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METODOLOGIA CIENTÍFICA - LIVRO 04

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METODOLOGIA CIENTÍFICA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Ana Paula Weinfurter Lima Coimbra de Oliveira 
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CONVERSA INICIAL 
Olá! Nesta aula trataremos de alguns elementos que compõem a 
estrutura de um artigo científico. Conversaremos a respeito da construção de 
algumas partes fundamentais do projeto e do artigo, em tópicos separados da 
seguinte maneira: 
 Estrutura de artigos científicos; 
 Construção da justificativa do estudo; 
 Determinação dos objetivos de pesquisa; 
 Elaboração da introdução; 
 Revisão de literatura. 
CONTEXTUALIZANDO 
É importante salientar que há algumas diferenças importantes entre 
trabalhos de revisão de literatura e aqueles que envolvem trabalho prático ou de 
campo. Relembrando algumas diferenças básicas e do ponto de vista ético: 
Trabalhos de campo ou com parte prática: o aluno deve lembrar que 
precisará da aprovação do projeto por um comitê de ética em pesquisa com 
seres humanos caso vá trabalhar: 
 diretamente com pessoas: acompanhamento de pressão arterial, 
avaliação de interações medicamentosas, acompanhamento de 
tratamentos de qualquer tipo etc.; 
 com material biológico de pessoas (mesmo que o pesquisador não realize 
a coleta): sangue, líquor, urina, entre outros; 
 com dados de pessoas: informações de prontuários médicos, informações 
de receituário etc. 
Como vimos anteriormente, a aprovação pelo comitê de ética é obtida 
cadastrando-se como pesquisador na Plataforma Brasil 
(<http://plataformabrasil.saude.gov.br/login.jsf>). Após fazer seu cadastro como 
pesquisador, é só seguir o passo a passo fornecido pela página e postar seu 
projeto para apreciação. 
Trabalhos de revisão de literatura não precisam passar por aprovação do 
comitê de ética. Basta fazer a redação do artigo baseando-se na literatura 
consultada e construir as considerações finais. Um erro comum é pensar que 
trabalhos de revisão não precisam de metodologia. É necessário sempre 
acrescentar a metodologia, assim como ocorre nas pesquisas de campo, pois 
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nesse momento explicita-se como vai ser desenvolvida a revisão de modo muito 
específico, indicando critérios de inclusão e exclusão de textos-base de pesquisa 
e justificando, por exemplo, uma revisão apenas com o uso de publicações de 
um único ano ou de um único autor sobre o assunto. 
Resumindo, um projeto bem redigido deve ser capaz de apresentar uma 
explicação do problema de pesquisa, uma revisão teórica do assunto 
relacionado ao tema, uma explicação de qual será o método utilizado, uma 
indicação de como ocorrerá a obtenção dos dados, como esses dados serão 
trabalhados e expostos, como também uma prévia dos resultados que se 
pretende obter com o estudo. 
TEMA 1 – ESTRUTURA DE ARTIGOS CIENTÍFICOS 
Conhecer bem a estrutura a ser empregada na elaboração é a base para 
compreender a lógica do artigo científico (Pereira, 2012b). A estrutura de artigos 
de revisão é ligeiramente diferente daquela adotada para pesquisas que 
envolvem pesquisa prática ou de campo. Em pesquisas de revisão de literatura, 
o “esqueleto” básico vem a ser: 
 resumo seguido de palavras-chave (pelo menos três); 
 introdução; 
 metodologia; 
 desenvolvimento (corresponde à revisão propriamente dita e deve ser 
dividida conforme os subtítulos escolhidos para o texto, não usando 
diretamente a palavra “desenvolvimento”); 
 considerações finais; 
 lista de referências. 
 
Já em pesquisas que envolvem experimentos, levantamentos etc., o 
“esqueleto” vem a ser: 
 resumo seguido de palavras-chave (pelo menos três); 
 introdução; 
 material e métodos ou metodologia (em trabalhos do tipo estudos de caso, 
indicar como “casuística”); 
 resultados e discussão; 
 conclusão; 
 lista de referências. 
 
