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▀ INTRODUÇÃO ►A resposta metabólica à doença grave caracteriza-se por catabolismo acelerado do corpo magro e da massa esquelética, o que, clinicamente, resulta em balanço nitrogenado negativo e desgaste muscular, e envolve ambas as fases de choque e de fluxo. ►Fase de choque • Associada com hipovolemia, choque e hipóxia. ►Fase de fluxo • Segue à ressuscitação por aplicação de soros e à restauração do transporte de oxigênio, nela ocorre aumento do débito cardíaco, do consumo de oxigênio, da temperatura corporal, do dispêndio de energia e do catabolismo total das proteínas corporais. ▀TRIAGEM E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL ►Triagem devem ser realizada em até 48 horas após a admissão hospitalar. Se possível, nas primeiras 24 horas e uma avaliação mais detalhada naqueles que apresentam risco nutricional. ►A triagem utiliza esses parâmetros: • Perda ponderal recente • Baixo índice de massa corporal • Alteração da ingestão alimentar ►Principais formas de triagem: • NUTRIC = Risco Nutricional no Doente Crítico - Análise mais efetiva da gravidade • NRS-2002 - Ponto de corte de APACHE II > 10 • ASG = Avaliação Nutricional Subjetiva Global • MAN = Miniavaliação Nutricional • MST = Triagem de desnutrição • MUST ▀ MÉTODO PARA AVALIAR NECESSIDADE ENERGÉTICA NO PACIENTE CRITICO ►Calorimetria indireta (padrão ouro) ►Na terapia intensiva, o GER sofre a influência de: • Gravidade da doença • Resposta Inflamatória • Comorbidades existentes ▀ RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS NOS PACIENTES CRÍTICOS ►Iniciar com uma oferta energética de 15 a 20kcal/kg/dia e progredir para 25 a 30kcal/kg/dia após o quarto dia dos pacientes em recuperação. ►Caso disponha de CI, ofertar na fase inicial entre 50 e 70% do gasto energético aferido. ►As recomendações de proteína para o doente crítico giram em torno de 1,2 até 2g/ptn/kg/dia. ►Em pacientes com diarreia persistente que estejam hemodinamicamente compensados e não tenham dismotilidade, o uso de fibras solúveis pode ser considerado. ▀ DIARREIA NO PACIENTE CRÍTICO ►Pode ser causada por vários fatores: • Medicamentos • Infecções • Doenças de base • Fatores relacionados à dieta enteral ►Fórmulas com quantidades elevadas de Fodmaps podem contribuir para episódios de diarreia. ▀ CONTROLE GLICÊMICO NO PACIENTE CRÍTICO ►A meta de glicemia deve ser estabelecida entre 140 e 180mg/de para pacientes clínicos sob cuidados intensivos. ►Níveis glicêmicos acima de 180mg/de associam-se de forma crescente a maior comorbidade. ▀ PACIENTE CRÍTICO OBESO ►São mais suscetíveis a complicações associadas ao overfeeding (hiperglicemia, esteatose hepática e resistência à insulina). ►A dieta hipocalórica e hiperproteica objetiva minimizar essas complicações e favorecer um anabolismo adequado, preservando a massa magra. ►Utilização de 25-30kcal/kg/peso real ou ideal pode levar a overfeeding. ►Sem calorimetria indireta: • 11-14 kcal/kg/dia do peso real para pacientes com IMC entre 30-50kg/m² • 22-25 kcal/kg/dia do peso ideal para IMC eutrófico, se IMC >50kg/m² ►Proteína: • 2g/kg/peso ideal por dia, caso IMC entre 30-40kg/m² • Até 2,5g/kg/peso ideal por dia, se IMC > 40kg/m² ►Fórmula de TNE: • Dar preferência às de baixa densidade calórica e hiperproteica, com reduzida relação nitrogênio: calorias não proteicas e não imunomoduladoras ►Parâmetros a serem monitorados: • Hiperglicemia/hiperlipemia • Hipercapnia/ Balanço hídrico • Esteatose hepática ▀ SEPSE ►Septicemia ou Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SRIS) ►Disfunção orgânica fatal. Quando há uma invasão da corrente de sanguínea ou dos tecidos por micro-organismos. ►Critérios utilizados na definição de choque séptico: • Anormalidades circulatórias • Celulares • Metabólicas ►Escore Sequencial de