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HAB CLÍNICAS UC XVI

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HAB CLÍNICAS UC XVI 
AULA I – PRIMEIRA CONSULTA EM PUERICULTURA 
I. CONCEITUAR PUERICULTURA; 
Tradicionalmente, a puericultura é definida como o conjunto de técnicas empregadas para assegurar o 
perfeito desenvolvimento físico e mental da criança, desde o período de gestação até a idade de 4 ou 5 anos, 
e, por extensão, da gestação à puberdade. 
II. CONCEITUAR E DIFERENCIAR RECÉM-NASCIDO A TERMO, PRÉ TERMO E PÓS 
TERMO E CRIANÇA; DEFINIR: BP, MBP, EBP, PIG, AIG E GIG; 
AVALIAÇÃO DA IDADE GESTACIONAL: Avaliar o risco de morbimortalidade, a fim de proporcionar 
assistência adequada; identificar e facilitar reconhecimento do RN quanto à relação entre seu peso de 
nascimento e idade gestacional para avaliar seu crescimento e desenvolvimento intrauterino. 
o Pré-termo: nascidos vivos antes da 38ª semana. 
o A Termo: nascidos vivos entre 38ª e 41ª semana e 6 dias. 
o Pós-termo: nascidos vivos com 42ª semanas ou mais 
Período Neonatal: Intervalo de tempo que vai do nascimento até o momento em que a criança atinge a 
idade de 27dias, 23 horas e 59 minutos. 
Lactente: 29 dias há 2 anos. 
Criança: Considera-se criança a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 
18 anos. 
CONCEITOS DE PREMATURIDADE 
o OMS – WHO, 1950: todo RN vivo com peso de nascimento menor ou igual a 2500g. 
o OMS – Comitê de Especialistas em Saúde Materno-infantil, 1961: RN de baixo peso é todo RN vivo 
com peso de nascimento inferior a 2500g. 
o Academia Americana de Pediatria(AAP), 1970: RN vivo que nasce antes da 38ª semana de idade 
gestacional. 
o OMS atual: todo RN que nasce antes da 37ª. 
O RN PODE SER CLASSIFICADO QUANTO: à idade gestacional (IG); ao peso; ao peso e à idade 
gestacional. 
PESO 
 
o Baixo peso (BP) – Menos de 2,500gr (incluindo 2.499,9gr). 
o Muito baixo peso (MBP) – Menos de 1.500gr (incluindo 1.499,9gr). 
o Extremo baixo peso (EBP) – Menos de 1.000gr (incluindo 999gr). 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO RN PELO PESO/ID GESTACIONAL 
 
PIG: abaixo do percentil 10; 
AIG: entre os percentis 10 e 90; 
GIG: acima do percentil 90. 
 
 
 
III. APONTAR OS PRINCIPAIS EVENTOS DO PROCESSO BIOLÓGICO DO 
CRESCIMENTO, DESTACANDO OS PRINCIPAIS FATORES QUE INFLUENCIAM NO 
CRESCIMENTO INFANTIL, INTRAUTERINO E PÓS-NATAL; 
De um modo geral, considera-se o crescimento como aumento do tamanho corporal e, portanto, ele cessa 
com o término do aumento em altura (crescimento linear). De um modo mais amplo, pode-se dizer que o 
crescimento do ser humano é um processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a concepção até o final da 
vida, considerando-se os fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e órgãos. É considerado como 
um dos melhores indicadores de saúde da criança, em razão de sua estreita dependência de fatores 
ambientais, tais como alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e de higiene, condições de 
habitação e saneamento básico, acesso aos serviços de saúde, refletindo assim, as condições de vida da 
criança, no passado e no presente. 
FATORES QUE INFLUENCIAM O CRESCIMENTO 
pode-se dizer que o crescimento sofre influências de fatores intrínsecos (genéticos, metabólicos e 
malformações, muitas vezes correlacionados, ou seja, podem ser geneticamente determinadas) e de fatores 
extrínsecos, dentre os quais destacam-se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais 
com a criança. 
Nas crianças menores de cinco anos, a influência dos fatores ambientais é muito mais importante do que a 
dos fatores genéticos para expressão de seu potencial de crescimento. Os fatores genéticos apresentam a sua 
influência marcada na criança maior, no adolescente e no jovem. 
o Influência do fator genético no crescimento: 
• No crescimento linear (Lembrar que para crescimento linear é usado o termo comprimento para 
crianças menores de 2 anos de idade (criança deitada) e altura a partir dos 2 anos de idade 
(criança/adulto em pé). O termo estatura é usado no texto para representar genericamente ambos, altura e 
comprimento). 
• Na velocidade do crescimento das diferentes partes do corpo: 
▪ As diversas partes do corpo apresentam diferentes ritmos de crescimento. Assim, é que a cabeça 
no feto aos 2 meses de vida intra-uterina representa, proporcionalmente, 50% do corpo; no 
recém-nascido representa 25% e na idade adulta 10%. 
▪ A menarca, que expressa o crescimento do tipo reprodutivo, surge na fase de declínio do pico de 
crescimento da puberdade. A influência do fator genético na idade da menarca. 
▪ Existem também diferenças de crescimento de outros tecidos e partes do corpo, como, por 
exemplo, o sistema linfóide (timo, nódulos linfáticos e massa linfática intestinal) e o crescimento 
do tecido ósseo (crescimento linear) 
 
o A influência do meio ambiente: 
A influência do meio ambiente ocorre desde a vida intra-uterina, quando o crescimento é limitado a partir de 
um certo momento pelo espaço da cavidade intra-uterina, até a idade adulta. 
 
