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ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL E FUNCIONAL DO HOSPITAL AULA 6 Prof. Cristiano Caveião A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com CONVERSA INICIAL O hospital é uma empresa que fornece atendimento direto às pessoas, as quais procuram o serviço para comprá-lo, em vez de adquirirem de distribuidores ou representantes, e ainda podem permanecer no espaço enquanto adquirem o serviço. Dessa forma, suas características procuram apresentar as melhores formas de acolhimento, e, por ser um espaço onde transitam colaboradores e pacientes, é necessário que não ocorra o cruzamento desse fluxo. A força de trabalho da enfermagem é a principal propulsora dos serviços hospitalares, por meio da promoção/proteção, recuperação/reabilitação aos indivíduos pelas ações de cuidados de enfermagem. Para que o cuidado possa ser prestado, é necessário o espaço em que o paciente possa permanecer, denominado unidade de internação. Uma unidade de internação é definida por alas hospitalares onde o paciente fica internado por um período superior a 12 horas, além de : • uma área de controle, na qual os profissionais assistenciais realizam atividades de retaguarda – tradicionalmente chamada de posto de enfermagem, apesar de ser utilizada por diversos tipos de profissionais (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas etc.); • quartos, onde ficam os leitos dos pacientes; • local de acesso à ala (por onde transitam os profissionais assistenciais, pacientes e acompanhantes). Aliados ao serviço de enfermagem e de modo complementar, tem-se os serviços de nutrição, responsável por preparar e distribuir as dietas; farmácia, para a dispensação de materiais/insumos e medicamentos; e, por último e não menos importante, higiene e limpeza, que atua na manutenção do ambiente para reduzir a carga microbiana, por meio da limpeza concorrente e terminal. O serviço hospitalar possui vários setores em sua organização estrutural e funcional. Os principais serviços que estão diretamente ligados à assistência do paciente e que necessitam de gestão são: serviço de enfermagem; unidades de internação; serviço de nutrição e dietética; farmácia hospitalar; e lavanderia, higiene e limpeza, temas desta aula. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 3 TEMA 1 – SERVIÇO DE ENFERMAGEM Na organização dos serviços de enfermagem, vários fatores são levados em consideração, como o volume e a complexidade das atividades a serem realizadas. Comumente, esta classe realiza a divisão de suas atividades e possui um setor ou departamento específico para a gestão. Os serviços de enfermagem de um hospital, dependendo do porte e serviço prestado, são organizados em estruturas conforme o organograma a seguir: A estrutura hierárquica desse serviço é composta pela categoria profissional de enfermagem, organizada em três níveis, cada qual com suas atribuições específicas conforme a legislação: • enfermeiro; • técnico em enfermagem; • auxiliar de enfermagem. É importante conhecermos o que cada um desses profissionais de enfermagem pode realizar. O enfermeiro é responsável distribuição das atividades no turno de trabalho, preparação e organização da escala de plantões, avaliação dos pacientes e definição do plano de cuidados, planejamento, consulta de enfermagem, supervisão/liderança da equipe e realização de procedimentos de maior complexidade (por exemplo: punção de acesso venoso em grandes vasos sanguíneos, curativos de maior complexidade). Ainda, é o responsável por cuidado direto aos pacientes com maior gravidade ou que exijam maior complexidade técnica. Aos técnicos de enfermagem cabe assistir ao enfermeiro realizando atividades de nível médio, que envolvem orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem, execução das ações assistenciais prescritas pelo enfermeiro e administração de medicamentos. Já os auxiliares realizam procedimentos simples, como higiene e conforto, preparo do paciente para exames e consultas, coleta de material para exames e auxílio para a alimentação do paciente. Serviço de enfermagem Clínica médica Clínica cirúrgica Pediatria