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Fichamento Direito Internacional

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GRADUAÇÃO EM DIREITO
EDMUNDO RAMOS DOS SANTOS FILHO
FICHAMENTO DIREITO INTERNACIONAL:
cap I, Curso de Direito Internacional Privado. Mazzuoli, Valerio. 2ª ed. – São Paulo: Forense, 2017. 
Salvador – BA
2022
Edmundo Ramos dos Santos Filho
FICHAMENTO DIREITO INTERNACIONAL:
cap I, Curso de Direito Internacional Privado. Mazzuoli, Valerio. 2ª ed. – São Paulo: Forense, 2017. 
Trabalho 2 do Curso de Direito, matéria de Direito Internacional a fim da 2ª avaliação semestral.
Professora Mercya Carvalho
Salvador – Ba
2022
Capítulo I
Direito Internacional Privado, Direito Intertemporal e Direito Uniforme
Colocação do problema
O ser humano, como ser social, integra uma engrenagem a nível global no que tange as relações em diversos aspectos, sejam elas culturais ou comerciais. Galgando nesse espaço intercultural sempre haverá o dilema da resolução de conflitos com base nos seus interesses próprios, que se finda no Poder Judiciário.
A ação justa e necessária para solução dos problemas propostos quando se trata em lides oriundas em diversos Estados com legislações distintas que tratam do mesmo tema com visões antagônicas. Deverá então essa a natureza do estudo em questão. 
 Abertura legislativa e função do DIPr
Por todo regramento jurídico interno ser distinto no espaço de cada Estado soberano, há o conflito normativo quando se trata de uma relação jurídica internacional. Caso, cada Estado não estivesse apto a recepcionar uma norma estrangeira dentro do legislamento doméstico, apenas a escolha do foro seria suficiente para dirimir. Porém, poderia não ter a justa decisão final, eis que não se debateriam as reais razões expostas pelas partes distintas.
A recepção de normas estrangeiras às legislações internas, também propicia a uma nova discussão, que é estabelecer qual a mais apropriada ordem da relação, ou seja, a as diversas relações de ordenamentos jurídicos distintos causa uma imensa pluralidade de fontes normativas. É o ponto da necessidade de instituir, dentro das Ciências Jurídicas o Direito Internacional Privado, tendo como missão escolher, dentre as ordens jurídicas em questão, a que mais se aproxima da demanda proposta.
 Interação legislativa global
Ao modo que o Direito Internacional Privado determina em que condições jurídicas pode ser resolvido determinado problemas entre normas conflitantes de distintos Estados. Faz com que ocorra uma atualização do modus operandi do legislamento interno, ao ponto que o recepcionamento de norma estrangeira, de certa forma agrega um determinado conhecimento jurídico internacional. 
Esse comportamento inicia um aprimoramento cultural jurídico, uma globalização de conhecimentos ao tratar de determinada forma facilitando uma maior aproximação entre todos os povos. Como também, faz com que o legislador nacional adapte-se a uma determinada uniformização extraconvencional do Direito Internacional Privado.
Direito Internacional Privado e direitos humanos
O Direito Internacional Privado, apresenta-se como meio internacional de assegurar a todos ao redor do mundo um senso de proteção jurídica onde quer que estejam. Entretanto, a sua utilização para achar a norma mais aplicável deve-se ater a valores e princípios maiores, ligados à proteção das partes, estabelecidos tanto pela Constituição quanto por instrumentos internacionais de direitos humanos ratificados e em vigor no Estado.
Cabe então ao DIPr a associação da norma mais justa e digna para a resolução do problema sob judice, eis que as relações jurídicas são preceituadas de pessoas que necessitam de todo cuidado ligado aos seus valores morais. É necessário que o legislador tenha a capacidade de execução dos seus feitos com a liberdade necessária para balizar entre a norma positivada e ius naturale, uma vez que os direitos humanos ultrapassam a barreira do Estado.
Direito Internacional Privado e direito intertemporal
Trata-se de matérias distintas, porém conectadas e de necessário entendimento. Enquanto o DIPr soluciona as questões normativas ligadas ao espaço, o direito intertemporal abrange os conflitos temporais. 
Respectivamente, o DIPr visa o domínio das relações jurídicas internacionais conflitantes entre ordenamentos jurídicos distinto no presente momento, uma vez que, cabe ao direito intertemporal delimitar no tempo a sua aplicabilidade em um dado e único sistema normativo.
Direito Internacional Privado e direito uniforme
Tendo já o conhecimento da atuação do DIPr não se pode também confundir seu conceito com o de direito uniforme, esse último visa diretamente um modo de uniformização das normas jurídicas com tratativas exclusivas em determinado campo, a fim de gerir com mais brevidade determinadas demandas que anseiam soluções imediatas, como é o caso de temas tributários, família, cambial, marítimo.
Impossibilidade de uniformização total
A impossibilidade da uniformização se dá ao ponto da extinção das normativas domésticas, porque em teoria o conglomerado de decisões internacionais traria mais certeza e segurança à uniformização do direito aplicável nos casos sub judice. 
Essa impossibilidade traz cada vez mais à tona a importância da presença do DIPr, como balizador das normas internacionais à domésticas, não trazendo a voga as normas que uniformizam determinadas relações, mas sim diante do fato que uma uniformização total traria uma instabilidade frente ao legislativo interno.
Uniformização regional e global
As uniformizações regionais trazem uma celeridade para a resolução de conflitos e até delimitam como as operações deverão ocorrer e onde se irá resolver. Muitas dessas são trazidas por conferências como a Convenção Interamericanas de Direito Internacional Privado e no âmbito de responsabilidade civil extracontratual temos os pactos oriundos do Mercosul. 
No plano global temos a atuação de diversos organismos internacionais que viabilizam uma gama de convenções internacionais sobre assuntos específicos em matéria conflitual e com grande aceitação de vários Estados, como Unidroit e a Convenção de Haia.
Diferenças de fundo
Como já exposto, o DIPr e o Direito Uniforme não se confundem, enquanto um trata de forma indireta das relações internacionais, indicando qual norma é a mais adequada para dirimir determinado conflito, o outro traz diretamente a solução para a lide, instaurando já qual deve ser o meio a ser utilizado para tratar o caso sob judice. 
Perspectiva 
Diante da impossibilidade do estabelecimento de um Direito Uniforme, a solução é apostar nos preceitos dos Direito Internacional Privado com competência primária para a edição de normas indicativas.
Enquanto não se estabelece técnica mais adequada para lidar com essas questões, cabe ao DIPr munir o legislamento interno de cada Estado com as indicações mais favoráveis para cada situação, baseando-se na extraterritorialidade das leis e na possibilidade de sua aplicação em ordens jurídicas distintas.
A maior participação dos Estados nas convenções internacionais uniformizadoras traz para o cenário internacional mais possibilidade de uniformização, contudo, fica cada vez mais necessário também a importância do Direito Internacional Público em uniformizar as normas de Direito Internacional Privado, com intuito de trazer estabilidade e certeza para as relações.

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