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crime de furto artigo 155 do código penal _ Como Passar em Concurso

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07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso
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crime de furto artigo 155 do código
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TÓPICOS A SEREM ESTUDADOS:
1 – Crime de furto;
2 – Estrutura do tipo penal;
3 – Furto simples;
4 – Furto agravado ou circunstanciados;
5 – Furto privilegiado ou mínimo;
6 – Norma penal explicativa;
7 – Qualificadoras;
8 – CLIQUE AQUI E FAÇA O DOWNLOAD DE UM LIVRO SOBRE DIREITO PENAL
O QUE É CRIME DE FURTO?
Objetividade jurídica:
O furto é crime contra o patrimônio. Logo, o bem jurídico protegido pelo tipo penal é o patrimônio alheio.
11 - Furto11 - Furto
http://www.comopassaremconcurso.com.br/mini-curso-gratuito-em-5-aulas/
http://comopassaremconcurso.com.br/penal-processo-penal/
https://www.youtube.com/watch?v=SLtGar91sDc
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Mais especificadamente, o tipo penal protege a propriedade e a posse legítima.
O crime de furto reforça a tutela conferida pelo direito civil à propriedade e à posse legítima.
O princípio da fragmentariedade ou Caráter fragmentário do DP – ou seja, o DP é o último grau de proteção
do bem jurídico. O DP reforça a proteção dada pelo direito civil.
Detenção – não é protegida pelo DP, este protege apenas a propriedade e posse legítima. Esta é a posição
praticamente dominante, o único que descorda disso é Delmanto, que diz que a detenção é protegida.
A detenção não é protegida porque o detentor utiliza o bem em nome de terceiro. A detenção não integra o
patrimônio das pessoas. Tanto isso é verdade, que a detenção não é transmitida para outra pessoa, numa
relação inter vivos ou causa mortis, no direito civil.
O patrimônio é um bem jurídico disponível, então, o consentimento do ofendido manifestado antes ou du-
rante a subtração do bem exclui o crime. O fato torna-se atípico.
E o consentimento dado posteriormente à subtração? É irrelevante, não exclui o crime, pois o furto é crime
de ação pública incondicionada. Depois da subtração o consentimento não exclui o crime, o inquérito será
instaurado independentemente de consentimento da vítima.
Isso é muito criticado pela doutrina e jurisprudência (o fato da ação ser pública incondicionada), o ideal é
que ele passe a ser pública condicionada. Todos os crimes contra o patrimônio sem grave ameaça ou vio-
lencia deveria ser assim, afinal:
O patrimônio é bem jurídico disponível;
As vezes a vítima sequer se importa, ela falta audiência, ela mente.
Objeto material:
É a coisa alheia móvel.
O ser humano pode ser furtado? Não, pois ser humano não é coisa, logo não pode ser furtado. Nestes casos
teremos sequestro (art. 148), extorsão mediante sequestro (art. 159), subtração de incapazes (art. 249). Ex.:
pega uma criança na maternidade e a leva.
É possível furtar partes do corpo humano? Sim. Ex.: subtração de cabelo, furto de dente.
E se essas partes do corpo humano forem órgãos vitais? Será crime de lesão corporal grave ou gravíssima
(art. 129, §1º, III; §2º, III). Também poderá configurar homicídio, ex.: tirar o coração.
Lei 9434/97 – art. 14: quando a conduta é praticada para fins de transplante, aplica-se esta lei. Há o princípio
da especialidade para resolver o conflito aparente de normas.
Objetos ou instrumentos ligados ao corpo humano: ex.: dentadura, peruca, perna mecânica, olho de vidro.
Todos estes podem ser objeto de furto.
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E o cadáver, ele pode ser subtraído? Art. 211, CP: destruição, subtração ou ocultação de cadáver sem dono.
E com dono? É o cadáver dotado de valor econômico. Ex.: cadáver que pertence a uma universidade de
medicina.
E a subtração de animais de estimação? É perfeitamente possível. Mas também poderá ocorrer o crime de
extorsão do art. 158, CP, caso peçam dinheiro em troca.
A coisa objeto do furto tem que ser alheia. Alheia é um elemento normativo do tipo (= juízo de valor). Alheio
é tudo aquilo que não é próprio, de que não se tem a propriedade.
É possível o furto de coisa própria? Não. Trata-se de crime impossível por impropriedade absoluta do
objeto.
Res nullius – é a coisa de ninguém, que nunca teve dono.
