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1 ❖ Hipertensão Porta ................................................................................... Pág 4 ▪ Varizes do esôfago ▪ Ascite ▪ Peritonite Bacteriana Espontânea ▪ Encefalopatia Hepática ▪ Síndrome Hepatorrenal ▪ Insuficiência Hepatocelular ▪ Doença Hepática Gordurosa não alcoólica ▪ Hepatite B Crônica ▪ Hepatite C Crônica ▪ Doença de Wilson ▪ Hemocromatose Hereditária ❖ Síndrome Disfágica ................................................................................ Pág 9 ▪ Disfagia de condução ▪ Divertículos Esofágicos ▪ Acalásia ▪ Megacólon ▪ Anel de Schatzki ▪ Espasmo esofagiano difuso ▪ Esclerodermia ❖ Síndrome Dispéptica ............................................................................. Pág 13 ▪ Doença do Refluxo Gastroesofágico ▪ Esôfago de Barret ▪ Úlcera péptica ▪ Neoplasia Endócrina múltipla ▪ Síndrome de Zollinger-Ellison ❖ Hemorragia Digestiva ........................................................................... Pág 16 ▪ Hemorragia Digestiva Alta: Úlcera Péptica, Varizes esofágicas, Laceração de Mallory-Weiss ▪ Hemorragia Digestiva Baixa: Doença Diverticular, Angiodisplasia, Hemorroidas, Fissura anal, Fístula anal, Abscesso anorretal ❖ Dor Abdominal ...................................................................................... Pág 19 ▪ Abdome agudo ▪ Porfiria ▪ Saturnismo ▪ Febre tifoide ▪ Apendicite aguda ▪ Doença diverticular do cólon ▪ Diverticulite aguda ▪ Doença vascular intestinal ▪ Pancreatite aguda CIRURGIA 2 ❖ Obstrução Intestinal ............................................................................. Pág 25 ▪ Obstrução Intestinal Mecânica ▪ Íleo biliar ▪ Intussuscepção intestinal ▪ Obstrução Intestinal funcional ▪ Doença de Hirchsprung ❖ Hérnias da parede abdominal ........................................................... Pág 28 ▪ Hérnia inguinal ▪ Hernia femoral ▪ Hernia umbilical ▪ Hernias especiais ❖ Oncologia ............................................................................................ Pág 30 ▪ Câncer de Pulmão ▪ Câncer de Tireoide ▪ Câncer de Próstata ▪ Câncer de Bexiga ▪ Câncer de Esôfago ▪ Câncer de Estomago ▪ Câncer Colorretal ▪ Câncer de Pâncreas ▪ Tumores Hepáticos ❖ Traumas ................................................................................................ Pág 37 ▪ Atendimento inicial ▪ Trauma de tórax ▪ Trauma de abdome ▪ Trauma cranioencefálico ▪ Trauma hepático ▪ Trauma duodenal ▪ Trauma renal ▪ Trauma vesical ▪ Trauma ureteral ▪ Trauma cervical ▪ Trauma de face ▪ Trauma raquimedular ❖ Dor lombar ........................................................................................... Pág 48 ▪ Musculoesquelética: Osteoartrose, Lombalgia Idiopática, Hérnia de disco, Espondilite Anquilosante ▪ Doenças Neoplásicas: Mieloma Múltiplo ▪ Doenças dos rins e vias urinarias: Nefrolitíase 3 ❖ Perioperatório ..................................................................................... Pág 51 ▪ Preparo pré-operatório ▪ Intraoperatório ▪ Anestesia ▪ Hipertermia maligna ▪ Pós operatório ▪ Complicações da ferida operatória ▪ Febre no contexto operatório ❖ Queimaduras ....................................................................................... Pág 55 ❖ Mordeduras .......................................................................................... Pág 57 ▪ Cuidados com a ferida ▪ Raiva ▪ Tétano ❖ Doenças Periarticulares ....................................................................... Pág 58 ▪ Dor no ombro ▪ Dor no cotovelo ▪ Tenossinovite de dequervain ▪ Joelho ❖ Especialidades Cirúrgicas .................................................................... Pág 60 ▪ Proctologia ▪ Cirurgia Bariátrica ▪ Cirurgia Vascular ▪ Cirurgia de Cabeça e Pescoço ▪ Cirurgia Pediátrica ▪ Sarcoma de partes moles ❖ Ortopedia .......................................................................................... Pág 70 ▪ Traumato-ortopedia ▪ Osteomielite ▪ Tumores ósseos primários ▪ Ortopedia pediátrica 4 >> SISTEMA PORTA HEPÁTICO - Vascularização “normal”: artéria – capilar – vênula – veia - Sistema porta: artéria – capilares – veia – capilares – veia >> CONCEITO: Uma veia entre 2 redes capilares - Sistema porta-hepático: Veia Mesentérica Superior + Veia esplênica – veia porta – capilares – veia hepática HIPERTENSÃO PORTA = pressão > 5 mmHg A dificuldade da passagem de sangue >> ↑ pressão Características da Veia porta: Altura da L2, atrás do colo pancreático, 6-8cm de comprimento, 1cm de diâmetro. OBS: todo sangue do tubo digestivo passa pela veia porta >> CLÍNICA Esplenomegalia Varizes: Esôfago, Fundo gástrico, Anorretal, Abdominal Encefalopatia Ascite >> CLASSIFICAÇÃO • PRÉ-HEPÁTICA mais varizes • INTRA-HEPÁTICA menos ascite PRÉ-SINUSOIDAL SINUSOIDAL PÓS-SINUSOIDAL menos varizes • PÓS-HEPÁTICA mais ascite >> CAUSAS PRÉ-HEPÁTICA → Trombose da veia porta - O paciente tem que estar passando por um relato de Hipercoagulabilidade Conduta: abordagem das varizes +/- anticoagulação → Trombose de Veia Esplênica - Hipertensão Porta “Segmentar” Varizes de fundo gástrico isoladas História de pancreatite crônica Conduta: Esplenectomia INTRA-HEPÁTICA o PRÉ-SINUSOIDAL → Esquistossomose o SINUSOIDAL → Cirrose o PÓS-SINUSOIDAL → Doença veno-oclusiva (Chá da Jamaica) PÓS-HEPÁTICA o Buddi-Chiari → Trombose da Veia Hepática o Obstrução de VCI → Trombose, Neoplasia o Doenças cardíacas → P. Constrictiva, I. Tricúspide OBS: Obstrução → o sinusoide funciona como uma “válvula de escape”, de modo que o aumento da pressão leva ao gotejamento de líquido para a cavidade (ascite). >> Diagnóstico de trombose de veia porta: - USG de abdome com doppler - Fluxo hepatofugal (que sai do fígado). Hepatopetal (vai em direção ao fígado). - Degeneração cavernomatosa >> Síndrome de Cruveilhier-Baungarten: presença de sopro e frêmito periumbilical em virtude da recanalização da veia umbilical (ligamento falciforme). Sinal de hipertensão porta! Consequências: varizes esofagogástricas, esplenomegalia, varizes anorretais, ascite, cabeça de medusa, encefalopatia hepática VARIZES DO ESÔFAGO A formação: Se PRESSÃO > 10 mmHg: → VARIZES Formada através da V. gástrica esquerda Se PRESSÃO > 12 mmHg → Risco de RUPTURA dessas varizes >> ABORDAGEM → Profilaxia 1ª → Evita romper / sangrar - SITUAÇÃO 1: NUNCA SANGROU ▪ Clínica ou Risco de HP (CIRROSE)? ALTO RISCO = Rastreio com EDA Beta-Bloqueador Propranolol 20 mg, 12/12 hs OU Nadolol 20 mg/dia; ou Carvedilol OU Ligadura elástica 1-2 sem até obliteração do vaso. Em seguida, vigilância EDA 1-3 meses depois, e consecutivamente a cada 6 meses ▪ Tem varizes? Profilaxia primária o Calibre médio e grande o Child B e C o Cherry-red spots (pontos avermelhados) – “Sinal da cor vermelha” Β-Bloqueador OU Ligadura Elástica (LEV) - SITUAÇÃO 2: SANGRAMENTO • Estabilização Hemodinâmica do paciente Reposição volêmica • Investigação e tratamento agudo SEMPRE ➔ Se continuar o SANGRAMENTO: o BALÃO: Sengstaken-Blakemore (3 vias) → máximo por 24 horas – medida paliativa / temporária o Pode gerar lesão, necrose da parede do esôfago o TIPS (Shunt Portossistêmico Intra-hepático Transjugular) - provisório: - VANTAGENS: controla sangramento e ascite e permite transplante - DESVANTAGENS: encefalopatia, estenose e disponibilidade o CIRURGIA: URGÊNCIA – SHUNT NÃO SELETIVO Porto-Cava / Término-Lateral mortalidade Porto-Cava/ Latero-Lateralaltíssima OBS: TIPS é contraindicado em pacientes com insuficiência cardíaca Octreotide: bolus de 50 ug + manutenção de 50 ug/hr Somatostatina: 250 ug + infusão continua 250 ug Terlipressina: 2 mg c 4 hs até parar o sangramento o ENDOSCOPIA (dx e tto): Escleroterapia/ Ligadura Elástica o DROGAS: Somatostatina/ Octreotide/ Terlipressina HIPERTENSÃO PORTA 5 >> PREVENÇÃO DE COMPLICAÇÕES ▪ Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE): Ceftriaxona 1g/dia, IV, sendo substituída após melhora por Norfloxacina 400 mg, 12/12 hs, quando o sangramento estiver controlado e o px tolerar VO. TOTAL: Por 7 dias ▪ Ressangramento: Profilaxia SECUNDÁRIA Ressangramento? Tentar medicamento + Ligadura Elástica de novo → tem que dar outra chance... Se não der certo → Balão de Sengstaken- Blakemore → até 400 ml o Β-bloqueador E Ligadura Elástica o TIPS/ Transplante o CIRURGIA: SHUNT SELETIVO ou DESCONEXÃO - Esplenorrenal distal (Cx de Warren) - Desconexão Ázigo-Portal (é boa para quem tem esquistossomose) Desconexão A-P → realiza-se ligadura da veia gástrica esq, desconectando a veia porta da ázigos, além de desvascularizacão da grande curvatura do estomago, do esôfago distal e esplenectomia O TTO + efetivo para p sangramento é a TERAPIA COMBINADA → endoscópica + farmacológica ASCITE Todo paciente com ascite deve ser submetido a paracentese diagnóstica. ➢ CAUSA Hipertensão portal x Doenças do Peritôneo ➢ EXAME FÍSICO o Piparote o Macicez móvel de decúbito (principal método semiológico) o Semicírculos de Skoda o Sinal da poça (+ sensível) o Toque retal (+ sensível) ➢ DIAGNÓSTICO o USG: exame de escolha – 100 ml ➢ AVALIAÇÃO DO LÍQUIDO ASCÍTICO SOLICITAR: - Celularidade total e específica - Proteínas totais e albumina - Cultura gram - Amilase - LDH - Citologia - Glicose ➢ PARACENTESE DIAGNÓSTICA: o Diferenciar TRANSUDATO x EXSUDATO Hip. Porta Dç