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CCE 1644 Pontes Vanessa Silva Unidade 3 Aulas 07 e 08 PROFESSORA VANESSA SILVA 2 CCE 1644 – Pontes Aula 07 Esforços em Pilares: Longitudinais e Transversais Aula 05 Envoltória das Solicitações; Critérios para Dimensionamento do Vigamento Principal e Lajes Aula 06 Exercício de Fixação – Pré-Dimensionamento Unidade 3: Mesoestrutura 3.1 Esforços em Pilares: Longitudinais e Transversais 3.2 Critérios para Dimensionamento de Pilares 3.3 Aparelhos de Apoio PROFESSORA VANESSA SILVA 3 PILARES Os Pilares são elementos estruturais da mesoestrutura de pontes cuja função é transmitir os esforços que atuam nos aparelhos de apoio para os elementos de fundação. Os esforços transmitidos da superestrutura para o topo dos pilares são verticais e horizontais, que atuam no sentido longitudinal e transversal do estrado da ponte. Além desses esforços, podem também atuar diretamente no pilar carregamentos ao longo da sua estrutura, como os carregamentos de empuxo e água corrente. Observa-se que os esforços atuantes em pilares de pontes são muito diversos, quando comparados com estruturas convencionais de concreto armado. Entretanto, o dimensionamento pode ser feito de maneira simplificada considerando os esforços e os efeitos locais e globais de segunda ordem em pilares. Em pilares de pontes atuam basicamente dois tipos de esforços: verticais e horizontais, que são oriundos das cargas permanentes, variáveis e móveis. Esses esforços, que atuam tanto verticalmente quanto horizontalmente no sentido longitudinal e transversal da ponte, devem ser combinados aritmeticamente e em função dos coeficientes de ponderação para serem utilizados no dimensionamento estrutural dos pilares. PROFESSORA VANESSA SILVA 4 PILARES Neste sentido, a ABNT NBR 7187 classifica os carregamentos atuantes nos pilares de pontes quanto à direção de atuação em verticais e horizontais, que podem ser categorizados conforme disposto no Quadro 1. Outra concepção para determinar as ações que atuam no pilar é a divisão entre as ações que atuam no topo do pilar e aquelas que atuam diretamente no pilar. PROFESSORA VANESSA SILVA 5 PILARES – ESFORÇOS VERTICAIS As reações verticais da superestrutura combinadas com os valores dos esforços horizontais atuam no topo do pilar, enquanto empuxo de terra, peso próprio, vento e até mesmo choque de objetos móveis, como barcos, atuam diretamente no pilar como forças horizontais. As cargas verticais permanentes são obtidas das reações da superestrutura, bem como do peso próprio da mesoestrutura. Para reação de apoios devido à carga móvel, é necessário considerar a condição mais desfavorável quanto à posição do veículo ao longo da seção longitudinal e transversal da ponte. Já as cargas variáveis são reações verticais (N) que dependem diretamente do efeito do tombamento provocado pela força do vento (Fvento) que atua nas faces laterais da estrutura da ponte. PROFESSORA VANESSA SILVA 6 PILARES – ESFORÇOS VERTICAIS A ação da força centrífuga devido ao impacto lateral ocorre em pontes curvas, onde os veículos ficam sujeitos à ação da força centrífuga nos trechos curvos e podem se chocar contra o guarda-rodas, causando, assim, uma força lateral que se transfere para o pilar também na forma de reação de apoio vertical. PROFESSORA VANESSA SILVA 7 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS Os esforços solicitantes horizontais que atuam em pilares são mais diversificados, pois podem tanto atuar no topo do pilar quanto diretamente ao longo de sua estrutura, bem como no sentido transversal ou paralelo do tabuleiro da ponte. Frenagem e Aceleração São esforços que atuam no sentido longitudinal da ponte e não promovem torção no pilar, cuja magnitude é definida pela ABNT NBR 7187, sendo recomendável utilizar: • Para pontes rodoviárias: a aceleração corresponde a 5% da carga móvel aplicada sobre o tabuleiro, enquanto a frenagem corresponde 30% do peso do trem-tipo; • Para pontes ferroviárias: a aceleração corresponde a 25% das cargas dos eixos motores aplicadas sobre o trilho, enquanto a frenagem corresponde a 15% das cargas que atuam sobre o tabuleiro. Uma vez calculada a força de frenagem e aceleração, deve-se determinar o valor que irá atuar no topo do pilar em função da rigidez proporcional de cada pilar existente na estrutura da ponte. PROFESSORA VANESSA SILVA 8 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS Variação da Temperatura e Retração A variação de temperatura promove variação de volume nos elementos estruturais da ponte e, consequentemente, induz tensões em suas seções, quando não existir permissões parcial ou total para dilatação. De maneira análoga, devido à retração, à força de protensão e deformação lenta do concreto, também podem surgir tensões ao longo das peças da superestrutura