o O crescimento pós-natal: 
 A velocidade de crescimento pós-natal é particularmente elevada até os dois primeiros anos de vida com 
declínio gradativo e pronunciado até os cinco anos de idade. A partir do quinto ano, a velocidade de 
crescimento é praticamente constante, de 5 a 6 cm/ano até o início do estirão da adolescência (o que ocorre 
em torno dos 11 anos de idade nas meninas e dos 13 anos nos meninos). A velocidade de crescimento geral 
não é uniforme ao longo dos anos e os diferentes orgãos, tecidos e partes do corpo não crescem com a 
mesma velocidade. O gráfico 1 ilustra essas diferenças. 
RETARDO DO CRESCIMENTO INTRAUTERINO: 
Fatores de Risco: 
o Tabagismo; 
o HA crônica ou gestacional; 
o Gestação Múltipla; 
o Antecedentes de restrição de crescimento intrauterino (RCIU); 
o Infecções perinatais crônicas; 
o Anomalias Congênitas; 
o Ganho Ponderal Materno insuficiente; 
o Sangramento persistente no 2º trimestre; 
o Consumo de álcool; 
o Desnutrição Materna; 
o IST’s 
o Curto intervalo interpartal (menor que 2 anos) 
o Idade materna (acima de 35) 
 
IV. CONHECER E DISCUTIR O GRÁFICO DE CURVAS DE CRESCIMENTO DAS 
DIFERENTES PARTES E TECIDOS DO CORPO, CORRELACIONANDO AOS FA TORES 
INTERFERENTES NO CRESCIMENTO INFANTIL; 
O crescimento pode ser representado por meio de dois tipos de curvas: a curva de distância ou de 
crescimento longitudinal e a curva de velocidade de crescimento. No gráfico 2, estão expressas as curvas de 
distância do crescimento linear (as estaturas médias em cm, atingidas nas sucessivas idades para a população 
de referência do National Center of Health Statistics NCHS) e no gráfico 3, estão os incrementos em estatura 
de uma idade para a outra, apresentados na forma de uma taxa de crescimento anual em cm/ano (curva de 
velocidade). Da mesma maneira são desenhadas as curvas de peso. 
 
 
 
 
 
V. DISCUTIR E APLICAR DADOS NAS CURVAS DE DISTÂNCIA OU DE CRESCIMENTO 
LONGITUDINAL, CURVA DE CRESCIMENTO LINEAR E DE DISTÂNCIA DO 
CRESCIMENTO LINEAR PARA MENINOS E MENINAS; 
Embora não existam estudos longitudinais sobre crescimento de crianças e adolescentes brasileiros, os 
resultados da Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN/1989) permitem uma análise preliminar de 
seu crescimento. Os gráficos 4 e 5 apresentam curvas de distância de crescimento em estatura, femininas e 
masculinas, respectivamente, construídas a partir dos incrementos anuais médios, em centímetros, para cada 
ano de vida, para a população brasileira e para a população de referência (NCHS). 
 
 
Verifica-se que tanto para meninos como meninas as duas curvas tem aspecto bem similar, contudo, a partir 
do segundo ano de vida já se percebe que as curvas de crescimento das crianças e adolescentes brasileiros 
começam a apresentar valores inferiores em relação às curvas de referência. 
VI. DEFINIR CONHECIMENTO COMPENSATÓRIO; 
O crescimento compensatório (catchup) é caracterizadopor uma velocidade acelerada no crescimento, que 
ocorre após um período de crescimento lento ou ausente, o que permite que crianças pré-termo que 
apresentam peso, comprimento e perímetro cefálico abaixo do percentil mínimo de normalidade nas curvas 
de crescimento pós-natal consigam equiparar o seu crescimento ao de lactentes a termo nos primeiros anos 
de vida. Em geral, ocorre primeiro com o perímetro cefálico, seguido pelo comprimento e depois pelo peso. 
O crescimento, na vida extra-uterina, o período de maior velocidade deste processo vai do nascimento até os 
primeiros cinco anos de vida, principalmente os dois primeiros anos. Este é o período mais vulnerável aos 
distúrbios de crescimento. Em condições adversas, a velocidade de crescimento pode diminuir ou mesmo ser 
interrompida. O gráfico 6 ilustra essa ocorrência, mostrando a desaceleração da velocidade do crescimento 
linear de uma criança aos dois anos, por uma doença infeciosa, e o crescimento compensatório posterior, 
comparando-o com o gráfico de velocidade de crescimento do referencial NCHS. 
 
VII. CONHECER E DISCUTIR SOBRE OS NÚMEROS MÍNIMOS DE CONSULTA POR MÊS E ANOS 
DE VIDA DO RECÉM-NASCIDO E CRIANÇA; 
Consultas de rotina nas idades: 
■ Primeira semana 
■ 1 mês 
■ 2 meses 
■ 4 meses 
■ 6 meses 
■ 9 meses 
■ 12 meses 
■ 18 meses 
■ 24 meses 
■ 36 meses 
A partir dos 2 anos de idade, as consultas de rotina devem ser feitas uma vez ao ano, de acordo com a 
necessidade da criança. 
 