Peritônio - Gradiente de Albumina Soro-Ascite (GASA) Albumina SORO - Albumina ASCITE GASA > 1,1 Transudato Hipertensão porta Cirrose, ICC, Budd-Chiari Gasa < 1,1 Exsudato Doenças do peritônio Neoplasias, TB, pâncreas Alteração da permeabilidade vascular: há um evento inicial perpetuado pelo sistema renina-angiotensina- aldosterona. Há muito líquido extra vascular e o intra está com pouco líquido, ativando o SRAA. ➢ TRATAMENTO - Repouso no leito: queda na retenção de hormônios retentores hidrossalinos - RESTRIÇÃO DE SÓDIO: 2 gr/dia - Restrição Hídrica SE o paciente tem HIPOnatremia dilucional → Se a restrição não adiantar: Pesar o paciente e solicitar Na urinário diariamente para monitorizar OBJETIVO: ↓ 0,5 kg/dia ou ↓ 1 kg/dia com edema - DIURÉTICOS: * Espironolactona – 100-400 mg/dia * Furosemida – 40-160 mg/dia >> ASCITE REFRATÁRIA: Falência do tratamento / Recorrência precoce • Paracentese terapêutica seriadas Pode retirar o volume que quiser, não existe volume máximo CUIDADO!!! PARECENTESE DE GRANDE VOLUME (> 5L) → é obrigado a repor 6-10g de albumina por L retirado • TIPS • Transplante COMPLICAÇÕES ➔ PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA Ocorre na ausência de abscesso intra-abdominal ou rotura de víscera oca (90%) Translocação monobacteriana – E. coli, Klebsiella pneumoniae, Streptococcus pn. >> FISIOPATOLOGIA Má perfusão intestinal >> Translocação bacteriana >> Infecção do líquido ascítico >> MICROBIOLOGIA Monobacteriana (Gram negativo – entéricos) - E. coli (70%) - Klebsiella pneumoniae >> CLÍNICA Febre, dor abdominal, encefalopatia hepática >> DIAGNÓSTICO PMN > 250/mm3 + cultura (+) Se cult (+) sem PMN aumentados = Bacterascite → Não TRATA - Se PMN aumentada e cult (-) = Ascite neutrofílica → TRATA ASCITE DA CIRROSE + comum GASA alto Citometria e bioquímica normais (ptn < 2,5) ASCITE NEOPLÁSICA 2ª + comum GASA baixo Citologia oncótica (+), proteína e LDH ↑ ASCITE CARDÍACA GASA alto Citometria e bioq. Normais (ptn > 2,5) ASCITE TUBERCULOSA GASA baixo Mononucleares (> 500) ADA alta Laparoscopia (~100% sensibilidade) 6 Ascite Neutrofílica > 250/mm3 Cultura (-) Bacterascite < 250 mm3 Cultura + >> TRATAMENTO Cefa de 3ª (cefotaxima) por 5 dias - Cefotaxima, 2 gr, IV cada 8 horas x 5 dias >> PROFILAXIA PRIMÁRIA → AGUDA: sangramento por varizes - Ceftriaxona / norfloxacina por 7 dias → CRÔNICA: ptn ascite < 1,5 g/dl - Norfloxacina SECUNDÁRIA → APÓS PBE → PARA TODOS - Norfloxacina, 400 mg, 1 x/dia por toda vida >> PROFILAXIA PARA Sd Hepatorrenal: - Após PBE → sempre indicar: > albumina (1ºd: 1,5g/kg; 3ºd: 1g/kg) >> DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL * Ascite neutrofílica: > 250 mm3 / cultura negativa - Tratamento = PBE * Bacterascite: < 250 mm3/ cultura positiva - Tratamento: SINTOMÁTICO: ATB ASSINTOMÁTICO: nova paracenteses * Peritonite bacteriana secundária: - Líquido ascítico c/ ≥ 2: Proteína > 1g/dl Glicose < 50 mg/dl LDH elevada - Associar metronidazol + avaliar cirurgia ➔ ENCEFALOPATIA HEPÁTICA ↑ Amônia (NH3) - CAUSAS: o Insuficiência hepatocelular o Hipertensão porta - DIAGNÓSTICO: o CLÍNICO: flapping (tremor no pulso quando estendido/ tbn chamado de asterixis), letargia, sonolência… o TRATAMENTO: Evitar fatores precipitantes! ✓ Dieta: evitar restrição proteica ✓ Lactulose: Laxativo, pH ácido (NH3 → NH4 +) ✓ ATB: Neomicina, metronidazol, rifaximina ✓ Transplante: DEFINITIVO! LACTULOSE: 30-120 ml/dia, dividido em 4 tomadas, até atingir 2-3 evacuações de fezes amolecidas. RIFAXIMINA: 550 mg, VO, 12/12 hs SULFATO DE NEOMICINA: 500 mg – 1 gr, VO, 8/8 hs → Ef Adv: OTOTÓXICO e NEFROTÓXICO METRONIDAZOL: 250 mg, VO, 2-4 x/dia → Ef Adv: neuropatia periférica BCAA Atenção: Diferenciar da Síndrome de Wernick, paciente etilista crônico apresentando: - Ataxia - Confusão mental - Oftalmoplegia (nistagmo) - Nesses casos, conduta = REPOR TIAMINA (VIT B1) ➔ SÍNDROME HEPATORRENAL Doença hepática grave → vasodilatação periférica >> vasoconstrição >> sem hipovolemia/ lesão renal/ obstrução Falência hepática → IRA NO → Vasodilatação → Vasoconstricção renal DIAGNÓSTICO: • IRA “pré-renal”, que não melhora com volume • Urina concentrada e ↓ Na CLASSIFICAÇÃO ▪ TIPO 1: Rápida progressão (< 2 sem) – mortalidade altíssima - Precipitada por PBE; Cr > 2,5 mg/dl ▪ TIPO 2: Insidiosa, melhor prognóstico - Espontânea; Cr 1,5 – 2,0 mg/d TRATAMENTO: Evitar descompensação! ▪ Transplante hepático ▪ Albumina + Terlipressina INSUFICIÊNCIA HEPATOCELULAR Caso clínico: Síndrome ictérica: pele amarelada, ↑BD, Fadiga, eritema palmar, ↑TAP, ↓albumina, anemia, plaquetopenia, USG com alteração hepática Síndrome de insuficiência hepática Arquitetura hepática: os hepatócitos estão organizados em muros que formam estruturas poligonas; no meio temos a veia centrolobular, e, nos vértices, os espaços- porta. Cirrose: não é sinônimo de fibrose. Quando as traves fibróticas surgem, elas acabam isolando os hepatócitos em nódulos de regeneração (deixam de ser funcionais). Cirrose tem fibrose. CIRROSE = FIBROSE + NÓDULOS DE REGENERAÇÃO O desarranjo estrutural é mais importante do que a perda de células parenquimatosas. >> Funções hepáticas: → Metabolismo da bilirrubina (conjugação e excreção) >> icterícia (↑ BD) → Eliminação de toxinas >> encefalopatia, alterações hemodinâmicas (cirrótico é vasodilatador) → Síntese de proteínas >> ↓ albumina, ↑TAP → Metabolismo intermediário/ hormonal >> ↑ glicemia, ↓ testosterona, ↑ estrogênio >> rarefação de pelos, ginecomastia AGUDA (“Fulminante”): icterícia, encefalopatia, hemorragia CRÔNICA: “estigmas hepáticos” CIRROSE HEPÁTICA Fibrose + Nódulos de regeneraçãoCom a agressão tem as perdas das microvilosidades - Células estreladas → a culpada pela cirrose >> QUADRO CLÍNICO ▪ Hiperestrogenismo + Hipoandrogenismo ▪ Eritema palmar ▪ Telangiectasia ▪ Ginecomastia ▪ Rarefação de pelos ▪ Baqueteamento digital ▪ Contratura de Dupuytren (álcool) → fibrodisplasia da fáscia palmar com espessamento, formação de nódulos e cordas que levam à deformidade em PRECIPITADA POR: Hemorragia, constipação, PBE, alcalose (hipoK+, diuréticos) 7 flexão dos dedos. Inicia na maioria dos casos, 4º e 5º quirodáctilos. ▪ Tumefação de parótidas (álcool) >> ESTADIAMENTO – Critério para avaliar Gravidade do paciente ➔ CHILD-PUGH 1 pt 2 pt 3 pt Bilirrubina < 2 2-3 > 3 Encefalopatia - Grau I-II Grau III Albumina > 3,5 3,5-3 < 3 TAP (paciente- controle) < 4 s 4-6 s > 6 s Ascite - Leve (USG) Mod-grave - Escore MELD → estabelece prioridade na fila de transplante Bilirrubina INR Creatinina >> CAUSAS 1. VÍRUS - Vírus B → Interferon (HBeAg+), Tenofovir, Entecavir - Vírus C → Confirmar HCV-RNA, Depende do genótipo 2. TÓXICA - Álcool - Não alcoólica 3. AUTOIMUNE - Hepatite - Colangite DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA Resistência à insulina ... ↑ Triglicerídeos Esteatose → Esteato-Hepatite (NASH) → CIRROSE Apenas 25% dos pxs fazem hepatite 10-50% evolui p cirrose: > 45 anos, DM, obeso HEPATITE ALCOÓLICA NÃO ALCOÓLICA LABORATÓRIO AST > ALT ALT > AST HISTÓRIA > 20-40 g/dia etanol Febre/ dor abdominal Icterícia Sd metabólica (DM, obesidade, dislipidemia) Assintomática TRATAMENTO Abstinência/ Corticoide Perda de peso/ Glitazona/ Vitamina E PADRÃO-OURO: biópsia hepática HEPATITE B CRÔNICA HBsAg (+) > 6 meses Cronificação: Adultos: 1-5% / Crianças: 20-30% / RN: 90% CIRROSE (20-50%) / CÂNCER (10%) Portador INATIVO TRATAMENTO: Indicações... Manifestação hepática ... - Lesão ativa: HBeAg (ou HBV-DNA > 2.000 UI/ ml) + ALT > 2x - Atividade fibroinflamatória: biópsia ou elastografia - Cirrose Manifestação extra-hepática... - GN membranosa, PAN... História - Coinfecção HIV, HCV - Imunossupressão ou quimioterapia - Hist. Familiar de hepatocarcinoma OPÇÕES TRATAMENTO: - ALFAPEG-IFN (Via SC, 48 sem) Não pode: Hepatopatia grave Gestante Citopenias - TENOFOVIR (VO, tempo indefinido) Não pode: Doença renal, cirróticos Tem efeito NEFROTÓXICO - ENTECAVIR (VO, tempo indefinido) OBJETIVOS: HbsAg (-) / anti-HBeAg (+) HEPATITE C CRÔNICA HCV-RNA (+) > 6 meses Cronificação: 80-90% - CIRROSE (20-30%) / CÂNCER (5-10%) - CURSO VARIÁVEL TRATAMENTO: TODOS!!! - Depende do genótipo: 1a, 1b, 2, 3, 4, 5, 6 - Diversos antivirais disponíveis... REGRA 1: para todos os genótipos... SOFOSBUVIR + DACLATASVIR REGRA 2: Tratamento = 12 sem, exceto... Cirrose CHILD B ou C = 24 semanas OBJETIVO: HCV – RNA (-) ... Resposta virológica sustentada HEPATITE B HEPATITE C Cronificação RN > Criança > adulto 80-90% Extra- hepática PAN/ GN membranosa Crioglob. / GN mesangiocapilar Tratamento Alguns ... PEG-IFN/ TDF/ Entecavir Todos!! Sofosbuvir, daclatasvir... DOENÇA DE WILSON >> DEFINIÇÃO Mutação na ATP7B ↓ Excreção biliar ... ↑ COBRE A Ceruloplasmina distribui o cobre → ATP7B → responsável pela conversão de apoceruloplasmina em ceruloplasmina >> EPIDEMIOLOGIA Jovem (5-30a) e rara (1:30.000) >> CLÍNICA Fígado e SNC: - Hepatite aguda e crônica - Alter. do movimento e personalidade - Anéis de Kayser-Fleisher (KF) Outros: Hemólise/ Tubulopatia >> DIAGNÓSTICO - Triagem: ↓ Ceruloplasmina - Confirma: Anéis KF / ↑ Cobre Ur / Genética - Dúvida: Biópsia hepática 5-6 pts: Grau A (...): Grau B ≥ 10 pts: Grau C HBeAg (+) Sem resposta ao IFN HBeAg (-) HIV Hepatopatia grave ou Doença renal Imunossupressão / Qt Sofosbuvir Daclatasvir Ledipasvir Elbasvir Grazoprevir Glecaprevir Lesão do SNC (98%) = Anéis de KF!!! 8 >> TRATAMENTO - Quelante (tridentina, D-penicilamina) - Transplante hepático HEMOCROMATOSE HEREDITÁRIA >> DEFINIÇÃO Mutação no gene HFE... ↑ Absorção do FERRO Mutação C282Y “pele enferrujada” Transfusão cronica de ferro (adquirida) >> EPIDEMIOLOGIA Caucasiano (40-50a), comum (1:250!!!) >> CLÍNICA 6 Hs da hemocromatose - Hepatomegalia - Heart (coração) - Hiperglicemia - Hiperpigmentação (diabetes bronzeado) - Hipogonadismo - ‘Hartrite’ >> DIAGNÓSTICO Triagem: ↑ Ferritina e Sat. Transferrina Confirma: Genética Dúvida: Biópsia hepática / RM >> TRATAMENTO Flebotomias seriadas Transplante hepático Suspeita DX: homens ou mulheres, em qualquer idade na vida adulta, quando estiverem presentes Astenia crônica imotivada e/ou Artralgia e/ou Aminotransferases elevadas sem motivo aparente. 