Res derelicta – é a coisa abandonada, já teve dono.
Art. 1263, CC –
E o ouro da arcada dentária do cadáver? Entendimento dominante: é crime de furto. Quem é a vítima? Os
herdeiros.
Coisas de uso comum, ex.: água dos rios: não podem ser furtadas, pois se pertencem a todos, todos são do-
nos. Mas se uma coisa inicialmente de uso comum, foi destacada por alguém, poderá ser furtada.
E a coisa perdida (res desperdicta)? Art. 169, p. único, II, CP: apropriação de coisa achada. Coisa perdida não
comete furto e sim coida achada.
E quando uma coisa é classificada como perdida? Quando ela está em lugar público ou de uso público, se
estiver em local privado, ela não está penalmente perdida, e poderá ser furto.
Coisa móvel para o DP é todo e qualquer bem suscetível de apreensão e transporte.
Coisa imóvel não pode ser objeto material de furto por expressa previsão legal. O CP dá as coisas móveis
um sentido real, não é meramente jurídico.
Existe no direito civil os bens imóveis por equiparação. Mas no direito penal não existe essa figura, pouco
importa a classificação dada pelo DC.
Também é possível o furto de animais e semoventes. Ex.: subtração de um boi, vaca, carneiro. O abigeado é
a subtração de animais e semoventes (obviamente que só ocorrerá quando eles possuirem dono).
Art. 155, §3º: é uma norma penal explicativa relativa ao objeto material do furto. Energia elétrica, eólica,
térmica, radioativa, genética (sêmen) – é tudo passível de furto.
E o furto de sinal de TV fechada? É possível, é energia que tem um valor econômico, este é o entendimento
majoritário. Todavia, o STF, no HC 97.261, inf. 623, o gatonet não é furto, pois eles disseram que sinal de TV a
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cabo não é energia com valor econômico.
No caso do furto de energia elétrica o crime é permanente, pois todo dia tem uma quantia subtraída. A con-
sumação se prolonga no tempo.
Princípio da insignificância: é cabível. Tem que levar em conta o valor do bem para a vítima.
É possível haver crime de furto de objetos de estima-
ção (sem valor econômico)?
Sim. Patrimônio engloba tanto os bens de valor econô-
mico como também os bens de valor
sentimental/afetivo.
Furto famélico – o objeto material será comida, bebida
ou medicamentos. Ele é praticado para preservar a
vida de alguém, neste caso não há crime, trata-se de
estado de necessidade.
Estado de precisão – é a dificuldade financeira em que se encontra a maioria da população, não autoriza o
furto, neste caso há crime.
Núcleo do tipo:
Subtrair – é inverter a posse do bem.
Essa conduta de subtrair envolve duas situações:
O bem é retirado da vítima – aqui o bem pode ser retirado na presença ou ausência da vítima;
A vítima entrega o bem ao agente, e este se apodera dele.
Furto x apropriação indébita (art. 168, CP): no furto o agente recebeu a posse vigiada do bem; já na apropri-
ação indébita o agente recebeu a posse desvigiada.A posse estava na esfera de vigilância da vítima? Ex .: a pessoa vai até uma loja e pede um monte de camisa
para provar, e ai vai embora usando uma das que provou por baixo da que estava usando. Ex : a pessoa
pega um DVD na locadora e não devolve mais. No caso 1 é furto, no 2 é apropriação indébita.
O furto é crime de forma livre, ou seja, pode ser executado por qualquer meio.
Sujeito ativo:
O crime de furto é comum ou geral, vale dizer, pode ser praticado por qualquer pessoa. Exceção: o proprie-
tário do bem, afinal, a coisa móvel tem que ser alheia.
OBS.: O furto admite o concurso de pessoas, tanto coautoria como participação.
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Quando o furto for praticado em concurso de pessoas, surge uma qualificadora.
O furto é um crime acidentalmente/eventualmente coletivo, ou seja, pode ser praticado por uma única pes-
soa, mas a pluralidade de agentes faz surgir uma modalidade mais grave do delito.
Existe situação em que o furto será crime próprio ou especial? Sim. É o furto qualificado pelo abuso de con-
fiança. Ele só poderá ser praticado pela pessoa em que a vítima depositava a especial confiança.
Famulado – fâmulo da posse no direito civil: fâmulo vem de empregado, fâmulo da posse é a detenção. É o
furto praticado por empregados em geral, sendo, por isso, chamado de furto doméstico.
