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Aula 09 - Empregado Rural


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Empregado Rural
Prof: Ricardo Thomaz Santos
Aspectos Gerais
É aquele que trabalha para EMPREGADOR RURAL;
Regulamentação:
Art. 7, CF/88;
Lei n. 5.889/73;
Decreto n.73.626/74;
Observação: em regra, as normas previstas na CLT não são aplicáveis ao empregado rural.
Art. 7, CLT: Os preceitos constantes da presente Consolidação salvo quando fôr em cada caso, expressamente determinado em contrário, não se aplicam:
b) Aos TRABALHADORES RURAIS, assim considerados aqueles que exercendo funções DIRETAMENTE ligadas à agricultura e à pecuária, não sejam empregados em atividades que, pelos métodos de execução dos respectivos trabalhos ou pela finalidade de suas operações, se classifiquem como industriais ou comerciais;
Art. 1, Lei 5.889/73: As relações de trabalho rural serão reguladas por esta Lei e, no que com ela não colidirem, pelas normas da Consolidação das Leis do Trabalho;
Requisitos da relação de emprego rural
Empregado rural (art. 2, Lei 5.889/73): 
É aquele que presta serviço com:
Pessoalidade;
Habitualidade (não eventualidade);
Subordinação (jurídica);
Onerosidade;
Para EMPREGADOR RURAL
Atua em PROPRIEDADE RURAL ou PRÉDIO RÚSTICO;
Conceito
Definição: é toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário (Art. 2º, Lei 5.889/73)
O trabalho rural está regulado pela Lei nº 5.889/73, regulamentado pelo Decreto nº 73.626/74 e no artigo 7º da Constituição Federal/88.
O conceito de empregado rural está invariavelmente ligado ao de empregador rural, portanto, há necessidade de se investigar qual a atividade exercida pelo patrão para que se possa concluir se o trabalhador é rurícola.
Empregador Rural
Caracterização:
É a pessoa FÍSICA ou JURÍDICA, proprietária ou não, que explora atividade agro econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos, COM o auxílio de empregados (art. 3, Lei 5.889/73).
Também são incluídos neste conceito a exploração industrial em estabelecimento agrário não compreendido pela CLT e a exploração do turismo ancilar à exploração agro econômica (art. 3, § 1º, Lei 5889/73).
Empregador Rural
Exploração industrial em estabelecimento agrário não compreendido pela CLT (art. 2, § 4º, Dec. 73.626): 
Compreende as atividades que relacionadas ao primeiro tratamento dos produtos agrários in natura sem transformá-los em sua natureza, tais como:
O beneficiamento, a primeira modificação e o preparo dos produtos agropecuários e hortigranjeiros e das matérias-primas de origem animal ou vegetal para posterior venda ou industrialização;
O aproveitamento dos subprodutos oriundos das operações de preparo e modificação dos produtos in natura, referidas no item anterior.
Empregador Rural
Exploração do turismo auxiliar à exploração agro econômica:
É aquela realizada durante a entressafra do gênero cultivado na propriedade rural;
Dessa forma, a atividade principal da propriedade se volta para a exploração agro econômica, e não para o turismo;
Propriedade rural e prédio rústico
Propriedade rural:
É aquela situada geograficamente em área rural, na qual se realiza atividades inerentes ao campo;
Prédio rústico:
É aquele que, apesar de situado geograficamente em área urbana, volta-se para a realização de atividades tipicamente rurais (atividades agropastoris).
Particularidades do contrato rural
Jornada de Trabalho:
A jornada de trabalho do rural é a mesma do empregado urbano, sendo de até 8h diárias e 44h semanais (art. 7, XIII, CF/88);
Diante da realização de horas suplementares, a hora adicional deverá ser acrescida de adicional de no mínimo 50% sobre o valor da hora normal (art. 7, XVI, CF/88);
Particularidades do contrato rural
Intervalo intrajornada:
É aquele concedido no curso da jornada diária de trabalho para fins de REPOUSO e ALIMENTAÇÃO do trabalhador;
Será obrigatório em qualquer trabalho rural contínuo de duração superior a seis horas (art. 5, Lei 5889/73);
O intervalo será concedido de acordo com os usos e costumes da região, sendo de no mínimo 1h (art. 5, § 1º, Decreto 73.626)
O período de duração do intervalo NÃO será computado na jornada de trabalho;
Particularidades do contrato rural
Intervalo interjornada:
É aquele concedido entre o término de uma jornada diária e o início da jornada do outro dia;
Entre duas jornadas de trabalho haverá um período mínimo de onze horas consecutivas para descanso (art. 5, Lei 5.889/73).
Particularidades do contrato rural
Efeitos da concessão parcial do intervalo intrajornada (art. 71, §4º, CLT):
O PERÍODO SUPRIMIDO será pago com adicional de no mínimo 50%;
A natureza da parcela será indenizatória, portanto, não repercutirá em reflexos trabalhistas;
Particularidades do contrato rural
Jornada intermitente rural (art. 10, Dec. 73.626):
São aqueles trabalhos realizados, tradicionalmente, em duas ou mais etapas do dia (art. 6, Lei 5889/73);
Entre as etapas existirá um intervalo de no mínimo 5h consecutivas;
O intervalo NÃO é computado na jornada de trabalho;
Tal condição OBRIGATORIAMENTE deverá estar registrada na CTPS do empregado;
Particularidades do contrato rural
Horário noturno:
O horário noturno é fixado de acordo com a atividade desenvolvida pelo trabalhador rural:
Pecuária: das 20 às 4h;
Agricultura: das 21 às 5h;
Valor do adicional noturno: 25% sobre a hora diurna;
Duração da hora noturna: 60 minutos;
Particularidades do contrato rural
Descontos no salário (art. 9, Lei 5.889/73):
É possível que o empregador promova descontos no salário do empregado rural pela concessão de habilitação e alimentação, desde que previamente autorizados pelo empregado;
Limites:
25% do salário mínimo a título de alimentação;
20% do salário mínimo a título de moradia;
Particularidades do contrato rural
Descontos no salário (art. 9, Lei 5.889/73):
Caso mais de um empregado resida na mesma moradia, o desconto máximo autorizado por lei será dividido PROPORCIONALMENTE ao número de empregados, VEDADA, em qualquer hipótese, a moradia coletiva de famílias (art. 9, § 2º, Lei 5889/73).
Rescindido ou findo o contrato de trabalho, o empregado será obrigado a desocupar a casa dentro de 30 dias (o empregador não poderá conceder prazo inferior).
Contrato temporário rural
Contrato temporário com o produtor rural pessoa física:
Só poderá ser celebrado quando o empregador for pessoa física (art. 14-A, Lei 5.889);
Duração máxima: 2 meses dentro do período de cada ANO
É perfeitamente possível que o contrato seja pactuado de forma descontínua, sendo exigível, somente, que, o total de tempo não ultrapasse o limite permitido.
Se ultrapassado o prazo, converte-se em contrato por prazo indeterminado;
- Formalização: registro na CTPS ou contrato escrito;
Contrato temporário rural
Safrista (arts. 19 e 20, Decreto 73.626):
O empregador poderá celebrar contrato por prazo determinado (contrato de safra) com o trabalhador rural;
Duração máxima: dependerá das variações estacionais das atividades agrárias, abrangendo as tarefas normalmente executadas no período compreendido entre o preparo do solo para o cultivo e a colheita.