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Curso de Direito Direito Constitucional PODER LEGISLATIVO Imunidades Imunidades A função da garantia não é assegurar privilégios a estas pessoas, mas permitir que estas tenham a independência e liberdade para o exercício desta função. Isto é para permitir que as denúncias sejam feitas Qual é o momento inicial destas garantias? As garantias têm inicio com a diplomação e não com a posse. Qual é o momento final destas garantias? Com o fim do mandato, a não ser que haja renúncia, onde ocorre também o fim destas garantias. Obs.: O suplente tem garantias – “Não existem vereadores suplentes, deputados suplentes ou senadores suplentes, o que existe é o suplente de vereador, de deputado ou de senador.” Ministra CARMEN LÚCIA (STF). Deste modo o suplente não tem nenhum tipo de garantia. Conceito Conceito: são prerrogativas, em face do direito comum, outorgadas pela Constituição aos membros do Congresso, para que estes possam ter bom desempenho de suas funções. São garantias funcionais, normalmente divididas em material e formal, são admitidas nas Constituições para o livre desempenho do ofício dos membros do Poder Legislativo e para evitar desfalques na integração do respectivo quorum necessário para deliberação. (MORAES, 2015) Pressupostos da imunidade material (resumo): Refere-se somente a atos funcionais (dos parlamentares); Por meio de opiniões, palavras ou votos; No exercício de suas funções; Sobre matéria parlamentar; Possui eficácia temporal, permanente ou absoluta, de caráter perpétuo. Imunidades Parlamentares Um Parlamento livre requer parlamentares desimpedidos; um Parlamento democraticamente atuante, demanda parlamentares que ajam com coragem, sem receio de represálias, processos temerários ou prisões arbitrárias. Nathalia Masson Suplentes Renunciar às Imunidades Renunciar ao Cargo Imunidade Material Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. Art. 53, CF Desde que proferidos em razão de suas funções parlamentares, no exercício e relacionados ao mandato, não se restringindo ao âmbito do Congresso Nacional. A inviolabilidade alcança toda manifestação do congressista onde se possa identificar um laço de implicação recíproca entre o ato praticado, ainda que fora do estrito exercício do mandato, e a qualidade de mandatário político do agente. RE 210.917, Rei. Min. Sepúlve da Pertence, j. 12.08.1998, DJ de 18.06.2001 que se relacionam com a atividade parlamentar. Pronunciamentos ofensivos realizados no interior da Casa Legislativa a qual o parlamentar pertença estão presumidamente amparados pela imunidade, independentemente de qualquer comprovação de conexão com o mandato; já as ofensas perpetradas fora do recinto parlamentar só estarão acobertadas pela prerrogativa se houver demonstração de Nathalia Masson Inviolabilidade (Imunidade Material) Imuniza o qualquer congressista possibilidade contra de responsabilização por suas opiniões, palavras e votos. Na esfera Penal Na esfera Civil Em âmbito político administrativo Quando a ofensa é irrogada em plenário, presume-se a incidência da imunidade, não cabendo investigar a conexão com o mandato. Para amparar condutas praticadas fora do recinto parlamentar o ato deve estar relacionado com a função. Não há previsão Constituição; a expressa na hipótese é reconhecida em entendimentos doutrinários. Art. 53, CF Imunidades Formais Imunidades Formais Relacionada à Prisão Relacionada ao Processo Imunidade Formal Relativa à Prisão Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Art. 53,§2º CF Hediondos e Assemelhados Racismo Ação de Grupos Armados, Civis ou Militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático de direito Lei nº 8.072/94 + Art. 5º, XLIII, CF Casa Legislativa Prisão em Flagrante 24 Horas Comunicação Deliberação Maioria dos Membros Mantém a Prisão Rechaça a Prisão Alvará de Soltura Prisão Preventiva Votação aberta, nominal IMPORTANTE!! Relacionada à Prisão Imunidade Formal Relativa ao Processo Impossibilidade de Prisão Regra Geral: Congressista do Refere-se á possibilidade de a Casa Legislativa respectiva sustar o trâmite da ação penal proposta contra Deputado ou Senador. Única Exceção: O Congressista poderá ser preso em Flagrante de crime inafiançável Neste caso, os autos serão encaminhados para a respectiva Casa, que pelo voto da maioria dos membros, resolverá sobre a prisão. Art. 53, §2º a 5º, CF O STF afirmou ser possível a prisão do parlamentar federal também em decorrência da prolação de sentença condenatória. Imunidade Formal Relativa ao Processo diplomação. Possibilidade de a Casa Legislativa respectiva sustar, a qualquer tempo antes de prolatada a decisão final pelo STF, o trâmite da ação penal proposta contra Deputado Federal ou Senador em razão de crime praticado após o ato de Kildare Gonçalves Carvalho Perseguição Política Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. Art. 