VIII. CRIAR UM ROTEIRO DE ANAMNESE PARA PUERICULTURA DISCUTINDO OS PRINCIPAIS 
PONTOS A SEREM AVALIADOS NA PRIMEIRA CONSULTA (FORMAÇÃO DE VÍNC ULO, 
DESENVOLVIMENTO DA FUNÇÃO PARENTAL, PARTICIPAÇÃO PATERNA, AVALIAÇÃO DA PEGA 
NO ALEITAMENTO MATERNO, PREVENÇÃO DE ACIDENTES, IMUNIZAÇÕES, TRIAGEM 
NEONATAL, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO, AVALIAÇÃO CLÍNICA); REALIZAR UM 
ROTEIRO DO EXAME FÍSICO COMPLETO DO RN NA CONSULTA DE PUERICULTURA; ENTENDER 
E APLICAR AS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DA AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO DO RN ; 
o A primeira consulta do recém nascido deverá ocorrer na sua primeira semana de vida, preferencialmente no 
5º dia de vida, buscando garantir a primeira semana de saúde integral. (Não só do RN assim como do 
binômio) 
o Os dados devem ser anotados na caderneta da criança. 
ANAMNESE 
 
 
Condições do nascimento da criança: 
o Tipo de parto 
o Local do parto 
o Peso ao nascer 
o Idade gestacional 
o Índice de apgar: Também reconhecido popularmente pelos pais como a “nota” que o bebê recebe 
logo após nascer – no quinto minuto entre 7 e 10 é considerado normal. Apgar 4, 5 ou 6 é 
considerado intermediário e relaciona-se, por exemplo, com prematuridade, medicamentos usados 
pela mãe, malformação congênita, o que não significa maior risco para disfunção neurológica. 
Índices de 0 a 3 no quinto minuto relacionam-se a maior risco de mortalidade e leve aumento de 
risco para paralisia cerebral. 
 
o Intercorrências clínicas na gestação, parto ou período neonatal 
o Se realizou algum tratamento 
Antecedentes familiares 
o Condições de saúde dos pais e irmãos 
o O número de gestações anteriores 
o Número de irmãos 
 
EXAME FÍSICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTROPOMETRIA 
A monitorização do crescimento de forma rotineira é amplamente aceita por profissionais de saúde e é um 
componente da consulta para a criança no mundo inteiro. Os registros do peso, da estatura e do 
comprimento, bem como do perímetro cefálico da criança, aferidos nos gráficos de crescimento, são 
recomendáveis para todas as consultas, para crianças de risco ou não, até os 2 anos de idade. 
Entre os 2 e os 10 anos de idade, deve-se aferir o peso e a altura e plotá-los no gráfico nas consultas 
realizadas. A altura para a idade é o melhor indicador de crescimento da criança e, no Brasil, representa o 
deficit antropométrico mais importante. O índice de massa corporal (IMC) teve seu uso validado em 
crianças como bom marcador de adiposidade e sobrepeso, além do fato de que seu valor na infância pode ser 
preditivo do IMC da vida adulta. 
Recomenda-se a plotagem de peso, estatura/comprimento nas curvas de IMC por idade e gênero desde o 
nascimento. 
o Estatura: Até os dois anos, a medição deve ser realizada com a criança deitada (comprimento), e a 
partir dos dois anos, de pé (altura). 
o Perímetro cefálico: A fita logo acima das sobrancelhas, passando também no ponto máximo da 
protuberância occipital. O perímetro cefálico é utilizado para avaliar o crescimento da 
cabeça/cérebro nos dois primeiros anos de vida. O perímetro adequado situa-se entre os percentis 10 
e 90. Caso esteja fora desta faixa a criança deve ser encaminhada para especialista, para afastar 
diagnóstico de micro ou macrocefalia. – **O acompanhamento do perímetro craniano deve ser feito 
nas crianças de 0 a 24 meses. 
o Perímetro torácico: A fita é na altura dos mamilos. O PT é entre 30 e 33 cm e é aproximadamente 2 
cm menor que do que o PC. 
**A cabeça predomina sobre o tronco, e a medida que a criança se desenvolve, está proporção se 
inverte. AOS SEIS MESES SE IGUALA ESSA MEDIDA. 
o Peso (é normal haver uma perda de 10% ao nascer quanto a sua recuperação até o 15º dia de vida). 
**Pesar antes da amamentação. 
• O recém-nascido (RN) pode perder até 10% do peso de nascimento, que é novamente 
alcançado entre o 10º e o 14º dia de vida. 
• No 1º mês, o ganho de peso é estimado em torno de 30 g/dia. 
• No 1º trimestre, há ganho aproximado de 700 g/mês; no 2º trimestre, 600 g/mês; no 3º 
trimestre, 500 g/mês; e no 4º trimestre, 400 g/mês. 
• No 5º mês, a criança atinge o dobro do peso ao nascer; e no 12º mês, o triplo. 
• Após os dois anos, há ganho de cerca de 2 kg/ano, até o início da puberdade 
 
o Braquial: Do acrômio ao olecrano. 
o Índice de massa corporal (IMC): O IMC é caracterizado pela proporção relativa entre o peso e a 
estatura. Ele pode ser usado como uma ferramenta para avaliação de desnutrição, bem como para o 
diagnóstico de sobrepeso e de obesidade. 
 
