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atividade de estágio 3 Batista

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Atividade de Estágio 3 – segunda 14h- 16h
Estagiário: Sheila Hellen Rodrigues Viana – 201505203511
AO DOUTO JUÍZO DE DIREITO PERTENCENTE A _ VARA DA COMARCA DE FORTALEZA – CE
BATISTA LIMA DE CASTRO, brasileiro, engenheiro, viúvo, aposentado, inscrito no CPF n°..., registrado sob o n°..., e-mail..., residente e domiciliado na rua Santos Dumont, n°24, apartamento n°125, Aldeota, Fortaleza/C, representado por seu filho: EDSON LIMA DE CASTRO, brasileiro, administrador, divorciado, inscrito no CPF n°..., registrado sob o n°..., e-mail..., residente no mesmo endereço do seu genitor; por intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, propor:
OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
em face do plano de saúde SAUDEVIDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ n°..., com sede em Fortaleza, Ce.
I- DOS FATOS
Desde 20 de Março de 2021, o requerente BATISTA LIMA DE CASTRO, contratou o plano de saúde SAUDEVIDA, para prestação de serviços de assistência médica com cobertura total em casos de acidentes, cirurgias, emergências, exames, consultas ambulatoriais, resgate em ambulâncias e até mesmo com uso de helicópteros, enfim, tudo o que se espera de um dos melhores planos de saúde existentes no país.
Acontece que, em 5 de Julho de 2021, o requerente foi internado na Clínica São Carlos, vítima de um grave Acidente Cerebral (AVC), e se estado de saúde piora a cada dia. Ao visitar o pai, no dia 20 de Julho seu filho EDSON LIMA DE CASTRO foi informado pela direção da clínica eu tem como responsável o Dr. JOÃO DA SILVA, que o quadro comatoso do senhor Batista é de fato gravíssimo, mas não há motivo algum para eu ele permaneça internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) da clínica, e sim deve ir para casa com instalação de Home Care ( Atendimento domiciliar em Domicilio), como os equipamentos necessários à manutenção de sua vida com conforto e dignidade. Informou ainda que, em 48 horas, não restará outra saída senão dar alta ao senhor Batista para eu ele continue com o tratamento em casa, pois certamente é a melhor opção de tratamento.
Em estado de choque com a notícia, vendo a impossibilidade do pai de manifestar – se sobre seu próprio estado de saúde, o senhor Edson entrou em contato imediatamente com plano de saúde, na qual foi informado que nada poderia ser feito, pois não existia a possibilidade da instalação do Home Care para garantir o tratamento do paciente.
II- DO DIREITO
 Preliminarmente, tendo em vista que o Autor está em estado de incapacidade civil absoluta em decorrência de enfermidade que lhe retira a possibilidade de manifestar vontade se faz necessário declarar a sua incapacidade e constituir como curador para este ato seu filho EDSON LIMA DE CASTRO, nos termos do art. 6º do CPC, com fulcro no art. 3º, inciso III, do Código Civil.
Diante os fatos narrados acima, é possível concluir que é de absoluta importância para o requerente a presença de todo o aparelho encontrado em uma clínica, tendo em vista, a informação dada pela direção da clínica de que o estado do requerente piora a cada dia.
É importante ressaltar que o serviço ofertado pela empresa requerida Plano de Saúde SAUDEVIDA, e contratado pelo o requerente, garantia a cobertura total em prestação de serviços, de assistência médica, em casos de acidentes, cirurgias, emergências, exames, consultas ambulatoriais, resgate em ambulância, podendo até mesmo haver uso de helicópteros, tudo que o requerente esperava de um bom plano de saúde, na ocasião, o mesmo até fora informado que o plano a qual contratava seria um dos melhores do pais.
Observando o Art. 30 do Código de Defesa do Consumidor que dispõe:
“ Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado”.
Pensando em assegurar o bem jurídico mais importante, a vida, e diante do gravíssimo estado de saúde do requerente, que mesmo não necessitado de permanecer na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
Imperativo consignar que existe entre as partes uma relação de consumo, uma vez que há de um lado o fornecedor de serviço de saúde e do outro um consumidor como destinatário final, conforme contrato de adesão ao plano de saúde que a presente instrui, e, portanto, inescondível a responsabilidade objetiva da Ré, nos termos da Lei 8078/90 e de nossa Constituição Federal, artigo 5º, XXXII.
Cumpre informar que o Autor está em ordem com o pagamento da sua mensalidade, conforme faz prova o recibo anexo aos autos, e, desta forma, não há motivos para a negativa da Ré em instalar o equipamento.
Tendo em vista que o Autor pode ser compelido a retornar para a sua residência e ficar sem cuidados médicos algum, necessário se faz a determinação em caráter liminar, da instalação do equipamento de home care, conforme preceitua o artigo
461, §3, do Código de Processo Civil, sendo certo que preenche os requisitos da benesse antecipatória.
Ademais, não há perigo de irreversibilidade do provimento, eis que ao final caso venha ser julgado improcedente o pedido, o serviço a ser prestado poderá ser regularmente cobrado.
