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Crimes contra a Paz Pública no Código Penal

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Tema do trabalho: Crimes contra a paz pública (286 a 288-a)
TÍTULO IX
DOS CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
 Este trabalho descreve detalhadamente os crimes especificados no Código Penal, no Título IX, Dos Crimes contra a paz pública.
São elencados os seguintes: 
· Artigo 286, que fala sobre incitação ao crime;
· Artigo 287, sobre a apologia de crime ou criminoso;
· Artigo 288, sobre a Associação criminosa;
· Artigo 288-A, que é sobre Constituição de milícia privada.
Conceitua-se a Paz pública como sendo o sentimento de segurança que deve existir na coletividade/sociedade, e que é indispensável ao ser humano. 
Esse sentimento de paz é colocado em risco quando são executadas condutas que causem medo à sociedade, sendo por isso, tipificadas como criminosas pelos artigos 286 a 288-A do código penal brasileiro. 
O objeto jurídico tutelado é a paz pública, então a tranquilidade social é o que a paz pública quer proteger. 
Os crimes contra a Paz Pública trazem atos preparatórios que são puníveis. O Legislador nos dá a possibilidade de punição. Os atos preparatórios são aqueles realizados em momento anterior ao da execução do delito. Trata-se de uma fase entre a cogitação e a execução. Esses atos somente são puníveis quando constituírem, por si só, infração penal.
Compreende-se que o Direito Penal busca em critério objetivo a identificação dos crimes e sua colocação espacial no código penal. Pois condutas que, por si só, induzem medo à sociedade, merecem repulsa do órgão repressor.
Neste trabalho, cujo artigos se encontram na Parte Especial, do Código Penal, o bem jurídico protegido é a paz pública, e o crime poderá ser catalogado de 4 formas diferentes.
 Incitação ao crime
 	Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime:
 	Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
 Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem incita, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade. (Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência)
 
Este artigo se refere a pessoa que incita alguém, publicamente, a praticar conduta criminosa. É um ato preparatório punível, no nosso ordenamento. 
Incitar significa reforçar, induzir, provocar, instigar ou estimular a prática do crime em questão. Tal incitação precisa ser pública, e deve ser direcionada a um número indeterminado de pessoas (grupo, independente da quantificação). No caso de reunião privada não haverá tipificação. 
O crime em questão poderá ser praticado em qualquer meio de execução, inclusive através da internet ( que é público, pois muitas pessoas têm acesso). Na internet, se for escrito, a incitação cabe à tentativa. 
O delito de incitação ao crime previsto no artigo 19 da Lei 5.250, de 09.02.67, tem como objeto jurídico a paz pública e como sujeito passivo a coletividade, à semelhança do que ocorre com o mesmo crime definido no artigo 286 do Código Penal.
O elemento subjetivo é o dolo de incitar a coletividade à prática do crime, ou seja, a vontade consciente do agente. Publicamente, se refere a um grupo indeterminado de pessoas. 
Importante destacar que o elemento publicidade é indispensável para que haja consumação do crime. Além disso, a forma não cabe incitação ao crime na modalidade culposa - não é permitida. 
O crime será considerado consumado quando a incitação for perceptível a um número determinado de pessoas, de acordo a doutrina majoritária. E deve-se sempre levar em consideração a preponderação de liberdade de expressão e este crime de incitação ao crime. 
No elemento subjetivo deve haver um dolo específico e o crime precisa ser determinado. 
Com relação ao erro do tipo, a pessoa deve ter ciência do que está se incitando. 
Na Doutrina Minoritária, Rogério Greco, diz que não precisa e não depende só da percepção de um número determinado de pessoas, mas sim, se essa exposição for capaz de causar um dano efetivo a sociedade, aí sim o crime será consumado. 
Na incitação não é necessário que alguém cometa o crime para que incida com o crime de incitação. 
No contexto verbal não cabe tentativa. No contexto escrito, se tiver incitação, cabe tentativa ( no caso de escrever e não postar, na internet)
De acordo a ação penal é considerada ação penal pública incondicionada, pois o titular da ação é o Ministério Público. E a competência será do JECRIM ( Juizados criminais)
Também cabe o instituto de transação penal e sursi ( suspensão do processo)
Apologia de crime ou criminoso
 	Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
 	Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
 