A FORMAÇÃO DO VÍNCULO/APEGO 
O apego, vínculo emocional recíproco entre um bebê e seu cuidador, constrói-se baseado em 
relacionamentos preliminares estabelecidos ainda com o feto e com a criança imaginada pelos pais, antes 
mesmo do seu nascimento. Após o nascimento, o bebê, para sobreviver, precisa de alguém que cuide dele e 
que assegure que suas necessidades físicas (alimentação, limpeza, cuidado, proteção, entre outras) e 
psicossociais (de se sentir seguro, amado, protegido, valorizado) sejam atendidas. Qualquer atividade por 
parte do bebê que provoque uma resposta do adulto pode ser considerada um comportamento de 
busca de apego: sorrir, chorar, sugar e olhar nos olhos. Por isso, é importante que o profissional de 
saúde, em contato com a família, observe cuidadosamente como os cuidadores (em especial, a mãe) reagem 
a tais comportamentos. São afetuosos? Oferecem aconchego frequente ao bebê? Reagem de forma irritada 
ou agressiva ao choro?. Por vezes, os modos como se dão as reações aos comportamentos do bebê podem 
ser indicativos de que sua família precisa de auxílio para superar o momento de crise. A prática da 
amamentação favorece a formação de vínculo entre mãe e filho e deve ser estimulada. Entretanto, a 
amamentação não é um comportamento inato, mas sim um hábito que se adquire e se aperfeiçoa com a 
prática, que depende de aprendizado e da interação positiva entre os fatores culturais e sociais. 
O DESENVOLVIMENTO DA FUNÇÃO PARENTAL 
Considerando-se que a relação que se estabelece entre pais e filhos é fundamental para os futuros 
relacionamentos da criança, o profissional de saúde deve estar atento e deve estimular o desenvolvimento da 
parentalidade (definida como o conjunto de remanejamentos psíquicos e afetivos que permitem ao adulto 
tornar-se pai ou mãe. Otermo parentalizar designa a influência positiva que uma pessoa exerce sobre o 
sentimento que um adulto tem de ser pai e mãe e refere-se à vivência da identidade parental e aos 
sentimentos de competência dos pais com relação aos cuidados que eles dispensam ao seu bebê. Quem pode 
exercer a parentalização? O bebê (durante suas interações com os pais), os cônjuges (que podem parentalizar 
um ao outro), a família ampliada e os profissionais que trabalham com pais e bebês (idem). 
A PARTICIPAÇÃO PATERNA 
A participação paterna em todas as fases de desenvolvimento da criança é um elemento importante para o 
seu crescimento saudável, pois representa um relevante fator protetivo para a saúde de todos os envolvidos. 
Geralmente, nos serviços de saúde da Rede SUS, observa-se ainda um baixo engajamento dos pais nas 
decisões e ações relacionadas à saúde infantil. Inclusive, fala-se muito em saúde materno-infantil, mas 
pouco ainda em saúde paterno-infantil (relacionada ao vínculo físico, psicológico e afetivo que as crianças 
estabelecem com aqueles que exercem a função paterna em suas vidas). 
AVALIAÇÃO DA PEGA NO ALEITAMENTO MATERNO 
Pega da mama: Só coloque o bebê para sugar quando ela abrir bem a boca. O bebê pega bem o peito quando 
o queixo encosta na mama, os lábios ficam virados para fora, o nariz fica livre e a aréola (parte escura em 
volta do mamilo) aparece mais na parte de cima do que na parte de baixo da boca. Para tirar a bebê do peito 
sem machucar a mama, coloque seu dedo mínimo entre as gengivas dela, no canto dos lábios, assim ela 
abrirá a boca e soltará a mama. 
Alterações morfológicas podem representar dificuldade para a pega durantea amamentação, o que exigirá 
suporte e acompanhamento adequados. Observe a úvula, o tamanho da língua (macroglossia), o palato, o 
freio lingual e a coloração dos lábios. 
Melhor para a criança 
O leite materno é de mais fácil digestão, porque é produzido exclusivamente para a criança, e também é 
limpo, gratuito, está sempre pronto e quentinho. Além disso, protege o bebê de doenças como diarreia, 
infecções respiratórias, alergias e também pressão alta, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta. 
A amamentação também contribui para o desenvolvimento emocional da criança assim como para sua 
inteligência. Sugar o peito é um excelente exercício para fortalecer os músculos da face e ajuda o bebê a 
desenvolver a respiração, a fala e a ter dentes saudáveis. 
Melhor para a mãe 
Acompanhada de uma alimentação saudável, ajuda a reduzir, mais rapidamente, o peso adquirido durante a 
gravidez. Ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. 
Reduz o risco de doenças como diabetes, câncer de mama e de ovário. 
 
