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EDUCERE-LIVRO-PORTUGUES-COMPLETO

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Prévia do material em texto

Marcelo Paiva 
 
 
 
 
 
Português 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
© 2015, Instituto Educere 
 
 
 
 
Dados internacionais de catalogação na Publicação (CIP) 
 (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) 
 
Paiva, Marcelo. Português. Brasília: Instituto Educere, 2015. 
 
 
 
Bibliografia 
ISBN 
 
 
1. Português. 2. Linguagem técnica. 3. Língua Portuguesa. 
 
 
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui 
violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998) e é 
crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
_______________________________________________________ 
 
 
Sumário 
Capítulo 1 – Crase..................... 
Capítulo 2 – Substantivo.............. 
Capítulo 3 – Adjetivo 
Capítulo 4 – Pronome 
Capítulo 5 – Numeral e Artigo 
Capítulo 6 – Pronome 
Capítulo 7 – Verbo 
Capítulo 8 – Preposição 
Capítulo 9 – Advérbio e Conjunção 
Capítulo 10 – Período simples 
Capítulo 11 – Período composto 
Capítulo 12 – Regência 
Capítulo 13 – Concordância 
Capítulo 14 – Pontuação 
 
 Referências .................................................................. 
 
 
Apresentação 
 
 O conteúdo presente neste fascículo apresenta os principais conceitos e normas 
de morfologia e sintaxe da língua portuguesa. Procurei selecionar os tópicos mais 
relevantes a quem deseja dominar o idioma para trabalhos profissionais e acadêmicos. 
 A Língua Portuguesa apresenta vocabulário extenso e gramática complexa em 
diversas situações. A variação linguística nos países que usam o idioma como língua 
oficial é imensa e provoca incertezas. Minha preocupação é apresentar as regras 
consideradas mais adequadas e muitas observações linguísticas sobre o assunto. 
 Espero que o material seja útil a você, que certamente deseja se aprofundar 
cada vez mais no domínio do idioma. Você encontrará definições, características e 
exemplos diretos e claros, sem o rebuscamento erudito que mais confunde do que 
auxilia no aprendizado. 
 
Marcelo Paiva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
Crase 
 
1.1 Crase 
 
É a fusão da preposição a com artigo ou pronome demonstrativo. Crase é o fenômeno de união 
de duas vogais. O acento correspondente recebe o nome de acento grave. 
 
1.1.1 Casos em que ocorre crase 
 
a) O artigo feminino a ou as: 
O servidor fez referência à decisão. 
O departamento informou tudo às divisões responsáveis pelo processo. 
 
b) Locuções adverbiais, prepositivas ou conjuntivas femininas. 
A reunião será às dez horas. 
O processo está à disposição de todos. 
Quem vive à espera de facilidades, encontra falsidades. 
À medida que estudo o processo, mais compreendo os motivos. 
 
c) Evitar ambiguidade: 
Encontrou a prima a tia (construção com ambiguidade, quem encontrou quem). 
Encontrou a prima à tia (construção sem ambiguidade). 
Encontrou à prima a tia (construção sem ambiguidade). 
 
d) O pronome demonstrativo aquela, aquele, as. 
Fiz referência a + aquele processo. = Fiz referência àquele processo. 
Fiz referência a + aquela decisão. = Fiz referência àquela decisão. 
Fiz referência a + aquilo. = Fiz referência àquilo. 
Fiz referência a + a (aquela) que saiu. = Fiz referência à que saiu. 
Fiz referência a + as (aquelas) que saíram. = Fiz referência às que saíram. 
 
1.1.2 Casos que merecem atenção 
 
a) Antes da expressão a moda de, expressa ou subentendida. 
Ele se veste à Caetano Veloso. (Ele se veste à moda de Caetano Veloso.) 
Ela fez uma comida à mineira. (Ela fez comida à moda mineira.) 
 
b) Antes de a qual e as quais. 
A revista à qual me refiro sumiu. 
As leis às quais nos submetemos são justas. 
 
Observação: 
No primeiro caso, ocorre o acento por causa da união do artigo a de a qual e da preposição a 
do verbo referiu. No segundo caso, ocorre o acento por causa da união do artigo as de as quais 
e da preposição a do verbo submeter. 
 
c) Crase antes de nomes de lugares. 
Vou a Brasília (Venho de Brasília. Não há necessidade de artigo). 
Vou à Bahia (Venho da Bahia. Há necessidade de artigo). 
Vou à Europa. 
Vou à escola. 
 
d) Com a palavra casa não especificada. 
Vou a casa (Venho de casa. Não há necessidade de artigo). 
Vou à casa de meu melhor amigo (Venho da casa de meu melhor amigo). 
 