E o ladrão que furta ladrão? Ele comete furto. O tipo penal protege a propriedade e posse legítima, o ladrão
tem a posse ilegítima, a vítima é o proprietário do bem e não o primeiro ladrão, a coisa vai ficando cada vez
mais distante do proprietário.
E se o agente subtrai uma coisa própria, mas que foi dada em penhor para um terceiro? Ex.: pedi dinheiro
emprestado e a pessoa pede o relógio em garantia. Eu não quero pagar e quero meu relógio, ai vou lá e
pego o relógio, responderei por furto? Não. Responderá pelo crime do art. 346, CP.
Não confundir furto como crime do art. 312, §1º, que é o crime de peculato furto ou peculato impróprio,
este só pode ser praticado por funcionário público que se vale da sua função para praticar o crime.
Sujeito passivo:
É o proprietário ou o possuidor legítimo do bem.
Pode ser uma pessoa física ou jurídica. Ex.: furtaram bem de uma empresa.
É possível crime de furto com vítima não identificada? Sim, não importa que a vítima não seja identificada,
o crime é de ação pública incondicionada.
Elemento subjetivo:
É o dolo, não existe furto culposo.
O único crime contra patrimônio que admite a forma culposa é a receptação.
Esse dolo é conhecido como “animus furandi”, é o dolo de subtrair o bem.
Não basta o dolo, também se exige um elemento subjetivo específico, que está na expressão ”para si ou
para outrem”, é o chamado “animus rem sibi habendi”, que é o ânimo de assenhoramento definitivo. O
agente subtrai o bem para se comportar como dono dele, ele pega para não mais devolver.
Se faltar esse ânimo de assenhoramento definitivo estará caracterizado o furto de uso, e este não é crime!
O furto de uso depende de 2 requisitos: objetivo e subjetivo. Este é a intenção de restituir rapidamente a
coida. Aquele é a restituição integral do bem.
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O furto depende da intenção de lucro? Não. Ela normalmente está presente, mas não depende dela. Neste
contexto, o furto pode, ainda, ser praticado por vingança.
É possível furto por superstição? Furtar o “amuleto da sorte” de alguém.
É possível um furto por fanatismo religioso? Sim.
É possível furto por questões amorosas? Sim.
Elemento subjetivo:
Art. 345, CP – é o exercício arbitrário das próprias razões.
Consumação:
Há muita polêmica nesse ponto. Qual o momento consumativo?
Existem algumas teorias clássicas:
Teoria da “concretatio” – o furto se consuma no memento em que o agente toca o bem
Appretensio – o furto se consuma no momento em que o agente segura o bem.
Amotio – o furto se consuma com o deslocamento do bem, quando o agente leva esse bem para outro local.
Foi desenvolvida por Francesco Carrara. Esta teoria tem sido adotada pelo STJ, no HC 178.018.
Ablatio – desenvolvida por Pessina, o bem deve ser levado para o local desejado/idealizado.
Teoria da posse mansa e pacífica – essa teoria foi adotada por muito tempo no Brasil. O furto só se consuma
quando o agente tem a posse mansa e pacífica do bem. Ela é exagerada.
Teoria da inversão da posse – é adotada pelo STF (HC 113563). O agente se apodera do bem + retira o bem
da esfera de vigilância da vítima + tem a disponibilidade do bem, ainda que por breve período.
Art. 155, §1º – furto noturno
É o furto praticado durante o repouso noturno.
É causa de aumento da pena, ou seja aplica-se na terceira fase. Não é uma qualificadora, então, o furto no-
turno é chamado de circunstanciado.
Qual a aplicabilidade desse parágrafo primeiro? Ele é aplicado unicamente ao furto simples do caput. NÃO
SE APLICA AO FURTO QUALIFICADO. Isso ocorre por conta da técnica de elaboração legislativa, é a interpre-
tação geográfica ou topográfica do direito penal.
Nas qualificadoras as penas já foram elevadas em abstrato , dispensando este aumento, a pena já foi sensi-
velmente aumentada, e isso se encontra consagrado o STJ (REsp 940.245).
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Qual o fundamento de a pena ser maior durante o repouso noturno? Durante o repouso noturno existe uma
menor vigilância da vítima sobre os seus bens, logo, a subtração é muito mais fácil.
Repouso noturno é o que? É o intervalo entre dois períodos: 1º período – aquele em que a pessoa se reco-
lhe; 2º período – é o outro em que elas despertam para a vida cotidiana. Este período é variável, deve consi-
derar os hábitos de uma determinada localidade.
