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OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA PROVISORIA (1)

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 
VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO – SP 
(10 linhas) 
DANIELA COUTO, (qualificação), ora intermediada por seu advogado 
que esta subscreve ao final firmado - instrumento procuratório acostado, vem 
perante Vossa Excelência ajuizar a presente, 
 
 
 AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM PEDIDO DE TUTELA 
PROVISÓRIA 
 
 Em face da ASSISTÊNCIA MÉDICA E HOSPITALAR DA PORTO 
SEGUROS S/A pessoa jurídica (qualificação), em razão das justificativas de 
ordem fática e de direito a seguir expostas 
 
Autor portador de doença grave 
 
Pede prioridade na tramitação, visto a autora ser portadora de doença 
grave, diante o que dispõe o Código de Processo Civil artigo 1.048 inciso I, 
documento comprobatório anexo, fazendo jus, portanto, à prioridade na 
tramitação do presente processo, o que de logo assim o requer. (doc. 01) 
 
 
1. DOS FATOS 
 Daniela Couto, autora da presente ação e já qualificada 
anteriormente, possui convenio médico com a empresa ASSISTENCIA MÉDICA 
E HOSPITALAR DA PORTO SEGUROS S/A, desde 10 de outubro de 2015, por 
meio de contrato de adesão nº 888888 e identificado pela carteira n.º 097000, 
plano BRONZE. A autora notou que havia um nódulo em seu seio durante um 
auto exame, o que a fez procurar um médico especialista, e realizas diversos 
exames, que concluíram posteriormente que a mesma era portadora de uma 
grave doença, câncer de mama. Após resultados conclusivos dos exames, 
seguindo as orientações do rol de assistência do plano de saúde, a autora optou 
pelo hospital Santa, afim de realizar o tratamento. Na ocasião, foi recepcionada e 
atendida pelos Doutores Eduardo, médico cirurgião, bem como pelo Dr. Tiago, 
médico oncologista. 
A autora ressalta ainda que foi extremamente bem atendida e plenamente 
amparada pela equipe médica, inclusive psicologicamente, o que a fez adquirir 
confiança, já que a princípio fora muito bem acolhida e tranquilizada neste período 
difícil de sua vida, e no que ainda viria a enfrentar. Relatou ainda que estrutura do 
hospital é excelente, e dessa forma, vem respondendo muito bem ao tratamento 
quimioterápico. 
As sessões de quimioterapia, foram programadas para serem realizadas 
em quatro sessões, assim, a autora iniciou a primeira sessão de quimioterapia, 
no dia 22 de junho de 2019, com data da última sessão programada para dia 22 
de setembro 2019. Ocorre que, em 10 agosto de 2019, por volta das 15:30h, a 
autora foi comunicada pela Porto Segurados S/A, por meio de ligação, a qual foi 
informada que deveria suspender o tratamento no Hospital Santa, pois não mais 
cobriria os custos do tratamento naquele hospital. 
Cabe salientar, diante todo o exposto, que tal informação foi transmitida 
unicamente por telefone à autora, não sendo ela informada por outros meios. No 
mais, cabe também frisar que, tal telefonema apenas a comunicou sobre o 
descredenciamento do hospital santa, mas nada foi dito sobre a substituição deste 
por nenhum outro, e além disso, outro que suprisse o mesmo padrão de qualidade 
do que a autora realiza as sesões. É de suma importância ressaltar que, a autora 
desembolsa ao ano, uma quantia de R$20.000,00 reais, que custeia as despesas 
do plano de saúde. 
 