Obstetricia Terapia intensiva Urgência e emergência Centro cirúrgico Central de material e esterilização A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 4 Diariamente, o enfermeiro realiza ao menos uma avaliação em cada um dos pacientes hospitalizados para que possa elaborar o plano de cuidados, sendo executado pela equipe de enfermagem. O plano contém cada uma das ações de cuidados que serão executadas nas 24 horas, baseando-se nas necessidades de cada paciente. Conforme a região do país e o porte do hospital, as funções do enfermeiro apresentam variação em sua nomenclatura, podendo ser chamado de: enfermeiro-chefe de unidade, supervisor, enfermeiro assistencial, supervisor de setor ou unidade, líder de equipe etc., porém todos eles relacionados à função assistencial. Dentro da categoria, os serviços hospitalares possuem enfermeiros para a realização das atividades assistenciais diretas ao paciente e liderança de equipe, e também enfermeiros para atividades administrativas, coordenação, gerência, direção ou superintendência de enfermagem. Para a realização da assistência, os serviços de enfermagem possuem alguns instrumentos para fundamentar e padronizar suas atividades, sendo comum a todos os serviços. São eles: • Transmitem informações para o desenvolvimento das atividades de forma sistematizada às normas, rotinas e os procedimentos. Manuais • Conjunto de regras ou intruções para fixar os procedimentos, a organização e os métodos utilizados no desenvolvimento das atividades. Normas • Descrição sistematizada dos passos necessários para a realização das ações de uma atividade, na sequência de sua execução. Ex.: rotina de desinfecção do leito. Rotinas • Descrição detalhada e sequencial de como uma atividade técnica precisa ser executada. Ex.: sondagem vesical de demora. Procedimentos A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 5 Os serviços de enfermagem nas diferentes regiões do país apresentam particularidades, de acordo com as características dos modelos de atenção à saúde ou de prestação de serviços de saúde; sistemas de qualidade e seus princípios orientadores, atributos, modelos de medição de avaliação, coleta e processamento das informações e tomada de decisões; intencionalidade da legislação existente e regulamentações que regem essas aspirações; regulamentação específica do exercício profissional, suas possibilidades reais de aplicação e o conhecimento que os profissionais de enfermagem e a sociedade em geral têm sobre ela; conceituação de saúde e enfermagem; pressão econômica para gerar nas instituições não apenas sustentabilidade, mas também rentabilidade econômica, entre outros fatores. Como a equipe encontra-se em constante contato com o paciente, executando ações de cuidados, existem alguns aspectos que determinam suas necessidades e dinâmica organizacional, sendo eles: tipo de unidade hospitalar, características da planta física, materiais e equipamentos disponíveis, políticas de trabalho da instituição, características do paciente, dimensão do relacionamento interpessoal entre equipe e equipe com paciente. 1.1 Objetivos dos serviços de enfermagem • Proporcionar atendimento integral ao paciente em todos os aspectos biopsicossociais, independentemente de sua patologia. • Promover e manter o bem-estar do paciente. • Diminuir a evolução da patologia e as incapacidades que ela provoca. • Manter o paciente ativo em suas capacidades. • No caso de morte, proporcionarao paciente uma hora digna, com respeito e humanidade, e poupá-lo da dor. 1.2 Principais rotinas realizadas pela enfermagem • Admissão do paciente. • Preparo para exames clínicos. • Orientação sobre alimentação, juntamente com o serviço de nutrição e dietética. • Orientação sobre horário de visitas e rotina da unidade;. • Seguir a prescrição de enfermagem feita pelo enfermeiro responsável. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 6 TEMA 2 – UNIDADES DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR As unidades de internação hospitalar são os espaços onde efetivamente ocorre a assistência de enfermagem, de forma contínua e sequencial, de modo que os intervalos de tempos sejam adequados e pautados nas necessidades de cuidado de cada paciente. No ambiente hospitalar, as unidades de trabalho da enfermagem são as unidades de internação. A estrutura física dessas unidades é composta por quartos, sendo privativos quando se destinam a somente um paciente; semiprivativos quando acomodam dois pacientes; ou enfermarias, quando abrigam três ou, no máximo, seis leitos. Cada quarto ou enfermaria necessita ter acesso direto a um sanitário, lavatório e chuveiro, e, em todos eles, é necessário seguir a legislação vigente respeitando a distância mínima entre cada leito, para facilitar a circulação entre leitos e a realização do atendimento. Cabe ressaltar que ambas as laterais dos leitos precisam ficar livres, sendo somente a cabeceira encostada na parede. Cada estabelecimento hospitalar possui a organização pautada nas características de seu serviço, porém alguns espaços são comuns a todos. A tabela a seguir representa os principais espaços que fazem parte da composição das unidades de internação. Tabela 1 – Estrutura mínima das unidades de internação Posto de enfermagem Local destinado à realização de diluição de medicamentos, prescrição de enfermagem, avalição e evolução de enfermagem. Nesse espaço, a equipe de enfermagem planeja a realização da assistência, e nele ocorrem também as ações administrativas e a guarda de documentos relacionados à assistência. Prescrição médica Local em conjunto com o posto de enfermagem para que a equipe médica possa realizar a prescrição de medicamentos, solicitação de exame e evoluções no prontuário do paciente. Expurgo Local destinado à descontaminação, limpeza e desinfecção do material utilizado na assistência. Também neste espaço ocorrem as medições do volume das secreções drenas. Ainda serve como a guarda de roupa suja. Rouparia Local para a guarda de roupa limpa da unidade. Copa Local destinado à distribuição geral das refeições aos pacientes. Depósito Local onde são guardados suportes de soro, equipamentos médicos, macas, cadeiras de rodas etc. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 7 Além das unidades de internação convencionais, o hospital pode apresentar unidades específicas conforme a complexidade da assistência prestada, denominadas unidades de internação não convencionais. São elas: Unidade de Terapia Intensiva (UTI), centro cirúrgico, pronto socorro e central de material e esterilização, para que se possa suprir todas as necessidades do hospital e pacientes. 2.1 Unidade de Terapia Intensiva A Unidade de Terapia Intensiva – UTI é uma área para o tratamento dos pacientes críticos (clínicos e cirúrgicos), que requerem cuidados complexos, controles rigorosos e a coordenação de atividades. Esta unidade divide-se por especialidades, podendo ser geral (tratamento clínico e pós-cirúrgico), coronariana (situações cardiológicas), pediátrica e neonatal. 2.2 Centro cirúrgico O centro cirúrgico é uma área física destinada a procedimentos invasivos, ou seja, realização de intervenções cirúrgicas. Possui salas, equipamentos, materiais específicos e pessoal altamente treinado. Ainda apresenta serviços auxiliares: sala de recuperação pós-anestésica (local destinado ao pós- operatório imediato), agência transfusional e farmácia. 2.3 Pronto socorro ou pronto atendimento Unidade para atendimento de urgência e emergência, podendo ser de uma especialidade ou geral. Essa unidade presta assistência a pacientes com ou sem risco de vida. Já as unidades de pronto atendimento não necessariamente estão vinculadas ao hospital, e o atendimento ocorre para doenças agudas. 2.4 Central de material e esterilização Unidade de apoio técnico a todos os serviços ou área do hospital, sendo destinada ao processamento de artigos como instrumental, roupas, entre outros. É um setor específico e independente do centro cirúrgico para cuidar de todo o material da instituição. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 8 TEMA 3 – SERVIÇO DE NUTRIÇÃO E DIETÉTICA O Serviço de Nutrição e Dietética (SND) fornece a alimentação adequada para todos os pacientes hospitalizados, conforme a dieta prescrita. Além da alimentação ao paciente, também fornece ao acompanhante, conforme os casos previstos na legislação ou contratos das operadoras de saúde. Ainda possui refeitório para os colaboradores do hospital. Sua estrutura é composta pelos profissionais: nutricionista com responsabilidade técnica, cozinheiros, auxiliares de cozinha, copeiros, auxiliar administrativo, e comumente está organizada em: • Recepção: onde encontra-se a administração da unidade; ocorre o recebimento de material limpo e insumos; expedição de material limpo. • Estoque de perecíveis: neste espaço ficam os estoques de gêneros alimentícios que requerem climatização, além de gêneros e insumos a serem utilizados nos próximos processamentos. • Estoque de processados: acondicionados em geladeiras, freezers e nos próprios carros de dispensa. • Resgate: recebimento de material utilizado. • Área de processamento: espaço para preparo das refeições (higienização e preparação dos gêneros e cozinha). • Refeitório: espaço onde as refeições são servidas para os colaboradores. Pode haver nas unidades de internação unidades de dispensação, as quais dependem da logística de preparação e como é realizada a distribuição pelo hospital. Esse setor também é considerado um centro de receita, visto que as refeições de acompanhantes podem ser cobradas à parte das diárias de internação. Em síntese, as atividades dizem respeito à distribuição de refeições. Para a elaboração das dietas, sempre é levado em consideração o estado nutricional e fisiológico dos pacientes nas diferentes situações hospitalares, e ainda necessitam estar adequadas ao seu estado clínico, para proporcionar melhor qualidade de vida. As dietas hospitalares são padronizadas em cada serviço, seguindo a consistência, temperatura, volume, valor calórico total, alterações de macronutrientes e restrições de nutrientes. Sua padronização visa um atendimento nutricional seguro, e são divididas em: dietas de rotina, dietas modificadas e dietas especiais, havendo flexibilidade para as adequações individuais. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 9 Em relação às dietas preparadas nos hospitais, temos as principais para atender às necessidades de cada indivíduo: Os horários em que as refeições são servidas durante o período de funcionamento do serviço de nutrição hospitalar são, geralmente: • desjejum: 6 horas; • lanche: 9 horas; • almoço: 12 horas; • lanche: 15 horas; • jantar: 17 horas; • ceia: 20 horas. Dieta livre ou geral • Objetivo: manter estado nutricional • Indicação: sem restrições específicas • Características: dieta suficiente, harmônica, consistência normal Dieta branda • Objetivo: fornecer calorias e nutrientes para manutenção do estado nutricional • Indicação: perturbações orgânicase funcionais do trato gastrointestinal • Características: pobre em resíduos celulósicos e tecido conjuntivo Dieta pastosa • Objetivo: dieta que pode ser mastigada ou deglutida com pouco ou nenhum esforço • Indicação: casos que necessitam facilitar mastigação, ingestão ou deglutição • Características: consistência pastosa ou abrandada pela cocção e processos mecânicos Dieta líquida-pastosa •Objetivo: permitir minimizar o trabalho do trato gastrointestinal e a presença de resíduos no cólon •Indicação: problemas de mastigação, deglutição e digestão. Utilizadas em pós-operatório de cirurgias do trato gastrointestinal •Características: consistência semi-líquida Dieta líquida completa •Objetivo: hidratar e nutrir os tecidos; repousar o trato gastrointestinal •Indicação: alterações na mastigação, deglutição, digestão ou disfagia; preparo para exames ou pós-operatório •Características: hipocalórica, normoglicidica, normoproteíca e normolipídica Dieta líquida restrita •Objetivo: saciar a sede, hidratação dos tecidos, evitar a acidose, manter a função renal e repousar o trato gastro intestinal •Indicação: preparo para exames, pré e pós- operatório •Características: hipocalórica, hiperglicídica, hipoproteica e hipolipídica A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 10 Um cuidado nutricional adequado, envolvendo também a qualidade da alimentação, apresenta efeitos benéficos para a recuperação do paciente e para sua qualidade de vida. Esse setor, por estar