Atenção ! O repouso noturno não se confunde com a noite. Pode ser noite e não existir o repouso. Normal-
mente existe a noite, mas ainda não existe o repouso noturno. Ex.: as 21h já é noite, mas ainda não existe o
repouso noturno, as pessoas ainda não se recolheram neste horário.
Atenção ! Não é preciso que as pessoas estejam efetivamente dormindo. Ex.: a vítima pode estar acordada
durante a madrugada, as 2h da manhã, por ex.
Para incidir essa causa de aumento da pena a casa tem que estar habitada? Não. O STJ já decidiu isso (HC
29.153). O STJ diz que o furto pode ser praticado na rua, em estabelecimentos comerciais. Ex.: a casa da ví-
tima não tem garagem, e ela deixa o carro na frente da casa, e este é furtado. Este furto pode ser praticado,
segundo o STJ, intra muros ou extra muros.
E se a vitima do furto é um medico plantonista que trabalha a noite, ou um vigilante noturno, enfim, uma
pessoa trabalha a noite, e dorme durante o dia ð Esta causa de aumento não se aplica, ela NUNCA será pra-
ticada para crimes praticados durante o dia, ainda que a vítima esteja dormindo.
Art. 155, §2º ð Furto privilegiado
É o chamado furto de pequeno valor, também chamado de furto mínimo.
Existem dois requisitos:
o agente tem que ser primário. Quem é primário? O CP não diz, este conceito se obtém por exclusão,
sendo primário aquele que não é reincidente. O tecnicamente primário é primário para o CP;
Pequeno valor da coisa subtraída. O CP não diz o que se entende por coisa de pequeno valor. A
jurisprudência adotou para tanto um critério objetivo: é aquela que não ultrapassa um salário mínimo,
este valor deve ser considerado na data do crime, e não na data da sentença. Este valor deve constar de
um auto de avaliação. O MP, nos crimes contra o patrimônio, numa peça prática, deve se pedir na
denúncia, na parte da quota, a avaliação da coisa.
Pequeno valor da coisa não se confunde com pequeno prejuízo da vítima.
Pequenovalor não se confunde com coisa de valor ínfimo, a primeira é até 1 SM, existe crime, há o furto
privilegiado, a segunda o fato é atípico, aplica-se o princípio da insignificância. Coisa de valor ínfimo
não tem um valor exato, mas na jurisprudência do STF e STJ tem girado em torno de 20% do SM (STF,
HC 84. 424).
Consequências do privilégio:
Atenção: Para prova de Defensoria, esta pode ser uma tese subsidiária, pois a primária é a absolvição do
réu.
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O juiz pode substituir a pena de reclusão por detenção;
O juiz pode diminuir a pena privativa da liberdade de 1/3 a 2/3;
O juiz pode aplicar apenas a pena de multa.
As duas primeiras podem ser cumuladas entre si.
O CP diz que o “juiz pode”, todavia, a doutrina e a juris-
prudência, de forma pacífica, afirma que esse pode é
deve. O privilegio é um direito subjetivo do réu, assim,
se os requisitos legais estiverem presentes, o juiz deve
reconhecer o privilégio, escolhendo qual desses efeitos
vai aplicar.
Aplicabilidade do privilégio:
Em que modalidades de furto se aplica o privilégio? No furto simples, caput; e no furto noturno, §1º.
E no furto qualificado (§4º e 5º)?
Posição 1 – Não, tendo em vista: a interpretação geográfica do tipo penal; a incompatibilidade lógica
entre privilégio e qualificadoras. Até 2005, 2006, essa era uma posição pacífica.
Posição 2 – Sim. É admissível o furto qualificado privilegiado, é o chamado furto híbrido. O STJ e STF
admitem hoje esta figura (STJ: HC 94765, inf. 519). O STF admite o furto híbrido por razão de política
criminal e por conta da proporcionalidade. Ex.: dois agentes furtam coisa de pequeno valor, mas há
qualificação pelo concurso de pessoas, e pode ser aplicável sim. Mas o STF faz a seguinte ressalva: pode
reconhecer o furto híbrido desde que disto não resulte a aplicação exclusiva da pena de multa. Então, o
privilégio aqui só terá duas hipóteses: substituição de reclusão por detenção e diminuição da pena
privativa da liberdade de 1/3 a 2/3.