Avaliação de Falha de Órgão (SOFA). Se tiverem pelo menos dois dos seguintes critérios clínicos que juntos constituem um novo escore clínico à beira do leito, denominado SOIFA rápida (qSOFA): • Frequência respiratória de 22/min ou superior • Alteração da mentação ou pressão arterial sistólica de 100mmHg ou menos ►Metas do suporte nutricional • Minimização da inanição • Prevenção ou correção da deficiência de nutrientes específicos • Provisão de calorias adequadas para atender as necessidades calóricas • Restabelecer o equilíbrio hidroeletrolítico, para manter adequada a diurese e homeostase normal. ►O suporte nutricional deve começar logo que o paciente se mostre hemodinamicamente estável (primeiras 48 horas) ►Quando o paciente está hemodinamicamente instável, é aquele que ultrapassou as primeiras 6 a 24 horas de intervenção do choque séptico e vem recebendo drogas vasoativas para adequação da oferta tecidos de oxigênio, mantendo-se, ainda, com sinais de hipoperfusão tecidos. ►A calorimetria indireta é a melhor forma de estimar as necessidades calóricas desse paciente. ►Na fórmula de bolso, utiliza-se 25 a 30kcal/kg de peso por dia. ►Essas estimativas vão evitar a hiperalimentação. ►A nutrição enteral é a via de primeira escolha, ela proporciona melhor controle da glicemia, diminuição das complicações infecciosas, menor tempo de internação e menores custos. Depois, à nutrição parenteral. ►Recomenda se emprego de glutamina endovenosa na dose de 15- 40gramas/dia (0,2-0,5g/kg/dia). Por solução de NP ou infusão individual, por período de 4 a 24 horas. ►Não se recomenda a suplementação nutricional com arginina. ▀ TRAUMA ►O Trauma Cranioencefálico (TCE) é o principal determinante de óbito e sequelas em politraumatizados. ►Pacientes com Traumatismo Craniano (TC) são gravemente hipermetabólicos e catabólicos. ►Quanto mais grave for o trauma, maior será a liberação de catecolaminas, de cortisol, e maior será a resposta metabólica. ►Mesmo com bom estado nutricional antes do traumatismo, sem um suporte nutricional agressivo, podem ocorrer rápida perda de massa corporal magra e imunossupressão. ►A instalação da desnutrição aguda propicia o aparecimento de infecções, distúrbios respiratórios e dificuldade de cicatrização. ►A fosforilação oxidativa respiratória mitocondrial e o transporte do cálcio ficam comprometidos pelo traumatismo cranioencefálico. ►O uso de calorimetria indireta ajuda na determinação das necessidades calóricas desses pacientes. ►O objetivo da terapia nutricional é: • Minimizar o catabolismo • Impedir que o paciente se desnutra • Se a desnutrição estiver instalada, que ela não se agrave • Minimizar a perda de massa magra e, ao mesmo tempo, fornecer calorias para o organismo ►Quando a via oral é permitida, deve ser preferencialmente suplementação com fórmulas enterais adequadas. ►A determinação da necessidade de energia pode ser obtida pela fórmula de Harris-Benedict, corrigida pelos fatores de atividade, estresse e fator térmico. ►Estimativa de energia e proteínas para pacientes em estado grave, conforme condição clínica: CONDIÇÃO CLÍNICA ESTIMATIVA DE ENERGIA ESTIMATIVA DE PROTEÍNAS SEPSE/SIRS GEB X (1 a 1,2) ou utilização de fórmulas que considerem a quantidade de energia por quilograma de peso corporal: 20 a 30kcal/kg/dia 1,25 a 2g/kg/dia Traumatismo com lesão moderada à grave GEB X (1,2 a 1,4) ou 25 a 30kcal/kg/dia 1,25 a 2g/kg/dia TCE 1,25 a 2g/kg/dia ►A quantidade de calorias entre 20 e 25kcal/kg de peso/dia preenche as necessidades nutricionais da maioria dos pacientes com Trauma moderado a grave, nos primeiros dias, quando a SIRS é sobrepujante. ►Pacientes mais estáveis devem receber 25-30kcal/kg/dia. ►O peso corporal a ser adotado deve considerar a investigação do diagnóstico nutricional antes da lesão. • Paciente eutrófico: peso atual, habitual