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07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 1/14 INÍCIO SOBRE LOJA BUSCA Estude conosco e AUMENTE SUAS CHANCES! ENVIAR Insira seu email aqui crime de furto artigo 155 do código penal Aprenda tudo sobre o crime de furto (artigo 155 do código penal) e arrebente em provas e concursos públicos. 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Logo, o bem jurídico protegido pelo tipo penal é o patrimônio alheio. 11 - Furto11 - Furto http://www.comopassaremconcurso.com.br/mini-curso-gratuito-em-5-aulas/ http://comopassaremconcurso.com.br/penal-processo-penal/ https://www.youtube.com/watch?v=SLtGar91sDc 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 3/14 Mais especificadamente, o tipo penal protege a propriedade e a posse legítima. O crime de furto reforça a tutela conferida pelo direito civil à propriedade e à posse legítima. O princípio da fragmentariedade ou Caráter fragmentário do DP – ou seja, o DP é o último grau de proteção do bem jurídico. O DP reforça a proteção dada pelo direito civil. Detenção – não é protegida pelo DP, este protege apenas a propriedade e posse legítima. Esta é a posição praticamente dominante, o único que descorda disso é Delmanto, que diz que a detenção é protegida. A detenção não é protegida porque o detentor utiliza o bem em nome de terceiro. A detenção não integra o patrimônio das pessoas. Tanto isso é verdade, que a detenção não é transmitida para outra pessoa, numa relação inter vivos ou causa mortis, no direito civil. O patrimônio é um bem jurídico disponível, então, o consentimento do ofendido manifestado antes ou du- rante a subtração do bem exclui o crime. O fato torna-se atípico. E o consentimento dado posteriormente à subtração? É irrelevante, não exclui o crime, pois o furto é crime de ação pública incondicionada. Depois da subtração o consentimento não exclui o crime, o inquérito será instaurado independentemente de consentimento da vítima. Isso é muito criticado pela doutrina e jurisprudência (o fato da ação ser pública incondicionada), o ideal é que ele passe a ser pública condicionada. Todos os crimes contra o patrimônio sem grave ameaça ou vio- lencia deveria ser assim, afinal: O patrimônio é bem jurídico disponível; As vezes a vítima sequer se importa, ela falta audiência, ela mente. Objeto material: É a coisa alheia móvel. O ser humano pode ser furtado? Não, pois ser humano não é coisa, logo não pode ser furtado. Nestes casos teremos sequestro (art. 148), extorsão mediante sequestro (art. 159), subtração de incapazes (art. 249). Ex.: pega uma criança na maternidade e a leva. É possível furtar partes do corpo humano? Sim. Ex.: subtração de cabelo, furto de dente. E se essas partes do corpo humano forem órgãos vitais? Será crime de lesão corporal grave ou gravíssima (art. 129, §1º, III; §2º, III). Também poderá configurar homicídio, ex.: tirar o coração. Lei 9434/97 – art. 14: quando a conduta é praticada para fins de transplante, aplica-se esta lei. Há o princípio da especialidade para resolver o conflito aparente de normas. Objetos ou instrumentos ligados ao corpo humano: ex.: dentadura, peruca, perna mecânica, olho de vidro. Todos estes podem ser objeto de furto. 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 4/14 E o cadáver, ele pode ser subtraído? Art. 211, CP: destruição, subtração ou ocultação de cadáver sem dono. E com dono? É o cadáver dotado de valor econômico. Ex.: cadáver que pertence a uma universidade de medicina. E a subtração de animais de estimação? É perfeitamente possível. Mas também poderá ocorrer o crime de extorsão do art. 158, CP, caso peçam dinheiro em troca. A coisa objeto do furto tem que ser alheia. Alheia é um elemento normativo do tipo (= juízo de valor). Alheio é tudo aquilo que não é próprio, de que não se tem a propriedade. É possível o furto de coisa própria? Não. Trata-se de crime impossível por impropriedade absoluta do objeto. Res nullius – é a coisa de ninguém, que nunca teve dono. Res derelicta – é a coisa abandonada, já teve dono. Art. 1263, CC – E o ouro da arcada dentária do cadáver? Entendimento dominante: é crime de furto. Quem é a vítima? Os herdeiros. Coisas de uso comum, ex.: água dos rios: não podem ser furtadas, pois se pertencem a todos, todos