Fazer apologia significa exaltar, elogiar, enaltecer, de forma pública, um fato criminoso ou autor de algum crime.
A apologia é sobre um crime que já aconteceu. 
A conduta é fazer apologia, núcleo do tipo é louvar, ou seja, é o elogio de um crime concreto, real, que ocorreu. Não se trata do elogio do tipo, do crime em abstrato.
O agente elogia o crime como acontecimento e seu autor publicamente percebido por grande número de pessoas, pois, o sujeito passivo é a coletividade. Não há uma pessoa específica que é vítima desse crime; a conduta atinge todas as pessoas que sentem a intranquilidade decorrente da apologia.
Elemento Subjetivo do Tipo: dolo de publicamente incitar pessoa (as) a prática de crime. Ação Penal: É pública e incondicionada. O julgado do TJSP presta um bom exemplo da apologia ao crime: ato infracional.
O momento consumativo se dá com a manifestação apologética, sem necessidade de demonstração de qualquer resultado. A tentativa será impossível na forma verbal, sendo, teoricamente possível, apenas nas hipóteses em que é possível o fracionamento do iter criminis.
Por fim, há a exigência, para a caracterização do crime, que a apologia seja feita publicamente, ou seja, perceptível por um número indeterminado de pessoas. Não importa se feito por palavra, escrito, gestos ou meio simbólico, desde que seja uma manifestação unívoca, haverá o crime.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, pois é um crime comum.
O sujeito passivo é a coletividade que está tendo esta intranquilidade.
A apologia se consuma quando for perceptível a um número determinado de pessoas.
O Rogério Greco diz que não basta que um número determinado tenha acesso, mas também que haja um dano efetivo. 
Na doutrina majoritária, não se fala de concurso de crime se a pessoa está falando de vários crimes ou criminosos dentro de um contexto fático. 
Já na doutrina minoritária, se a pessoa fizer apologia a um autor do crime e mais ao crime cometido pelo autor, não há concurso. Mas se a pessoa estiver falando de vários crimes ou se estiver fazendo apologia a mais de um autor, então haverá concurso de crimes.
 Associação Criminosa
 Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
 	Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
 	Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 12.850, de 2013) (Vigência)
A redação dada pela Lei 12.850/2013, conferiu novo nome ao delito, antes chamado de “quadrilha ou bando”.
O objeto jurídico e material do crime de associação criminosa é a paz pública, entendida como o necessário sentimento de tranquilidade e segurança coletiva que a ordem pública deve proporcionar.
A associação criminosa é crime comum e abstrato, assim, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, independentemente de qualquer qualidade ou condição especial.
A estrutura central do núcleo do crime de associação criminosa reside na consciência e vontade de os agentes organizarem-se em associação criminosa, com o fim específico de praticar crimes indeterminados, que é o seu imprescindível elemento subjetivo especial do injusto.
O elemento subjetivo do crime de associaçãocriminosa é o dolo, consistente na vontade consciente de associar-se a outras pessoas. Exige-se, ainda, o elemento subjetivo específico (finalidade específica), consubstanciado na expressão "para o fim específico de cometer crimes", indeterminados ou de qualquer natureza.
A associação criminosa é crime formal, que se consuma sem a produção do resultado naturalístico, consistente na efetiva perturbação da paz pública.
A Organização Criminosa exige a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas, ao contrário da Associação Criminosa que pressupõe a presença de 3 (três) ou mais agentes
Constituição de milícia privada 
 (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código: (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos. (Incluído dada pela Lei nº 12.720, de 2012)
O artigo 288-A foi acrescido ao Código Penal pela Lei nº 12.720, de 27 de setembro de 2012.
O crime de constituição de milícia privada consiste em constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no Código Penal.
A conduta típica pode ser praticada por qualquer pessoa, vez que o tipo penal não exige qualidade especial do sujeito ativo (“crime comum”).
Para o crime de constituição de milícia privada ser enquadrado na lei de crimes hediondos, a organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão, terá que praticar um crime previsto no código penal e também na lei 8.072/90, de 15 de Julho de 1990). O delito é transeunte (não deixa vestígios);
O tipo subjetivo é o dolo aliado a um elemento subjetivo especial do injusto, que é a finalidade de cometer crimes, sem a qual o delito não se configura.
É delito formal, portanto não exige resultado naturalístico. A consumação ocorre com a prática de uma das condutas descritas no tipo penal (Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão), pondo em risco, presumidamente, a paz pública.
O tipo penal de constituição de milícia privada pode ser classificado como tipo penal aberto. De fato, o art. 288-A do Código Penal não conceitua “organização paramilitar”, “milícia particular”, “grupo” e “esquadrão”.
Organização paramilitar. Paramilitar é aquela que “caminha ao lado” da militar, em situação ilegal. Possui a estrutura da organização militar, sem ser militar. Assemelha-se à estrutura militar, podendo haver hierarquia, armamento, planejamento de ataque, etc.
Milícia particular. Milícia significa batalhão, polícia. A milícia particular se refere a um grupo menor de agentes criminosos que se reúnem inicialmente para fornecer “segurança” (vulgarmente conhecido como “bico”) e depois passa a extorquir uma determinada população. Existe uma semelhança grande entre as expressões organização paramilitar e milícia particular.
Haverá tipicidade concreta ou material com qualquer grau de lesão ao objeto jurídico analisado no caso concreto; in casu, não será possível, em nenhuma hipótese, a aplicação do princípio da insignificância no crime de constituição de milícia privada.
Elemento subjetivo do delito de constituição de milícia privada: o elemento do delito em estudo é o dolo, que corresponde à vontade livre e consciente de realizar as condutas descritas nas modalidades supracitadas.
Exige-se a presença do elemento subjetivo especial do tipo consistente na finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no código penal.
Elemento normativo do delito de constituição de milícia privada: No delito em estudo não se admite a forma culposa, nem a forma preterdolosa. 
Grupo é o conceito mais genérico, referindo apenas à união ou conjunto de pessoas. 
Esquadrão, no conceito militar, refere-se a uma unidade da cavalaria, do exército blindado, etc. O termo se vincula a uma reunião de pessoas quantitativamente maior que o grupo. O esquadrão pode ser exemplificado na organização criminosa formada no interior dos estabelecimentos penitenciários ou em São Paulo, com o chamado “esquadrão da morte”.
A ofensa ao bem jurídico, no delito em estudo, ocorre com lesão ao objeto jurídico “paz pública” que se efetiva com qualquer incentivo a organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com o escopo de praticar qualquer dos crimes previstos no Código Penal.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://tavaresbruno.jusbrasil.com.br/artigos/320511641/dos-crimes-contra-a-paz-publica
https://franciscodirceubarros.jusbrasil.com.br/artigos/121941055/aspectos-criminais-e-processuais-do-crime-de-constituicao-de-milicia-privada

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