ou ideal • Paciente subnutrido: peso habitual ou ideal • Pacienteacima do peso: peso ajustado ►O suporte alimentar precoce é essencial e pode ajudar a diminuir a permeabilidade intestinal para toxinas e manter a área intestinal absortiva em funcionamento. ►No Trauma, ocorre escassez de glutamina e a sua adição à TN visa melhorar a imunidade e a barreira mucosa do intestino, para evitar translocação bacteriana. ►A glutamina torna-se um aminoácido condicionalmente essencial nas situações de lesão aguda. A dose indicada é de 0,3 a 0,5g/kg/dia. ▀ QUEIMADURAS ►Etiologia • Térmicas, elétricas, químicas e por radiação • Influenciadas por fatores como duração e intensidade ao calor, espessura da pele e área exposta, vascularidade e idade. ►Classificações de acordo com a profundidade: • De espessura parcial superficial: são aquelas de primeiro grau e/ou de segundo grau superficial (atinge a epiderme, camada mais externa da pele) • De espessura parcial profunda: são aquelas de segundo grau profundo (algum grau de envolvimento dérmico) • Espessura total: são aquelas de terceiro grau (epiderme e derme com danos profundos) • Quarto grau: atingem o fáscia, músculos, tendões, articulações, ossos e cavidades) ►Gravidade da queimadura • Leves (1°grau, 2°grau abaixo de SCQ ou de 3°grau abaixo de 2% de SCQ) • Moderadas (2°grau entre 10% e 20% de SCQ e 3°grau entre 3% e 5% de SCQ) • Graves (2°grau acima de 20% de SCQ e 3°grau acima de 10% de SCQ) ►Queimaduras extensas (que são maiores a 30% da superfície corporal queimada) resultam em Trauma grave, que são traumas de origem térmica, resultante da exposição ou contato com chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, eletricidade, frio, substâncias químicas, radiação, atrito e fricção. ►Os pacientes gravemente enfermos queimados são caracterizados por: • Estresse oxidativo • Intensa resposta inflamatória • Resposta hipermetabólica e catabólica ►Catabolismo exagerado de proteína e a excreção aumentada de nitrogênio urinário acompanham o hipermetabolismo desse trauma. ►Fatores que favorecem a sepse nos queimados: • Imunossupressão decorrente da lesão térmica • Possibilidade de translocação bacteriana gastrointestinal • Internação prolongada • Uso inadequado dos antibióticos que leva ao aparecimento de bactérias multirresistentes ►As primeiras 24 horas de tratamento para pacientes queimados são destinadas à recolocação de fluidos e de eletrólitos. Os fluidos necessários são baseados na idade, peso e na extensão da queimadura do paciente. ►Nos pacientes queimados as necessidades de energia e proteína são aumentadas. ►Mensuração indireta do consumo energético via calorimetria indireta é método confiável para avaliar o consumo calórico do paciente queimado. Se não, é recomendado a equação de Toronto para adultos e Fórmula de Schoffield para crianças. ►As necessidades energéticas aumentadas desses pacientes variam de acordo com a extensão da queimadura e da Área Superficial Corporal Queimada (ASCQ). ►Fórmula de Curreri: • Energia = 24kcal X peso corporal normal + 40kcal X ASCQ queimada ►A alimentação via oral ou por sonda terá início imediatamente após a internação (dentro de 12 horas após a lesão). Dar prioridade a via enteral ►Critérios para instituição do suporte nutricional enteral no paciente queimado: • Adulto com ASCQ superior à 20% e criança com ASCQ superior à 15% • Necessidade de suporte ventilatório • Múltiplas intervenções cirúrgicas • Estado nutricional comprometido anterior a queimadura • Perda de peso superior à 10% durante o tratamento • Idosos com mais de 20% de área corporal queimada • Traumatismo cranioencefálico- lesões faciais graves – incapacidade de deglutição • Sempre que as condições clínicas demonstrarem necessidade ►A melhor composição da dieta é 50 a 60% do valor energético total na forma