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TRIAGEM E DIAGNÓSTICO – ENDODONTIA I Exame subjetivo: · Perguntar a queixa principal e entender o motivo que o paciente procurou atendimento, o que causou, há quanto tempo. · Anotar dados semiológicos de interesse conforme especificação da ficha clínica · Perguntas a se fazer (REGISTRAR): · É uma dor localizada ou difusa? · É uma dor espontânea ou provocada? · É uma dor contínua ou intermitente? · Alguma coisa diminui sua dor, como frio ou calor? Exame extraoral: · Identificar assimetrias faciais, edemas, fístulas e hematomas · Normalidade do movimento mandibular · Palpação extraoral Exame intraoral: · Inspeção visual e palpação de tecidos moles · Identificar presença de dor, alteração de volume, presença de fístulas e cicatrizes · Avaliar tecidos duros, como extensão de cárie, exposição pulpar, restauração defeituosa, recidiva de lesões cariosas, alteração da coloração, presença de mobilidade, observar a coloração da coroa. · Teste de percussão vertical e horizontal · Palpação no tecido mole dos dentes com alteração para identificar edema periapical mole à palpação, aumento de volume apical endurecido, perda de continuidade na integridade do osso... Testes intraorais: · Percussão vertical e horizontal: · Pressionar o dente verticalmente e horizontalmente com cabo do espelho · Fazer com um dente saudável e depois com o dente com suspeita de alteração · Processo patológico: pode ocorrer resposta dolorosa · Vertical positiva pode ser associada a inflamação de origem endodôntica · Horizontal positiva: pode ser associada a alterações periodontais · Mobilidade dentária: · Coloca dois instrumentos metálicos ou dedo apoiados com firmeza na superfície dentária · Aplica-se uma força em tentativa de movimentar o dente em todas as direções · Mobilidade patológica: sentido vestíbulo-lingual · Grau 1: ligeiramente maior que a normal · Grau 2: moderadamente maior que a normal · Grau 3: mobilidade VL e MD combinada com deslocamento vertical · Sondagem periodontal: · Realizar a sondagem do dente com alteração para verificar se há normalidade do periodonto · Verificar as proximais e pelo menos 3 partes da vestibular e lingual Teste de vitalidade pulpar: · Teste pelo frio: · Utilização de Endo-ice com um cotonete · Aplicação de no máximo 5 segundos na região do dente mais próxima da câmara pulpar (terço médio para cervical) · Paciente apoia o braço na cadeira, após estímulo térmico levanta a mão assim que ele sentir a dor pelo frio, abaixar quando a dor passar · Intensidade da dor (suave, moderada, severa) · Declínio rápido (até 5 segundos): normalidade pulpar · Declínio lento (maior que 5 segundos): comprometimento pulpar · Teste pelo calor: · Realizado com o auxílio de uma guta-percha · Fazer o isolamento relativo no dente, aplicar vaselina na superfície, aquecimento da guta na chama do maçarico, aplicação da guta-percha na superfície enquanto ela ainda estiver brilhosa · Paciente apoia o braço na cadeira, após estímulo térmico levanta a mão assim que ele sentir a dor pelo calor, abaixar quando a dor passar · Intensidade da dor (suave, moderada, severa) · Declínio rápido (até 5 segundos): normalidade pulpar · Declínio lento (maior que 5 segundos): comprometimento pulpar · Teste elétrico: · Utiliza um aparelho chamado Pulptester, em que o paciente segura uma placa, e passa-se um pouco de pasta profilática no local da realização do teste. Deve-se fazer antes no dente vizinho ou homólogo para comparação. · Maior sucesso em dentes pouco restaurados e maduros jovens. · Limitações: · Falso-positivo – estimulação de fibras periodontais ou necrose pulpar · Falso-negativo – dente com grande espessura dentinária, restaurações extensas e dente com coroa total · Contra-indicado em pacientes com marca-passo · Indicado para saber se o dente está com vitalidade ou não, sem indicar o grau de comprometimento pulpar · Assim que o paciente sentir o estímulo elétrico ele deve soltar a placa, em caso de dente