envolvido no serviço hospitalar, requer atenção especial do gestor. TEMA 4 – FARMÁCIA HOSPITALAR A farmácia hospitalar é considerada um serviço indispensável em todos os hospitais, pois é o setor responsável pelas atividades relacionadas aos medicamentos que serão consumidos pelos pacientes durante sua hospitalização, independentemente dos setores. Suas responsabilidades envolvem: aquisição, guarda, qualidade, produção e distribuição das doses. Ela pode ser definida, segundo a Portaria n. 4.283 do Ministério da Saúde, como: Unidade clínico-assistencial, técnica e administrativa onde se processam as atividades relacionadas à assistência farmacêutica, dirigida exclusivamente por farmacêutico, compondo a estrutura organizacional do hospital e integrada funcionalmente com as demais unidades administrativas e de assistência ao paciente (Brasil, 2010). A farmácia do hospital é um departamento que recebe a prescrição médica e realiza a dispensação dos medicamentos e descartáveis que são necessários para a utilização do paciente durante a sua hospitalização. Conforme a estrutura física do hospital, pode haver uma única farmácia ou farmácias auxiliares, denominadas satélites. Ela apresenta somente em estoque os insumos necessários para atender às prescrições por um período máximo de cinco dias. Já o almoxarifado central estoca os insumos em caixas fechadas, que servem para períodos maiores. Existe diferença entre a farmácia hospitalar e a farmácia comercial: a hospitalar distribui somente a quantidade de medicamente que é prescrita para um período de 24 horas, fracionando as doses caso seja necessário, e apresenta um farmacêutico responsável técnico, conforme a legislação vigente. Cabe ressaltar que mesmo existindo uma farmácia central e farmácia satélite, ambas possuem a mesma atribuição e área física organizada conforme suas atividades. Em sua estrutura é apresentado um espaço de recepção para o recebimento dos medicamentos e posterior armazenamento ou distribuição, outro espaço de estoque de medicamentos e materiais não controlados, mas que requer condições especiais de armazenamento. Esse espaço comumente é composto por prateleiras, organizadas por códigos ou em ordem alfabética. O A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 11 estoque de controlados para armazenamento de psicotrópicos, anestésicos, medicamentos especiais necessita de refrigeração e os materiais são de alto custo. Outro espaço importante é o de manipulação, onde ocorre o fracionamento de doses e formulação. Na área de triagem e separação ocorre a análise de disponibilidade do item em estoque; posteriormente ele é expedido e ocorre a liberação, ou seja, a dispensação. Esta pode ser organizada conforme apresentado no esquema: Na área de expedição ocorre a baixa da dispensação e consequentemente o registro na conta do paciente para posterior cobrança do medicamento ou material. Neste setor, atuam o farmacêutico, o auxiliar de farmácia e o auxiliar administrativo. Saiba mais JULIANI, R. G. M. Organização e funcionamento de farmácia hospitalar. 1. ed. São Paulo: Érika, 2014. TEMA 5 – LAVANDERIA, HIGIENE E LIMPEZA Estes serviços, em conjunto com a hotelaria hospitalar, viabilizam a estadia do paciente, pois requerem que a aparência do ambiente esteja adequada e sem danos à estrutura física. A hotelaria hospitalar envolve todos os serviços, desde a admissão do paciente até a sua alta. • Os materiais e medicamentos do paciente são agrupados junto com os demais pacietes, acondicinados em um carrinho e distribuídos conforme horário programado. Ao receber na unidade, a equipe de enfermagem realiza a conferência e compara com a prescrição. Rotina • Nestas situações, um aviso na prescrição define que o pacote não pode aguardar a rotina, e um colaborador da farmácia realiza a entrega imediatamente ou um colaborador da unidade de internação busca na farmácia e leva o pacote separado. Emergência ou fora da rotina A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 12 O ambiente hospitalar é considerado um espaço com amplo potencial para reservatório de agentes multirresistentes, que podem contaminar o ambiente. Portanto, o serviço de higiene e limpeza é essencial no ambiente hospitalar, pois favorece que o ambiente tenha melhor sensação de bem-estar e controla a disseminação da infecção hospitalar relacionada à assistência. As tarefas realizadas nesses setores são desenvolvidas pautadas em técnicas adequadas e seguem protocolos rígidos, conforme a criticidade de cada área. Lembrando que as classificações das áreas ocorrem de acordo com o risco de transmissão de infecções, baseado nas atividades desenvolvidas em cada espaço. 