de carboidratos, 20 a 30% na forma de lipídios: • 10% de ácidos graxos poli-insaturados • 10 a 15% de ácidos graxos monoinsaturados • 8 a 10% de ácidos graxos saturados ►A proteína é a principal fonte de energia na fase aguda • Alanina e glutamina para a gliconeogênese • Reposição proteica de 1,5 a 2,0 g/kg/dia para adultos e 1,5 a 3,0g/kg/dia para crianças • Relação energia: gramas de nitrogênio de 100:1 e 150:1 ►As vitaminas A, B1, C e E, selênio, zinco e cobre devem ser suplementares • Vitamina A dose de 5.000UI/1.000kcal • Vitamina C dose de 500mg 2 vezes ao dia • Selênio dose de 500mcg/dia • Zinco dose de 220mg/dia ►Glicose e controle glicêmico: • Recomenda a suplementação de glutamina, mas a de arginina não • Manter os níveis de glicose abaixo de 8mmol/l (e acima de 4,5mmol/l), usando via intravenosa contínua infusão de insulina. ▀ PRÉ E PÓS OPERATÓRIO ►Cirurgia em si leva à Inflamação correspondente à extensão do Trauma cirúrgico e leva uma resposta metabólica ao estresse. Cirurgias Mediadores inflamatórios (Citocinas) Resposta das citocinas Síndrome da resposta inflamatória sistêmica Impacto no metabolismo ►A Síndrome causa catabolismo de glicogênio, gordura e proteína com liberação de glicose, ácidos graxos livres e aminoácidos na circulação, de modo que os substratos são desviados de sua finalidade normal de manter a massa proteica periférica (especialmente muscular), para as tarefas de cura e resposta imune. ►A consequência do catabolismo proteico é a perda de tecido muscular, que é uma carga de curto e longo prazo para a recuperação funcional, considerada o alvo mais importante. ►Mecanismos para poupar os estoques de proteína: • Lipólise • Oxidação de lipídios • Diminuição da oxidação de glicose ►A terapia nutricional na fase pós operatório imediata pode neutralizar apenas minimamente o catabolismo muscular, ou não neutralizar. ►Suporte nutricional, ingestão e exercícios físicos são essenciais para reconstruir a massa proteica periférica e a massa celular corporal. ►A Inflamação grave pré existente na cirurgia e a sepse influenciam negativamente a cura e diminuem o beneficio da terapia nutricional. ►Pacientes gravemente desnutridos podem apresentar uma forma adinâmica de sepse com hipotermia, leucopenia, sonolência, dificuldade de cicatrização de feridas e produção de pus, que leva a lenta deterioração e mortalidade. Nesses casos, a TN poderá restaurar uma resposta adequada ao estresse, para aumentar as chances de recuperação. ►Pacientes gravemente comprometidos precisam de TN pré-operatória de maior duração. ►Principais aspectos dos cuidados pré-operatórios: • Integração da nutrição na gestão geral do paciente • Evitar longos períodos de jejum pré-operatório • Restabelecimento da alimentação oral o mais cedo possível após a cirurgia • Início precoce da terapia nutricional, assim que o risco nutricional se tornar aparente • Controle metabólico • Redução de fatores que exarcebam o catabolismo relacionado ao estresse ou prejudicam a função gastrointestinal • Minimizar o tempo em agentes paralíticos para gerenciamento de ventilação no período pós operatório • Mobilização precoce para facilitar a síntese de proteínas e função muscular ►Protocolos de cuidados nutricionais para paciente cirúrgico devem incluir: • Histórico nutricional e médico detalhado que inclui avaliação da composição corporal • Plano de intervenção nutricional • Alteração do plano de intervenção, quando necessário • Avaliação de documentação clara e precisa do resultado nutricional e clínico • Exercício de resistência sempre que possível ►Fazer sempre NRS na triagem, com os itens: • IMC <20,5kg/m² • Perda de peso > 5% em 3 meses • Diminuição da ingestão alimentar • Gravidade da doença ►A perda de peso resulta em uma perda de massa livre de gordura induzindo um risco metabólico