Qualificadoras: §§4º e 5º
Em todas estas o furto é crime de elevado potencial ofensivo, o furto qualificado não admite os benefícios
da lei 9099/95, qualquer que seja a qualificadora. Não cabe, portanto, suspensão condicional do processo,
transação penal.
4º – Dizem respeito aos meios de execução do crime. São meios que facilitam a prática do crime. São
qualificadoras objetivas, logo de comunicam aos demais agentes no concurso de pessoas. A ÚNICA
EXCEÇÃO é a qualificadora do abuso de confiança, que tem natureza subjetiva.
1. Destruição ou rompimento de obstáculo – na destruição o obstáculo desaparece, ex.: explodir um cofre,
uma máquina 24 horas de banco. E o crime de explosão? Pode existir quando aquela conduta coloca em
risco um número indeterminado de pessoas. No rompimento o obstáculo continua existindo, ele será
superado à força, ex.: quebrar cadeado, cofre. Há violência contra a coisa, e não contra a pessoa, pois
seria roubo.
Obstáculo: é uma barreira, um empecilho qualquer que protege o bem, dificultando a subtração. Ele pode
ser externo (ex.: cadeado) ou interno (ex.: grade de proteção). Pode ser ativo ou passivo, ele se limita a pro-
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teger (ex.: grade, cadeado) a coisa ou a atacar alguém (ex.: cerca elétrica). E o cão de guarda? É um
obstáculo.
A mera remoção de um obstáculo não caracteriza a qualificadora. Ex.: tirar a telha de uma casa para entrar
nela, desparafusar uma janela.
Esta qualificadora deve ser provada por um exame de corpo de delito, pois neste caso o furto deixa vestígios
materiais.
A qualificadora reclama a destruição ou rompimento de obstáculo antes ou durante a subtração do bem.
O furto qualificado deste inciso absorve o dano (art. 163, CP). Ex.: pessoa arrebentou a janela para pegar um
dinheiro.
O agente já subtraiu o bem, e depois ele resolve danificar os bens da casa por uma rixa pessoal. Não incide a
qualificadora, responde por furto simples e dano, em concurso material.
Alcance da qualificadora:
O obstáculo é estranho a coisa, ou ele pode integrar a própria coisa? Ex. agente quebra vidro de uma Ferrari
para furtar a Ferrari; o agente quebra o vidro da Ferrari para pegar a bolsa La dentro.
Posição 1: O obstáculo tem que ser estanho à coisa – é posição majoritária tanto no STJ (HC 104316)
como no STF (HC 98406, inf. 551). Só haverá qualificadora neste caso. Então se quebro vidro para furta a
própria Ferrari é simples o furto. Se é para levar a bolsa é qualificado.
Posição 2: O obstáculo pode integrar a própria coisa – HC 77675, STF; HC 152833, inf. 429, STJ. Esta
posição tem sido abolida no STF e vem sendo mais adotada no STJ, pode o obstáculo integrar a própria
coisa.
Cleber: a posição 2 é mais coerente.
Essa posição já foi acolhida no STF e cada vez mais vem ganhando espaço no STJ.
1. Abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza
Confiança – é o sentimento de credibilidade, de segurança que uma pessoa deposita na outra. Se uma pes-
soa confia na outra fica mais fácil. É a única qualificadora de natureza subjetiva, não se comunica no con-
curso de pessoas.
Requisitos:
A vítima deposita no agente uma especial confiança;
O agente se aproveita desta facilidade para subtrair o bem.
A confiança deve realmente existir, deve ser verdadeira, autêntica. Se for fraudulentamente, ardilosamente,
a qualificadora será fraude.
07/09/2021 crime de furto artigo 155 do código penal | Como Passar em Concurso
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Não incide esta qualificadora quando mesmo tendo a confiança da vítima, o agente subtraiu o bem de uma
forma comum.
Um grande exemplo de furto com abuso de confiança é o chamado famulado, que é praticado por emprega-
dos, geralmente empregado doméstico.
OBS.: A relação empregatícia não representa por si só a confiança entre as partes.
OBS.: STJ, HC 82828 – para existir a confiança, o vínculo empregatício tem que ser antigo? Não. Especial-
mente se a pessoa foi indicada por alguém de confiança.
Fraude – art. 171: “artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento”.
Artifício é a chamada fraude material, é o uso de algum instrumento, objeto, para enganar a vítima.
Ardil é a chamada fraude moral ou intelectual, é a conversa enganosa.
O agente se vale do artifício ou ardil para enganar a vítima, diminuindo a vigilância desta sobre o bem e rea-
lizando a subtração.
