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Ariane Marcela Oliveiras Ramos – Medicina UniRV 6º Semestre Revisão Atividade Integradora-M1 Hematologia HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA Hemorragia Digestiva Alta (HDA) é definida como sangramento intraluminal decorrente de lesões no sistema digestório proximal ao ligamento de Treitz, podendo acometer esôfago, estômago ou duodeno. Normalmente se expressa como: hematêmese e/ou melena e com menor frequência (5-20%), pode apresentar hematoquezia nos casos de hemorragias súbitas de grande volume. HDA decorrente de úlcera péptica: é a causa mais frequente. Os fatores de risco compreendem a infecção pelo Helicobacter pylori, uso de AINE, estresse fisiológico e condições que cursam com hipersecreção gástrica (Síndrome Zollinger-Ellison). O paciente cursa com dor abdominal superior. Esofagite: a esofagite é uma causa comum de HDA. Pacientes com esofagite erosiva geralmente têm história de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). Outros fatores de risco incluem o uso de medicamentos (AINE, bifosfonatos orais, tetraciclina) e infecções (Candida, vírus do herpes simples). Síndrome de Mallory-Weiss: também chamada de síndrome da laceração gastroesofágica, refere-se ao sangramento proveniente de lacerações das paredes na junção do estômago com o esôfago induzidos por ataques de tosse ou vômito. Mais comuns em pessoas que consomem álcool cronicamente e gestantes. Ariane Marcela Oliveiras Ramos – Medicina UniRV 6º Semestre Revisão Atividade Integradora-M1 Hematologia Síndrome de Boerhaave: é a ruptura espontânea do esôfago, ocorre subitamente e gera grande risco de morte. Em 80% dos casos é precedida por episódios de vômitos intensos. Lesão de Dieulafoy: é um vaso submucoso anômalo dilatado que pode erodir o epitélio de revestimento sobrejacente na ausência de uma úlcera primária. Os episódios de sangramento são frequentemente autolimitados, embora o sangramento possa ser recorrente e profuso. Fístulas aortoentéricas: é uma causa rara de HDA e geralmente, de origem iatrogênica. Deve ser suspeitada em todos os pacientes com HDA maciça ou repetitiva, com história de aneurisma da aorta torácica ou abdominal ou prótese vascular. A taxa de mortalidade, quando não tratada, é de quase 100%. O reparo cirúrgico do aneurisma da aorta e fístula é o tratamento padrão. Pode ser dividida em dois grandes grupos baseados em sua etiologia: HDA varicosa (causada por ruptura de varizes esofagogástricas) HDA decorrente de varizes: ocorre mais comumente nas varizes esofágicas, mas estar relacionada à ruptura de varizes gástricas. Aparece nos pacientes portadores de hipertensão portal de qualquer etiologia, mas 1/3 dos pacientes com cirrose hepática terão hemorragia varicosa. Tratamento Em relação ao tratamento do sangramento varicoso, o mais recomendado é a combinação de farmacoterapia (octreotide, somatostatina), endoscopia (ligadura elástica, escleroterapia) e tamponamento com balão. - Estabilização hemodinâmica - Vasoconstrictores (vasopressores) esplâncnicos - Antibiótico - profilaxia de peritonite bacteriana - Ligadura elástica Profilaxia - Beta bloqueadores não seletivos, diminuição do débito cardíaco e ação direta na circulação esplâncnica causando vasoconstrição - Ligadura elástica: primeira opc ̧ão em cirróticos não aderentes, intolerantes ou com contraindicac ̧ões aos BBNS. Ariane Marcela Oliveiras Ramos – Medicina UniRV 6º Semestre Revisão Atividade Integradora-M1 Hematologia Ariane Marcela Oliveiras Ramos – Medicina UniRV 6º Semestre Revisão Atividade Integradora-M1 Hematologia HDA não varicosa (causada principalmente por úlceras pépticas). HDA decorrente de úlcera péptica: é a causa mais frequente. Os fatores de risco compreendem a infecção pelo Helicobacter pylori, uso de AINE, estresse fisiológico e condições que cursam com hipersecreção gástrica (Síndrome Zollinger-Ellison). O paciente cursa com dor abdominal superior. - úlcera gastroduodenal - 40% dos casos - Mallory-Weiss - Esofagites - Câncer gástrico - 3ª maior causa de HDA - Desbalanço entres os fatores protetores / reparadores e agressores Agressão da mucosa, submucosa e até muscular - 3ª maior causa de HDA - Desbalanço entres os fatores protetores / reparadores e agressores Agressão da mucosa, submucosa e até muscular Tratamento - Estabilização hemodinâmica - EDA - métodos hemostáticos - Dupla terapia → escleroterapia, cauterização, hemoclipe Ariane Marcela Oliveiras Ramos – Medicina UniRV 6º Semestre Revisão Atividade Integradora-M1 Hematologia - IBP dose dobrada - 80 mg (dose de ataque) + 40 mg de 12 em 12 horas - antes mesmo da EDA — Erradicação de H. pylori Ressangramento —> Cirúrgico HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA - Enterorragia - Hematoquezia Ariane Marcela Oliveiras Ramos – Medicina UniRV 6º Semestre Revisão Atividade Integradora-M1 Hematologia Se refere à perda sanguínea originada de um local distal ao ligamento de Treitz (transição duodenojejunal), suspeitada quando os pacientes se queixam de hematoquezia (saída de sangue avermelhado ou coágulos sanguíneos pelo reto). As causas possíveis podem ser agrupadas em algumas categorias: anatômica (DIVERTICULOSE), vascular (angiodisplasia, isquêmica, induzida por radiação), inflamatória (Doença inflamatória intestinal, infecção) e neoplasia. ● Diverticulose: É causa mais comum de hemorragia digestiva baixa, sendo responsável por cerca de 15 a 55% dos casos. A prevalência da doença diverticular aumenta com a idade, sendo de 40 a 60% aos 60 anos. Se caracteriza por uma protusão em forma de saco da parede do cólon, à medida que o divertículo se forma, o vaso penetrante se separa do lúmen intestinal apenas pela mucosa; esses vasos apresentam um adelgaçamento, provavelmente por lesão crônica, o que pode resultar em fraqueza da artéria e predispor à ruptura no lúmen. A maior parte dos casos (75%) ocorrem no lado esquerdo do cólon e, quando presentes no lado direito, geralmente acometem o cólon esquerdo de forma associada. A maior fonte de sangramento está no lado direito, que apresenta divertículos mais longos, predispondo a lesão dos vasos em um comprimento maior. O sangramento geralmente é indolor, porém pode haver desconforto abdominal devido aos espasmos do cólon diante do sangue intraluminal. Na maior parte dos casos o sangramento é autolimitado, porém a taxa de recidiva para aqueles que não se submetem à cirurgia é de cerca de 40%. Fatores de risco para sangramento diverticular: uso de aspirina e AINE, idade avançada, obesidade, sedentarismo, hipertensão, cardiopatia isquêmica, insuficiência renal crônica e hiperlipidemia. Ariane Marcela Oliveiras Ramos – Medicina UniRV 6º Semestre Revisão Atividade Integradora-M1 Hematologia
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