PREVENÇÃO DE ACIDENTES 
Além das recomendações anteriores de cuidados com o bebê, deve-se cuidar da temperatura do banho (a 
temperatura ideal da água é de 37ºC) e não se deve deixar a criança sozinha na banheira, mesmo que com 
pouca água (idem). Oriente a família a manter as grades do berço em boa distância (a distância entre as ripas 
da grade do berço não deve ser superior a 6cm). Oriente a família a utilizar cobertas leves e travesseiro firme 
para evitar a sufocação do bebê. Se estiver frio, é preferível agasalhá-lo com maior quantidade de roupas do 
que cobri-lo com muitas cobertas. Oriente os cuidadores a não aquecer o leite materno, a fórmula infantil ou 
outros líquidos em forno de micro-ondas, devido ao risco de escaldamento. Líquidos aquecidos nesses 
aparelhos podem ficar mornos na porção mais externa do recipiente, enquanto que no seu interior, 
principalmente na parte superior, podem estar fervendo. O transporte do bebê em automóvel deve ser feito 
sempre no banco traseiro, em cadeirinha especial para lactente, com cinto de segurança e com a criança 
posicionada na cadeirinha apropriada de costas para o motorista. A criança não deve ser deixada perto de 
animais, mesmo os animais de casa, pois eles podem ter reações imprevisíveis. 
ORIENTAÇÕES PARA O CALENDÁRIO DE IMUNIZAÇÕES 
É importante verificar se o recém-nascido recebeu a 1a dose da vacina contra hepatite B e da BCG na 
maternidade e se será necessário indicar a aplicação dessas vacinas na unidade de saúde. 
TRIAGEM NEONATAL 
o Teste do pezinho: Recomendado entre o 3º e 5º dia de vida. permite a detecção da fenilcetonúria e 
do hipotireoidismo congênito (fase 1 do programa) e de hemoglobinopatias (fase 2), doenças que 
podem ser tratadas, prevenindo o retardo mental (que asduas primeiras enfermidades podem 
ocasionar) e as infecções e outras complicaçõesque frequentemente podem ocasionar a morte de 
crianças com hemoglobinopatias. 
 
o Teste da orelhinha: Deve ser realizada ainda na maternidade nas primeiras horas de vida 24 a 48 
horas e no máximo até o primeiro mês de vida. 
o Teste do olhinho: Teste do reflexo vermelho, realizado na maternidade e pelo menos duas ou três 
vezes ao longo do primeiro ano de vida. 
o Teste do coraçãozinho 
o Teste da linguinha 
 
IX.CONHECER E EXPLICAR O CARTÃO DA CRIANÇA; 
Nesse cartão, que sempre deve ficar em poder da mãe, estão anotados dados relativos ao nascimento e 
primeiros dias de vida do bebê. De um lado, apresenta o gráfico da curva de crescimento; do outro, alguns 
marcos do desenvolvimento da criança e orientações de cuidados gerais o que ajuda a família a acompanhar 
o desenvolvimento do bebê. Adicionalmente, também traz o esquema de vacinação da criança e a mãe deve 
cuidar em manter esse esquema absolutamente em dia, vacinando seu filho conforme as datas estabelecidas. 
Após a consulta clínica e avaliação do crescimento e desenvolvimento, a equipe de saúde além de anotar o 
peso da criança no gráfico do crescimento e desenhar sua curva deve também conversar com a mãe sobre a 
importância do desenvolvimento e o significado da progressão dos marcos que estão no Cartão da Criança. 
Esses marcos, selecionados a partir da Ficha de Acompanhamento do Desenvolvimento, permitirão ao 
profissional estabelecer uma conversa com a mãe a respeito do desenvolvimento do seu filho e como ela 
pode, durante os cuidados normais do dia-a-dia com a criança, participar e estimular o crescimento e 
desenvolvimento da mesma. 
Ao final de toda consulta de Puericultura devem ser elaborados no mínimo 6 diagnósticos (havendo outros 
diagnósticos estes devem ser elencados após). Podemos usar o mnemônico “CEVADA” para memorizar 
estes diagnósticos: 
 
AULA II – REGISTROS E TOMADAS DE DECISÕES EM PUERICULTURA 
I.REALIZAR UM ROTEIRO DO EXAME FÍSICO COMPLETO DO RN NA CONSULTA DE 
PUERICULTURA; 
 