são do- nos. Mas se uma coisa inicialmente de uso comum, foi destacada por alguém, poderá ser furtada. E a coisa perdida (res desperdicta)? Art. 169, p. único, II, CP: apropriação de coisa achada. Coisa perdida não comete furto e sim coida achada. E quando uma coisa é classificada como perdida? Quando ela está em lugar público ou de uso público, se estiver em local privado, ela não está penalmente perdida, e poderá ser furto. Coisa móvel para o DP é todo e qualquer bem suscetível de apreensão e transporte. Coisa imóvel não pode ser objeto material de furto por expressa previsão legal. O CP dá as coisas móveis um sentido real, não é meramente jurídico. Existe no direito civil os bens imóveis por equiparação. Mas no direito penal não existe essa figura, pouco importa a classificação dada pelo DC. Também é possível o furto de animais e semoventes. Ex.: subtração de um boi, vaca, carneiro. O abigeado é a subtração de animais e semoventes (obviamente que só ocorrerá quando eles possuirem dono). Art. 155, §3º: é uma norma penal explicativa relativa ao objeto material do furto. Energia elétrica, eólica, térmica, radioativa, genética (sêmen) – é tudo passível de furto. E o furto de sinal de TV fechada? É possível, é energia que tem um valor econômico, este é o entendimento majoritário. Todavia, o STF, no HC 97.261, inf. 623, o gatonet não é furto, pois eles disseram que sinal de TV a 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 5/14 cabo não é energia com valor econômico. No caso do furto de energia elétrica o crime é permanente, pois todo dia tem uma quantia subtraída. A con- sumação se prolonga no tempo. Princípio da insignificância: é cabível. Tem que levar em conta o valor do bem para a vítima. É possível haver crime de furto de objetos de estima- ção (sem valor econômico)? Sim. Patrimônio engloba tanto os bens de valor econô- mico como também os bens de valor sentimental/afetivo. Furto famélico – o objeto material será comida, bebida ou medicamentos. Ele é praticado para preservar a vida de alguém, neste caso não há crime, trata-se de estado de necessidade. Estado de precisão – é a dificuldade financeira em que se encontra a maioria da população, não autoriza o furto, neste caso há crime. Núcleo do tipo: Subtrair – é inverter a posse do bem. Essa conduta de subtrair envolve duas situações: O bem é retirado da vítima – aqui o bem pode ser retirado na presença ou ausência da vítima; A vítima entrega o bem ao agente, e este se apodera dele. Furto x apropriação indébita (art. 168, CP): no furto o agente recebeu a posse vigiada do bem; já na apropri- ação indébita o agente recebeu a posse desvigiada.A posse estava na esfera de vigilância da vítima? Ex .: a pessoa vai até uma loja e pede um monte de camisa para provar, e ai vai embora usando uma das que provou por baixo da que estava usando. Ex : a pessoa pega um DVD na locadora e não devolve mais. No caso 1 é furto, no 2 é apropriação indébita. O furto é crime de forma livre, ou seja, pode ser executado por qualquer meio. Sujeito ativo: O crime de furto é comum ou geral, vale dizer, pode ser praticado por qualquer pessoa. Exceção: o proprie- tário do bem, afinal, a coisa móvel tem que ser alheia. OBS.: O furto admite o concurso de pessoas, tanto coautoria como participação. 1 2 http://comopassaremconcurso.com.br/penal-processo-penal/ 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 6/14 Quando o furto for praticado em concurso de pessoas, surge uma qualificadora. O furto é um crime acidentalmente/eventualmente coletivo, ou seja, pode ser praticado por uma única pes- soa, mas a pluralidade de agentes faz surgir uma modalidade mais grave do delito. Existe situação em que o furto será crime próprio ou especial? Sim. É o furto qualificado pelo abuso de con- fiança. Ele só poderá ser praticado pela pessoa em que a vítima depositava a especial confiança. Famulado – fâmulo da posse no direito civil: fâmulo vem de empregado, fâmulo da posse é a detenção. É o furto praticado por empregados em geral, sendo, por isso, chamado de furto doméstico. E o ladrão que furta ladrão? Ele comete furto. O tipo penal protege a propriedade e posse legítima, o ladrão tem a posse ilegítima, a vítima é o proprietário do bem e não o primeiro ladrão, a coisa vai ficando cada vez mais