5.1 Lavanderia A lavanderia hospitalar pode ser no próprio hospital ou contratada por um serviço terceirizado. Apresenta relação com o serviço de hotelaria hospitalar e tem como foco controlar e manter o enxoval higienizado. Atualmente, esse setor é chamado departamento de processamento de serviços de saúde, especializado no tratamento de roupas e tecidos utilizados na assistência hospitalar, com profissionais capacitados para este fim. Sua atribuição é dimensionar e proporcionar em quantidade suficiente o enxoval para leitos hospitalares, demais áreas assistenciais e profissionais. Nesse serviço, atuam o administrador ou gestor hospitalar, auxiliares de lavanderia, auxiliares administrativos, costureira e auxiliar de costura. Sua configuração é representada por: • área de trânsito limpo: administração do setor, recebimento de material limpo e insumos, e dispensação de material limpo; • área de trânsito sujo: recebimento do material utilizado; • área de processamento: separação do enxoval dos corpos estranhos (instrumentais e perfurocortantes que possam ter sido desprezados juntos com a roupa), lavagem. Portanto, o serviço de lavanderia hospitalar presta apoio no atendimento aos pacientes e responsabiliza-se pelo processamento da roupa e a sua distribuição em perfeitas condições de higiene e conservação, considerando ainda a quantidade adequada e necessária a todas as unidades do hospital. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV ES LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 13 5.2 Serviço de higiene e limpeza O serviço de limpeza hospitalar envolve a limpeza e desinfecção das superfícies fixas, para manutenção de um espaço adequado para o atendimento, além de preservar e conservar os equipamentos permanentes. Nesse sentido, ocorre a remoção de sujidades que ficam acumuladas nas superfícies. Esse serviço objetiva a manutenção de um ambiente limpo, dentro dos padrões técnicos de qualidade necessários. Conta com administrador ou gestor hospitalar, auxiliares de limpeza e auxiliares administrativos. A administração do serviço recebe ordens de limpeza e controla a rotina diária, estoques (equipamentos e insumos), trânsito operacional, processamento (preparação dos carros de limpeza) e expurgo (acondicionamento adequado dos resíduos). Em vários espaços do hospital encontram-se salas denominadas de Depósito de Material de Limpeza (DML), onde é estocada uma pequena quantidade de insumos e é abrigado o lixo até a rotina de recolhimento. Em sua organização estão três tipos de equipes: • fixas: permanecem em unidades que requerem agilidade e prontidão, como centro cirúrgico e unidade de terapia intensiva; • semifixas: atendem somente às unidades de internação, não ficando fixas neste espaço, mas realizam o serviço somente nele; • genéricas: atendem a todas as demais áreas do hospital. A intensidade da limpeza ocorre conforme as necessidades de cada área, por exemplo: áreas críticas (3 vezes ao dia); áreas não críticas (1 vez ao dia); áreas semicríticas (2 vezes ao dia); áreas comuns (1 vez ao dia) e áreas externas (1 vez ao dia). É importante destacar que esse serviço é terceirizado em vários hospitais, pois existem empresas especialistas em sua prestação. Ainda é necessário, independentemente da forma de contratação do serviço, que haja educação permanente, em virtude da rotatividade de mão de obra, para assim poder proporcionar a eficácia dos procedimentos de limpeza realizados. NA PRÁTICA Nesta aula, estudamos os principais serviços que se relacionam com a assistência do paciente no ambiente hospitalar. Compreendê-los é fundamental A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 