II ENTENDER E APLICAR AS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS DA AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO 
DO RN INSERINDO SEUS ACHADOS NO CARTÃO DA CRIANÇA; 
ANTROPOMETRIA 
A monitorização do crescimento de forma rotineira é amplamente aceita por profissionais de saúde e é um 
componente da consulta para a criança no mundo inteiro. Os registros do peso, da estatura e do 
comprimento, bem como do perímetro cefálico da criança, aferidos nos gráficos de crescimento, são 
recomendáveis para todas as consultas, para crianças de risco ou não, até os 2 anos de idade. 
Entre os 2 e os 10 anos de idade, deve-se aferir o peso e a altura e plotá-los no gráfico nas consultas 
realizadas. A altura para a idade é o melhor indicador de crescimento da criança e, no Brasil, representa o 
deficit antropométrico mais importante. O índice de massa corporal (IMC) teve seu uso validado em 
crianças como bom marcador de adiposidade e sobrepeso, além do fato de que seu valor na infância pode ser 
preditivo do IMC da vida adulta. 
Recomenda-se a plotagem de peso, estatura/comprimento nas curvas de IMC por idade e gênero desde o 
nascimento. 
o Estatura: Até os dois anos, a medição deve ser realizada com a criança deitada (comprimento), e a 
partir dos dois anos, de pé (altura). 
o Perímetro cefálico: A fita logo acima das sobrancelhas, passando também noponto máximo da 
protuberância occipital. O perímetro cefálico é utilizado para avaliar o crescimento da 
cabeça/cérebro nos dois primeiros anos de vida. O perímetro adequado situa-se entre os percentis 10 
e 90. Caso esteja fora desta faixa a criança deve ser encaminhada para especialista, para afastar 
diagnóstico de micro ou macrocefalia. – **O acompanhamento do perímetro craniano deve ser feito 
nas crianças de 0 a 24 meses. 
o Perímetro torácico: A fita é na altura dos mamilos. O PT é entre 30 e 33 cm e é aproximadamente 2 
cm menor que do que o PC. 
**A cabeça predomina sobre o tronco, e a medida que a criança se desenvolve, está proporção se 
inverte. AOS SEIS MESES SE IGUALA ESSA MEDIDA. 
o Peso (é normal haver uma perda de 10% ao nascer quanto a sua recuperação até o 15º dia de vida). 
**Pesar antes da amamentação. 
• O recém-nascido (RN) pode perder até 10% do peso de nascimento, que é novamente 
alcançado entre o 10º e o 14º dia de vida. 
• No 1º mês, o ganho de peso é estimado em torno de 30 g/dia. 
• No 1º trimestre, há ganho aproximado de 700 g/mês; no 2º trimestre, 600 g/mês; no 3º 
trimestre, 500 g/mês; e no 4º trimestre, 400 g/mês. 
• No 5º mês, a criança atinge o dobro do peso ao nascer; e no 12º mês, o triplo. 
• Após os dois anos, há ganho de cerca de 2 kg/ano, até o início da puberdade 
 
o Braquial: Do acrômio ao olecrano. 
o Índice de massa corporal (IMC): O IMC é caracterizado pela proporção relativa entre o peso e a 
estatura. Ele pode ser usado como uma ferramenta para avaliação de desnutrição, bem como para o 
diagnóstico de sobrepeso e de obesidade. 
 
 
III . DISCUTIR E APLICAR TÉCNICAS DE RASTREAMENTO PARA DISPLASIA EVOLUTIVA DO 
QUADRIL E CRIPTORQUIDIA; 
Não há consenso na literatura sobre a efetividade da redução de desfechos clínicos com o rastreamento para 
displasia evolutiva do quadril. Mesmo assim, os protocolos recomendam a sua realização, pois o diagnóstico precoce 
(anterior aos 3 a 6 meses de idade) é importante na escolha de tratamentos menos invasivos e com menores riscos 
de complicações. Identificam-se três fatores de risco para luxação congênita do quadril: gênero feminino, crianças 
com história familiar de displasia congênita do quadril e parto com apresentação pélvica. Meninos sem risco ou com 
história familiar de subluxação do quadril têm o menor risco de ter displasia evolutiva do quadril. Meninas sem risco e 
meninos nascidos de apresentação pélvica têm risco intermediário. Já meninas com história familiar de subluxação 
do quadril e nascidas de apresentação pélvica têm o mais alto risco para displasia do quadril. Se houver a opção por 
realizar o rastreamento, deve-se proceder às manobras de Barlow (provocativa do deslocamento) e Ortolani (sua 
redução) nas primeiras consultas (15 dias, 30 dias e 2 meses), testando um membro de cada vez. 
 
A observação da limitação da abdução dos quadris e o encurtamento de um dos membros inferiores devem ser os 
exames de rastreamento nas consultas após os 3 meses de idade, ou seja, nas consultas dos 4, 6, 9 e 12 meses. 
Quando a criança começa a deambular, a partir da consulta dos 12 ou dos 18 meses, a observação da marcha da 
criança é o exame de escolha. Os testes de Trendelenburg positivo,* marcha anserina** e hiperlordose lombar 
possibilitam o diagnóstico. 
 
 
 
IV. CONHECER OS VALORES DA FREQUÊNCIA CARDÍACA, RESPIRATÓRIA E PRESSÃO 
ARTERIAL DO RECÉM-NASCIDO; 
 
 
V. INTERPRETAR AS CURVAS CORRELATAS OBTIDAS COMPREENDENDO AS PRINCIPAIS 
AÇÕES QUE DEVEM SER TOMADAS A NÍVEL DA ATENÇÃO BÁSICA E ENCAMINHAMENTO PARA 
ESPECIALIDADES EM RN E CRIANÇAS COM ATÉ SEIS ANOS DE ID ADE; 
 