distante do proprietário. E se o agente subtrai uma coisa própria, mas que foi dada em penhor para um terceiro? Ex.: pedi dinheiro emprestado e a pessoa pede o relógio em garantia. Eu não quero pagar e quero meu relógio, ai vou lá e pego o relógio, responderei por furto? Não. Responderá pelo crime do art. 346, CP. Não confundir furto como crime do art. 312, §1º, que é o crime de peculato furto ou peculato impróprio, este só pode ser praticado por funcionário público que se vale da sua função para praticar o crime. Sujeito passivo: É o proprietário ou o possuidor legítimo do bem. Pode ser uma pessoa física ou jurídica. Ex.: furtaram bem de uma empresa. É possível crime de furto com vítima não identificada? Sim, não importa que a vítima não seja identificada, o crime é de ação pública incondicionada. Elemento subjetivo: É o dolo, não existe furto culposo. O único crime contra patrimônio que admite a forma culposa é a receptação. Esse dolo é conhecido como “animus furandi”, é o dolo de subtrair o bem. Não basta o dolo, também se exige um elemento subjetivo específico, que está na expressão ”para si ou para outrem”, é o chamado “animus rem sibi habendi”, que é o ânimo de assenhoramento definitivo. O agente subtrai o bem para se comportar como dono dele, ele pega para não mais devolver. Se faltar esse ânimo de assenhoramento definitivo estará caracterizado o furto de uso, e este não é crime! O furto de uso depende de 2 requisitos: objetivo e subjetivo. Este é a intenção de restituir rapidamente a coida. Aquele é a restituição integral do bem. 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 7/14 O furto depende da intenção de lucro? Não. Ela normalmente está presente, mas não depende dela. Neste contexto, o furto pode, ainda, ser praticado por vingança. É possível furto por superstição? Furtar o “amuleto da sorte” de alguém. É possível um furto por fanatismo religioso? Sim. É possível furto por questões amorosas? Sim. Elemento subjetivo: Art. 345, CP – é o exercício arbitrário das próprias razões. Consumação: Há muita polêmica nesse ponto. Qual o momento consumativo? Existem algumas teorias clássicas: Teoria da “concretatio” – o furto se consuma no memento em que o agente toca o bem Appretensio – o furto se consuma no momento em que o agente segura o bem. Amotio – o furto se consuma com o deslocamento do bem, quando o agente leva esse bem para outro local. Foi desenvolvida por Francesco Carrara. Esta teoria tem sido adotada pelo STJ, no HC 178.018. Ablatio – desenvolvida por Pessina, o bem deve ser levado para o local desejado/idealizado. Teoria da posse mansa e pacífica – essa teoria foi adotada por muito tempo no Brasil. O furto só se consuma quando o agente tem a posse mansa e pacífica do bem. Ela é exagerada. Teoria da inversão da posse – é adotada pelo STF (HC 113563). O agente se apodera do bem + retira o bem da esfera de vigilância da vítima + tem a disponibilidade do bem, ainda que por breve período. Art. 155, §1º – furto noturno É o furto praticado durante o repouso noturno. É causa de aumento da pena, ou seja aplica-se na terceira fase. Não é uma qualificadora, então, o furto no- turno é chamado de circunstanciado. Qual a aplicabilidade desse parágrafo primeiro? Ele é aplicado unicamente ao furto simples do caput. NÃO SE APLICA AO FURTO QUALIFICADO. Isso ocorre por conta da técnica de elaboração legislativa, é a interpre- tação geográfica ou topográfica do direito penal. Nas qualificadoras as penas já foram elevadas em abstrato , dispensando este aumento, a pena já foi sensi- velmente aumentada, e isso se encontra consagrado o STJ (REsp 940.245). 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 8/14 Qual o fundamento de a pena ser maior durante o repouso noturno? Durante o repouso noturno existe uma menor vigilância da vítima sobre os seus bens, logo, a subtração é muito mais fácil. Repouso noturno é o que? É o intervalo entre dois períodos: 1º período – aquele em que a pessoa se reco- lhe; 2º período – é o outro em que elas despertam para a vida cotidiana. Este período é variável, deve consi- derar os hábitos de uma determinada localidade. Atenção ! O repouso noturno não se confunde com a noite. Pode ser noite e não existir o repouso. Normal- mente existe a noite, mas ainda não existe o repouso