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Carol Piva.........................RA: 346565 Professor Paulo Salzo Cindy Vompean................RA: 231290 Isabela Mantoan...............RA: 336049 Isabelle Fernandes...........RA: 217679 Janaina Cró......................RA: 221063 Sofia Rodrigues................RA: 343654 CLÍNICA MÉDICA E TERAPÊUTICA EM PEQUENOS ANIMAIS RELATÓRIO REFERENTE A AULA PRÁTICA 15/08/2022 Relato de caso – suspeita de alopecia causado por dermatofitose em felina Campus: Paulista Período: Matutino Turma: 6A/6B MEDICINA VETERINÁRIA 2°SEMESTRE/2022 São Paulo Imagem I O relatório a seguir é baseado no atendimento clínico realizado no dia 15/09/2022 durante aula foi guiada pelo Prof. MSc. Paulo Sergio Salzo, especializado em dermatologia. A paciente é uma gata da raça persa apresentada na Imagem I, de 3 anos, castrada, chamada charlotte, testada com resultado negativo para FIV/FILV. A tutora relata que vermífugos e vacinas estão em dia. Anamnese Em consulta, a tutora relata alopecia na região cervical com prurido moderado. Em consulta anterior com outro profissional foi receitado o uso de Itraconazol 100mg/30 dias para tratar um quadro com suspeita fúngica, após o tratamento o quadro se estabilizou e os pelos voltaram a crescer. Segundo a tutora, após o período de um ano o animal voltou a apresentar alopecia e, como dois meses antes de observar a queda de pelos a mesma havia dado início ao controle com a coleira Seresto, acabou por suspender o tratamento com a coleira suspeitando de reação alérgica. A alimentação da paciente dá-se através de ração seca premium Fórmula natural e sachês da mesma linha para auxílio da ingestão hídrica e os recipientes de água são os indicados para as necessidades do animal, não levantando qualquer suspeita de alergia alimentar A paciente divide o espaço, uma casa de dois andares com quintal amplo sem qualquer acesso a rua, com um gato, macho, castrado, de 3 anos e mais dois cães de porte pequeno da raça maltês. A tutora relatou que os animais contactantes estão devidamente vacinados e vermifugados e não apresentam qualquer sinal clínico semelhante à da paciente. Anamnese específica A tutora nega patologia crônica ou recente, sem qualquer alterações em sinais clínicos como cansaço, tosse, espirro, secreções, diarreia ou êmese. A Imagem III paciente em questão se encontra em normorexia, normoquesia, não apresenta disúria e grau de hidratação adequado. Exame físico: Em consulta, o animal apresentou leve taquicardia, porém foi esclarecido que, devido à manipulação e quantidade de pessoas na sala normal apresentar alterações devido ao estresse. A frequência cardíaca se manteve em 160bpm, dentro dos valores de referência em felinos. Na palpação, rins e fígados foram observados com aspectos normais, bexiga com pouca urina, ausência de secreção ocular, linfócitos não reativos e mucosas normocoradas. A alopecia foi confirmada pelo médico veterinário como mostra nas imagens II e III, sendo observada apenas na porção cervical direita, sem alterações em outras áreas do paciente. Suspeita Clínica Inicial: A suspeita de reação alérgica proveniente do uso da coleira Seresto foi descartada, pois o local acometido pela alopecia foi focal e não aparentava ser na porção que a coleira faz o atrito. Com todo o histórico da paciente a principal suspeita foi de Dermatofitose. Dermatofitose Doença caracterizada como uma infecção, ocasionada por fungos dermatófitos no sistema tegumentar. Os três gêneros de fungo que causam essa infecção micótica são denominados de Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton. O mais comum em animais convencionais é o Microsporum Canis, afetando mais de 20% dos gatos do planeta. (BRILHANTE et al., 2003; CABAÑES, 2000; COPETTI et al., 2006; MORETTI et al., 2013). Imagem II Imagem IV Imagem V Microsporum canis pode ser transmitido por qualquer contactante seja animal ou humano. Essa transmissão ocorre por conta dos esporos que o fungo produz, que podem ser transmitidos diretamente em contato com o pelo do animal, ou indiretamente através de fômites, como escovas, comedouros, bebedouros e brinquedos. O fungo pode ficar ativo no ambiente por até um ano e meio e o único meio de eliminá-lo é com o uso de hipocloritos. Existem animais assintomáticos que são portadores e potenciais transmissores, porém não apresentam sintomas. A raça Persa (Felis catus) é portadora natural do fungo Microsporum canis, dessa forma possui uma alta pré- disponibilidade para o desenvolvimento da dermatofitose e podem se apresentar sintomáticos ou assintomáticos. Um dos diagnósticos mais indicados para a confirmação da doença é o cultivo pelame, um método que o pelo é removido por arrancamento como apresentado na imagem IV e mandado em um recipiente para o laboratório como na imagem V e assim ser colocado em uma placa de petri com uma substância específica (Ágar Sabourad + cloranfenicol), para avaliar se há crescimento fúngico ou não, a amostra deve ser observada por pelo menos vinte dias. O tratamento escolhido geralmente é com o antifúngico Itraconazol. O tempo de tratamento depende do resultado do cultivo pelame, enquanto a cultura estiver positiva há necessidade de tratamento com o fármaco de forma contínua, independente do animal apresentar ou não. O tratamento deve ser de, no mínimo, trinta dias. Tratamento Inicial A tutora foi instruída a realizar o exame laboratorial de cultivo de pelame, para confirmação ou não do diagnóstico de dermatofitose. Durante os trinta dias de espera Imagem VI pelo laudo do laboratório foi receitado o uso de shampoo a base de miconazol e clorexidine, como na imagem VI, para controle de prurido e para manter a lesão livre de proliferação bacteriana. Tratamento final Após trinta dias, o resultado do cultivo pelame foi negativo, como mostra a imagem VII. Outras possibilidades foram discutidas e a alopecia psicológica ou comportamental foi o segundo diagnóstico mais concreto, pois a paciente é exposta em situações de luta e fuga com o outro felino que compartilha o mesmo ambiente, que, por vezes, reage a presença da paciente com hostilidade e agressividade, podendo elevar os níveis de cortisol na paciente gerando manifestações clínicas como a alopecia. A tutora foi informada e instruída sobre a situação e foram indicado fontes secundárias para enriquecer o ambiente da paciente, como readaptação entre os contactantes, enriquecimento ambiental e a introdução de um dermocalmante de uso tópico, apresentado na imagem VIII, para ser aplicado diariamente por 2 a 3 semanas. A tutora foi instruída a retornar após trinta dias para reavaliação e, se necessário, uma terceira abordagem para o caso de alopecia e prurido da paciente será adotada. Imagem VIII Imagem VII Referências bibliográficas BIER, Daniele et al. ISOLAMENTO DE DERMATÓFITOS DO PELO DE CÃES E GATOS PERTENCENTES A PROPRIETÁRIOS COM DIAGNÓSTICO DE DERMATOFITOSE. Archives of Veterinary Science, [S. l.], p. 2-8, 27 set. 2022. Balda A.C., Larsson C.E., Otsuka M. & Gambale W. 2004. Estudo retrospectivo de casuística das dermatofitoses em cães e gatos atendidos no serviço de dermatologia da Faculdade de Medicina Veterinária...
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