Como vimos nas estruturas básicas apresentadas, o primeiro elemento 
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que aparece em um artigo científico é o resumo. No entanto, apesar de ser 
colocado à frente dos demais, é o último elemento a ser elaborado. Isso porque, 
como o próprio nome sugere, é uma versão resumida do trabalho. Tendo isso 
em vista, é necessário mencionar todos os itens presentes no artigo, isto é, 
introdução, desenvolvimento e conclusão, mas tudo de forma muito resumida. O 
texto do resumo é composto por um bloco único de texto sem o uso de recuos 
de parágrafo, no qual deve-se evitar fazer citações. 
Logo abaixo do resumo são colocadas as palavras-chave. Essas palavras 
ou termos devem representar bem o estudo, dando suporte ao leitor para que 
compreenda do que se trata aquela pesquisa. Além disso, sempre que possível 
é importante fazer a escolha dessas palavras-chave entre os descritores 
existentes nas bases de dados. Assim, ao fazer a publicação do artigo em uma 
revista científica, essas palavras-chave serão capazes de auxiliar outros 
pesquisadores a localizar seu trabalho e utilizá-lo como fonte de informação em 
outras pesquisas. 
TEMA 2 – CONSTRUÇÃO DA JUSTIFICATIVA DO ESTUDO 
Em artigos científicos, a justificativa costuma ser unida ao objetivo 
principal do estudo e colocada em parágrafo único como fechamento da 
introdução. A finalidade principal da justificativa é indicar e explicitar as razões 
pelas quais a realização da investigação se justifica, ou seja, indicar a relevância 
da pesquisa do ponto de vista teórico, prático ou mesmo social. 
Ao pensar na justificativa pode-se dizer, de maneira simplificada, que ela 
responde ao “por quê” do estudo. O texto usado para justificativa deve ser breve, 
mas ao mesmo tempo deve ser capaz de explicar de maneira completa e 
concreta todos os motivos (de ordem teórica e de ordem prática) que sustentam 
a importância da realização do estudo. Diferentemente da introdução e revisão 
de literatura, a justificativa não é composta por citação de outros autores. 
A justificativa tem grande importância e, muitas vezes, constitui um item 
que é valorizado por agências ou entidades de financiamento de pesquisas ou 
mesmo pelos revisores de publicações periódicas (Prodanov; Freitas, 2013). 
Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 120 -121), para cumprir seu papel, 
a justificativa deve ser capaz de enfatizar: 
 
a) o estágio em que se encontra a teoria que diz respeito ao tema; 
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b) as contribuições teóricas que a pesquisa pode trazer: 
confirmação geral, confirmação na sociedade particular em 
que se insere a pesquisa, especificação para casos 
particulares, clarificação da teoria, resolução de pontos 
obscuros; 
c) a importância do tema do ponto de vista geral; 
d) a importância do tema para casos particulares em questão; 
e) possibilidade de sugerir modificações no âmbito da realidade 
abarcada pelo tema proposto; 
f) descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares. 
 
Pense no seguinte exemplo: um pesquisador pretende fazer uma 
investigação a respeito de uma doença rara, porém grave, e a respeito da qual 
existem poucos dados epidemiológicos publicados na literatura científica. Nesse 
caso, uma boa justificativa para o estudo poderia ser redigida da seguinte forma: 
[...] tendo em vista a relevância dessa condição patológica para os pacientes e 
observando o reduzido número de publicações especializadas sobre o tema, 
entende-se como relevante a contribuição dada pela realização de uma 
investigação aprofundada sobre o assunto com o objetivo de [...]. 
 