noturno. Ex.: as 21h já é noite, mas ainda não existe o repouso noturno, as pessoas ainda não se recolheram neste horário. Atenção ! Não é preciso que as pessoas estejam efetivamente dormindo. Ex.: a vítima pode estar acordada durante a madrugada, as 2h da manhã, por ex. Para incidir essa causa de aumento da pena a casa tem que estar habitada? Não. O STJ já decidiu isso (HC 29.153). O STJ diz que o furto pode ser praticado na rua, em estabelecimentos comerciais. Ex.: a casa da ví- tima não tem garagem, e ela deixa o carro na frente da casa, e este é furtado. Este furto pode ser praticado, segundo o STJ, intra muros ou extra muros. E se a vitima do furto é um medico plantonista que trabalha a noite, ou um vigilante noturno, enfim, uma pessoa trabalha a noite, e dorme durante o dia ð Esta causa de aumento não se aplica, ela NUNCA será pra- ticada para crimes praticados durante o dia, ainda que a vítima esteja dormindo. Art. 155, §2º ð Furto privilegiado É o chamado furto de pequeno valor, também chamado de furto mínimo. Existem dois requisitos: o agente tem que ser primário. Quem é primário? O CP não diz, este conceito se obtém por exclusão, sendo primário aquele que não é reincidente. O tecnicamente primário é primário para o CP; Pequeno valor da coisa subtraída. O CP não diz o que se entende por coisa de pequeno valor. A jurisprudência adotou para tanto um critério objetivo: é aquela que não ultrapassa um salário mínimo, este valor deve ser considerado na data do crime, e não na data da sentença. Este valor deve constar de um auto de avaliação. O MP, nos crimes contra o patrimônio, numa peça prática, deve se pedir na denúncia, na parte da quota, a avaliação da coisa. Pequeno valor da coisa não se confunde com pequeno prejuízo da vítima. Pequenovalor não se confunde com coisa de valor ínfimo, a primeira é até 1 SM, existe crime, há o furto privilegiado, a segunda o fato é atípico, aplica-se o princípio da insignificância. Coisa de valor ínfimo não tem um valor exato, mas na jurisprudência do STF e STJ tem girado em torno de 20% do SM (STF, HC 84. 424). Consequências do privilégio: Atenção: Para prova de Defensoria, esta pode ser uma tese subsidiária, pois a primária é a absolvição do réu. 1 2 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 9/14 O juiz pode substituir a pena de reclusão por detenção; O juiz pode diminuir a pena privativa da liberdade de 1/3 a 2/3; O juiz pode aplicar apenas a pena de multa. As duas primeiras podem ser cumuladas entre si. O CP diz que o “juiz pode”, todavia, a doutrina e a juris- prudência, de forma pacífica, afirma que esse pode é deve. O privilegio é um direito subjetivo do réu, assim, se os requisitos legais estiverem presentes, o juiz deve reconhecer o privilégio, escolhendo qual desses efeitos vai aplicar. Aplicabilidade do privilégio: Em que modalidades de furto se aplica o privilégio? No furto simples, caput; e no furto noturno, §1º. E no furto qualificado (§4º e 5º)? Posição 1 – Não, tendo em vista: a interpretação geográfica do tipo penal; a incompatibilidade lógica entre privilégio e qualificadoras. Até 2005, 2006, essa era uma posição pacífica. Posição 2 – Sim. É admissível o furto qualificado privilegiado, é o chamado furto híbrido. O STJ e STF admitem hoje esta figura (STJ: HC 94765, inf. 519). O STF admite o furto híbrido por razão de política criminal e por conta da proporcionalidade. Ex.: dois agentes furtam coisa de pequeno valor, mas há qualificação pelo concurso de pessoas, e pode ser aplicável sim. Mas o STF faz a seguinte ressalva: pode reconhecer o furto híbrido desde que disto não resulte a aplicação exclusiva da pena de multa. Então, o privilégio aqui só terá duas hipóteses: substituição de reclusão por detenção e diminuição da pena privativa da liberdade de 1/3 a 2/3. Qualificadoras: §§4º e 5º Em todas estas o furto é crime de elevado potencial ofensivo, o furto qualificado não admite os benefícios da lei 9099/95, qualquer que seja a qualificadora. Não cabe, portanto, suspensão condicional do processo, transação penal. 4º – Dizem respeito aos meios de execução do crime. São meios que facilitam a prática do crime. São qualificadoras objetivas, logo de comunicam aos demais agentes no concurso de pessoas. A ÚNICA EXCEÇÃO é a qualificadora do abuso de confiança, que tem natureza subjetiva. 