SOBREPESO E OBESIDADE 
• Verifique a existência de erros alimentares, identifique a dieta da família e orientea mãe ou o cuidador a administrar 
à criança uma alimentação mais adequada, de acordo com as recomendações para uma alimentação saudável para 
a criança. 
• Verifique as atividades de lazer das crianças, como o tempo em frente à televisão e ao videogame, estimulando-as 
a realizar passeios, caminhadas, andar de bicicleta, praticar jogos com bola e outras brincadeiras que aumentem a 
atividade física. 
• Encaminhe a criança para o Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. 
MAGREZA OU PESO BAIXO PARA A IDADE 
Para crianças menores de 2 anos: 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial para o desmame. 
• Oriente a mãe sobre a alimentação complementar adequada para a idade. 
• Se a criança não ganhar peso, solicite seu acompanhamento no Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. 
• Oriente o retorno da criança no intervalo máximo de 15 dias. 
Para crianças maiores de 2 anos: 
• Investigue possíveis causas, com atenção especial para a alimentação, para as intercorrências infecciosas, os 
cuidados com a criança, o afeto e a higiene. 
• Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
• Solicite o acompanhamento da criança no Nasf, se tal possibilidade estiver disponível. 
• Encaminhe a criança para o serviço social, se isso for necessário. 
• Oriente a família para que a criança realize nova consulta com intervalo máximo de 15 dias. 
MAGREZA ACENTUADA OU PESO MUITO BAIXO PARA A IDADE 
 • Investigue possíveis causas, com atenção especial para o desmame (especialmente para os menores de 2 anos), a 
alimentação, as intercorrências infecciosas, os cuidados com a criança, o afeto e a higiene. 
• Trate as intercorrências clínicas, se houver. 
• Encaminhe a criança para atendimento no Nasf. 
• Encaminhe a criança para o serviço social, se este estiver disponível. 
• Oriente a família para que a criança realize nova consulta com intervalo máximo de 15 dias. 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO NORMAL 
 
 
 
 
VI. RECONHECER SINAIS DE PERIGO NO RECÉM-NASCIDO; 
As crianças menores de 2 meses podem adoecer e morrer em um curto espaço de tempo por infecções 
bacterianas graves. São sinais que indicam a necessidade de encaminhamento da criança ao serviço de 
referência com urgência: 
• Recusa alimentar (a criança não consegue beber ou mamar); 
• Vômitos importantes (ela vomita tudo o que ingere); 
• Convulsões ou apneia (a criança fica em torno de 20 segundos sem respirar); 
• Frequência cardíaca abaixo de 100bpm; 
 
• Letargia ou inconsciência; 
• Respiração rápida (acima de 60mrm); 
 
• Atividade reduzida (a criança movimenta-se menos do que o habitual); 
• Febre (37,5ºC ou mais); 
• Hipotermia (menos do que 35,5ºC); 
• Tiragem subcostal; 
• Batimentos de asas do nariz; 
• Cianose generalizada ou palidez importante; 
• Icterícia visível abaixo do umbigo ou nas primeiras 24 horas de vida; 
• Gemidos; 
• Fontanela (moleira) abaulada; 
• Secreção purulenta do ouvido; 
• Umbigo hiperemiado (hiperemia estendida à pele da parede abdominal) e/ou com secreção purulenta 
(indicando onfalite); 
• Pústulas na pele (muitas e extensas); 
• Irritabilidade ou dor à manipulação. 
 Para as crianças maiores de 2 meses, é importante observar se a criança não consegue beber ou mamar no 
peito, se vomita tudo o que ingere, se apresenta convulsões ou se está letárgica ou inconsciente. As crianças 
são frequentemente acometidas por doenças respiratórias e gastrointestinais. Sendo assim, o profissional 
de saúde deve conseguir identificar sinais de maior gravidade dessas doenças. Para a criança com tosse ou 
dificuldade para respirar, é importante verificar se a frequência respiratória está intensificada, se a criança 
apresenta sibilos (chiado) ou estridor e se apresenta tiragem subcostal (a parede torácica inferior se retrai 
quando a criança inspira). Para a criança com diarreia, é importante identificar sinais de gravidade de 
desidratação, tais como: letargia, inconsciência, inquietude, irritação, olhos fundos, sinal da prega presente 
(a prega cutânea retorna lentamente ao estado natural) ou se a criança não consegue mamar ou beber 
líquidos. 
AVALIE A PRESENÇA DE SITUAÇÕESDE RISCO E VULNERABILIDADE À SAÚDE DO 
RECÉM-NASCIDO 
Situações de vulnerabilidade: 
• Criança residente em área de risco; 
• Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g); 
• Prematuridade (menos de 37 semanas gestacionais); 
• Asfixia grave ou Apgar menor do que 7 no 5º minuto; 
• Internações/intercorrências; 
• Mãe com menos de 18 anos de idade; 
• Mãe com baixa escolaridade (menos de oito anos de estudo); 
• História familiar de morte de criança com menos de 5 anos de idade. 
 
 
 
 
 
VII DEFINIR: BP, MBP, EBP, PIG, AIG E GIG; 
O RN PODE SER CLASSIFICADO QUANTO: à idade gestacional (IG); ao peso; ao peso e à idade 
gestacional. 
PESO 
 
o Baixo peso (BP) – Menos de 2,500gr (incluindo 2.499,9gr). 
o Muito baixo peso (MBP) – Menos de 1.500gr (incluindo 1.499,9gr). 
o Extremo baixo peso (EBP) – Menos de 1.000gr (incluindo 999gr). 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO RN PELO PESO/ID GESTACIONAL 
 
PIG: abaixo do percentil 10; 
AIG: entre os percentis 10 e 90; 
GIG: acima do percentil 90. 
 