que deve ser mantido em mente para pacientes submetidos a cirurgiasde grande porte. ►A Inflamação crônica de baixo grau pode ser um componente da desnutrição. ►Critérios de diagnóstico para desnutrição: • IMC <18,5kg/m² • Combinado: perda de peso >10% ou >5%, ao longo de 3 meses e IMC reduzido ou um índice de massa livre de gordura baixo. ►A albumina sérica pré-operatória é um fator prognóstico para complicações após a cirurgia e associada a estado nutricional prejudicado. Pode ser considerada também para definir pacientes cirúrgicos com risco nutricional grave, pela presença de, pelo menos, um dos seguintes critérios: • Perda de peso > 10-15% em 6 meses • IMC <18,5kg/m² • Avaliação Subjetiva Global (SGA) Grau C ou NRS >5 • Albumina sérica pré-operatória <30g/l (sem evidência de disfunção hepática ou renal) ►O condicionamento metabólico tem como foco prevenção e tratamento da resistência à insulina, e complicações após grandes cirurgias. ►Terapia nutricional no jejum pré-operatório • Cirurgias sem risco de aspiração > Beber líquidos claros até duas horas antes da anestesia > que esvaziam o estômago dentro de 60-90 minutos > minimizam o desconforto da sede e dores de cabeça por conta do jejum. • Os sólidos devem ser permitidos até seis horas antes da anestesia ►Tratamento com carboidratos nos pacientes eletivos para preparo metabólico pré operatório • Para impactar a resistência à insulina pós operatória e o tempo de internação hospitalar, os carboidratos pré-operatórios podem ser considerados em pacientes submetidos a cirurgias de grande porte. • Ingestão de bebida a base de carboidratos no pré e pós operatório - Ingestão no pré de uma bebida com carboidratos com 800ml na noite anterior + 400ml antes da cirurgia = Não aumenta o risco de aspiração - Limonada à base de frutas pode ser considerada uma alternativa segura, sem diferença no tempo de esvaziamento gástrico - Carboidratos orais melhoram o bem estar pós-operatório - Em pacientes colorretais, a ingestão de uma bebida hiposmolar rica em carboidratos a 12,5% reduziu a resistência à insulina pós-operatória • A bebida de carboidrato não deve ser dada a pacientes com diabetes graves. ►Indicação da avaliação nutricional e terapia nutricional no paciente cirúrgico • Avaliar o estado nutricional antes e após uma cirurgia de grande porte • A TN perioperatória é indicada em pacientes desnutridos e em risco nutricional • Deve ser iniciada, por mais de cinco dias, no período perioperatório • Indicado em pacientes com baixa ingestão oral e que não conseguem manter acima de 50% da ingestão recomendada por mais de sete dias • Recomendações Parâmetro Recomendação Energia 25-30kcal/kg Proteína 1,5g/kg de peso corporal ideal • A indicação da TN é para prevenção e tratamento da desnutrição • Para paciente cirúrgico, a NP é benéfica quando: - Em pacientes desnutridos, quando a NE não é viável ou tolerada - Em pacientes com complicações pós-operatórias que prejudicam a função gastrointestinal e que não sejam capazes de receber nutrição oral ou enteral por 7 dias • Se o período esperado de NP durar entre 4 e 7 dias, a nutrição pode ser hipocalórica com 2g de carboidratos e 1g de aminoácidos/kg de peso corporal administrados por um cateter periférico, e se for por mais de 7 a 10 dias é melhor por um cateter venoso central. ►Cirurgia • Após a cirurgia abdominal, o íleo pós-operatório pode inibir a ingestão oral precoce de alimentos • O cirurgião deve prever a capacidade do paciente para alimentação oral pós-operatória adequada ►Gestão pós-operatória do metabolismo e função intestinal • Algum grau de resistência a insulina se desenvolve, após todos os tipos de cirurgia, mas a gravidade vai depender do tipo de cirurgia e desenvolvimento de complicações • Medidas que podem ser adotadas para contribuir na redução a resistência