1. Destruição ou rompimento de obstáculo – na destruição o obstáculo desaparece, ex.: explodir um cofre, uma máquina 24 horas de banco. E o crime de explosão? Pode existir quando aquela conduta coloca em risco um número indeterminado de pessoas. No rompimento o obstáculo continua existindo, ele será superado à força, ex.: quebrar cadeado, cofre. Há violência contra a coisa, e não contra a pessoa, pois seria roubo. Obstáculo: é uma barreira, um empecilho qualquer que protege o bem, dificultando a subtração. Ele pode ser externo (ex.: cadeado) ou interno (ex.: grade de proteção). Pode ser ativo ou passivo, ele se limita a pro- http://comopassaremconcurso.com.br/penal-processo-penal/ 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 10/14 teger (ex.: grade, cadeado) a coisa ou a atacar alguém (ex.: cerca elétrica). E o cão de guarda? É um obstáculo. A mera remoção de um obstáculo não caracteriza a qualificadora. Ex.: tirar a telha de uma casa para entrar nela, desparafusar uma janela. Esta qualificadora deve ser provada por um exame de corpo de delito, pois neste caso o furto deixa vestígios materiais. A qualificadora reclama a destruição ou rompimento de obstáculo antes ou durante a subtração do bem. O furto qualificado deste inciso absorve o dano (art. 163, CP). Ex.: pessoa arrebentou a janela para pegar um dinheiro. O agente já subtraiu o bem, e depois ele resolve danificar os bens da casa por uma rixa pessoal. Não incide a qualificadora, responde por furto simples e dano, em concurso material. Alcance da qualificadora: O obstáculo é estranho a coisa, ou ele pode integrar a própria coisa? Ex. agente quebra vidro de uma Ferrari para furtar a Ferrari; o agente quebra o vidro da Ferrari para pegar a bolsa La dentro. Posição 1: O obstáculo tem que ser estanho à coisa – é posição majoritária tanto no STJ (HC 104316) como no STF (HC 98406, inf. 551). Só haverá qualificadora neste caso. Então se quebro vidro para furta a própria Ferrari é simples o furto. Se é para levar a bolsa é qualificado. Posição 2: O obstáculo pode integrar a própria coisa – HC 77675, STF; HC 152833, inf. 429, STJ. Esta posição tem sido abolida no STF e vem sendo mais adotada no STJ, pode o obstáculo integrar a própria coisa. Cleber: a posição 2 é mais coerente. Essa posição já foi acolhida no STF e cada vez mais vem ganhando espaço no STJ. 1. Abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza Confiança – é o sentimento de credibilidade, de segurança que uma pessoa deposita na outra. Se uma pes- soa confia na outra fica mais fácil. É a única qualificadora de natureza subjetiva, não se comunica no con- curso de pessoas. Requisitos: A vítima deposita no agente uma especial confiança; O agente se aproveita desta facilidade para subtrair o bem. A confiança deve realmente existir, deve ser verdadeira, autêntica. Se for fraudulentamente, ardilosamente, a qualificadora será fraude. 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 11/14 Não incide esta qualificadora quando mesmo tendo a confiança da vítima, o agente subtraiu o bem de uma forma comum. Um grande exemplo de furto com abuso de confiança é o chamado famulado, que é praticado por emprega- dos, geralmente empregado doméstico. OBS.: A relação empregatícia não representa por si só a confiança entre as partes. OBS.: STJ, HC 82828 – para existir a confiança, o vínculo empregatício tem que ser antigo? Não. Especial- mente se a pessoa foi indicada por alguém de confiança. Fraude – art. 171: “artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento”. Artifício é a chamada fraude material, é o uso de algum instrumento, objeto, para enganar a vítima. Ardil é a chamada fraude moral ou intelectual, é a conversa enganosa. O agente se vale do artifício ou ardil para enganar a vítima, diminuindo a vigilância desta sobre o bem e rea- lizando a subtração. Qual a diferença entre furto qualificado pela fraude e estelionato? Ambos são crime contra o patrimônio e têm a fraude como meio de execução. A diferença diz respeito à fi- nalidade visada pela fraude. A pena do furto qualificado é maior. No furto qualificado o agente utiliza a fraude para diminuir a vigilância da vitima sobre o bem, permitindo a subtração deste. Ex.: o agente vai a minha casa e quer