1. Checar alterações no metabolismo do ferro (ferro sérico, índice de saturação de transferrina – IST, ferritina) 2. Teste genético para as mutações (C282Y / H63D) 9 O esôfago é como se fosse um tubo de músculo que se inicia no esfíncter esofagiano superior (EES) e termina no esfíncter esofágico inferior (EEI); sua função é levar o alimento da boca até o estômago (peristalse). O 1/3 superior do esôfago é composto de músculo esquelético – quem controla esse tipo de musculatura é o próprio indivíduo. Já nos 2/3 inferiores temos musculatura lisa, a qual é controlada de forma involuntária, através de plexos nervosos. 2/3 distais musculo liso → Plexo mientérico (Auerbach e Meissner). DISFAGIA DISFAGIA: dificuldade de engolir alimentos Pode ser de transferência ou condução - Disfagia de Transferência: o px tem dificuldade de iniciar a deglutição, a pessoa engasga→ O problema está no musculo esquelético • Doenças musculares • Doenças neurológicas - Disfagia de Condução: consegue transferir o alimento da boca p esôfago, o problema é que quando o alimento entra no esôfago ele entala • Obstrução mecânica • Distúrbio motor Importante p prova: a disfagia de transferência faz parte do caso clínico – geralmente temos um paciente com alguma síndrome neurológica grave e o ‘engasgo’ é apenas uma das manifestações. Já no caso da disfagia de condução, o “entalo” é o principal sintoma do caso clínico! DISFAGIA DE CONDUÇÃO ▪ CLÍNICA → ENTALO DISFAGIA + REGURGITAÇÃO + PERDA DE PESO ▪ ABORDAGEM INICIAL ✓ EsofagoGRAFIA baritada → da um copo de contraste para o px e depois faz a radiografia de tórax ✓ Esofagomanometria → MELHOR exame p avaliar motilidade do esôfago ▪ CAUSAS: ✓ Obstrução mecânica: - Divertículos → ZENKER - Anel de Schatzki - Tumores, Estenose péptica ✓ Distúrbio motor: - Acalásia → PRINCIPAL - Espasmo esofagiano difuso - Esclerodermia DIVERTÍCULO DE ZENKER Aumento da pressão do EES (hipertonia do esfíncter esofagiano superior – Músculo Cricofaríngeo) >> a princípio, como se trata de uma musculatura esquelética, voluntária, basta fazer uma deglutição com mais força (deglutição ruidosa), que o alimento consegue passar através do esfíncter >> após muito tempo contraindo aquela musculatura com mais intensidade ... expulsão da mucosa e submucosa por entre as fibras >> divertículo (por pulsão) – divertículo falso >> A ORIGEM Entre as fibras do músculo tireofaríngeo (fibras oblíquas) e as fibras do músculo cricofaríngeo (fibras circulares) >> área triangular de maior fragilidade (triângulo de Killian) – é por essa área que ocorre herniação da mucosa e da submucosa (divertículo falso – porpulsão) >> acúmulo de alimentos no interior da bolsa >> em determinado momento, essa ‘bolsa’ acaba exercendo uma pressão extrínseca sobre o esôfago. O alimento fica na bolsa (halitose), come e entala, pode levar a obstrução. >> CLÍNICA - Idoso, 7ª década de vida - + comum do lado esquerdo - Disfagia - Halitose, Regurgitação - Massa Palpável (consegue aliviar com a mão comprimindo essa massa) - Emagrecimento Se houver rompimento dessa bolsa (ex.: por passagem de sonda) >> alimentos + bactérias caem na cavidade torácica >> quadro grave de mediastinite. Evitar EDA → também pode perfurar a bolsa e levar a mediastinite. DIAGNÓSTICO - EsofagoGRAFIA baritada → PADRÃO OURO >> TRATAMENTO - < 2 cm → MIOTOMIA - ≥ 2 cm → MIOTOMIA + PEXIA (até 5 cm) OU ECTOMIA Pexia: Fixação / Ectomia: Retirar - ≥ 3 cm → EDA (MIOTOMIA + DIVERTICULOTOMIA) Outros Divertículos Esofágicos: >> DIVERTÍCULO MÉDIO-ESOFÁGICO - Por tração → Verdadeiros, mais à direita - Linfonodos inflamatórios >> DIVERTÍCULO EPIFRÊNICO - Por pulsão → Falsos - Distúrbios motores >> DIAGNÓSTICO Esofagografia baritada → imagem em adição >> TRATAMENTO Sintomáticos ACALÁSIA Destruição dos plexos mientéricos → P. de Meissner e P. de Auerbach Acalasia primária = Ac. Idiopática → Destruição apenas do Plexo de Auerbach Acalasia secundária = Doença de Chagas (esofagopatia) → Destruição dos plexos de auerbach e Meissner. Não relaxamento do esfíncter esofagiano inferior, a pressão desse esfíncter vai estar aumentada... SÍNDROME DISFÁGICA 10 É uma doença que vai acontecendo, então tem um quadro clinico de disfagia de 5-10 anos... ▪ Hipertonia do EEI (p > 35 mmHg) ▪ Perda do relaxamento fisiológico do EEI ▪ Peristalse Anormal >> CLÍNICA - Disfagia - Regurgitação de alimento não digerido - Perda de peso DIAGNÓSTICO - EsofagoGRAFIA baritada → afilamento do contraste → Bico de pássaro, sinal da chama de vela - EDA → não é boa para dar Dx de acalasia, mas sempre é feita para afastar a possibilidade de Ca de esôfago (clinica semelhante) - EsofagoMANOMETRIA → PADRÃO OURO Mostra ausência do relaxamento, hipertonia, peristalse anormal >> TRATAMENTO De acordo com a evolução: - MASCARENHAS: Grau I Até 4 cm TTO CONSERVADOR Nitrato, Ant. Ca, Sildenafil/ Toxina Botulínica Grau II 4-7 cm Dilatação pneumática por balão Grau III 7-10 cm Cardiomiotomia a Heller + Fundoplicatura (p evitar refluxo) Grau IV > 10 cm Esofagectomia: dolicomegaesôfago - Fator de risco para Ca escamoso de esôfago MEGACÓLON A doença de chagas é a principal causa de megaesôfago no Brasil. >> CLÍNICA Disfagia lentamente progressiva com perda de peso, tosse, engasgos e necessidade de ingerir líquidos para “descer o alimento”. >> DIAGNÓSTICO A investigação do megaesôfago inclui a manometria, com achado clínico de hipertonia do EEI com déficit de relaxamento. O esofagograma pode mostrar dilatação do esôfago. A EDA sempre deve ser realizada para descartar neoplasia. Melhor exame = Esofagograma com bário >> TRATAMENTO Depende do grau da doença... → Megaesôfago não avançado (geralmente grau 1 – até 4 cm / Grau 2 – 4 a 7 cm / grau 3 – de 7 a 10 cm), quando as pressões no corpo do esôfago são normais com boa peristalse, podem ser submetidos a Cirurgia de Heller com Cardiomiotomia e uma válvula antirrefluxo. → Megaesôfago avançado (Grau 4 > 10 cm), quando a pressão do corpo do esôfago está alterada, sem ondas peristálticas efetivas, a cirurgia de Heller não deve ser feita, nesse caso existem várias opções, entre elas a Esofagectomia. ANEL DE SCHATZKI Estreitamento laminar do corpo do esôfago Do anel para cima: mucosa esofágica Do anel para baixo: mucosa gástrica (metaplasia) Junção esofagogástrica em região torácica >> CLÍNICA - Disfagia de condução/ intermitente: grandes pedaços de alimentos →Sd Steakhouse → Afagia episódica >> DIAGNÓSTICO - EsofagoGRAFIA baritada >> TRATAMENTO - Dilatação endoscópica ESPASMO ESOFAGIANO DIFUSO Contrações simultâneas do corpo do esôfago. Distúrbio neurogênico generalizado da motilidade esofágica, no qual o peristaltismo normal é substituído de forma intermitente por intensas contrações não- propulsivas. >> CLÍNICA - Disfagia - Cólica esofágica (precordialgia – dor no peito) → Dx diferencial com IAM Espasmo esofagiano difuso: + comum em mulheres com distúrbios psicossomáticos associados – ansiedade, depressão >> DIAGNÓSTICO - EsofagoGRAFIA baritada – Esôfago em saca-rolhas/ “Contas de rosário” - EsofagoMANOMETRIA – PADRÃO OURO Contrações simultâneas do corpo do esôfago desse paciente Faz esses dois exames como teste de provocação... >> TRATAMENTO - Nitratos, Antagonistas de Cálcio - Miotomia longitudinal → para casos refratários ANEIS E MEMBRANAS Definição: são áreas de estreitamento circunferencial da luz do esôfago. Ocorrem em até 10% da população, sendo comumente assintomáticos. Anéis: envolvem toda a circunferência do esôfago e predominam na sua porção distal Membranas: ocluem apenas parte da circunferência e costumam ser mais proximais – geralmente estão associadas a condições sistêmicas (doença do enxerto vs hospedeiro, anemia ferropriva, buloses) • Síndrome de Plummer-Vinson ou Peterson-Kelly: presença de anel hipofaríngeo associado à anemia ferropriva – mais alto • Anel de Schatzki: malformação do esôfago terminal, geralmente na junção escamo-colunar (transição esôfago- estômago) – mais baixo. É mais comum em pacientes >40 anos e trata-se de uma das principais causas de disfagia intermitente para sólidos. A história de entalo súbito com um pedaço de carne é tão característica que é chamada de síndrome do ‘steakhouse’. 