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UNIJORGE ALUNO(A): MARIANA SILVA PINTO DE SOUZA PROFESSOR(A): FERNANDA IVO PIRES PERSONALIDADE JURÍDICA E REGISTRO CIVIL Direito das Pessoas e Bens Salvador - Bahia 2022 INTRODUÇÃO Há diversos problemas que envolvem a falta do registro civil da pessoa natural no Brasil, esse assunto foi até tema da redação do ENEM 2021. O registro civil e suas implicações têm fundamental importância quanto à personalidade da pessoa natural. O trabalho então consiste em redigir um texto sobre o assunto, notadamente contemplando a aquisição desse atributo, fundamento principiológico que envolve a pessoa natural perante o Código Civil e as principais consequências entre a correlação da personalidade com o registro civil. JUSTIFICATIVA Cumprimento dos requisitos da atividade. METODOLOGIA Código Civil de 2002; Estudo da doutrina; Pesquisas sobre a falta de registro civil da pessoa natural. OBJETIVO Aprendizado sobre a personalidade jurídica da pessoa natural. Personalidade natural O Código Civil, em seu artigo 1, diz que toda a pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil, independente do sexo, cor, orientação sexual e até mesmo idade. A pessoa natural é dotada de personalidade, capacidade e direitos da personalidade. O artigo 2 do Código Civil diz que a personalidade civil da pessoa com o seu nascimento com vida, porém a lei põe a salvo os direitos do nascituro, pois de acordo com José Carlos Moreira Alves, ela entende que futuramente quando o nascituro vier a nascer, ela será uma pessoa natural, por isso ela protege antecipadamente os seus direitos. Tanto a pessoa natural, tanto a pessoa jurídica quando adquirem a sua personalidade, se tornam um sujeito de direitos e deveres. O artigo 6 diz que o fim da personalidade natural se dá com a morte, sendo esta a morte real, quando há uma confirmação de fato que ela faleceu ou presumida, quando o indivíduo desaparece por anos, tendo os seus bens, de acordo com artigo 37, sendo passados para os seus herdeiros. Em relação ao ausente, antes dele ser considerado morto, os seus bens ficam sob curatela, de acordo com o artigo 22. Caso o ausente não apareça, é aberta a sucessão provisória, como diz o artigo 26, no qual o interessado – dentro dos quatro incisos do artigo 27 – receberá esses bens provisoriamente. Depois de dez anos de ausência, como determina o artigo 37, é que será aberta a sucessão definitiva. Toda a pessoa que nasce com vida recebe a sua personalidade jurídica, mas nem todos são capazes de exercer essa personalidade, os artigos 3 e 4 do atual código determinam quem são essas pessoas que não tem essa capacidade, sendo que em cada um dos dois artigos há uma divisão entre incapacidade absoluta e relativa, respectivamente. A incapacidade absoluta, de acordo com Carlos Roberto Gonçalves, acarreta a proibição total do exercício por si só do direito. O ato só pode ser praticado pelo representante legal do absolutamente incapaz. Atualmente o atual Código considera absolutamente incapazes os menores de 16 anos, pois a lei entende que essas pessoas ainda não possuem discernimento para exercer atividades relacionadas a vida civil. Qualquer ato jurídico com esses indivíduos é considerado nulo de acordo com o artigo 166- I. O representante legal do absolutamente incapaz é os pais ou o tutor. Carlos Roberto Gonçalves nos traz o conceito de incapacidade relativa prevista no artigo 4. Segundo o autor a incapacidade relativa permite que o incapaz pratique atos da vida civil, desde que esteja assistido por seu representante legal e alguns atos pode até praticar sem a assistência. No artigo 4, em seus quatro incisos nos diz quem são essas pessoas: os maiores de 16 e os menores de anos; os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; aqueles que por causa transitória não podem exprimir a sua vontade e os pródigos, respectivamente. Qualquer ato jurídico com estes, é considerado anulável, de acordo com o art. 171- I. O responsável pelo relativamente incapaz é o curador. Os maiores de 16 e os menores de 18, o ordenamento jurídico não despreza a sua vontade, a considera desde que esteja acompanhado do seu assistente legal, seja os pais ou responsável. O artigo 5 nos traz cinco possibilidades da cessação de incapacidade relativa desses menores: casamento, concessão dos pais ou do juiz, exercício de emprego