não vital o paciente não soltará a placa indicando necrose pulpar. · Intensidade: 2 a 5 para dentes anteriores; 6 a 7 para pré-molares; 8 a 9 para molares · Teste de anestesia seletiva: · Em casos de dores difusas, sem identificar a localização exata. · Anestesia o dente suspeito de causar a dor, caso a dor cesse após anestesia a hipótese diagnóstica está confirmada · Teste de cavidade: · Invasivo, em casos de restaurações extensas · Utiliza uma broca de alta rotação sem anestesia e realiza um acesso no dente até que o paciente sinta a dor, caso não sinta significa a necrose pulpar. · Teste da mordida: · Morder um palito sobre o elemento suspeito para identificar a vitalidade e dor · Geralmente é feito em dentes com suspeita de fratura Exame radiográfico: · Realizar radiografia periapical para diagnóstico, sem distorção e de boa qualidade · Observar: localização e diâmetro da câmara pulpar, relação teto-soalho, exposições pulpares, profundidade e adaptação de restaurações presentes, presença de cáries, possíveis alterações fisiopatológicas na cavidade pulpar, a luz dos canais radiculares e suas trajetórias e curvaturas, simetria ou assimetria da lâmina dura, alargamento do espaço periodontal, presença de áreas radiolúcidas ou perirradiculares. Diagnóstico pulpar: · Polpa Normal: · Livre de sinais e sintomas · Responderá positivamente aos testes pulpares térmicos e elétrico, reagindo aos estímulos com resposta dolorosa de intensidade compatível · Demora de 1 a 2 segundos para alívio após a remoção do estímulo · Manobras de palpação apical e percussão resulta em resposta negativa · Pulpite Reversível: · Inflamação pulpar regridirá após a terapêutica apropriada · Sintomatologia provocada de resposta um pouco mais intensa que na polpa normal · Desconforto pulpar é experimentado quando um estímulo é aplicado, havendo aparecimento da dor brusca que tende a desaparecer poucos segundos após a remoção. · Radiografia periapical é semelhante a de um elemento com polpa normal · Pulpite Irreversível Sintomática: · A polpa inflamada vital é incapaz de se recuperar e retornar a sua higidez após remoção de fatores. · Indicado tratamento endodôntico não conservador: pulpectomia ou pulpotomia · Característica de dor aguda após estímulo térmico (dor demora a cessar 30 segundos ou mais), dor espontânea e dor irradiada · Paciente pode relatar aumento de dor com aplicação de frio e diminui com calor, ou então o contrário, o que muda é a fase da pulpite irreversível. · Pode não haver desconforto à percussão vertical e à palpação apical. · Pulpite Irreversível Assintomática: · Polpa inflamada e incapaz de retornar à sua condição de normalidade, sem queixa clínica dolorosa. · Costumam responder de forma moderada aos testes térmicos · Quando existente, a dor pode ser intermitente, sobretudo por compressão. · Necrose Pulpar: · Necrose da polpa dental, com tratamento endodôntico radical · Em resposta à agressão e necrose da polpa, podem desencadear processos inflamatórios crônicos ou agudos na região perirradicular, podendo resultar em formação de cistos e granulomas, até com surgimento de coleções purulentas. Diagnóstico apical: · Tecidos apicais normais: · Não apresentam resposta dolorosa ao teste de percussão e palpação, radiograficamente a lâmina dura está intacta e espaço periodontal intacto. · Periodontite apical · Processos inflamatórios reversíveis, que podem ocorrer em pacientes com polpa viva inflamada ou elementos necrosados. · Periodontite apical Sintomática · Inflamação do periodonto apical com sintomas clínicos de dor à mordida e percussão e palpação apical. · Dependendo do estágio da doença haverá ou não espeçamento do espaço periodontal ou radiolucidez perirradicular apical · Periodontite apical assintomática · Inflamação e destruição do tecido no periodonto apical de origem pulpar, sem dor ou discreta. Quando em dentes com necrose pulpar · Teste pulpar com resposta negativa · Sem resposta à palpação e percussão · Radiolucidez apical