14 para poder conhecer melhor a estrutura organizacional e funcional desse ambiente. Para aprofundar os conhecimentos e relacionar a teoria com a prática, converse com profissionais que atuam nos seguintes setores: • equipe de enfermagem; • serviço de nutrição e dietética; • farmácia hospitalar; • lavanderia, higiene e limpeza; Pergunte a eles sobre o funcionamento, suas atividades diárias e como ocorre a gestão. Em seguida, realize uma reflexão do observado na realidade com os conteúdos estudados nesta aula. Caso não tenha a oportunidade de conversar com profissionais que atuam nesse setor, realize a busca das informações nos sites das instituições hospitalares. FINALIZANDO A organização dos serviços de enfermagem no ambiente hospitalar demonstra a importância da estrutura para que o processo de trabalho desses profissionais seja realizado adequadamente. Os serviços de enfermagem possuem organização própria da categoria (enfermeiro, técnico em enfermagem e auxiliar de enfermagem), e, para organizar o serviço, são usados manuais que contêm normas, rotinas e procedimentos a serem realizados na assistência. As unidades de internação hospitalar são os espaços para atendimento ao paciente. Elas são compostos por unidades de internação clínica, cirúrgica, pediátrica, obstétrica etc.; unidade de terapia intensiva; centro cirúrgico; pronto socorro ou pronto atendimento; e central de material e estilização. Essas unidades possuem uma estrutura mínima para o funcionamento, por exemplo: posto de enfermagem, prescrição médica, expurgo, rouparia, copa e depósito. O serviço de nutrição e dietética é responsável por fornecer a alimentação a todos os pacientes hospitalizados, acompanhantes e colaboradores que trabalham na instituição. São produzidas as dietas necessárias à recuperação e reabilitação do paciente, e distribuídas conforme os horários predefinidos. Além dos setores citados, o setor de farmácia é responsável pelas atividades relacionadas ao medicamentos e materiais utilizados pelo paciente ao longo de sua estadia. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 15 O hospital é o entrelaçamento e a união de serviços interdependentes, que envolvem o serviço de enfermagem, as unidades de internação, o serviço de nutrição e dietética, a farmácia hospitalar, a lavanderia, higiene e limpeza. Os serviços assistenciais são fontes de receita e ao mesmo tempo estruturas de custos elevados em relação às demais. Todos esses serviços são de apoio assistencial e fundamentais para que as atividades ocorram. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com 16 REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 4.283, de 30 de dezembro de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 2010. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt4283_30_12_2010.html >. Acesso em: 28 jul. 2019. GONÇALVES, E. L. Gestão hospitalar: administrando o hospital moderno. São Paulo: Saraiva, 2006. ISOSAKI, M.; CARDOSO, E.; OLIVEIRA, A. Manual de dietoterapia e avaliação nutricional: serviço de nutrição e dietética do Instituto do Coração- HCFMUSP. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2009. JULIANI, R. G. M. Organização e funcionamento de farmácia hospitalar. 1. ed. São Paulo: Érika, 2014. LISBOA, T. C. Organização estrutural e funcional do hospital. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2016. MALAGÓN-LONDOÑO, G.; LAVERDE, G. P.; LONDOÑO, J. R. Gestão hospitalar para uma administração eficaz. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. MALAGÓN-LONDOÑO, G.; MORERA, R. G.; LAVERDE, G. P. Administração hospitalar. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. MARTINS, C. et al. Comissões hospitalares: a produção de indicadores de gestão hospitalar. Revista Gestão em Sistemas de Saúde – RGSS, v. 1, n. 1, p. 97-107, 2012. SALU, E. J. Administração hospitalar no Brasil. São Paulo: Manole, 2013. SANTOS, N. C. M. Enfermagem hospitalar: estruturas e condutas para a assistência básica. 1. ed. São Paulo: Érika, 2014. A luno: JE F F E R S O N G O N Ç A LV E S LO P E S E m ail: jefferson.g.lopes@ gm ail.com
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