 
 
 
 
 
 
VIII. CONHECER E DISCUTIR SOBRE A ALIMENTAÇÃO DO RN NO QUE CONCERNE O 
ALEITAMENTO MATERNO, FÓRMULAS LÁCTEAS; 
A criança que é alimentada somente com leite materno até os 6 meses de vida apresenta menor morbidade. Por isso, 
maiores são os efeitos benéficos à sua saúde. Estimule a amamentação, orientando a livre demanda (frequência e 
duração) (idem) e não prescreva suplementação desnecessária com outros leites (ibidem). Estas são algumas das 
orientações que serão mais bem abordadas em capítulo específico sobre a alimentação saudável. 
Benefícios para o bebê: 
• Diminuição de morbidade, especificamente relacionada a infecções como: meningite bacteriana, bacteremia, 
diarreia infecção no trato respiratório (idem), enterocolite necrosante, otite média, infecção do trato urinário e sepse 
de início tardio em recém-nascidos pré-termo. 
• Alguns estudos sugerem diminuição das taxas de morte súbita do lactente. 
• Redução de hospitalizações: o aleitamento materno reduz o risco de hospitalização por vírus sincicial respiratório 
(VSR) 
• Redução de alergias (idem): 
° O aleitamento materno exclusivo reduz o risco de asma e de sibilos recorrentes; 
° O aleitamento materno protege contra o desenvolvimento de dermatite atópica; 
° A exposição a pequenas doses de leite de vaca durante os primeiros dias de vida parece aumentar o risco de 
alergia ao leite de vaca, mas não afeta a incidência de doenças atópicas no futuro; 
° Os efeitos benéficos do aleitamento materno observados em todas as crianças são particularmente evidentes em 
crianças com história familiar de doenças atópicas. 
• Redução da obesidade 
• Diminuição do risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes. 
• Melhor nutrição. 
• Efeito positivo no desenvolvimento intelectual. 
• Melhor desenvolvimento da cavidade bucal. 
• O início precoce do aleitamento materno sem restrições diminui a perda de peso inicial do recém-nascido, favorece 
a recuperação mais rápida do peso de nascimento. 
Benefícios para a mãe: 
• Involução uterina mais rápida e redução na hemorragia uterina pós-parto, devido à liberação de ocitocina. 
• Perda mais rápida do peso acumulado na gestação. 
• Auxílio no aumento do intervalo entre as gestações. 
• Maior interação mãe-bebê. 
• Benefício relativo aos aspectos econômicos, uma vez que o leite materno não tem custos. 
• Praticidade, pois o leite materno está sempre pronto para ser consumido. 
• Diminuição do risco de câncer de mama e ovário. 
CONTRAINDICAÇÕES PARA A AMAMENTAÇÃO 
• Mães infectadas pelo HIV. 
•Mães infectadas pelo HTLV1 e HTLV2 (vírus linfotrópico humano de linfócitos T). 
• Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns fármacos são citados como contraindicações 
absolutas ou relativas ao aleitamento, como, por exemplo, os antineoplásicos e radiofármacos. 
•Criança portadora de galactosemia, doença do xarope de bordo e fenilcetonúria. Já nas seguintes situações 
maternas, recomenda-se a interrupção temporária da amamentação: 
•Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser mantida na mama 
sadia. 
• Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, 
recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta. A criança deve receber 
imunoglobulina humana antivaricela zoster (Ighavz), que deve ser administrada em até 96 horas do nascimento, 
devendo ser aplicada o mais precocemente possível. 
•Doença de Chagas na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente. 
•Abscesso mamário, até que ele tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada. A amamentação deve ser mantida 
na mama sadia. 
• Consumo de drogas de abuso: recomenda-se a interrupção temporária do aleitamento materno, com ordenha do 
leite, que deve ser desprezado. 
A fórmula infantil consiste em leite modificado para atender às necessidades nutricionais e para não agredir o sistema 
digestório do bebê não amamentado. Trata-se de leites em pó comercializados e disponíveis em supermercados. O 
leite de vaca “in natura”, integral, em pó ou fluido não é considerado alimento apropriado. O consumo regular do leite 
de vaca integral por crianças menores de 1 ano pode também acarretar a sensibilização precoce da mucosa 
intestinal dos lactentes e induzir neles a hipersensibilidade às proteínas do leite de vaca, predispondo-os ao 
surgimento de doenças alérgicas e de micro-hemorragias na mucosa intestinal, o que contribui ainda mais para o 
aumento da deficiência de ferro. 
 
Então entre os 0 e os 6 meses deve ser usado um leite de início, como o Aptamil profutura 1, Milupa 1 ou Nan 
supreme 1, e a partir dos 6 meses deve ser dada um leite de transição como Aptamil 2 ou Nan supreme 2, por 
exemplo. 
IX. DISCUTIR SOBRE A ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA NO QU E CONCERNE INTRODUÇÃO DA 
COMPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR, ROTINAS E DIETAS ESPECIAIS. 
 
Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento. A partir dos 8 
meses de idade do bebê, alguns alimentos da família já podem ser oferecidos à criança (arroz, feijão, carne cozida, 
legumes) se estiverem amassados ou desfiados e desde que não tenham sido preparados com excesso de temperos 
(condimentos). 
 
Para garantir o aporte de nutrientes, a papa salgada6 deve conter um alimento de cada grupo desde a primeira 
oferta, principalmente carne, para prevenir a anemia. O profissional deve levar em consideração a diversidade 
cultural das famílias atendidas. Deve respeitar e promover a identidade alimentar e cultural das diferentes regiões 
brasileiras pelo resgate e pela valorização dos alimentos regionais, como frutas, verduras e legumes produzidos nas 
respectivas regiões.

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