TEMA 3 – DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS DE PESQUISA 
Toda pesquisa ou investigação deve ser realizada buscando alcançar 
algum objetivo, isto é, deve ter uma razão para ser realizada.Ao iniciar uma 
determinada investigação, o pesquisador deve ser capaz de delinear o seguinte: 
“vou realizar essa investigação para conseguir isso”. Esse “isso” seria o objetivo. 
Ao se determinar quais seriam os objetivos da investigação, o pesquisador 
deve ter em mente a pergunta: “para quê?”. Ou seja, ao começar a elaborar os 
objetivos do artigo, o pesquisador deve indagar a si mesmo para que está fazendo 
aquela investigação, ou seja, qual seria sua finalidade. 
Os objetivos de uma pesquisa se dividem em um objetivo geral e alguns 
objetivos específicos. O objetivo geral está relacionado ao tema de forma mais 
abrangente, dando um significado à ideia proposta pelo projeto. Enquanto isso, 
os objetivos específicos têm uma função intermediária, constituindo objetivos 
secundários que permitem alcançar o objetivo geral, como também aplicá-lo a 
situações determinadas. Os objetivos devem ser sempre escritos usando verbos 
que indicam ações. 
Prodanov e Freitas (2013, p. 124) indicam exemplos de verbos que podem 
ser usados para redigir objetivos em diferentes pesquisas científicas: 
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a) quando a pesquisa tiver o objetivo de conhecer: apontar, citar, 
classificar, conhecer, definir, descrever, identificar, reconhecer, 
relatar; 
b) quando a pesquisa tiver o objetivo de compreender: 
compreender, concluir, deduzir, demonstrar, determinar, 
diferenciar, discutir, interpretar, localizar, reafirmar; 
c) quando a pesquisa tiver o objetivo de aplicar: desenvolver, 
empregar, estruturar, operar, organizar, praticar, selecionar, 
traçar, otimizar, melhorar; 
d) quando a pesquisa tiver o objetivo de analisar: comparar, 
criticar, debater, diferenciar, discriminar, examinar, investigar, 
provar, ensaiar, medir, testar, monitorar, experimentar; 
e) quando a pesquisa tiver o objetivo de sintetizar: compor, 
construir, documentar, especificar, esquematizar, formular, 
produzir, propor, reunir, sintetizar; 
f) quando a pesquisa tiver o objetivo de avaliar: argumentar, 
avaliar, contrastar, decidir, escolher, estimar, julgar, medir, 
selecionar. 
 
Deve-se ter muita atenção na construção dos objetivos, pois eles 
nortearão futuramente as conclusões ou considerações finais do estudo. Ao 
finalizar a pesquisa, o pesquisador deve ser capaz de dar uma conclusão a cada 
um dos objetivos propostos. 
 