2. DO DIREITO 
 
É consabido, que as cláusulas contratuais existentes nos planos de saúde 
devem ser interpretadas conjuntamente as disposições do Código de Defesa do 
Consumidor, objetivando alcançar os fins sociais preconizados na Constituição 
Federal. No tocante a exclusão do hospital credenciado, no qual a autora realiza 
as sessões de quimioterapia, é sabido que, as operadoras do plano de saúde, 
somente podem descredenciar uma unidade hospitalar de sua rede prestadora de 
serviço, por outra equivalente. No mais, tal decisão, deve obedecer ao que 
estabelece a ANS, sendo o beneficiário comunicado com 30 dias de 
antecedência. Diante disso, a autora foi comunicada faltando apenas uma sessão 
para finalizar o tratamento, decisão esta que não faz sentido, tendo em vista que 
a mesma realizou o tratamento desde o principio na mesma unidade hospitalar. 
Além disso, não houve informação quanto á substituição do hospital 
Santa, por outro, o que demonstra a completa falta de comprometimento da 
operada de saúde para com o beneficiário, notando que, além de deixar a autora 
a mercê dos riscos da interrupção do tratamento, não houve se quer menção 
quanto a substituição. No entanto, a substituição por outro hospital, mesmo que 
equivalente a estrutura do qual a autora realiza tratamento, também não abarcaria 
a situação, já que, a mesma está completamente acostumada com a estrutura do 
hospital santa. 
Frente a isso, é de suma importância, ressaltar que, quando o consumidor 
contrata um plano de saúde, um dos primeiros critérios avaliados para a escolha 
do plano, são os hospitais, clinicas, bem como os laboratórios ofertados pela rede 
credenciada. Salientando ainda que, para se ter uma rede credenciada com 
unidades hospitalares melhores, o individuo arca com um valor maior. Tal decisão 
não se mostra justa, tão pouco permitida por Lei, que após contraração de plano, 
a operadora descredencie hospitais que motivaram a escolha do consumidor, 
devido a cobertura, sem que haja se quer, a devida inclusão de outro hospital de 
mesmo padrão. 
Excluir uma unidade hospitalar, e indicar outros que já faziam parte da 
rede credenciada contratada pelo consumidor, é aplacar essa rede credenciada 
e, mesmo que isso fosse permitido por Lei, teria que haver, no mínimo, redução 
do valor da mensalidade paga pelo beneficiario, visto que, o produto entregue é 
inferior ao que foi contratado. Ademais, o paciente portador de câncer de mama, 
uma doença extremamente agressiva e invasiva, não pode ter sua patologia 
igualada a uma doença de menor potencial ofensivo, tão pouco deixar de realizar 
seu tratamento já iniciado, pela falta de cobertura, e sem aviso prévio. 
Além disso, a autora sofrerá grandes prejuízos com o descredenciamento 
do Hospital, pois esta já está habituada a estrutura da unidade de tratamento, bem 
como aos profissionais, que a ampararam no momento mais difícil de sua vida. A 
mudança abrupta de hospital, causaria tamanho impacto no tratamento da 
paciente que, poderia acarretar a regressão da resposta positiva que a mesma 
vem apresentando ao tratamento ao longo do tempo. No que tange a troca de 
médicos, esta faria com que a autora perdesse a esperança de recuperação, pois 
no hospital qual já está acostumada, adquiriu plena confiança na equipe, e 
principalmente nos profissionais que a dão todo apoio psicológico neste momento 
árduo de sua vida. Destarte, fica evidente que, a migração da autora para um 
outro hospital, de condições inferiores na qual já está habituada, e, faltando 
apenas uma sessão para o termino do tratamento, acarretaria exacerbadamente 
a progressão de sua doença. 
Assim, temos que tal medida adotada pelo plano de saúde é descabida e 
prejudicial. Temos ainda, que tal decisão fere o que preconiza a lei 17 da Lei nº 
9656 /98, pois, a inclusão de qualquer prestador de serviço de saúde como 
contratado, referenciado ou credenciado implica compromisso com os 
consumidores quanto à sua manutenção ao longo da vigência dos contratos, 
permitindo-se sua substituição, desde que seja por outro prestador equivalente. 
Outrossim, a exclusão imposta pelo contrato deve, assim, ser avaliada 
com ressalvas, observando-se de maneira concreta que a natureza da relação 
ajustada entre as partes e os fins do contrato celebrado não podem ameaçar o 
objeto da avença. Confira-se, para tanto, a previsão contida no artigo 51 
inciso IV e inciso II do Código de Defesa do Consumidor: 
 
 Ainda neste sentindo o Codigo de Defesa do Consumidor preconiza: 
 
Art. 51 – São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulascontratuais relativas 
ao fornecimento de produtos e serviços que: 
 
IV – Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o 
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a 
equidade; 
 
· 1º – Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que: 
II – Restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza e conteúdo 
do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso. 
 
Sobressai-se da norma acima mencionada que são nulas de pleno direito as 
obrigações consideradas “incompatíveis com a boa-fé ou a equidade. “ (inciso IV). 
 
Neste sentindo: 
 
“Dessa maneira percebe-se que a cláusula geral de boa-fé permite que o juiz crie 
uma norma de conduta para o caso concreto, atendo-se sempre à realidade social, o 
que nos remete à questão da equidade, prevista no final da norma em comento. “ 
(NUNES, Luiz Antônio Rizzato. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 
6ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 671) 
 
Os planos de saúde devem atender a todas as necessidades de saúde 
dos beneficiários, salvo as exclusões expressamente permitidas por lei, como as 
do artigo 10 da Lei nº. 9.656/98, o que não ocorre com a ora autora. 
 
