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UNIVERSIDADE UNIGRANRIO Curso de graduação Victor Cezario Da Silva Rodrigues GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS Conceito e processo de gestão Rio de Janeiro 2022 Gestão da Cadeia de Suprimentos A cadeia de suprimentos (do inglês, supply chain) é um sistema que envolve pessoas, processos e tecnologias focados em um objetivo: na melhor entrega possível de valor a um cliente, envolvendo todas as etapas de fabricação e entrega de produtos. Na prática, falamos não apenas de um processo ou um setor, mas um ecossistema de atores operacionais e estratégicos, que correspondem a: · Aquisição de matéria-prima; · Estocagem de mercadorias prontas, em fabricação ou de seus insumos; · Transporte de itens; · Entrega de produtos ao cliente. Nessas fases, incluem-se processos ou fluxos de trabalho, recursos financeiros, mão de obra, entre outras variáveis que asseguram o funcionamento de toda a cadeia. Vale destacar que a cadeia de abastecimento parte dos fornecedores e segue até os clientes, envolvendo, às vezes, intermediários (revendas, representações) e outras instituições. A logística e a cadeia de suprimentos tem por objetivo realizar a gestão de todas as operações associadas a organização interna e externa de uma empresa, garantindo coordenação e integração entre todos os componentes da cadeia, com fornecedores, consumidores e prestadores de serviços. É importante ter em mente que essa relação não é resumida a processos de compra, transporte, estocagem e venda. Além da troca de matérias em si, o compartilhamento de informações estratégicas, a adoção de políticas conjuntas de conformidade e compliance e o esforço constante de integração de processos também estão envolvidos. Com essas perspectivas em mente, o momento é ideal para listar as principais atividades realizadas dentro do âmbito da gestão de suprimentos. São elas: · Localização e seleção de fornecedores; · Compra de matérias e insumos; · Desenvolvimento e fabricação de produtos; · Transportes de suprimentos e produtos; · Gestão do fluxo diário de matérias; · Coordenação da ação de fornecedores, transportadores e clientes; · Criação e manutenção de canais de comunicação entre atores da cadeia de suprimentos. Processos de gestão da cadeia de suprimentos Produção A produção está ligada às necessidades dos clientes, bem como à demanda do mercado. Nesse aspecto, é preciso considerar quais produtos serão confeccionados e quais serviços serão terceirizados. Isso é fundamental para garantir a satisfação do cliente final. Fornecedor Este ponto diz respeito ao local e à forma como os bens e serviços serão produzidos, fatores que impactam na capacidade de produção dos fornecedores para atender o que a empresa precisa, de maneira eficiente e econômica. Uma vez que isso é definido, é preciso monitorar os prazos de entrega desses parceiros, a quantidade e a qualidade dos materiais utilizados. Estoque O planejamento do estoque é outra etapa crítica na cadeia de suprimentos. O local de armazenamento e o tempo de permanência de cada item devem ser considerados, especialmente se a empresa atuar com produtos perecíveis. As empresas têm que encontrar o equilíbrio entre trabalhar com estoque excessivo ou sem nenhum estoque sequer. Essa é uma consideração importante, pois, quando se trabalha com uma quantidade grande de produtos, os custos tendem a tornar-se mais altos para a empresa. Em contrapartida, trabalhar com o estoque sempre no limite pode dificultar o atendimento em momentos de alta demanda. Localização A localização é onde está/será instalada a fábrica. Para que a logística reversa seja bem sucedida e o índice de satisfação do cliente seja maior, o ideal é buscar por locais de fácil acesso e com alta demanda. Essa escolha envolve também a busca por cidades ou estados que ofereçam incentivos fiscais e outras facilidades. Transporte De nada adianta uma localização ideal se não se pode contar com uma equipe de transporte de total confiança e capaz de garantir os prazos estipulados – seja ela terceirizada ou não. Dessa forma, é preciso planejar não apenas o processo de logística interna como também externa, tendo sempre em mente os custos elevados que a logística reversa exige. Informação A captação de dados e informações de todas as etapas da cadeia é um passo essencial para promover melhorias constantes nos processos, reduzir custos e, novamente, garantir a satisfação do cliente. Para isso, a troca de informações entre os diferentes setores e agentes deve ser contínua e integrada. Este fator colabora até mesmo para se trabalhar com um estoque mais reduzido e otimizado. Como fazer a gestão de uma cadeia de suprimentos 1. Tenha uma equipe alinhada Para garantir que o estoque seja fornecido de maneira adequada e de acordo com a demanda, é fundamental manter uma equipe bem informada e que aja de maneira integrada, inclusive compartilhando informações sobre a cadeia de suprimentos da empresa com seus fornecedores. 2. Estruture os processos A estrutura dos processos é uma das principais práticas para a gestão da cadeia de suprimentos. O objetivo não é outro senão ganhar eficiência ao longo de toda a cadeia, garantindo que todos os setores envolvidos atuem de acordo com padrões preestabelecidos. Isso ajuda a evitar problemas com retrabalho e adequações na cadeira produtiva, o que colabora para agilizar a produção e reduzir o tempo de entrega. 3. Faça uma análise dos fornecedores A aquisição de insumos, que se dá junto aos fornecedores, é o início do processo produtivo e, por isso, pode impactar em toda a cadeia de suprimentos. Assim, para que seja mais eficiente, é crucial que a empresa mantenha um bom controle sobre seus parceiros. É preciso considerar, por exemplo, quais são os fornecedores que oferecem o melhor custo-benefício na aquisição de matérias-primas de qualidade e que não prejudiquem o produto final que será entregue ao cliente. Outro ponto são os prazos praticados. Os parceiros devem ser responsáveis e ter um histórico positivo no que diz respeito à pontualidade nas suas entregas. A disposição em firmar contratos de fidelização é outro diferencial importante. 