subtrair meu notebook. Ai ele faz você não está sen- tindo um cheiro estranho? Um cheiro de gás. Ai eu digo eita, e vou ver e vou na cozinha e ele pega o note- book e carrega. No estelionato o agente utiliza a fraude para viciar a vontade da vítima, o agente não subtrai o bem, a vítima entrega o bem ao agente. Ex.: o agente diz que vai levar o notebook e ajeitar, pois ele sabe fazer isso, e diz que depois me devolve. STJ, CC 86862 Questão do MP: é estelionato (garrafa de água que o agente seca e enche de vinho caro, ai passa no caixa, paga por água e vai para o carro, e lá é pego em flagrante pelo segurança que viu tudo nas câmeras de segurança). E o golpe do “test drive” é o que? É tecnicamente estelionato, a vítima livremente entregou o bem ao agente. Todavia, a jurisprudência diz que é furto qualificado pela fraude. STJ, REsp 672.987. A jurisprudência diz isso por razões de política criminal, paraproteger a vítima, para fins de recebimento do seguro do carro, pois o seguro cobre furto e roubo, mas não estelionato. Escalada – É a utilização de uma via anormal (pode ser por cima ou por baixo) para entrar em um recinto fechado. Essa via anormal pode ser superada pelo emprego de algum objeto (ex.: escada, porta, cavadeira) 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 12/14 ou a especial condição física do agente. Existe algum mínimo de altura para ser escalada? O STJ já reconheceu a qualificadora quando o agente pu- lou 1,80 metro (REsp 680.743). Tem que ser no recinto fechado, e não existe outra forma de entrar naquele local. Situação: Pessoa que pega um caminhão e bate no muro pra derruba-lo = é destruição de obstáculo e não escalada. Não se exige o ingresso total do agente no local do crime. Ex.: furto do homem aranha – moro no 5º andar, e o agente escala e pega meu notebook, que fica numa mesa embaixo da janela, ele não entrou, colocou ape- nas o braço. Destreza – É a habilidade manual do agente que lhe permite subtrair bens que estão junto ao corpo da ví- tima, sem que esta perceba a subtração. So existe destreza na subtração de bens que estão junto ao corpo da vítima. O “punguista” no passado, era o nome utilizado para pessoas que praticavam este crime. Hoje são os batedores de carteira, de celular. O agente tem a destreza e se utiliza dela. Logo, não incide essa qualificadora quando a vítima que foi fur- tada estava desmaiada, embriagada, em sono profundo, pois não é preciso destreza para retirar os bens neste caso. O furto qualificado pela destreza admite tentativa? Depende. Vejamos: Se a vítima percebe a subtração = tentativa de furto simples, pois o agente não tinha destreza, a vítima percebeu. Se um terceiro percebe a subtração = tentativa de furto qualificado pela destreza Emprego de chave falsa Chave falsa – é qualquer instrumento com ou sem forma de chave que o agente utiliza no lugar da chave verdadeira para abrir uma fechadura ou fazer funcionar um dispositivo de segurança. Ex.: fazer funcionar a ignição de um carro. Está abrangida a cópia da chave verdadeira sem autorização do titular; a chave diferente da verdadeira, mas alterada para abrir uma fechadura ou dispositivo; gazuas (qualquer instrumento com ou sem forma de chave capaz de abrir fechadura sem destruí-la, sem arrombá-la, como ex.: grampo, chave de fenda, chave mixa). OBS.: Ligação direta de veículos automotores – não incide esta qualificadora, pois não houve emprego de instrumento nenhum. STJ, REsp 43.047. 07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso comopassaremconcurso.com.br/crime-de-furto-artigo-155-codigo-penal/ 13/14 O uso de chave verdadeira ilicitamente obtida pelo agente NUNCA caracteriza essa qualificadora. 1. E parágrafo 5º são os mesmos casos do roubo, todavia, neste são causas de aumento e no furto qualificadoras. DOWNLOAD DO LIVRO SOBRE DIREITO PENAL Autor: Richard Ferreira Lima Matérias relacionadas: 1) Dicas de como resolver provas de concursos públicos; 2) Ritalina e outras drogas da inteligência; 3) Como aprende o Cérebro; 4) Como organizar o tempo e estudar melhor para provas e concursos; 5) Nome sujo pode impedir a posse do servidor público; 6) Como escrever uma monografia ou tcc; 7) Aprenda a ler e entender um edital de concurso; Rating: 5.0/5. 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