à insulina: - Alivio da dor - Analgesia peridural contínua com anestésicos local - Preparo do paciente com carboidratos pré-operatórios 2-3 horas antes da cirurgia • Vômitos e/ou meteorismo abdominal, acompanhados por uma elevação dos parâmetros inflamatórios como a PCR, podem ser os primeiros sinais de um curso complicado • A razão PCR/albumina é um parâmetro prognóstico promissor ►Ingestão nutricional oral pós operatória • Deve ser continuada após a cirurgia, sem interrupções • Deve ser iniciada horas após a cirurgia na maioria dos pacientes: - Primeiro ou segundo dia do pós operatório - Apresenta uma redução significativa do tempo de internação hospitalar ►Hiperglicemia • Tem sido recomendada terapia intensiva com insulina para pacientes criticamente enfermos para evitar hiperglicemia • A quantidade de calorias à base de glicose na NP deve ser reduzida no caso de níveis glicêmicos superiores a 180mg/dl ►Imunonutrientes no paciente cirúrgico: • Glutamina - É segura em uma dose padrão - Sua suplementação parenteral pode ser considerada em pacientes que não podem ser alimentados de forma enteral adequada • Arginina - As evidências são insuficientes para sugerir o uso de arginina sozinha • Ácidos graxos ômega-3 - Deve ser considerada apenas em pacientes que não podem ser alimentados adequadamente por via enteral e precisam de nutrição enteral • Fórmula específica enriquecida com imunonutrientes - Deve ser dada a pacientes desnutridos submetidos à cirurgia de câncer de grande porte ►Simbióticos • O conceito de “ecoimunonutrição” refere-se à fórmulas, contendo simbióticos com fibra e Lactobacillus. ▀ NUTRIÇÃO EM TRANSPLANTE DE ORGÃOS ►Nutrição enteral antes do transplante de órgãos sólidos • A desnutrição é um dos principais fatores que influenciam o resultado após o transplante • O balanço energético negativo é altamente prevalente entre os pacientes na lista de espera para o transplante de fígado e está associado a gravidade da doença hepática • A obesidade continua sendo um fator de risco metabólico significativo para o resultado de pacientes submetidos a transplante de órgãos. • O monitoramento nutricional e o tratamento também devem incluir a obesidade e a síndrome metabólica, a fim de se obter perda de peso e minimização de riscos ►Indicação da Terapia nutricional após o transplante de órgãos sólidos • Após o transplante de coração, pulmão, fígado, pâncreas e rim, a ingestão precoce de alimentos normais ou nutrição enteral é recomendada dentro de 24 horas • Mesmo após o transplante do intestino delgado, a nutrição enteral pode ser iniciada precocemente, mas deve ser aumentada com muito cuidado na primeira semana • Se necessário, deve se combinar nutrição enteral e parenteral. Monitoramento nutricional de longo prazo aconselhamento dietético qualificado para todos os transplantes • Em caso de desnutrição, deve ser combinado com nutrição parenteral, se a oferta enteral de nutrientes for inadequada ►Cirurgia bariátrica • A ingestão oral precoce pode ser recomendada • A avaliação pré-operatória deve incluir rastreamento de desnutrição e deficiência de vitaminas e oligoelementos • Pacientes super obesos podem se beneficiar da perda de peso pré- operatória • Recomenda-se a ingestão alimentar precoce no pós-operatório e sugere-se a suplementação com proteína em pó para atender as necessidades diárias de 60g de proteína/dia • Os suplementos orais padrão contém altas concentrações de glicose e são problemáticos em pacientes bariátricos, pois podem causar a síndrome de dumping • A nutrição parenteral não é necessária na cirurgia bariátrica não complicada. Não há necessidade de nutrição parenteral suplementar REFERENCIAS Trechos retirados dos livros Residência em nutrição e Nutrição clínica da sanar saúde
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