11 - TTO endoscópico: injeção intramural de toxina botulínica → tentando em casos refratários ou intolerantes ao TTO clinico ESCLERODERMIA Caso clínico: Duas coisas vêm incomodando bastante D. Raimunda. A primeira e mais antiga é uma dor que, sem mais nem menos, surge nos dedos de ambas as mãos. Quando o quadro se instala, os dedos ficam meio azulados, frios, dormentes e doloridos por vários minutos, mas D. Raimunda, já acostumada, pressente o retorno à normalidade, anunciado por um estranho formigamento nas mãos. O dedo anular da mão D já apresenta uma pequena ulceração cicatrizada. A outra queixa desta senhora é mais recente e diz respeito a uma certa dificuldade para ingerir suas refeições. Tanto faz o tipo de comida; até para beber líquidos está tendo dificuldade. Se D. Raimunda força a alimentação, engasga na hora e começa a tossir. Uma EDA recentemente realizada, não revelou nenhuma anormalidade significativa, exceto por uma discreta esofagite de refluxo. D. Raimunda até estranhou, pois, há muitos anos, ela sente uma dor retroesternal em queimação. Geralmente no período pós-prandial, que jurava ser ‘gastrite’. Ultimamente, D. Raimunda tem ficado muito em casa, num desânimo total. Abatida, mal consegue se locomover em sua própria casa. Ao exame físico, apresenta telangiectasias em tronco, além de enrijecimento da pele dos dedos das mãos, que se encontra tensa e brilhante, com a pequena ulceração cicatrizada já citada. O restante do exame é normal. Qual a hipótese diagnóstica? Síndrome de superposição (overlap): esclerodermia + polimiosite. (Fenômeno de raynaud + sinais sistêmicos = pensar em esclerodermia) Como você confirmaria sua hipótese? Sorologia autoimune: FAN, anti-Sclr70, anticentrômero/ anti-jo1, anti-M2, antiSRP Enzimas musculares: TGO, CPK, LDH e aldolase. Qual seria o Tratamento a paciente? TTO: Corticoide + prevenção de broncoaspiração12 Basta a presença de 1 das três manifestações abaixo: DOR/ QUEIMAÇÃO EPIGÁSTRICA PLENITUDE PÓS-PRANDIAL SACIEDADE PRECOCE Dor epigástrica ≥ 1 mês >> CAUSAS Refluxo Úlcera péptica Câncer Doença biliar Dispepsia funcional (não há causa orgânica – é sempre um diagnóstico de exclusão) OBSERVAÇÃO 1: Risco de Câncer: > 40 anos*; sinal de alarme (↓ peso, anemia, disfagia, odinofagia). OBSERVAÇÃO 2: Refluxo (DRGE): não é dispepsia, mas confunde (abordagem própria). >> Quando iremos indicar a EDA na 1ª consulta em um paciente com Síndrome Dispéptica? 1. Idade > 40-45 anos 2. Presença de Sinais de Alarme: emagrecimento, anemia, disfagia, odinofagia (dor durante a deglutição) 3. Refratariedade > 40 anos OU alarme < 40 anos E sem alarme Endoscopia (EDA) + → Dispepsia Orgânica (Úlcera Péptica, Câncer) - → Dispepsia Funcional Testa e trata H. pylori Sem Resposta → IBP Sem resposta → Tricíclico Sem resposta → Procinético – Bromoprida, Metroclopramida DOENÇA DO REFLUXO GASTROESOFÁGICO >> CONCEITO: Clínica ou endoscopia... Refluxo intenso ou insuficiente Retorno de um conteúdo gástrico (ácido) na direção do esôfago. A ocorrência de um fenômeno de refluxo não é necessariamente patológico. Existe uma entidade chamada de refluxo fisiológico (todos já tiveram e podem voltar a apresentar algum episódio ao longo da vida). Existe outra entidade, porém, que configura a doença do refluxo gastroesofágico. O que caracteriza a doença em si é um refluxo insistente, persistente, que gera um incômodo/ sintoma para o paciente. >> FISIOPATOLOGIA PERDA DE MECANISMO ANTIRREFLUXO: - Esfíncter esofagiano inferior - Junção esofagogástrica >> QUADRO CLÍNICO 1. Esofagiano → SINTOMAS TÍPICOS Queimação ascendente, retroesternal → Pirose e regurgitação →Pelo menos 2x na semana por 4-8 semanas. Piora quando deita e melhora quando levanta. Complicações (Não são obrigatórias) 50%: - Esofagite, Úlcera, Estenose Péptica (Disfagia), Esôfago de Barret. 2. Extra-esofagiano → SINTOMAS ATÍPICOS Faringite, rouquidão, tosse crônica, broncoespasmo, pneumonia, sinusite crônica, úlceras orais. CLASSIFICAÇÃO DE SAVARY-MILLER I- Erosões em apenas uma prega longitudinal esofágica II- Erosões em + de 1 prega III- Erosões em + de 1 prega, ocupando toda a circunferência do esôfago. IV- Presença de úlcera esofágica ou estenose péptica do esôfago distal, isoladas ou associadas às lesões graus I a III V- Esôfago de Barret, isolado ou associado às lesões graus IV a V >> DIAGNÓSTICO - CLÍNICO!!! → PIROSE + REGURGITAÇÃO → piora com alimentos gordurosos - Endoscopia: → EDA normal: não exclui DRGE (as complicações vistas na EDA são encontradas em apenas 50%) → EDA: afastar câncer e outras patologias Em metade dos pacientes são encontradas complicações – esofagite, úlcera, estenose, Barret Refluxo → pH < 4 por + de 4% do tempo (em 24 hs) - Se esofagite erosiva na EDA (ocorre em 50% dos casos) → é um sinal que teve / tem DRGE >> MANOMETRIA: serve para localizar o esfíncter na pHmetria. É importante quando vai operar o paciente. Fundamental para dizer como está o corpo do paciente. Para planejamento pré-operatório. >> pHMETRIA (24 hs): padrão-ouro para refluxo ácido / mas não detecta ácido não ácido >> IMPEDANCIOMETRIA: é o melhor exame / padrão-ouro. Mas é difícil ter esse exame disponível nos serviços. >> HÉRNIA DE HIATO É uma alteração anatômica Comum estar associado ao RGE / + não é obrigatória → TIPO I / Hérnia de Deslizamento: transição esofagogástrica sobe para o estômago → + comum → TIPO II / Hérnia de Rolamento: transição esofagogástrica NÃO sobe, o fundo gástrico migra para o tórax. Tem risco de estrangulamento → Indicação de cirurgia → TIPO III / Mista: transição esofagogástrica + rolamento do fundo gástrico = CIRURGIA → TIPO IV / Hérnia Diafragmática: ocorre quando outra estrutura migra em direção ao mediastino → como cólon, baço, pâncreas e delgado. ESÔFAGO DE BARRET Defesa do seu organismo Trata-se de uma adaptação – uma troca de epitélio nativo do esôfago (escamoso estratificado) – geralmente da área mais distal, que é a que sofre mais agressão – por um epitélio colunar do tipo intestinal (mais resistente à acidez). HISTOLOGIA: Metaplasia Intestinal O diagnóstico de Barrett é histológico. A EDA não dá diagnóstico de esôfago de Barrett, o que a EDA faz é sugerir a existência de áreas esofagianas de esôfago de Barrett (área esofagiana de cor vermelho-salmão >> Conduta: realizar biópsia/ é obrigatório). Grau V da classificação de Savary Miller SÍNDROME DISPÉPTICA 13 >> FATORES DE RISCO Sexo feminino, obesidade, pele branca, tabagismo e alcoolismo. O esôfago de barret é o principal fator de risco para Adenocarcinoma de Esôfago (Lesão pré-cancerosa). >> DIAGNÓSTICO BIÓPSIA → melhor identificado pelo corante alcian- blue, que confirma a metaplasia intestinal SEMPRE fazer vigilância endoscópica a cada 2 anos >> TRATAMENTO o MEDIDAS ANTIRREFLUXO / Prova Terapêutica Perda de peso, elevação da cabeceira, evitar comer 2- 3 hs antes de deitar (para quem tem sintomas noturnos), eliminar alimentos que pessoalmente causem sintomas. o TRATAMENTO FARMACOLÓGICO OBJETIVO: Reduzir acidez/ DURAÇÃO: 8 semanas - Inibidor de Bomba de Próton (IBP) em “dose padrão”: omeprazol 20 mg/ pantoprazol 40 mg / esomeprazol 40 mg / lansoprazol 30 mg – 1x ao dia Tomar em jejum, 30 minutos antes do café da manhã * Recorrência → IBP “sob demanda” ou crônico * Sem melhora → IBP “dose dobrada” (2x/dia) OBS: ao suspender a medicação, o indivíduo pode voltar a apresentar sintomas – nesse caso é recomendável que ele faça uso do IBP “sob demanda” (durante o período em que estiver sintomático); outra possibilidade é que ele utilize a medicação de forma crônica (ininterrupta). Para aqueles indivíduos que inicialmente não apresentam melhora, deve-se dobrar a dose de IBP. E, o indivíduo refratário é aquele que não responde à dose dobrada da medicação. o CIRURGIA ANTIRREFLUXO 1. Fundoplicatura: → Indicações: - Refratário (sintomas mesmo com IBP 2x) - Alternativa ao uso crônico - Complicação: Estenose/ Úlcera / Adenocarcinoma → Fazer antes da cirurgia: - pHmetria 24 hs (padrão-ouro: confirmação) - Esofagomanometria (escolha da técnica) → Fd. TOTAL / Nissen – 360º / + utilizada *Evitar: < 30 mmHg distal ou < 60% atividade peristáltica → Fd. PARCIAL / Lind – 270º (Anterior ou Posterior) PROVA: BARRET Inibidor de Bomba de Próton 2x/dia Consenso Brasileiro Guideline Colégio Americano de Gastroenterologia SEM DISPLASIA EDA com biópsia em 1 ano e após 2/2 anos EDA 3-5 anos DISPLASIA DE BAIXO GRAU EDA com biópsia de 6/6 meses e após anual Ablação Endoscópica (ou EDA 12/12 meses) DISPLASIA DE ALTO GRAU ESOFAGECTOMIA ou EDA com biópsia 3/3 meses Ablação Endoscópica Esofagectomia ADENOCARCINOMA INVASIVO esofagectomia Aula de câncer Se biópsia inconclusiva para displasia, devemos otimizar o TTO com IBP e repetir a EDA após 3-6 meses. ÚLCERA PÉPTICA Aparece no estômago/ duodeno. É uma ferida / > 5 mm / Invade mucosa muscular Ao alimentar >> o estômago aumenta a produção de ácido >> a úlcera gástrica piora com a alimentação. Já no duodeno, para que o ácido chegue até o duodeno e piore a dor, isso demanda um certo tempo após a alimentação. >> FISIOPATOLOGIA Agressão: Ácido – pH < 4 – 3 Fator de risco: AINEs, H. pylori, tabagismo Em jovens → + comum UD Em + velhos → + comum UG >> Úlceras Sangrantes: UD: artéria acometida é a GASTRODUODENAL UG: artéria acometida é a GÁSTRICA ESQUERDA >> FISIOLOGIA GÁSTRICA A maior produção de ácido ocorre no fundo gástrico (onde há maior população das célulasque possuem as bombas de prótons – células parietais). As bombas de prótons para funcionarem, devem ser estimuladas. Maior quantidade de bomba de próton (célula parietal) no Fundo do estômago. No antro existem dois tipos de células: 1. Célula G: produtora de gastrina (estimuladora da bomba de H+ >> acidez) 2. Célula D: libera outro hormônio chamado de somatostatina, que irá inibir a gastrina. Outro estímulo para as bombas de H+ é o nervo vago, e, por último, temos também a histamina. → Estímulos: Nervo vago, Histamina, Gastrina >> Operar quem?? - Paciente que melhora com medicamento, mas na hora que retira o remédio ele volta com os sintomas dispépticos. - Paciente Jovem / Dependente de medicação OBS: a cirurgia dura em torno de 8-10 anos, ou seja, os sintomas podem voltar A cirurgia reduz o risco de esofagite, esôfago de Barret e displasia. ÚLCERA GÁSTRICA ÚLCERA DUODENAL Dispepsia pior com alimentação Causada por anti- inflamatórios + comum em homens É a + comum Dispepsia pior 2-3 hs após alimentação e à noite 14 Para Reduzir a acidez: - Bloqueador histamínico – Ranitidina - Inibidor de Bomba de Próton (IBP) – “Prazol” - Vagotomia – cx que reduz a acidez e cicatriza a úlcera - Antrectomia – reduz acidez e pode facilitar a cicatrização da úlcera >> Anti-Inflamatórios Mecanismo de ação: inibição da COX (Ciclo- oxigenase) 1. COX-1: prostaglandinas “do bem” → barreira mucosa 2. COX-2: prostaglandinas “do mal” → responsáveis pelo processo inflamatório → TIPOS DE AINES - Inibidor não-seletivo: ao inibir a COX-1 → perda da barreira mucosa → facilita a ação do ácido - Inibidor seletivo de COX-2 (coxibe): receio de que possam induzir agregação plaquetária (por esse motivo muitos já foram retirados do mercado). >> HELICOBACTER PYLORI – Bacilo Gram negativo flagelado Deve tratar para reduzir a recorrência Mecanismo de ação: 1. Infecta antro (↑ gastrina) → Ocorre destruição das células D (↓ somatostatina) → leva a HIPERCLORIDRIA = Úlcera Péptica 2. Infecta TUDO/ Infecção Disseminada: destruição das células parietais (↓ ácido) → leva a HIPOCLORIDRIA + ↓ BARREIRA = Úlcera Péptica “Quando não houver AINE nem H. pylori lembrar de...” Síndrome de Zollinger-Ellison → GASTRINOMA OBS: as principais causas infecciosas de doença ulcerosa péptica não relacionadas a H. pylori e AINEs são: Citomegalovírus, Herpes vírus e Helicobacter heilmannii. >> QUADRO CLÍNICO DE U.P Úlcera Gástrica: Dispepsia pior com alimentação Em 4 tempos → “Não dói | Come | Dói | Passa” Úlcera Duodenal: Dispepsia pior 2-3 hs após alimentação e à noite Em 3 tempos → “Dói | Come | Passa” >> FASES FASE CEFÁLICA: pensa, vê, sente o cheiro → estimula o ácido FASE GÁSTRICA: quando o alimento chega no estômago FASE INTESTINAL DISPEPSIA POR ÚLCERA? > 40 anos OU Sinais de alarme < 40 anos e Sem sinais de alarme Diagnóstico por EDA Pesquisar H. pylori Se UG = pode ser câncer - Biopsiar ao diagnóstico - Controle de cura (nova EDA) Diagnóstico Presuntivo Pesquisar HP (não invasivo) >> TRATAMENTO 1. Reduzir Acidez: IBP 4-8 semanas 2. Questionar AINE (suspender se possível) 3. Pesquisar e erradicar H. pylori 4. Controle de cura: Úlcera gástrica (nova EDA) e H. pylori (4 semanas depois e sem usar sorologia). OBS: em caso de testes positivos para o H. pylori mesmo após o tratamento, o retratamento será realizado com → Amoxicilina 1 gr 12/12 hs + Levofloxacina 500 mg 1x/dia por 14 dias. - QUANDO ERRADICAR H. PYLORI? 1. Dispepsia → devem ter a bactéria erradicada e ser acompanhados clinicamente e por EDA durante 6 a 12 meses 2. Doença Ulcerosa Péptica (ativa ou cicatrizada) 3. Linfoma MALT 4. Presença de Câncer gástrico (adenocarcinoma) precoce ou avançado 5. Histórico familiar de câncer gástrico 6. Pacientes que farão uso de AINEs, mesmo com AAS em doses baixas e prolongadas, se apresentarem H. pylori devem receber Tto de erradicação 7. Pacientes com risco de desenvolverem úlcera péptica e sangramentos 8. Em casos de anemia ferropriva de etiologia obscura 9. Presença de púrpura trombocitopênica autoimune associada ao H. pylori 10. Metaplasia Intestinal (completa ou incompleta) e Gastrite atrófica (leve, moderada, intensa) → CONTROLE DE CURA? Depois de 4 a 6 semanas do tratamento e tirado o IBP por 14 dias. - se EDA indicada → Análise histopatológica - sem EDA: uréase respiratória >> TIPOS DE ÚLCERAS → HIPERCLORIDRIA - Duodenal - Gástrica II – corpo gástrico - Gástrica III – pré-pilórica → HIPOCLORIDRIA - Gástrica I – pequena curvatura baixa → + comum - Gástrica IV – pequena curvatura alta → próxima a junção gastroesofágica Classificação de Johnson: >> CIRURGIA NA ÚLCERA PÉPTICA Se hipercloridria: Vagotomia ± Antrectomia → Tem que reduzir a acidez ... Se gástrica: retirar a área do estômago que contiver a úlcera (pelo medo de câncer) → ÚLCERA DUODENAL - Vagotomia Troncular + Piloroplastia - Vagotomia Troncular + Antrectomia - Vagotomia Superseletiva ou Vagotomia Gástrica Proximal PESQUISA - EDA: Teste rápido da uréase/ Histologia - Sem EDA: Urease respiratória/ Ag. Fecal/ Sorologia ERRADICAÇÃO (14 dias) - Claritromicina 500 mg 2x/dia - Amoxicilina 1 gr 2x/dia - Omeprazol 20 mg 2x/dia 15 Uma das funções do nervo vago é o relaxamento do piloro (para permitir que o alimento passe gradualmente do estômago para o duodeno). Assim, se o indivíduo for submetido a uma vagotomia troncular, o cirurgião terá de associar ao procedimento uma piloroplastia (nada mais é do que uma incisão na musculatura do piloro – que ficará permanentemente relaxado, permitindo assim o esvaziamento do estômago) ou uma antrectomia (o porte da cirurgia é muito maior, mas em compensação, irá reduzir muito mais a acidez gástrica – lembrando que no antro temos as células G produtoras de gastrina). Se o antro for retirado, o trânsito deve ser reconstruído... → RECONSTRUÇÃO DO TRÂNSITO - BILLROTH I: Gastroduodenostomia ou Gastroduodenoanastomose - BILLROTH II: Gastrojejunostomia + alça aferente Outra opção cirúrgica é a vagotomia superseletiva – nesta, é mantida a inervação vagal para o piloro – esse paciente não terá problemas de esvaziamento gástrico e assim não será necessária a associação de outro procedimento. → ÚLCERA GÁSTRICA: Retirar a úlcera (Câncer?) - TIPO I (peq curvatura baixa): Gastrectomia Distal + Reconstrução a BILLROTH I HIPOcloridria - TIPO II (corpo) Vagotomia Troncular + Gastrectomia Distal + - TIPO III (pré-pilórica) Reconstrução a BI (ou BII) HIPERcloridria - TIPO IV (peq curvatura alta): Gastrectomia Subtotal + Reconstrução em Y de Roux HIPOcloridria >> COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS - Gastrectomia + reconstrução - Perde a barreira pilórica → alimento vai direto para o duodeno - Diarreia pós-vagotomia → secretória, difícil controle / TTO: colestiramina ❖ SÍNDROME DE DUMPING Pode ocorrer em BII e Y de roux Perde a barreira pilórica → o alimento vai direto ao duodeno Ocorre esvaziamento rápido Dumping = derramamento, inundação Normalmente a refeição chega lenta e gradual. E as secreções do pâncreas tbm são liberadas gradualmente. O patológico acontece qnd a refeição chega em grande volume e rápido no pâncreas. E o pâncreas libera uma grande quantidade de glicose. ➔ DUMPING PRECOCE Ocorre cerca de 15-20 minutos após alimentação Distensão intestinal (chega rápido o alimento / perda de liquido) - Gastrointestinais: dor, náusea, diarreia... - Vasomotores: taquicardia, palpitação, rubor... ➔ DUMPING TARDIO 2-3 horas – HIPOglicemia A refeição chega de uma vez só ao duodeno, sendo simultaneamenteabsorvida → ocorre liberação exagerada de insulina → com o passar do tempo (2- 3h) a glicose circulante acaba, mas ainda há insulina sobrando, levando a hipoglicemia. >>TRATAMENTO - Dietético - Fracionar as refeições - Deitar logo após a alimentação - Evitar carboidratos → principalmente açúcar, bolo, doce - Não beber liquido às refeições >> OBSERVAÇÃO Uso de ACARBOSE: pode ser útil no dumping tardio OCTREOTIDE, SC, pode ser usado nos casos refratários tanto de dumping precoce quanto tardio. ❖ GASTRITE ALCALINA ou GASTROPATIA POR REFLUXO BILIAR Refluxo biliar e pancreático (volta o alimento para o estômago) → Gastrite Alcalina + comum acontecer em BII / mas tbm ocorre em BI Clínica: Dor contínua, sem melhora com vômito (bilioso) Só alivia a dor com a cirurgia >> TRATAMENTO: Cirúrgico Reoperar → Y de Roux / Colestiramina? (quelante de sal biliar/ inativa a bile) Reduz a agressão pela bile, mas continua tendo agressão, então ela não resolve ❖ SÍNDROME DA ALÇA AFERENTE Angulação da alça aferente → semi-obstrução Pode torcer / dobrar Só ocorre em: BII Clínica: Dor melhora / alivia com vômito (bilioso e em jato) >> TRATAMENTO: Reoperar através de Y de Roux NEOPLASIA ENDÓCRINA MÚLTIPLA 1 (Sd de Wermer) GASTRINOMA – Pâncreas → tum endócrino PROLACTINOMA – Pituitária → adenoma hipofisário HIPERPARATIREOIDISMO – Paratireoide “Lembrar dos 3 Ps” Distúrbio autossômico dominante que acomete principalmente 3 órgãos: glândulas paratiróides (80- 90%), pâncreas (40-80%) e hipófise (30-60%). SINDROME DE ZOLLINGER-ELLISON (gastrinomas) Doença ulcerosa péptica grave secundária à hipersecreção gástrica de ácido, decorrente da presença de um gastrinoma (Tum endócrino secretor de gastrina). - Gastrinemia (> 1000 pg/mL) - pH gástrico (< 2,5) - teste de secretina (↑ gastrinemia) - indivíduo pode ter múltiplas úlceras, muito refluxo e diarreia - Onde se localiza o tumor? ➔ + de 90% encontradas no chamado “trígono dos gastrinomas” (trígono do pássaro) - Principal sede é a parede duodenal (2/3 dos casos) - TTO: terapia antissecretora intensa Localizar e extrair o tumor 16 Qual é a abordagem inicial mais adequada? 