4. Saiba as opções de distribuição Os distribuidores são quem garante a movimentação e a distribuição dos produtos até os pontos de venda. São eles que retiram os itens da empresa e os levam até os varejistas e consumidores finais. Por isso, assim como acontece com os fornecedores, é importante estudar as opções e firmar contratos com parceiros que garantam um bom custo-benefício e entreguem um serviço de qualidade. 5. Tenha um canal de atendimento com seu cliente O atendimento ao cliente, ao longo de todo seu ciclo de vida junto à empresa, é fundamental para garantir sua satisfação. De fato, o foco em atender bem os consumidores vai orientar todas as ações a serem implementadas ao longo da cadeia de suprimentos, sobretudo no que se refere à logística. Dessa forma, manter um canal aberto com o cliente é uma oportunidade para demonstrar que a empresa está disponível para ouvi-los e para gerar insights valiosos a partir de seus feedbacks. 6. Use a tecnologia a seu favor O uso de ferramentas tecnológicas, como sistemas de gestão, consegue automatizar diferentes processos da cadeia de suprimentos, agilizando a gestão logística e reduzindo o tempo gasto com atividades maçantes e repetitivas. Isso faz com que a ocorrência de falhas humanas seja muito menor, o que ajuda a evitar atrasos e outros problemas. Por meio de um software adequado, as entradas e saídas do estoque são controladas de forma automatizada, bem como as informações sobre fornecedores e colaboradores e o controle do tempo de entrega. Conclusão Quando bem planejada, organizada e executada, a gestão da cadeia de suprimentos permite à empresa otimizar sua produtividade, agregar mais qualidade a seus produtos e praticar melhores preços. Além disso, possibilita reduzir os custos operacionais, garantir a pontualidade na entrega e, principalmente, trabalhar a satisfação do cliente.Bibliografia https://www.docusign.com.br https://blog.neoway.com.br/cadeia-de-suprimentos/ https://www.oracle.com/br/scm/what-is-supply-chain-management/ https://www.totvs.com/blog/gestao-industrial/cadeia-de-suprimentos-na-era-4-0/ Estudo de caso – Toyota e GM 1.Faça uma análise comparativa das posturas da GM e da Toyota quanto ao relacionamento com fornecedores. A Toyota preza pelo contato “face a face” com os seus fornecedores, visto que para a entrega de um produto de qualidade, de acordo com as especificações da Toyota, é necessário criar uma relação de confiança entre fornecedor e a fábrica, contando com visitas ao fornecedor tanto para a escolha quanto para a manutenção do mesmo. A Toyota tem seus projetos produzidos por fornecedores, que devem demonstrar qualidade continuo durante algum tempo para que possam ter seu próprios projetos desenvolvidos para a fábrica. A GM tem um outro modo de lidar com fornecedores, não tão “amigável” quanto a da Toyota, mas que já conseguiu reduzir custos consideráveis ao longo do processo. O processo da GM é sempre buscar por otimização de preço, o que pode não ser tão bom quanto a da Toyota, mas eficaz para o negócio em questão de custos. 2.Compare as duas abordagens, da GM e da Toyota, quanto ao desenvolvimento e manutenção de confiança entre membros das suas cadeias de suprimentos. Como abordado na questão anterior, a base da relação entre o fornecedor e fábrica, na Toyota, é baseada em confiança e laços mais estreitos, onde o fornecedor é longo prazo e deve demonstrar excelência para que continue no hall de fornecedores da empresa, inclusive se estabelecendo mais perto da fábrica, para que p processo Just in time funcione bem e consiga otimizar os estoques da fábrica, gerando menos custos. A GM tem uma dificuldade maior de manter o relacionamento com a Toyota, pois até então não tinha muitos fornecedores de longo prazo, optando sempre por fazer cotações e leilões para garantir do menor preço. 3.Compare as duas empresas quanto a suas posturas de negociação com seus fornecedores. A GM é conhecida por ser muito agressiva em negociações, para que consiga menores preços dentre os demais fornecedores, incitando competitividade entre fornecedores para conseguir o contrato com a empresa. A Toyota, pelo visto no estudo de caso, está mais interessada em construir parcerias estratégicas e de longo prazo, priorizando a qualidade do produto. 4.Analise a situação presente do mundo automobilístico (nos anos 1990, a Toyota era a quarta maior montadora do mundo, atrás das três grandes americanas; em 2018, ela era a maior do mundo, com a VW bem próxima, em segundo, e a GM era apenas a quarta maior, atrás da coreana Hyundai). Quanto você imagina que as diferentes posturas da GM e da Toyota em relação a suprimentos num ambiente em que mais e mais peças são terceirizadas influenciou o destino competitivo de ambas? Ao construir um relacionamento sólido com seus fornecedores, a Toyota sai na frente em questão de que há confiança entre fornecedor e fábrica, fazendo com que a busca por novos fornecedores ou gastos com fabricação interna sejam problemas de menor complexidade para serem resolvidos. O sistemas da GM e as outras, é eficaz num curto prazo, pois reduz custos com a compra do material necessário, mais o relacionamento e proximidade que Toyota mantém com os seus, reduz custos de uma maneira mais conservadora, como a redução do custo de estoque. Também pode-se dizer que a produção interna eleva os gastos com o pessoal e custo de produção de modo geral, quando o terceirizado é confiável e faz o produto de qualidade é uma preocupação a menos para a organização.
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