De outra banda, com intuito de compelir a Ré ao cumprimento desta obrigação de tão importante necessidade, que este Nobre Julgador estipule multa diária, nos termos do art. 461, §4 do CPC, caso não seja a obrigação cumprida no prazo determinado.
Destarte, ante a urgência do direito pleiteado e da recusa injustificada da Ré ao seu cumprimento, não resta opção outra senão se valer da tutela jurisdicional para ter seu direito efetivado.
Sobre a obrigação de não fazer por parte da clinica, a afirmação por parte do segundo réu que “em 48 horas, não iria restar outra saída senão dar alta para que ele continuasse com o tratamento em casa, pois certamente seria a melhor opção de tratamento’ é um verdadeiro absurdo e completamente sem via de dúvidas ilegal.
Isso fere de morte diversos dispositivos do Código Civil, como o de boa-fé nos negócios jurídicos (art.113,CC), sendo conduta abusiva (art.54,inc.IV,CDC), que merece rechaço por parte do poder judiciário. Sob pena de se abalar o próprio princípio de constitucional da dignidade da pessoa humana (art.1º, inc.III, CR/88).
Assim, requer de maneira subsidiária, acaso o Juízo entenda pela improcedência do pedido anterior, a continuidade do tratamento (OU PROIBIÇÃO DE ALTA) nas condições atuais em eu se encontra na clínica- segundo réu sob pena de multa diária.
Vejamos o eu a Jurisprudência diz a respeito:
“3. A concessão do tratamento domiciliar deve seguir os requisitos fixados pelo Superior Tribunal de Justiça: indicação médica, concordância do paciente, condições estruturais na residência, solicitação da família e não afetação do equilíbrio contratual. 4. A obrigação da empresa de saúde em promover o fornecimento da internação domiciliar afigura-se presente mesmo que não haja previsão contratual deste tipo de medida, uma vez que o cuidado da saúde é o próprio objeto do contrato, tratando-se, pois, de bem extremamente relevante à vida e à dignidade humana, protegido constitucionalmente. Precedente do c. Superior Tribunal de Justiça. 5. Conforme entendimento já consagrado neste Tribunal de Justiça, o custeio de tratamento pelo plano de saúde pressupõe a existência de previsão de cobertura da patologia, e não da terapia recomendada para tratá-la. Cabe ao médico, que detém o conhecimento técnico a respeito da viabilidade e da eficiência do tratamento, como também das condições específicas e particulares do paciente, escolher a melhor orientação terapêutica.”Acórdão 1370541, 07107802820208070020, Relator: ARQUIBALDO CARNEIRO PORTELA, Sexta Turma Cível, data de julgamento: 8/9/2021, publicado no DJE: 21/9/2021. 
Trecho de acórdão 
“Com efeito, extrai-se dos autos a demonstração da necessidade do atendimento do autor pormeio do tratamento domiciliar. Ao plano de saúde compete apenas a previsão de não cobertura de determinada doença pelo plano contratado, sendo vedada a interferência quanto ao procedimento prescrito pelo médico, incluindo o período necessário para tratamento domiciliar. Ora, se o relatório médico demonstra que o estado de saúde do paciente requer acompanhamento domiciliar, não pode o plano de saúde opor impedimento a tal pedido, pois o juízo de valor acerca da viabilidade e necessidade do tratamento compete ao profissional legalmente habilitado, no caso o médico. Em que pese alegar o apelante que não poderia ser obrigado a custear tratamento do qual não se comprometeu contratualmente a oferecer, impende ressaltar que a cláusula que exclui a cobertura de determinado tipo de procedimento que seja essencial à garantia do segurado, contraria a própria natureza do contrato, frustrando as expectativas do consumidor.” Acórdão 1377467, 07129752520208070007, Relator: JOÃO EGMONT, Segunda Turma Cível, data de julgamento: 6/10/2021, publicado no DJE: 20/10/2021. 
III – DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, á a presente para requerer:
a) A intimação do ilustre Representante do Ministério Público para que empreste manifestação, sob pena de nulidade processual;
b) A declaração da absoluta incapacidade do autor BATISTA LIMA DE CASTRO e constituir Curador especial para este ato, EDSON LIMA DE CASTRO;
c) A procedência do pedido condenando a Ré na obrigação de fazer, em caráter liminar, para realizar a instalação de equipamento de home care sob pena de multa diária a ser arbitrada, e ao final julgar procedente o pedido, confirmando a liminar deferida;
d) A citação da Ré, para que apresente defesa, no prazo legal, sob pena da revelia e seus efeitos e a intimação para cumprimento da liminar;
e) Sejam impostas à Ré os ônus da sucumbência, ou seja, custas e despesas processuais, bem como os honorários advocatícios, nos termos do artigo 20, §3º do
CPC;
f) A inversão do ônus da prova por se tratar de relação de consumo ou, subsidiariamente, requer provar o alegado por todos os meios admitidos no direito.
Dá-se a causa o valor de R$... (...)
Termos em que,
Pede deferimento.
Local..., data...
Advogado...
OAB/UF...n.º...

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