53, §3º, CF Art. 53, §4º, CF Crime Praticado Antes da Diplomação Processo instaurado na Justiça Comum Antes: com a diplomação havia deslocamento da competência para o STF- Agora Crimes comuns realizados antes de os parlamentares assumirem seus cargos ou sem nenhuma ligação com os mesmos serão julgados por tribunais de primeira instância. Não Incidência da Imunidade Após a Diplomação Parlamentar será processado e julgado no STF A Casa deverá ser comunicada pelo STF do recebimento da denúncia ou da queixa-crime Partido político representado na respectiva Casa poderá provocar a Mesa Diretora para que aprecie a possibilidade de sustar o andamento da ação penal A possibilidade de sustação da ação será apreciada pela Casa e será decidida pela maioria de seus membros. A Casa terá o prazo máximo de 45 dias, a contar do recebimento do pedido de suspensão, para decidir. FORO PRIVILEGIADO A Constituição Federal determina que todos os brasileiros são iguais perante à lei, mas também prevê uma espécie de exceção: o foro especial por prerrogativa de função. Também conhecido como foro privilegiado, ele determina que ocupantes de determinados instâncias específicas cargos sejam julgados por do Judiciário. Porque existe o foro privilegiado? O objetivo original do foro privilegiado não é proteger determinadas pessoas, mas sim cargos específicos. • Em tese, tribunais superiores estão menos vulneráveis a pressões externas e podem julgar autoridades com maior independência. O foro privilegiado para políticos, por exemplo, pretende impedir que os julgamentos sejam influenciados por tensões e disputas de poder regionais. Prerrogativa de foro No julgamento da AP 937 (2018), o Plenário do STF firmou entendimento no sentido de restringir o alcance da prerrogativa de função dos deputados federais e senadores. Em síntese, eis o novo entendimento: 1. A prerrogativa de foro dos deputados federais e senadores somente se aplica aos crimes cometidos durante o exercício do cargo, considerando-se como início da data da diplomação. Isso altera radicalmente o entendimento anterior, de que, uma vez empossado, ele adquiria a prerrogativa, inclusive para o julgamento de crimes praticadosantes da posse. O aspecto positivo do novo entendimento é que limita bastante o "efeito gangorra", ou seja, o sobe e desce dos processos conforme o agente é eleito ("sobe") e depois venha a perder o cargo ou não se reeleja (perdia a prerrogativa e o processo "descia" para o primeiro grau). Por outro lado, a desvantagem é que um juiz de primeiro grau terá de julgar um senador ou deputado federal em exercício, o que pode criar constrangimentos, pressões, favorecimento ou perseguição política (lawfare), enfim, criar embaraços e problemas para a independência e imparcialidade da jurisdição, até mesmo com a designação de juízes cooperadores. Inclusive, esse era o argumento utilizado pela doutrina e jurisprudência para — antes da mudança de entendimento — justificar que, uma vez empossado, o agente "adquiria" a prerrogativa para julgamento inclusive dos crimes praticados anteriormente. Prerrogativa de foro 1) a prerrogativa de foro se limita aos crimes cometidos no exercício do cargo e em razão dele; 2) a jurisdição do STF se perpetua caso tenha havido o encerramento da instrução processual – leia-se: intimação das partes para apresentação das derradeiras alegações – antes da extinção do mandato. O foro especial depende não só dos cargos, mas também do que está sendo julgado. O presidente da República, seu vice, ministros de Estado, deputados federais, senadores, comandantes das Forças Armadas e ministros do próprio Supremo são julgados pelo STF. Governadores e desembargadores, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Juízes federais e prefeitos - em casos que envolvem recursos federais -, por Tribunais Regionais Federais. Deputados estaduais, prefeitos, membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas, pelos Tribunais de Justiça. O presidente da República e seu vice também podem ser julgados pelo Senado. Isso é previsto na hipótese de crime de responsabilidade, como aconteceu com a ex presidente Dilma Rousseff. Imunidade Testemunhal Deputados Federais e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações que foram recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. Nathalia Masson Imunidade dos Demais Membros do Legislativo Âmbito Estadual ou Distrital São aplicáveis, sem restrições, as normas relativas às prerrogativas dos parlamentares integrantes do Congresso Nacional. Âmbito Municipal Imunidade Material + Formal O Vereador é inviolável ao proferir opiniões, palavras e votos, mas o reconhecimento desta imunidade condiciona-se não só à demonstração de pertinência e conexão com o mandato, mas também a comprovação de que ele age dentro dos limites da circunscrição municipal. Imunidade Material
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