividade do SNC, do metabolismo e aumento dos receptores Beta adrenérgicos Hipertireoidismo Primário Hipertireoidismo 3 Problema na glândula tireoide Aumento de T4 e redução de TSH (feedback negativo) Principal causa: doença de Graves Hipertireoidismo Secundário Problema hipofisário Aumento de T4 e aumento de TSH Principal causa: adenoma de hipófise (RNM de sela túrcica) Doença de Graves Patogênese Doença autoimune → autoanticorpo TRAb (estimula o receptor de TSH) Hiperativação do SNC, hiperativação do metabolismo, aumento de beta receptores adrenérgicos Clínica Tireotoxicose: insônia, agitação, polifagia, pele quente, sudorese, PA divergente, taquicardia, FA PA divergente: Receptores Beta-1 - coração = aumento da FC e do DC = aumento da PAS Receptores Beta-2 - vasos da periferia = vasodilatação = redução da RVP = redução da PAD Bócio difuso (80 a 90%) Oftalmopatia de Graves (20 a 40%) - infiltrado linfocítico na região periorbitária, depósito de proteoglicanos, inflamação; proptose ocular; sinal de lid lag (atraso no fechamento da pálpebra) Mixedema pré-tibial (5%) Baqueteamento digital (1%) Hipertireoidismo 4 Fácies Basedowniana Mulheres Diagnóstico Clínica + Laboratório + Imagem Clínica: Tireotoxicose + Bócio +/- Oftalmopatia Dúvida = dosar TRAb Positivo: doença de Graves Negativo: outras causas - doença de Plummer, BMT ou tireoidite factícia Laboratório: TSH + T4L +/- T3 TSH suprimido + T4L aumentado = hipertireoidismo clássico TSH suprimido + T4L normal + T3 aumentado = T3toxicose TSH suprimido + T4L normal + T3 normal = hipertireoidismo subclínico Quando tratar? > 65 anos + TSH muito suprimido (< 0,1) Imagem: USG de tireoide Sem nódulos = OK Com nódulo = RAIU / Cintilografia RAIU: normal 5-20% de captação <5% = tireoidite Inflamatória: RAIU < 5% + aumento de provas inflamatórias (VHS) + aumento de tireoglobulina Factícia (ingesta de hormônio exógeno): RAIU < 5% + baixa de provas inflamatórias (VHS) + baixa de tireoglobulina >20% = hipertireoidismo Cintilografia Captação difusa: doença de Graves Hipertireoidismo 5 Captação aumentada em um único ponto: doença de Plummer (adenoma hiperfuncionante) Tratamento: tireoidectomia parcial ou ablação Captação aumentada em vários pontos: bócio multinodular tóxico (BMT) Tratamento: tireoidectomia subtotal ou total Tratamento Medicamentoso Duração do tratamento: 1 a 2 anos Drogas antitireoidianas (DAT): Metimazol (MMZ): inibe TPO Primeira escolha Melhor posologia (1x/dia), mais barato, menos efeitos colaterais Propiltiuracil (PTU): inibe TPO + desiodase tipo 1 Primeira escolha para gestantes no 1º trimestre Tratamento da crise tireotóxica/tempestade tireoidiana Betabloqueadores: Propranolol: bloqueia receptores beta adrenérgicos e desiodase tipo 1 Radioablação Hipertireoidismo 6 Indicações: Insucesso terapêutico Efeitos colaterais ou alergia às drogas antitireoidianas Contraindicações: Gravidez e amamentação Oftalmopatia moderada a grave (em geral piora com a radioablação) Bócio volumoso (> 50 ml) Cirurgia Indicações: Contraindicação à radioablação Opção do paciente Preparo: PTU ou MMZ por 6 semanas (reduzir o risco de crise tireotóxica transoperatória) Lugol (iodo) por 10 dias (reduzir o risco de sangramento intraoperatório) → Efeito Wolff-Chaickoff Tipos de cirurgia: 1) Nodulectomia: não é mais realizada (muito sangramento) Era utilizada para doença de Plummer Hipertireoidismo 7 2) Tireoidectomia parcial: lobectomia + istmectomia Indicação: nódulo unilateral 3) Tireoidectomia total: Menor recorrência, mais complicações 4) Tireoidectomia subtotal: mantém de 1 a 2g da tireoide, bilateral Para evitar lesão nervosa 5) Tireoidectomia quase total: mantém de 1 a 2g da tireoide, contralateral Complicações: Mais temida: hematoma cervical → insuficiência respiratória Mais grave: lesão bilateral do nervo laríngeo-recorrente → insuficiência respiratória Mais comum: hipoparatireoidismo transitório → hipocalcemia (20%) Investigar sinais de hipocalcemia no pós-operatório: sinal de Chvostek e sinal de Trousseau Crise Tireotóxica ou Tempestade Tireoidiana Mortalidade de 30% mesmo com tratamento → falência múltipla de órgãos Paciente com hipertireoidismo prévio + fator precipitante Infecções, cirurgias, trauma, radiodoablação, tratamento inadequado do hiper, amiodarona e tireoidite factícia Clínica: delirium, agitação, psicose, coma, febre alta (41ºC), ICC de alto débito, PA divergente, FA e icterícia Diagnóstico: Tireotoxicose + disfunção orgânica Escala de Burch-Wartosfsky: febre + disfunção SNC + disfunção cardíaca + disfunção gastrointestinal Tratamento: Internação em UTI Hipertireoidismo 8 Tratar o fator precipitante PTU VO em altas doses Lugol (iodo) VO após 1 hora de PTU para induzir efeito Wolff-Chaikoff Propranolol IV Dexametasona IV
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