Prévia do material em texto
1."O escritor português José Saramago (1922-2010), enquanto estava sozinho em um restaurante, foi arrebatado pelo seguinte questionamento: "E se fôssemos todos cegos?". A conclusão do escritor é que estamos de fato cegos em vários sentidos. Segundo Saramago, nunca fomos tão alienados quanto neste mundo midiático em que vivemos. O escritor faz uma comparação com o Mito da Caverna, do filósofo grego Platão, em que os indivíduos olham sombras e as confundem com a realidade. Da mesma forma, estamos na frente de televisões, computadores e celulares acreditando que estamos lidando com a realidade. A situação torna-se ainda pior quando se constata que apenas as notícias extraordinárias recebem atenção, enquanto aquilo que é simples e corriqueiro (mas pode ser valioso e verdadeiro) é deixado de lado. Saramago conclui, de forma pessimista, que não sabemos mais o que somos ou o que é a realidade. Os pequenos detalhes cotidianos, agora são imperceptíveis. O resultado final disso tudo é que não conseguimos mais estar, com nossa alma e nossa atenção, em lugar algum. " (Alfredo Carneiro- netmundi) Escreva como você percebe em sua vida ou na sociedade essa reflexão feita por Saramago de que como os prisioneiros da caverna de Platão estamos cegos em vários sentidos neste mundo midiático.Texto de linha única. R= O mito remete a seres acorrentados isolados do mundo externo, estabelecendo contato apenas com sombras projetadas na parede da caverna. Nos dias de hoje estamos "acorrentados" as telas: de celulares, computadores, televisões... Podemos dizer que o ser humano tem regredido constantemente, a ponto de estar, cada vez mais, vivendo como um prisioneiro da caverna, apesar de toda a informação e todo o conhecimento que temos a nossa disposição. As pessoas têm preguiça de pensar, a preguiça tornou-se um elemento comum em nossa sociedade, estimulada pela facilidade que as tecnologias nos proporcionam. A preguiça intelectual tem sido, talvez, a mais forte característica de nosso tempo. A dúvida socrática, o questionamento, a não aceitação das afirmações sem antes analisá-las (elementos que custaram a vida de Sócrates na antiguidade) são hoje desprezados. É verdade que a relação entre razão e fé até hoje é debatida e apresentada com bastante amplitude e divergências. No entanto, no período medieval vieram à tona posicionamentos filosóficos que aproximaram os conceitos, sobretudo sob a batuta de Santo Agostinho de Hípona e São Tomás de Aquino e a influência/releitura do pensamento grego. Nesse sentido, Santo Agostinho apresentou seu pensamento neo-platônico atrelado à fé cristã; Caracterize esse pensamento pontuando as proximidades e diferenças da filosofia de Platão. R= Santo Agostinho defende que uma sociedade se forma a partir do amor de vários indivíduos pelo mesmo objeto. Ele exemplifica com os espetáculos: os espectadores ignoram-se mutuamente, mas, ao admirarem a performance do ator, também passam a nutrir simpatia uns pelos outros. Essa tese agostiniana vai ao encontro da tese de Aristóteles, segundo o qual a polis é o âmbito dos “amigos”, dos que amam e odeiam as mesmas coisas. 3."A seu turno, o Filósofo declara que a Primeira Filosofia é a ciência da verdade: não de qualquer verdade, mas daquela verdade que constitui a fonte de toda verdade e propriedade do princípio primário do ser de todas as coisas que existem. Esta verdade é o princípio de toda verdade, já que o estabelecimento dos seres na verdade vai de par em par com o seu estabelecimento no ser." Tomás de Aquino - Súmula Contra os Gentios O autor da análise sobre o que é a Filosofia é Tomás de Aquino, que fez parte de um período da Filosofia bastante particular; selecione a alternativa em que aparece corretamente esse período e sua característica principal:Opção única. (1 Ponto) Filosofia Antiga - Marcada pela análise da natureza como ponto de partida para a reflexão Filosofia Medieval - Marcada pela aproximação da reflexão filosófica com a fé Filosofia Moderna - Marcada pelo uso da razão e pelo antropocentrismo Filosofia Contemporânea - Marcada pelos questionamentos quanto à apreensão do conhecimento Filosofia Moderna - Marcada pela análise da natureza como ponto de partida para a reflexão 4.No pórtico da Academia de Platão, havia a seguinte frase: "não entre quem não souber geometria". Essa frase reflete sua concepção de conhecimento: quanto menos dependemos da realidade empírica, mais puro e verdadeiro é o conhecimento tal como vemos descrito em sua Alegoria da Caverna. "A ideia de círculo, por exemplo, preexiste a toda a realização imperfeita do círculo na areia ou na tábula recoberta de cera. Se traço um círculo na areia, a ideia que guia a minha mão é a do círculo perfeito. Isso não impede que essa ideia também esteja presente no círculo imperfeito que eu tracei. É assim que aparece a ideia ou a forma." JEANNIÈRE, Abel. Platão. Tradução de Lucy Magalhães. Rio de Janeiro: Zahar, 1995. 170 p. Com base nas informações acima, assinale a alternativa que interpreta corretamente o pensamento de Platão.Opção única. (1 Ponto) Todo conhecimento verdadeiro começa pela percepção, pois somente pelos sentidos podemos conhecer as coisas tais quais são. A Alegoria da Caverna demonstra, claramente, que o verdadeiro conhecimento não deriva do "mundo inteligível", mas do "mundo sensível". Quando traçamos um círculo imperfeito, isto demonstra que as ideias do "mundo inteligível" não são perfeitas, tal qual o "mundo sensível". As ideias são as verdadeiras causas e princípio de identificação dos seres; o "mundo inteligível" é onde se obtêm os conhecimentos verdadeiros Não há relação entre o "mundo sensível" e o "mundo inteligível". 5.O processo que leva à formação dos conceitos não nasce da experiência. Não se formula a ideia de cavalo observando muitos cavalos. É a alma que conhece as coisas recuperando a lembrança. Conhecer é recordar. O filósofo que defendeu essa tese chama-se:Opção única. (1 Ponto) Karl Marx. Platão. Augusto Comte. Sócrates. Aristóteles. 6.Observe o texto a seguir sobre a gênese do pensamento filosófico. Com a filosofia, novo critério de verdade se impunha: o critério da logicidade. Verdade é aquilo, que concorda com as leis do lógos (pensamento, razão). É a razão, que nos dá garantia da verdade, porque o real é racional. LARA, Tiago Adão. A Filosofia nas suas origens gregas, 1989, p. 54. Sobre a gênese do pensamento filosófico, está CORRETO afirmar queOpção única. (1 Ponto) a evidência da verdade com o crivo da racionalidade tem resposta no mito. o critério da logicidade está presente na adesão à crença e ao mito. a gênese do pensar filosófico e a inspiração criadora de sentidos consistem na fantasia. a origem do pensamento filosófico surge entre os gregos, no século VI a.C., na busca por explicação do sobrenatural com a força do divino. o despertar da filosofia grega surge na verdade argumentada da razão com o critério da interpretação. 7.A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consiste numa mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática. Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Livro II, p. 273. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a situada ética em Aristóteles, pode-se dizer que a virtude éticaOpção única. (1 Ponto) consiste na eleição de um dos extremos como o mais adequado, isto é, ou o excesso ou a falta. baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia com o fato de que a natureza é que nos torna mais perfeitos. pauta-se na escolha do que é mais satisfatório em razão de preferências pragmáticas. reside no meio termo, que consiste numa escolha situada entre o excesso e a falta. implica na escolha do que é conveniente no excesso e do que é prazeroso na falta.