TEMA 4 – ELABORAÇÃO DA INTRODUÇÃO 
A introdução consiste basicamente em uma descrição geral do tema. 
Assim como comentamos sobre o resumo, a introdução só pode ser elaborada 
após algumas providências iniciais. 
Para elaborar a introdução, o pesquisador já precisa ter bem definido o 
que quer saber, além de estar de posse de algum embasamento teórico a 
respeito do tema escolhido. Deve-se, nesse momento, já ter algumas 
informações relevantes sobre o tema, bem como dados epidemiológicos ou 
estatísticos já publicados a respeito do assunto e uma justificativa estruturada 
para a pesquisa. O artigo científico deve ser escrito de forma coerente e com 
“começo, meio e fim”; sendo assim, é realmente importante construir a 
introdução em um momento em que vários aspectos do trabalho já estejam 
consolidados, para que não haja divergências entre a forma como o assunto foi 
introduzido e a maneira como foi desenvolvido e concluído (Silva et al., 2012). 
É importante ter em vista que a introdução de um artigo deve ser a parte 
construída para chamar a atenção do leitor para o assunto e para o trabalho, por 
constituir a contextualização do trabalho. 
Em outras palavras, além de situar o leitor sobre o assunto, a introdução 
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é o momento usado pelo autor para “vender seu peixe”, chamando a atenção 
para a relevância do seu estudo, informando basicamente o que foi pesquisado 
e por que foi pesquisado. Pesquisadores com alguma experiência se valem da 
introdução de seus estudos como artifício para garantir que o leitor vai prosseguir 
na leitura. 
De acordo com Pereira (2012a), algumas perguntas podem auxiliar na 
elaboração da introdução: de que se trata o estudo? Por que foi feito? Por que 
deve ser publicado? 
O embasamento teórico dado na introdução deve ser assentado em bases 
científicas sólidas, indicando a ligação do assunto com a literatura pertinente e 
mostrando parte do que já era conhecido sobre o tema quando do início da 
pesquisa. Além disso, também é importante ressaltar alguns aspectos que ainda 
não eram conhecidos ou não estavam muito bem consolidados sobre o tema, 
pois isso aponta para a necessidade de realização da investigação e a reforça. 
Quando o pesquisador se questiona sobre o que já era conhecido e o que 
ainda não se sabe sobre o tema, as respostas a essas indagações o auxiliam na 
escolha de quais seriam as informações que devem ser selecionadas e citadas 
na introdução. Isso de tal forma que, em meio a um grande montante de artigos 
científicos e outras fontes de consulta, o autor tem maior facilidade de verificar 
quais seriam as informações que realmente devem ser indicadas no texto. 
O “fechamento” da introdução é dado em um parágrafo que traz, de modo 
claro e explícito, o objetivo principal do estudo/investigação associado à 
justificativa para sua execução. Muito embora seja necessário dar um bom 
embasamento e situar o leitor, a introdução, sobretudo em artigos originais 
(aqueles que não são de revisão), não deve ser muito longa. 
TEMA 5 – REVISÃO DE LITERATURA 
Com relação à construção desse item, há diferenças entre trabalhos de 
revisão e artigos originais. A revisão de literatura constitui o “corpo” ou o 
desenvolvimento do trabalho em pesquisas de revisão. Em trabalhos com 
pesquisa de campo ou investigações de ordem prática, a revisão de literatura em 
geral não aparece como um item que compõe de fato o texto, mas ela também 
tem papel importante, pois dá suporte à consolidação da ideia do tema, bem 
como aos dados, conceitos e informações que comporão a introdução do estudo. 
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Além disso, uma boa revisão deve ser elaborada para selecionar 
publicações que possam ser utilizadas na discussão dos resultados em 
pesquisas com investigação prática ou de campo. Ou seja, a revisão de literatura 
fornece o embasamento ou a fundamentação teórica da pesquisa. 
Em artigos de revisão, deve-se elaborar o item “revisão de literatura” como 
um texto coerente e que dê fluência de leitura, ou seja, ao ler a revisão, o leitor 
deve ser capaz de seguir uma linha de raciocínio lógico que o leve a 
compreender o assunto. 
Tendo em vista que a revisão de literatura, como o próprio nome sugere, 
é uma revisão baseada em informações já publicadas por outros autores, é de 
suma importância atentar-se para as regras de citação. 
Citações reproduzem ou o texto, ou o pensamento de outra pessoa. No 
primeiro caso, tem-se uma transcrição, que é chamada de citação direta, e no 
segundo, faz-se uma paráfrase a partir do texto original, a qual é chamada de 
citação indireta. As citações podem ainda ser feitas a partir de um autor que citou 
em seu estudo outro autor de interesse. Isso é feito quando não se teve acesso 
ao texto do autor original, caracterizando assim a citação de citação. 
Quanto à colocação no artigo, em se tratando de texto transcrito (citação 
direta) há duas formas de se redigir (vide NBR 10520 ABNT). O texto deve ser 
destacado mediante colocação entre aspas (“ ”) no caso de citações diretas 
curtas com no máximo três linhas. Quando no original transcrito já existirem 
aspas, as citações são indicadas mediante o uso de aspas simples (‘ ’). As 
citações longas, com mais de três linhas, devem aparecer em parágrafo isolado, 
destacado do texto normalpor dois espaços de 1,5 – antes e depois – sem 
aspas, (salvo o caso de serem colocadas em rodapé) em espaço interlinear 
simples, com a mesma fonte do texto, mas em tamanho proporcional menor de 
letra, com recuo de 4 cm a partir da margem esquerda e sem recuo de primeira 
linha. Nas citações diretas, dos dois tipos, é necessário indicar, além da autoria 
e do ano, também a página em que o trecho se encontra no documento 
consultado. 
A citação indireta feita como paráfrase a partir de um texto original de 
outro autor é colocada sem nenhum recurso de destaque, indicando apenas a 
autoria ao final da frase ou parágrafo. 
Como se pode observar, todas as ideias, os conceitos, as conclusões e 
os pensamentos que pertencem a outros autores devem ser adequadamente 
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referenciados ao longo do texto da revisão de literatura. As normas para 
referências encontram-se na NBR 6023 da ABNT. Com exceção das citações 
diretas mencionadas anteriormente, em que a transcrição é de fato literal, não 
se pode reproduzir literalmente textos já publicados por outros autores, mesmo 
indicando a autoria ao final da frase ou do parágrafo. Esse é um cuidado bastante 
importante a ser tomado na redação de artigos científicos. 
A maior parte do texto de uma revisão deve ser construído mediante 
paráfrase em citações indiretas. Reserva-se o uso de citações diretas apenas 
para casos de conceitos, indicações, legislações, entre outros, em que quaisquer 
alterações no texto original poderiam comprometer o sentido, a compreensão ou 
o estilo final desejado. 
Outro ponto importante na elaboração de uma boa revisão é a atualização 
do assunto. Dessa forma, deve-se buscar utilizar referências com até no máximo 
dez anos de publicação, sendo o ideal usar referências com até cinco anos. A 
utilização de publicações mais antigas deve ser justificada na metodologia do 
estudo ou deve ser imprescindível por conta da exposição de um conceito 
específico ou da descrição de uma técnica, por exemplo, que só seja citado em 
referências antigas. 
Quando se elabora artigos de revisão, os textos podem ser construídos 
de três formas diferentes: revisão narrativa, revisão sistemática e revisão 
integrativa. 
As revisões narrativas são mais despretensiosas. Não há perspectiva de 
esgotar as informações disponíveis sobre o assunto e, com isso, a busca por 
referências nas bases de dados é realizada com menor sistematização e usando 
estratégias menos sofisticadas. Desse modo, a seleção dos estudos que serão 
de fato utilizados como base na revisão pode estar sujeita à certa subjetividade, 
por estar totalmente a critério do autor. Devido a essa possível subjetividade, 
esse tipo de revisão costuma ser mais adequado para construção de 
fundamentações teóricas em pesquisas (Unesp, 2015). 
As revisões sistemáticas são consideradas um tipo de investigação 
científica e podem ser classificadas como estudos: 
 observacionais retrospectivos; 
 experimentais de recuperação; 
 experimentais de análise crítica da literatura. 
 