Qual a diferença entre furto qualificado pela fraude e estelionato?
Ambos são crime contra o patrimônio e têm a fraude como meio de execução. A diferença diz respeito à fi-
nalidade visada pela fraude. A pena do furto qualificado é maior.
No furto qualificado o agente utiliza a fraude para diminuir a vigilância da vitima sobre o bem, permitindo a
subtração deste. Ex.: o agente vai a minha casa e quer subtrair meu notebook. Ai ele faz você não está sen-
tindo um cheiro estranho? Um cheiro de gás. Ai eu digo eita, e vou ver e vou na cozinha e ele pega o note-
book e carrega.
No estelionato o agente utiliza a fraude para viciar a vontade da vítima, o agente não subtrai o bem, a vítima
entrega o bem ao agente. Ex.: o agente diz que vai levar o notebook e ajeitar, pois ele sabe fazer isso, e diz
que depois me devolve.
STJ, CC 86862
Questão do MP: é estelionato (garrafa de água que o agente seca e enche de vinho caro, ai passa no caixa,
paga por água e vai para o carro, e lá é pego em flagrante pelo segurança que viu tudo nas câmeras de
segurança).
E o golpe do “test drive” é o que? É tecnicamente estelionato, a vítima livremente entregou o bem ao
agente. Todavia, a jurisprudência diz que é furto qualificado pela fraude. STJ, REsp 672.987. A jurisprudência
diz isso por razões de política criminal, paraproteger a vítima, para fins de recebimento do seguro do carro,
pois o seguro cobre furto e roubo, mas não estelionato.
Escalada – É a utilização de uma via anormal (pode ser por cima ou por baixo) para entrar em um recinto
fechado. Essa via anormal pode ser superada pelo emprego de algum objeto (ex.: escada, porta, cavadeira)
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ou a especial condição física do agente.
Existe algum mínimo de altura para ser escalada? O STJ já reconheceu a qualificadora quando o agente pu-
lou 1,80 metro (REsp 680.743).
Tem que ser no recinto fechado, e não existe outra forma de entrar naquele local.
Situação: Pessoa que pega um caminhão e bate no muro pra derruba-lo = é destruição de obstáculo e não
escalada.
Não se exige o ingresso total do agente no local do crime. Ex.: furto do homem aranha – moro no 5º andar, e
o agente escala e pega meu notebook, que fica numa mesa embaixo da janela, ele não entrou, colocou ape-
nas o braço.
Destreza – É a habilidade manual do agente que lhe permite subtrair bens que estão junto ao corpo da ví-
tima, sem que esta perceba a subtração. So existe destreza na subtração de bens que estão junto ao corpo
da vítima.
O “punguista” no passado, era o nome utilizado para pessoas que praticavam este crime.
Hoje são os batedores de carteira, de celular.
O agente tem a destreza e se utiliza dela. Logo, não incide essa qualificadora quando a vítima que foi fur-
tada estava desmaiada, embriagada, em sono profundo, pois não é preciso destreza para retirar os bens
neste caso.
O furto qualificado pela destreza admite tentativa? Depende. Vejamos:
Se a vítima percebe a subtração = tentativa de furto simples, pois o agente não tinha destreza, a vítima
percebeu.
Se um terceiro percebe a subtração = tentativa de furto qualificado pela destreza
 
Emprego de chave falsa
Chave falsa – é qualquer instrumento com ou sem forma de chave que o agente utiliza no lugar da chave
verdadeira para abrir uma fechadura ou fazer funcionar um dispositivo de segurança. Ex.: fazer funcionar a
ignição de um carro.
Está abrangida a cópia da chave verdadeira sem autorização do titular; a chave diferente da verdadeira,
mas alterada para abrir uma fechadura ou dispositivo; gazuas (qualquer instrumento com ou sem forma de
chave capaz de abrir fechadura sem destruí-la, sem arrombá-la, como ex.: grampo, chave de fenda, chave
mixa).
OBS.: Ligação direta de veículos automotores – não incide esta qualificadora, pois não houve emprego de
instrumento nenhum. STJ, REsp 43.047.
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O uso de chave verdadeira ilicitamente obtida pelo agente NUNCA caracteriza essa qualificadora.
1. E parágrafo 5º são os mesmos casos do roubo, todavia, neste são causas de aumento e no furto
qualificadoras.
DOWNLOAD DO LIVRO SOBRE DIREITO PENAL
Autor: Richard Ferreira Lima
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