O entendimento Jurisprudencial solidificado evidencia: 
 
RECURSO ESPECIAL. SAÚDE SUPLEMENTAR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE 
FAZER. PLANOS DE SAÚDE. TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO. 
DESCREDENCIAMENTO DE HOSPITAL. LIMITAÇÃO DE COBERTURA. 
IMPOSSIBILIDADE. 1. Ação ajuizada em 18/3/13. Recurso especial interposto em 
9/2/15. Autos conclusos ao gabinete em 27/6/17. Julgamento: CPC/73. 2. O 
propósito recursal consiste em decidir se o descredenciamento de hospital pode 
ser fundamento para limitar tratamento quimioterápico já iniciado pelo beneficiário 
de plano de saúde. 3. A substituição de entidade hospitalar da rede credenciada de 
plano de saúde deve observar: i) a notificação dos consumidores com 
antecedência mínima de trinta dias; ii) a contratação de novo prestador de serviço 
de saúde equivalente ao descredenciado; e, iii) a comunicação à Agência Nacional 
de Saúde (art. 17, § 1º, da Lei 9.656/98). 4. O fato de haver descredenciamento 
não informado ao consumidor constitui embaraço administrativo imputável 
exclusivamente à operadora e não pode servir como barreira ou limitação ao 
tratamento já iniciado pelo paciente, sobretudo quando se considera a situação de 
fragilidade decorrente da quimioterapia. 5. Recurso especial conhecido e provido. 
(STJ - REsp: 1677743 SP 2017/0137917-3, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, 
Data de Julgamento: 08/10/2019, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 11/10/2019) 
 No que tange a dignidade da pessoa, a constituição federal versa sobre o 
direito e saúde do cidadão. 
 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e 
ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação. 
 
Neste ponto, retira-se a regra o direito à própria vida com qualidade e 
dignidade. Consubstancia-se como direito fundamental, inerente a todo ser 
humano, que não pode ficar à mercê de interesses econômico de cunho lucrativo. 
3. DO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
Diante dos fato expostos, e conforme caracterizada a urgência da 
necessidade de manter-se com o mesmo hospital afim de dar procedência ao 
tratamento médico já iniciado, e tendo em vista se tratar de paciente com risco de 
morte, não resta outra alternativa senão requerer à antecipação provisória da 
tutela preconizada em lei. 
 
No que tange à tutela, o Código de processo civil estabelece: 
 
O Código de Processo Civil autoriza o Juiz conceder a tutela de urgência 
quando “probabilidade do direito” e o “perigo de dano ou o risco ao resultado útil 
do processo”: 
 
Art. 300 – A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado 
útil do processo 
 
No presente caso, encontram-se presentes os requisitos e pressupostos 
para a concessão da tutela provisória de urgência requerida, já que demonstrado 
risco de dano irreparável ou de difícil reparação, caso a cliente e autora da ação, 
não seja amparada pela operadora de saúde. Neste sentido, temos que o fumus 
boni júris e periculum in mora, encontram-se presentes, eis que, a mudança de 
hospital e equipe, certamente promoverão imenso desgaste físico e psicológico a 
autora, que desde a descoberta da patologia, encontra-se em amargo momento 
de sua vida, debilitada, não podendo ter quaisquer outras preocupações, 
direcionando sua energia somente a cuidar de sua saúde, bem como a 
recuperação. 
Por tais circunstâncias jurídicas, faz-se necessária a concessão da tutela 
de urgência antecipatória, e pleita que seja deferida, ao ponto que a ré, de 
imediato, restabeleça o credenciamento junto ao hospital no qual a autora realiza 
tratamento oncológico, visto que a demora em autorizar a última sessão de 
quimioterapia coloca em risco iminente o bem tutelado. Requer que esta a faça, 
sob pena de imposição de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais), determinando-
se, igualmente, que cumpra em caráter de urgência. 
4. DOS PEDIDOS 
 
 
Diante exposto, requer: 
 
a. Que sejam julgados procedentes todos os pedidos 
formulados nesta demanda, bem como pedido de tutela; 
 
b. Requer citação das rés nos endereços declinados na 
exordial para que, querendo, apresentem resposta no 
prazo legal, sob pena de confissão revelia; 
 
c. Parte autora opta pela realização de audiência 
conciliatória. Antes, porém, avaliando-se o pleito de 
tutela de urgência almejada; 
 
d. Condenar o Réu em custas e os honorários 
advocatícios; 
 
e. Em caso de descumprimento da decisão, pede-se a 
imputação ao pagamento de multa diária de R$ 1.000,00 
(mil reais); 
 
f. Por fim, requer a produção de provas por todos os meios 
admitidos. 
 
 Dá-se á causa o valor de R$20.000,00 mil reais, para os fins de direito. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento 
Local, data, 
Advogado 
OABn°/SP

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