 
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Nesse tipo de revisão, é possível testar hipóteses; em geral, são 
realizadas com o intuito de analisar diversos estudos ou publicações científicas. 
Na análise desses estudos, faz-se a avaliação crítica das metodologias 
empregadas e a síntese dos resultados alcançados pelos diferentes 
pesquisadores. Essa análise é realizada com o objetivo de responder a uma 
pergunta de pesquisa especificamente formulada. A busca pelos estudos que 
serão de fato utilizados é realizada com base em critérios de inclusão e exclusão 
bem delimitados e por meio de métodos bastante sistematizados. Os dados e 
resultados apresentados nos estudos escolhidos durante a busca são reunidos 
e analisados. Essas revisões são consideradas importantíssimas evidências 
científicas e seus resultados costumam ser usados em tomadas de decisão em 
setores da gestão pública e na prática clínica (Unesp, 2015). 
As revisões integrativas constituem uma opção de revisão rigorosa e 
combinação de resultados de estudos com metodologias diversas. Ou seja, é 
feita a integração de resultados de pesquisas tanto de caráter experimental 
quanto não experimental. Nesse tipo de revisão, mantém-se o rigor da 
metodologia de revisões sistemáticas. Por meio de revisões integrativas é 
possível combinar dados e achados de publicações experimentais e teóricas 
com o objetivo de: definir conceitos, identificar lacunas a serem preenchidas com 
novos estudos, elaborar revisões de teorias ou mesmo analisar do ponto de vista 
metodológico as publicações sobre determinado assunto. Essa combinação de 
diferentes metodologias amplia as possibilidades de análise a partir da literatura 
(Unesp, 2015). 
 
FINALIZANDO 
Como foi possível perceber, tanto os estudos que geram artigos originais 
quanto as revisões de literatura têm sua relevância no campo da pesquisa 
científica. O importante é que o pesquisador se preocupe em elaborar uma 
pesquisa bem estruturada e que traga alguma novidade ou pelo menos um novo 
olhar sobre determinado assunto. 
Nesse contexto, a estruturação do artigo e a dedicação na construção de 
cada um dos itens essenciais à investigação são essenciais. E, para que sejam 
alcançados com sucesso os objetivos propostos e seja elaborada uma discussão 
pertinente, o embasamento teórico dado pela revisão de literatura é de vital 
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importância. 
 
REFERÊNCIAS 
PEREIRA, M. G. A introdução de um artigo científico. Epidemiologia e Serviços 
de Saúde, Brasília, v. 21, n. 4, p. 675-676, 2012a. 
 . Estrutura do artigo científico. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 
Brasília, v. 21, n. 2, p. 351-352, 2012b. 
PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho científico: 
métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo 
Hamburgo: Feevale, 2013. 
SILVA, E. R. et al. Como escrever um artigo científico: orientações. Encontro 
Regional de Estudantes de Biblioteconomia, Documentação, Ciência e Gestão 
da Informação, Juazeiro do Norte, 2012. 
UNESP – Universidade Estadual de São Paulo. Faculdade de Ciências 
Agronômicas. Campus Botucatu. Tipos de revisão de literatura. Botucatu, 
2015. 8 p. 
 
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