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Princípio da Anterioridade e ICMS Interestadual

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Faculdade Estácio de Macapá. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ana Julia Castro Da Rocha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Macapá-AP 
2022 
Aplicação do princípio da anterioridade incidente sobre o ICMS 
Interestadual: 
 
O ICMS é imposto de competência estadual, que incide sobre operações 
relativas à circulação de mercadorias, sobre serviços de transporte interestadual 
e intermunicipal e sobre serviços de comunicação, conforme previsto no art. 155, 
II, da Constituição Federal. 
 Atendendo ao disposto no art. 155, § 2º, XII, da Constituição Federal, o ICMS 
é regulamentado pela Lcp nº 87/96, também conhecida como Lei Kandir, a qual, 
dentre outras matérias, dispõe sobre substituição tributária, disciplina o regime 
de compensação do imposto, fixa, para efeito de cobrança e definição do 
estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de 
mercadorias e das prestações de serviços 155, II, da Constituição Federal. 
 
A Lei Complementar nº 190/22 e o princípio da anterioridade 
 
 Em razão da inconstitucionalidade formal declarada pelo STF, sobreveio a Lei 
Complementar nº 190/22 para regulamentar a cobrança do ICMS nas operações 
e prestações interestaduais destinadas a consumidor final não contribuinte do 
imposto. 
 Entretanto a mencionada lei foi sancionada e publicada somente em 
05.01.2022, destacando em seu artigo 3º, quanto à produção de efeitos, apenas 
a anterioridade nonagesimal, veja-se: 
Art. 3º Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, 
observado, quanto à produção de efeitos, o disposto na alínea c do inciso III do 
caput do art. 150 da Constituição Federal. 
 Todavia, como é cediço, o ICMS sujeita-se ao princípio da anterioridade 
tributária, de modo que as novas exigências só podem ser feitas no ano seguinte 
da publicação da lei que o instituiu ou o majorou: 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu 
ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que 
os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
 De fato, imperativa a observância do princípio constitucional da anterioridade 
anual tributária, de maneira que o ICMS Difal, em tese, somente poderá incidir a 
partir de janeiro de 2023. 
 A matéria tem causado grande repercussão judicial, como é o caso noticiado 
nos autos do processo nº 1002165-72.2022.8.26.0053, da 14ª vara da Fazenda 
Pública da Comarca de São Paulo, no qual f (ICMS - Difal) referente ao exercício 
de 2022. 
 Pelo exposto, é evidente a importância do ICMS para o Estados, especialmente 
por se tratar do tributo de maior arrecadação no país. 
 Todavia, com a decisão do STF na ADI 5469 e no RE 1287019, a edição da 
Lcp nº 190/2022 neste exercício, para regulamentar a cobrança do ICMS nas 
operações e prestações interestaduais, pode não ser suficiente para garantir a 
cobrança do DIFAL pelos estados no ano de 2022, em razão princípio da 
anterioridade. 
E mais. Os estados que se anteciparam à Lei Complementar e publicaram suas 
leis instituidoras do Difal de ICMS podem ser, também, impedidos de cobrar o 
referido tributo no ano de 2022, o que poderia representar uma perda de 
arrecadação no montante de R$9,8 bilhões, segundo levantamento do Comsefaz 
De qualquer forma, a situação representa uma grande oportunidade de 
otimização/redução da carga tributária aos que se enquadram na espécie ora 
tratada, especialmente pelo fato garantir o direito ao não recolhimento do Difal 
de ICMS incidente nas operações interestaduais para consumidor final não 
contribuinte do imposto localizado em outra unidade federativa no ano de 2022, 
caso o STF se pronuncie de maneira favorável ao contribuinte.

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