1. Estabilização Clínica • Cristaloide/ Hemácias (se PAs < 90, FC > 120) • Plasma (se INR > 1,5) / Plaquetas (se < 50.000) Ponto de corte estabelecido para indicar concentrado de hemácias é o valor de Hb < 8-7 g/dl 1as 24-48 hs não confiar no hematócrito → Perde líquidos e hemácias numa proporção semelhante e o HCT não altera significativamente. Após esse tempo há a regulação fisiológica do rim e o HTC é confiável. • Avaliar diurese 2. Buscar a Causa • ALTA (80% + mata) Clínica: hematêmese/ melena/ hematoquezia Cateter nasogástrico (CNG): voltou sangue/ borra de café Exame: Endoscopia Digestiva Alta (EDA) – 1as 24 hs Faz a divisão entre o Duodeno e Jejuno = ÂNGULO DE TREITZ • BAIXA (20%) Clínica: hematoquezia (sangramento vermelho-vivo nas fezes em pequena quantidade) / enterorragia (sangramento vermelho-vivo em grande quantidade) OBS: muitas vezes os termos são utilizados como sinônimos nas questões. CNG: bile sem sangue Exames: colonoscopia / outros O sangue para ser digerido no tubo digestivo demora cerca de 14h, assim, diante de grandes hemorragias de sítio alto, o sangue não terá tempo para ser digerido e assim, o doente pode apresentar sangue vivo nas fezes – 10-20% das hematoquezias tem origem alta! 3. Tratar e Prevenir Sangramentos Drogas, Endoscopia, Cirurgia... OBS: pacientes com hemorragia digestiva e endoscopia digestiva alta normal devem realizar colonoscopia (caso estejam estáveis), ou arteriografia (em caso de instabilidade), na avaliação da hemorragia digestiva baixa. MOVO – Medidas Iniciais Monitorização cardioscópica, de PA, saturação de O2 Oximetria Obtenção de acesso Venoso – deverão ser 2 acessos e calibrosos Oxigenoterapia se saturação < 94% HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA ➢ CAUSAS HDA 1. Úlcera péptica 2. Varizes esofágicas 3. Laceração (Mallory-Weiss) ÚLCERA PÉPTICA - Perfuração - Obstrução - Sangramento (+ mata / + comum) 1) Terapia Clínica e Endoscópica - Suspender AINE / Inib. Bomba de prótons (IBP) / Tratar H. pylori CLASSIFICAÇÃO DE FORREST (Pg 25) I/ IIa/ IIb*: IBP IV + Endoscopia (química, térmica ou mecânica) 2) Cirurgia - Falha endoscópica: 2 tentativas - Choque: Refratário (> 6U hemácias) ou hemorragia recorrente - Sangramento pequeno e contínuo: transfusão > 3U/dia >> QUAL CIRURGIA? Se úlcera duodenal = 4 etapas Pilorotomia / Ulcerorrafia /Vagotomia troncular / Piloroplastia VARIZES ESOFÁGICAS 90% dos casos são de tratamento clinico e endoscópico Se úlcera gástrica = GASTRECTOMIA + B1, B2 ou Y de Roux - Risco: Pressão portal > 12 mmHg >> Tratamento: Volume (cautela) Terlipressina, octreotide IV EDA: Ligadura ou escleroterapia Refratários: Balão / TIPS / Cirurgia - Profiláxia 1ª: Bbloq OU Ligadura - Profiláxia 2ª: Bbloq + Ligadura Balão de Sengstaken-Blakemore: É uma medida salvadora e temporária Permanece insuflado cerca de 24 horas com pressão no balão esofágico de 2/3 da pressão arterial média (PAM). Paciente instável e sangramento ativo. LACERAÇÃO DE MALLORY-WEISS Lacerações longitudinais da mucosa distal do esôfago e proximal do estomago após vômitos ORIGEM: aa. submucosas História: vômitos vigorosos (etilista, gestante) é + comum sangramento ARTERIAL De pequeno volume e curta duração EDA: laceração na junção esofagogástrica, peq. Curvatura TTO: suporte (90% autolimitados!!!) - maioria cicatriza espontaneamente - 40-70% requerem hemotransfusão - Se necessário: terapia endoscópica (injeção de epinefrina, etanol, termocoagulação...) HDA – OUTRAS CAUSAS >> HEMOBILIA História: trauma hepático, cirurgia hepatobiliar Clínica: Tríade de Sandblom (Hemorragia + Dor em Hipocôndrio Direito + Icterícia). Diagnóstico e TTO: arteriografia - embolização CLASSE ASPECTO RISCO DE SANGRAMENTO I IA – Sangramento arterial “em Jato” IB – Sangramento lento, “Babando” ALTO (90%) II IIA – Vaso visível não sangrante IIB – Coágulo aderido IIC – Hematina na base da úlcera ALTO (50%) INTERMEDIÁRIO (30%) BAIXO (10%) III Base Clara, sem sangramento BAIXO (< 5%) Ú Vu La HEMORRAGIA DIGESTIVA 17 >> ECTASIA VASCULAR Estômago em “melancia” História: mulher, cirrose, colagenose Clínica: An. Ferropriva a esclarecer Tto: ferro, transfusão >> DIEULAFOY Malformação congênita vascular do estomago Artéria dilatada na submucosa Pequena curvatura gástrica Clínica: homem, sangramento maciço, indolor e recorrente TTO: EDA – injeção de epinefrina; eletrocautério ou termocautério; ligadura elástica ou clipes metálicos. >> SÍNDROME DE BOERHAAVE Ruptura espontânea do esôfago decorrente do aumento súbito da pressão interna do órgão, que ocorre durante o ato de vomitar. Tríade de Mackler: dor torácica + vômitos + enfisema subcutâneo. Sinal de Hamman: auscultação na região precordial, de um som sincrónico com o coração e que é semelhante a um atrito. Indicativo de enfisema do mediastino. HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA + de 90% dos casos são do cólon >> ABORDAGEM: - Toque/ Anuscopia - EDA (afastar HDA) → Se exames negativos: - Sangramento leve a moderado → COLONO: Dx e Tto Se fez a colono e não visualizou a lesão → fazer Angiografias Ou Cintilografia (0,1 ml/min) + sensível / Não trata / Imprecisa - Sangramento maciço → Angiografia (0,5 – 1ml/min): Diagnóstico e Tratamento Se nada resolver: COLECTOMIA Total!!! CAUSAS HDB → 3 D 1. Divertículo colônico 2. Displasia vascular 3. Câncer colorretal → ADenocarcinoma OBS: hoje o mais correto éque o sangramento só seja chamado de obscuro quando for investigado o delgado e verificado que o sangramento não é proveniente deste segmento. 1. DOENÇA DIVERTICULAR Maioria assintomática, cólon esquerdo (+ comum) indicar comer fibra, + liquido - Complicações: diverticulite / sangramento / estenose - Diverticulite é a complicação + comum e a causa + importante de HDB - O sangramento é + grosso do lado direito do cólon e logo é + exposto a lesões. TTO: colonoscopia / embolização / cirurgia >> DIVERTÍCULO DE MECKEL ATENÇÃO: Jovens (< 30a) Ocorre em 2% da população, é a anomalia congênita intestinal + comum. É um divertículo VERDADEIRO (contém todas as camadas intestinais) Localizada na borda antimesentérica do Íleo terminal, 45-60 cm da válvula ileocecal e resulta de um fechamento incompleto do conduto onfalomesentérico ou vitelínico Uma particularidade desse divertículo é que, em algumas pessoas, ele é composto por mucosa gástrica ectópica capaz de produzir ácido gástrico, levando à ulceração da mucosa intestinal e consequentemente sangramento (25-50% dos casos). A maior parte dos pacientes se apresenta com sangramento crônico exteriorizado por HDB ou sangramento oculto - Tecido ectópico gástrico ... Sofre Erosão... Sangramento Dx: cintilografia / TTO: ressecção DICA: Existe uma badalada regra sobre os divertículos de Meckel: “regra de DOIS” → Eles são encontrados em 2% da população, estão localizados a cerca de 2 pés da válvula ileocecal, apresentam geralmente 2 polegadas de diâmetro e podem conter geralmente 2 tipos de mucosa ectópica (gástrica e pancreática). 2. ANGIODISPLASIA Má-formação vascular intestinal + comum do lado direito - Associação: est. Aórtica / doença renal / dç de Von Willebrand - Local + comum: CECO. Mas pode acontecer em todo o tubo digestivo, inclusive na região cega (jejunoileal). Obs: principal causa de HDB do delgado - Principal causa de sangramento obscuro (Dx por cápsula endoscópica) TTO: Colono / inibidor VEGF (?) / embolização / cirurgia Inibidor do Fator de crescimento do endotélio vascular DOENÇAS ANORRETAIS → Orientação Posição: 1) Posição de Sims 2) Posição genupeitoral (melhor para o exame) 3) Posição de litotomia modificada Obs.: a mais utilizada por proctologistas é a genupeitoral. → Inspeção e toque retal → Retossigmoidoscopia e anuscopia 1) HEMORROIDAS 2) FISSURAS 3) ABSCESSOS HEMORROIDAS - Hemorroidas externas: abaixo da linha pectínea / distais à linha denteada e recobertas por pele, apresenta muita DOR em caso de trombose. TTO: dieta + higiene local ... EXCISÃO SE TROMBOSE < 72 HORAS - Hemorroidas internas: acima da linha pectínea / são proximais e recobertas por mucosa, apresentando sangramento indolor. TTO: indicado quando houver sintomas >> CLÍNICA SANGRAMENTO INDOLOR E PRURIDO Obs: a dor só estará presente se houver trombose 1º grau Sem prolapso Dieta e higiene local 2º grau Redução espontânea Ligadura/ escleroterapia/ infravermelho 3º grau Redução manual Idem 2º grau 4º grau Sem redução Hemorroidectomia 18 FISSURA ANAL >> CLÍNICA SANGRAMENTO DOLOROSO À EVACUAÇÃO Local + comum: linha média posterior → “às 6 horas” TRÍADE: fissura + papila hipertrófica + plicoma sentinela Se ela foge da linha média: pensar em causa secundária ➔ Dç de Crohn (principalmente) apresenta fissuras em locais atípicos Outras causas 2as: tuberculose, DST (sífilis), câncer, hidradenite supurativa AGUDA Dieta/ higiene/ analgesia/ corticoide CRÔNICA* (3-6 sem) Relaxante esficteriano: nitrato/ bloqueador de canal de cálcio Lateral esfincterotomia interna (*) Fissura – hipertonia - ↓ vascularização – fissura - Pomadas miorrelaxantes: Cremes de diltiazem FÍSTULA ANAL As fissuras anais podem complicar: FÍSTULA ANAL – fase crônica A + comum é a interesfincteriana (45%) REGRA DE GOODSALL-SALMON - Orifício externo posterior: trajeto curvo e chega até a LM para drenar - Orifício externo anterior: trajeto retilíneo >> TRATAMENTO - Fistulotomia - Tração com seton CIRURGIA com Fistulotomia ou Fistulectomia. Quando existe grande envolvimento do esfíncter anal utiliza-se um sedenho com a cirurgia em 2 tempos para se evitar a incontinência anal posterior. Uma opção + complexa é a fistulotomia, fechamento do orifício interno e avanço de retalho mucoso. As fistulas anais estão relacionadas a abscessos e criptites anais; enquanto as fissuras estão relacionadas à HIPERtonia esfincteriana. ABSCESSO ANORRETAL >> FATOR DE RISCO Sexo masculino Doença inflamatória intestinal Imunodeprimidos >> CLÍNICA DOR PERIANAL + FEBRE Sinal flogístico O abscesso anal de menor sintomatologia é o supra elevador. TTO: Drenagem de urgência GANGRENA DE FOURNIER É uma fasciíte necrosante sinérgica do períneo e parede abdominal. Caracterizada por necrose extensa e rapidamente progressiva, possui flora polimicrobiana (Clostridium perfringens pode estar presente). Ocorre a partir de pequenos traumas, picadas de insetos, foliculites, abscessos perianais ou incisões cirúrgicas. TTO: reposição volêmica, desbridamento cirúrgico amplo, com retirada de todo material necrótico e uso de antibiótico de amplo espectro (Ceftriaxona e Clindamicina). 