de ponte. A ABNT NBR 7187 recomenda que seja adotado no mínimo uma variação de temperatura de 15°C, tal que deve ser utilizado o coeficiente de dilatação do concreto de α = 10–5°C–1 . Nesse sentido, a força que atua horizontalmente no topo do pilar pode ser calculada em função da rigidez do pilar (k) e do deslocamento horizontal (δ) que ocorreu em função da variação da temperatura ou da retração. F = k · δ No entanto, a determinação do deslocamento da ponte envolve ponderações aritméticas simplificadas, bem como depende também da concepção estrutural do tabuleiro que pode assumir três possibilidades. PROFESSORA VANESSA SILVA 9 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS A primeira opção de concepção estrutural do tabuleiro é feita considerando que não existem encontros de extremidade, o que permite livre deslocamento e é comum na maioria dos casos das pontes rodoviárias. A segunda opção considera os encontros do tipo leve que permite deslocamento parcial. Já o terceiro tipo considera a ponte com encontro pesado em pelo menos uma das extremidades da ponte, o que restringe o deslocamento em uma direção da ponte. Carga do Vento O vento pode causar simultaneamente uma força concentrada de reação vertical no topo do pilar, conforme mostrado anteriormente, e uma força horizontal uniformemente distribuída atuando na superfície representada pela projeção da estrutura sobre um plano vertical ortogonal à direção do vento. A força devida ao vento (Fvento) deve ser calculada em função do carregamento do vento (pvento), da altura total lateral da ponte (Htotal) e do comprimento da ponte (Lponte). Fvento = pvento · Htotal · Lponte PROFESSORA VANESSA SILVA 10 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS A ABNT NBR 7187 estabelece que a grandeza da carga do vento depende se a ponte está carregada ou descarregada: • Para ponte descarregada: a carga de vento deve ser igual a pvento = 1,5 kN/m 2 e considerar o plano vertical normal à direção do vento, cuja altura é dada pela somatória das alturas da viga longarina e do guarda-corpo. • Para ponte carregada: a carga de vento deve ser igual a pvento = 1,0 kN/m 2 e considerar altura do veículo de 2 metros no plano normal vertical normal à direção do vento, além da altura da viga longarina e do guarda-corpo. A força gerada pelo vento deve ser calculada em função da ponte carregada e da ponte descarregada, e deve ser usado o maior valor, visto que é a condição mais desfavorável para o pilar. PROFESSORA VANESSA SILVA 11 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS PROFESSORA VANESSA SILVA 12 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS Pressão da Água em Movimento Em pontes, a água pode exercer uma força considerável nos pilares. A pressão que a água exerce sobre os pilares (págua, em kN/m 2) depende basicamente da velocidade da água corrente (vágua, em m/s) e do coeficiente dimensional (k). págua = k · v 2 água O valor do coeficiente dimensional está diretamente associado à geometria do pilar e ao plano de atuação da pressão no pilar. PROFESSORA VANESSA SILVA 13 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS Forças Horizontais Adicionais Além das cargas horizontais citadas, a ABNT NBR 7187 estabelece ainda que se deve levar em consideração outras cargas adicionais horizontais, como força centrífuga, de impacto lateral,deformação lenta, entre outras, conforme disposto no Quadro 2. PROFESSORA VANESSA SILVA 14 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS PROFESSORA VANESSA SILVA 15 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS PROFESSORA VANESSA SILVA 16 PILARES – ESFORÇOS HORIZONTAIS PROFESSORA VANESSA SILVA 17 PILARES – EXEMPLO PRÁTICO Seja uma ponte rodoviária, cujas seções longitudinal e transversal do tabuleiro são representadas pela Figura. Sobre o tabuleiro de uma ponte atua o veículo TB-45. a) Determine o valor da força de frenagem e aceleração que atua nos topos dos pilares dessa ponte. b) Determine o valor da força horizontal devido ao vento que atua nos topos dos pilares dessa ponte. c) Determine o valor da força horizontal e de reação de apoio vertical devido à carga de vento. PROFESSORA VANESSA SILVA 18 PROFESSORA VANESSA SILVA 19 PROFESSORA VANESSA SILVA 20 PROFESSORA VANESSA SILVA 21 PILARES – EXEMPLO PRÁTICO PROFESSORA VANESSA SILVA 22 PILARES – EXEMPLO PRÁTICO PROFESSORA VANESSA SILVA 23 PILARES – EXEMPLO PRÁTICO PROFESSORA VANESSA SILVA 24 PILARES – EXEMPLO PRÁTICO PROFESSORA VANESSA SILVA 25 PILARES – EXEMPLO PRÁTICO PROFESSORA VANESSA SILVA 26 PILARES – EXEMPLO PRÁTICO PROFESSORA VANESSA SILVA 27 PILARES – EXEMPLO PRÁTICO Portanto, para essa ponte, deve-se considerar uma reação vertical devido ao efeito de tombamento da carga de vento de 18,12 kN em cada pilar.
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