público efetivo, colação de grau em ensino superior, exercício efetivo e economia própria. Os que por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir a sua vontade; são os que que algum motivo de saúde ou simplesmente por embriaguez ou sob efeito de droga ilícita. Dentre esses temos os deficientes mentais que antes do Estatuto do Deficiente de 2015, eram considerados absolutamente incapazes. De acordo com Nelson Rosenvald, o Direito Civil tinha apenas o intuito de proteger o patrimônio, sem levar em conta a individualidade da pessoa natural, no caso, do incapaz e que desde que o Estatuto do Deficiente entrou em vigência, ela tem assegurado a igualdade entre deficientes e outras pessoas. Carlos Roberto Gonçalves fala sobre os ébrios habituais e os viciados em tóxicos e os pródigos. Os viciados em tóxicos que venham sofrer redução na capacidade de entendimento, dependendo do grau de intoxicação e dependência, poderão ser colocados sob curatela pelo juiz, que dará a sua sentença conforme o nível de intoxicação e comprometimento mental. Justifica-se a interdição do pródigo pelo fato de encontrar-se permanentemente sob o risco de se reduzir a miséria - afinal ele dissipa o seu patrimônio desvairadamente – em detrimento da sua pessoa, sua família, podendo assim transformar-se num encargo para o Estado, que tem a obrigação de dar assistência ás pessoas necessitadas. Todas as pessoas possuem a sua personalidade natural e consequentemente, os direitos de personalidade, esses direitos são, de acordo com Carlos Roberto Gonçalves: intransmissíveis, absolutos, ilimitados, impescritíveis, impenhoráveis, não sujeitos á desapropriação e vitalícios. Os direitos de personalidade são: direito ao nome, proteção á palavra e á imagem, proteção á intimidade e a prerrogativa da livre escolha não se submeter ao tratamento médico de risco. Todos esses direitos são garantidos pelos artigos 11 ao 21 do Código Civil e pelo artigo 5- V da Constituição Federal. A personalidade Civil está intimamente ligada ao registro civil, pois por meio do registro civil, é reconhecido perante a lei a identificação do indivíduo, seu estado individual e familiar e a sua existência. O artigo 9 determina quais são os atos jurídicos que são atos jurídicos que são registrados em registro público. O registro de nascimento é o primeiro passo para a inclusão social, já que constitui o reconhecimento oficial da chegada de uma criança no mundo e estabelece a sua existência, conforme a lei. As pessoas que não possuem uma certidão de nascimento correm o risco de ficarem excluídas por toda a vida de uma série de benefícios e direitos, entre eles os que configurem o acesso a serviços de saúde, transferências condicionais de salários e as pensões. Sem registro de nascimento, as crianças não podem ser vacinadas, nem mesmo matriculadas na escola. Quando adultos, também não poderão ter CPF ou carteira de trabalho, não terão direito a nenhum tipo de benefício trabalhista e não poderão tirar título de eleitor. Na velhice, também não poderão receber aposentadoria da Previdência Social. O documento que registra o nascimento de uma pessoa também é necessário para atestar a sua morte. O Brasil ainda tem mais de 500 mil crianças que não foram registradas ao nascer. Foi a primeira vez que a informação constou no questionário do Censo 2010 doIBGE. São 599 mil crianças nessa situação em todo o país. Entretanto, juízes e especialistas afirmam que o número de brasileiros “invisíveis” é muito maior, porque o censo não incluiu a população adulta. Registro de nascimento é imprescindível para o indivíduo ser reconhecido perante á lei e praticar atos da vida civil, a certidão de nascimento é um documento básico, gratuito e simples de ser gerado. É necessário, políticas públicas para conscientizar a população para registrar os filhos no cartório e assim garantir uma vida digna para eles. REFERÊNCIAS GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: volume 1: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2019. www.iadb.org/pt/noticias/como-neutralizar-o-impacto-da-falta-de-registro-civil- nos-niveis-de- escolaridade#:~:text=As%20pessoas%20que%20n%C3%A3o%20possuem,de %20sal%C3%A1rios%20e%20as%20pens%C3%B5es. www.anoreg.org.br/site/sem-registro-de-nascimento-meio-milhao-de-criancas- qnao-existemq-no-brasil/
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