19 ABDOME AGUDO CLINICO CIRÚRGIGO Intoxicação pelo chumbo Porfiria Febre tifoide Apendicite Diverticulite Pancreatite Isquemia mesentérica Colecistite 25% não fecha diagnóstico ABORDAGEM 1. Avaliação de Gravidade 2. Alivio Sintomático (analgesia ADEQUADA) 3. Excluir gravidez/ doença pélvica 4. Clinico X Cirúrgico Dor Abdominal + ENCEFALOPATIA: - Intoxicação: Exposição Ocupacional? - Metabólico: História Familiar? Precipitantes? Dor Abdominal + FEBRE PRÉVIA - Infecção PORFIRIA >> DEFINIÇÃO: distúrbio na síntese DA PORFIRINA do HEME Doença hereditária ou adquirida, causada pelo acúmulo de porfirinas ou seus precursores em diversos compartimentos, quando faltam algumas enzimas necessárias à síntese do HEME - Encefalopatia - “SURTOS” com FUMO/ DROGA HEME - Ferro - Protoporfirina IX - Porfirina Succinil-CoA ativa uma reação p fazer a porfirina ... Porfiria cutânea tardia ↓ uroporfirinogênio descarboxilase Hipersensibilidade cutânea a luz do sol (começa a fazer lesões feias/ graves na pele, como ulcerações – cicatriza quando não se expõe a luz solar) Precipitante: Quando a pessoa ingere alho, isso acelera... Porfiria intermitente aguda Causa dor abdominal Precipitantes: cigarro, droga (ATB sulfonamídico), álcool, estresse, infecções, cirurgia >> FISIOPATOLOGIA ↓ HMB – sintase + PRECIPITANTES ↑ Porfobilinogênio (PBG) e A. aminolevulínico (ALA) >> EPIDEMIOLOGIA Adulto 20-30 anos >> CLÍNICA Surtos de: - Dor abdominal/ distensão abdominal - Hiperatividade simpática (HAS, peristalse ↑) - Neuropatia, convulsão - Distúrbio psiquiátrico >> DIAGNÓSTICO Dosagem de PBG urinário (INICIAL) - Urina arroxeada ALA urinário e Porfirina PBG deaminase eritrocitária e testes genéticos >> TRATAMENTO 1- Afastar precipitantes 2- Hematina, Arginato de Heme (é caro e não encontra fácil no brasil) 3- Soro glicosado hipertônico (10%) 4- Hidratação / Analgesia SATURNISMO >> DEFINIÇÃO: Intoxicação pelo CHUMBO >> INTOXICAÇÃO - ADULTOS: via inalatória - CRIANÇAS: trato GI Quando absorvido é armazenado principalmente no esqueleto >> FATOR DE RISCO Exposição: - mineradores, baterias (automóveis) - indústria automobilística (em geral ... soldagem, pintura, metalurgia podemestar expostas ao chumbo) - tintas (EX: portinari) - projéteis / destilados clandestinos >> CLÍNICA - dor/ distensão abdominal - anemia, ↓ libido, disfunção erétil - encefalopatia, amnesia, demência - distúrbio psiquiátrico - linha gengival de Burton >> DIAGNÓSTICO Dosagem de chumbo sérico ps: valor varia de acordo com a literatura >> TRATAMENTO 1. Interromper a exposição ao chumbo 2. Quelantes: dimercaprol/ DMSA/ EDTA + Vit C Quando indicar quelantes? Quando tem sintomas presentes ou níveis séricos > 60-80 ug/dL OBJETIVO: alcançar níveis abaixo de 20 ug/dL... Acima de 50ug/dl os trabalhadores devem ser transferidos para outra ocupação... FEBRE TIFOIDE Infecção bacteriana, gram NEGATIVO Doença sistêmica febril NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA >> ETIOLOGIA Salmonela entérica (sorotipo Typhi e paratyphi) Transmissão: via fecal-oral Liberação da Salmonela pelos portadores crônicos >> FATORES DE RISCO Falta de saneamento/ higiene >> CLÍNICA 1-2ª sem: BACTEREMIA Febre + Sinal de Faget (febre sem taquicardia) + Dor abdominal, diarreia ± constipação EF: rash maculopapular 2-3ª semana: HIPERREATIVIDADE Roséolas, torpor, hepatoesplenomegalia, epistaxe, rebaixamento do nível de consciência e delirium (tiphus) Complicações: Hemorragia Digestiva (+ comum) Perfuração ileal (+ grave) DOR ABDOMINAL 20 4ª semana: CONVALESCÊNCIA < 5% evoluem para portador crônico > risco: Mulher adulta com doença biliar >> DIAGNÓSTICO - Culturas → TESTE PADRÃO Sangue: + 50 – 70 % dos casos → > positividade nas 2 primeiras semanas Fezes: + 30 – 40 % → positiva da 2ª a 5ª sem da dç Medula: + > 90% → + SENSÍVEL p dx → a mieloglobina permanece + mesmo c ATB por 5-6 dias >> TRATAMENTO - ANTIBIOTICOTERAPIA Agudo: Cefa 3ª (10-14d)/ Cipro (7-10d) / Cloranfenicol (14-21d) De escolha pelo MS Portadores crônicos: Cipro por 4 semanas / Colecistectomia - CORTICOIDE: Graves: Dexametasona por 2-3 dias → 3 mg/kg, seguida por 1 mg/kg cada 6/6 hs - VACINA: Viajantes para áreas endêmicas / pouco imunogênica TTO EMPÍRICO - Ceftriaxone 2 gr, IV, 1x/dia x 10 a 14 dias - Azitromicina 1 gr, VO, 1x/dia x 5 dias BACTÉRIAS SUSCETÍVEIS - Ciprofloxacino 500 mg, VO ou 400 mg, IV, 12/12 hs x 5-7 dias - Azitromicina 1 gr, VO, 1x/dia x 5 dias MS coloca o Cloranfenicol como droga de 1ª escolha: - Cloranfenicol 25 mg/kg, VO ou IV, 8/8 hs x 14-21 dias Bactérias Multidrogas resistentes - Ceftriaxone 2 gr, IV, 1x/dia por 10 a 14 dias - Azitromicina 1x/dia por 5 dias APENDICITE AGUDA PRINCIPAL CAUSA DE ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO >> DEFINIÇÃO: Inflamação do apêndice cecal Apêndice: Intestino em miniatura, aderido ao ceco, encontra na confluência das asas Produz muco, tem um fundo cego, só tem uma abertura (porta de entrada e saída) Ponto + comum: ponto de Mc Burney Localização + comum: RETROCECAL >> FISIOPATOLOGIA Obstrução da luz do seu apêndice: O que pode causar obstrução? Fecalito, Hiperplasia linfoide (principal causa na criança), corpo estranho, tumor de apêndice ... - DISTENSÃO → Dor periumbilical/ vaga (peritônio visceral) depois de 12-24 hs - ISQUEMIA → Dor localizada na FID (peritônio parietal) >> FASES DA APENDICITE I: Fase edematosa ou catarral Apêndice inflamado, sem sinais de complicação Apendicectomia simples com ATB profilaxia II: Fase úlcera flegmonosa ou flegmatosa / purulenta Apêndice extremamente edemaciado pela obstrução do retorno linfático e venoso III: Fase grangrenosa / necrótica ATB terapia + colocação de um dreno em cavidade Presença de necrose Transmural do apêndice abdominal pelo risco de infecção intracavitária IV: Fase perfurativa Perfuração tamponada ou não do apêndice III + lavagem da cavidade Cobrir gram-negativos e anaeróbios >> CLÍNICA - Dor periumbilical que migra para FID - Anorexia, náuseas, vômitos, febre, disúria... - Sinais clássicos: Sinal de Blumberg: descompressão súbita dolorosa em McBurney. Sinal de Rovsing: pressão FIE e dor FID. Sinal de Dunphy: dor FID que piora com tosse. Sinal de Lenander: T retal > T axilar em pelo menos 1º C. Sinal de Lapinsky: dor à compressão da FID enquanto o paciente ou o próprio examinador eleva o membro inferior esticado. Sinal de Markle: com o paciente na ponta dos pés, peça para ele chocar os calcanhares contra o chão. O choque suscitará dor no ponto onde o peritônio parietal está irritado. Percussão calcânea: com a palma da mão o examinador percute o calcanhar direito do paciente deitado, gerando dor na FID. Sinal de Aaron: dor epigástrica referida durante a compressão do ponto de McBurney. Sinal de Tem Horn: dor promovida a tração do testículo direito. Sinal do obturador: dor hipogástrica provocada pela flexão da coxa e rotação interna do quadril. Sinal de Iliopsoas: dor provocada pela extensão e abdução da coxa direita, com o paciente deitado sobre o seu lado esquerdo. Sinal de Chutro: desvio da cicatriz umbilical para a direita, medida através da distância da cicatriz umbilical até a espinha ântero superior. >> DIAGNÓSTICO - Alta probabilidade (história clássica, homem) → CLÍNICO - Probabilidade média (criança, idoso, mulher) → IMAGEM - Complicação? (massa ou tardio > 48 hs) → IMAGEM Criança ou gestante: USG: ≥ 7 mm, espessamento, ↑ vascularização, abscesso periapendicular, bloqueio em FID Na gestante, se USG inconclusivo → RM Homem ou não gestante → TOMOGRAFIA ≥ 7 mm, espessamento, borramento da gordura perpendicular; abscesso; apendicolito. >> DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Linfadenite mesentérica (crianças) Diverticulite de Meckel Apendagite → Apendicite epiplóica Isquemia do apêndice epiplóico Gravidez ectópica rota DIP Enterite regional Cisto ovariano torcido HI estrangulada/ encarcerada >> TRATAMENTO - Simples e precoce (< 48 hs) → Hidratação + correção dos distúrbios HE + APENDICECTOMIA + ATB profilático → Cefoxitina x 24 hs - Complicada ou tardia (> 48 hs) → IMAGEM • Não complicada = apendicite simples 21 • Abscesso = drenagem + ATB + colono (4-6 sem) +/- apendicectomia tardia • Fleimão (pré-abscesso) = ATB + colonoscopia (4- 6 sem) +/- apendicectomia tardia • PERITONITE DIFUSA → Cirurgia de Urgência + antibioticoterapia Se for para escolher na prova entre Cx aberta e Videolaparoscopia → Escolher VL Se já tem peritonite pode SIM operar por vídeo A CI de operar por VL é → INSTABILIDADE HEMODINÂMICA >> APENDICECTOMIA QUESTÃO DE PROVA: Quais camadas da parede abdominal devem ser incisadas para atingir a cavidade abdominal? ✓ Pele ✓ Tecido celular subcutâneo ✓ Músculo oblíquo externo ✓ Músculo oblíquo interno ✓ Músculo transverso ✓ Peritônio >> COMPLICAÇÕES DA APENDICECTOMIA - Infecção do sitio cirúrgico → + comum - Obstrução intestinal → comum no 1º ano após cx - Infertilidade - Abscesso intracavitário - Deiscência de planos da parede abdominal com evisceração ou eventração - Hérnias incisionais - Hemorragia intracavitária - Sepse - Pileflebite LAPAROSCOPIA APENDICECTOMIA ABERTA - Dx de outras condições - Melhor controle da dor - Menor tempo e internação - Menor taxa de infecção da ferida - Retorno rápido às atividades - Menor custo social - Curva de aprendizagem menor - Menor custo operatório - Menor incidência de abscessos intra-cavitários DOENÇA DIVERTICULAR DO CÓLON DÇ DIVERTICULAR: Presença de divertículos nos cólons + dor/ sintomas digestivos DIVERTICULOSE: Presença de divertículos nos cólons DIVERTICULITE: inflamação do divertículo Sempre está localizado na borda mesentérica da tenia anti-mesentérica - Ocidente; ↑ Pressão dos cólons; Idoso; Assintomático; - Falso: mucosa e submucosa → entrada das art retas >> DIAGNÓSTICO- Colonoscopia (cuidado: risco de perfuração do cólon em caso de diverticulite) - Clister opaco >> LOCAL + COMUM - Sigmoide (onde + ↑ a pressão luminal = + divertículos) Geralmente assintomática, é um achado... Quando apresenta complicação tem sintomatologia >> COMPLICAÇÕES - hemorragia – cólon D (15%) - diverticulite – cólon E (25%) - estenose do colon – área de fibrose/ estenose (Raro) PS: geralmente o divertículo que sangra NÃO inflama DIVERTICULITE AGUDA É um abdome agudo inflamatório/ Complicação da doença diverticular → Inflamação do divertículo Formação de um abscesso pericólico com microperfurações. É uma “peridiverticulite aguda” >> CAUSAS A diverticulite aguda é a principal causa de fístula Colovesical. Outras causas possíveis são Câncer de cólon, Doença de Crohn e TBC intestinal. >> CLINICA - “apendicite” do lado esquerdo - recorrente, há alguns dias e ↑ idade - febre, náuseas - dor a palpação em fossa ilíaca esquerda - massa - peritonite local/ difusa - leucocitose com desvio à esquerda >> DIAGNÓSTICO Tomografia: área hipodensa e bem delimitada, na topografia do sigmoide, compatível com abscesso pericólico, espessamento da parede colônica (> 4 mm) - EVITAR A COLONOSCOPIA E ENEMA NA INFLAMAÇÃO Colonoscopia: Fazer após 4-6 semanas (quando resolvida a inflamação) → afastar CA colorretal >> CLASSIFICAÇÃO DE HINCHEY I: Abscesso pericólico Ia: fleimão Ib: abscesso pericólico II: Abscesso pélvico III: Peritonite Purulenta IV: Peritonite Fecal >> TRATAMENTO Indicar dieta balanceada rica em fibras vegetais e aumento da ingesta hídrica. - Complicação ? - Abscesso ≥ 4 cm, peritonite, obstrução → NÃO TEM COMPLICAÇÃO Sint mínimos Dieta liquida + ATB VO – ambulatório ATB: Ciprofloxacina + Metronidazol x 7-10d Hinchey I Sint exuberantes Dieta zero + ATB IV ATB: Cefalosporina 3ª G + Metronidazol Hinchey I FORMA HIPERTÔNICA FORMA HIPOTÔNICA ↑ pressão intraluminal, hipertrofia da camada muscular e PULSÃO de mucosa e submucosa - + comuns no sigmoide - complicam + c Diverticulite aguda - fragilidade da parede colônica, seja por causa da idade avançada ou por alguma condição que leve à alteração na composição das fibras colágenas. EX: Dçs genéticas, como a Sd de Ehler-Danlos Divertículo cólon E É hipertônico (estreito) + comum em pxs jovens Divertículos colon D É hipotônico (largo) + comum em pxs + velhos 22 ➔ TEM COMPLICAÇÃO Abscessos > 4 cm Drenagem + ATB + Colono + Cirurgia eletiva Hinchey I / II Peritonite ou Obstrução ATB + Cir. de urgência Hinchey III/ IV Se H. tipo III: lavagem laparoscópica Hartmann → CIRURGIA DE URGÊNCIA Paciente Instável → SIGMOIDECTOMIA A HARTMANN Sigmoidectomia + colostomia + fechamento retal (*) Depois de 10 sem → reconstrução do trânsito intestinal Paciente Estável → CIRURGIA ELETIVA Ressecção com anastomose primaria → termino- terminal por sutura manual OU com auxílio do grampeador cirurgia. (*) Ressecção do sigmoide DOENÇA VASCULAR INTESTINAL Grandes vasos DELGADO Vascularização do delgado: Art Mesentérica Superior ➔ ISQUEMIA MESENTÉRICA AGUDA Sd Obstrutiva Aguda dos vasos mesentéricos, principalmente da Artéria Mesentérica superior >> CAUSAS 1. Embolia (50%) → da artéria mesentérica superior - Cardiopatia emboligênica (FA; IAM recente) - Dor abdominal DESPROPORCIONAL ao exame físico → DA súbita, em cólica e intensa na região periumbilical 2. Vasoconstricção (20%) → Isq não oclusiva - Isquemia não oclusiva: Choque; Vasoconstrictor; cocaína 3. Trombose Arterial (15%) - Aterosclerose: Doença vascular periférica - Arteriografia mesentérica: método + importante p o dx 4. Trombose Venosa (5%) → Veia mesent superior - Hipercoagulabilidade - Px cirrótico / hepatopata crônico Áreas + propensas a isquemia: - Flexura esplênica (área de griffiths) - Junção retossigmoide (área de Sudeck) >> CLINICA - Dor abdominal, DESPROPORCIONAL ao ex físico - T retal < T axilar → (pelo menos 1º C) - toque retal: geleia de framboesa - Metabolismo anaeróbico → ACIDOSE METABÓLICA - Irritação peritoneal → tardio >> EPIDEMIOLOGIA Fibrilação Atrial Paciente + velho Cardiopata >> DIAGNÓSTICO Laboratório inespecífico → leucocitose, acidose, ↑ lactato Rx achados tardios → pneumatose intestinal (bolha de gás na parede do intestino) AngioTC → falha no enchimento de contraste, dilatação colônica, espessamento da parede, oclusão, trombo venoso, ingurgitamento de veias mesentéricas, gás intramural e no sistema portomesentérico e infarto de outras vísceras → EXAME + UTILIZADO Angiografia Mesentérica Seletiva → estreitamento na origem dos vasos mesentéricos, irregularidade nos ramos intestinais, espasmos das arcadas arteriais, falha no enchimento de vasos intramurais e preservação da vascularização do tronco das artérias mesentéricas → PADRÃO OURO >> TRATAMENTO Suporte inicial: HV, ATB, DHE, Ácido-Base - EMBOLIA ou TROMBOSE: 1. Heparinização → evitar a progressão da isquemia 2. Laparotomia → Embolectomia/ Trombectomia + avaliar alça 3. Papaverina pós-operatória → evitar vasoespasmo - VASOCONSTRICÇÃO: 1. Papaverina intra-arterial → reestabelecer vascularização 2. CIRURGIA SE: refratário, irritação peritoneal ➔ ISQUEMICA MESENTÉRICA CRÔNICA Causa → ATEROSCLEROSE Obstruindo pelo menos parcialmente a Art. Mesentérica superior É descrito uma caquética senhora de meia idade com história forte de tabagismo, queixando-se de dor abdominal em cólica e emagrecimento... >> CLÍNICA Repouso: assintomático Angina mesentérica → “comeu e doeu” Emagrecimento Doença aterosclerótica >> DIAGNÓSTICO Angiografia mesentérica seletiva >> TRATAMENTO Revascularização ➢ CIRURGIA → jovens ➢ STENTS → Idoso ou comorbidades ➔ COLITE ISQUÊMICA – ISQUEMIA DO CÓLON Isquemia intestinal + comum de todas → IDOSO + hipoperfusão → 70 a 75% dos casos Pequenos vasos, problema na microcirculação Quem sofre é a mucosa colônica do paciente >> ETIOLOGIA Alergia Amiloidose Ins Cardíaca Trombofilia Embolia Infecções Vólvulo Colonoscopia Cirurgia Drogas Atenção a: Dç aterosclerótica; causa de hipotensão transitória; cirurgia de aorta Diverticulite não complicada: Indicações de cirurgia Imunodeprimido, incapaz de excluir CA, fistula (bexiga) 23 >> CLINICA - Colite → dor, diarreia mucosanguinolenta, febre, distensão >> DIAGNÓSTICO Clister opaco → “impressões digitais” (thumbprinting) → distensão colônica segmentar → causado por um edema da parede intestinal ou hemorragia submucosa Retossigmoidoscopia → mucosa inflamada >> TRATAMENTO Suporte clinico: Dieta zero, HV e ATBterapia Agentes potencialmente ofensivos devem ser retirados (EX: digital) EX 1: px com IAM + grave, instável, + idoso, depois de 3 a 5 dias resolvido o quadro cardíaco, ele aparece com dor abdominal → pode ser colite EX 2: Correção de aorta → quando clampeia a aorta já faz uma hipoperfusão, ou faz um ligadura da Art mesentérica inferior prejudicando a vascularização do colon SEQUELAS CX: estenose, isquemia segmentar crônica PANCREATITE AGUDA >> CAUSAS - Biliar: 30-60% - Libação Alcoólica: 15-30% - Drogas (azatioprina), Pós-CPRE, Idiopática, Escorpião Tytus trinitatis, trauma Hipertrigliceridemia → Hipercalcemia → trauma direto → principal causa na criança → “guidão da bicicleta” >> ACHADOS GERAIS - leucocitose c desvido à esquerda - elevação de hematócrito - ↑ de ureia e creatinina - trombocitopenia - alargamento de TAP e PTT - ↑ dos produtos de degradação da fibrina - ↓ fibrinogênio - vômitos → alcalose metabólica, hipoclorêmica e hipocalêmica >> SINAIS
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