Observação: 
Ocorre o acento grave no segundo caso, pois, ao se determinar a casa, houve necessidade do 
artigo a. 
 
e) Com a palavra terra. 
A palavra terra em nossa língua pode representar, dependendo do contexto, sentidos diversos: 
terra firme (oposição à água, por exemplo); determinado lugar; o planeta; e, finalmente, o solo. 
Nos três últimos casos, a regra a ser observada é a geral. No primeiro caso, no entanto, não 
ocorre crase, pois o vocábulo não pede o artigo a: 
Os marinheiros foram a terra visitar a família. 
Os marinheiros foram à terra natal. 
Os astronautas voltaram à Terra. 
 
f) Com a palavra distância determinada na função de adjunto adverbial, há o acento. 
Sedex a distância (sem determinação). 
Fique à distância de dois metros (com determinação). 
 
g) Paralelismo: a estilística pede que se mantenha o paralelismo em construções coordenadas. 
Observe os exemplos a seguir. 
De 8h a 10h. 
Das 8h às 10h 
De segunda a sexta. 
Da segunda à sexta. 
O direito a remuneração e a trabalho. 
O direito à remuneração e ao trabalho. 
 
h) Expressão com palavras repetidas não aceita o acento grave. 
Cara a cara. 
Frente a frente. 
Gota a gota. 
 
i) Antes de verbo, nunca existe acento grave antes de verbo. 
O Tribunal está a decidir sobre o caso. 
A partir de hoje, viajaremos sempre. 
 
j) Antes de palavras no plural e a anterior no singular, nunca existe acento grave. 
Devido a ocorrências inesperadas. 
Devido às ocorrências inesperadas. 
Quanto a situações. 
Quanto às situações. 
Tudo correu a expensas do contribuinte. 
Tudo correu às expensas do contribuinte. 
 
l) Não existe acento grave antes de pronome de tratamento. 
O documento foi enviado a Vossa Excelência. 
A Sua Excelência o senhor Fulano de Tal. 
 
No entanto, quando o pronome exerce função de adjetivo, o acento é possível: 
À Excelentíssima Ministra Fulana de Tal (o pronome funciona como adjetivo). 
 
1.1.3. Crase facultativa 
 
a) Nomes de mulheres: 
Falei o assunto a/à Denise. Refiro-me a/à Paula. 
 
Observações: 
1. Quando o nome aparecer determinado por uma qualidade ou característica, o artigo será 
obrigatório. 
• Falei o assunto à Denise, minha irmã. 
2. Quando o nome aparecer determinado por sobrenome, preferencialmente não use o artigo. 
• O texto fazia alusão a Paula Alves. 
 
b) Pronomes possessivos adjetivos: 
Refiro-me a/à minha secretária. 
 
c) Expressão até: o termo até pode exercer função de preposição ou de expressão denotativa 
de inclusão. Observe os exemplos a seguir. 
Vou até a diretoria (preposição). 
Vou até à diretoria (expressão denotativa de inclusão, no sentido de “inclusive”). 
 
 
 
 
 
2 
Substantivo 
 
 
2.1 Conceito de Morfologia 
 
O termo morfologia vem do grego morphe (forma) e logos (estudo) e é empregado em 
diversas áreas do estudo: botânica (estudo das formas vegetais), biologia (estudo das 
formas orgânicas), sociologia (estudo das estruturas da vida social). 
A gramática também faz uso do termo para analisar a estrutura, a formação e a 
classificação das palavras. A Língua Portuguesa divide o estudo da morfologia em dez 
classes gramaticais: substantivo, adjetivo, artigo, pronome, numeral, verbo, advérbio, 
preposição, conjunção e interjeição. 
 
2.2 Substantivo e flexão de gênero 
 
Substantivo é a classe de palavras que dá nome a seres (criança, homem, cidade, 
carro), a qualidades (simpatia, harmonia, fidelidade), a estados (doença, saúde, alegria, 
tristeza) e a processos (partida, chegada). 
 
2.3 Tipos de substantivo 
 
Comum: refere-sea todos os seres da mesma espécie: país, aluno, cidade. 
Próprio: refere-se a um ser específico: Brasil, Marta, Brasília. 
Simples: possui apenas um radical: amor. 
Composto: possui mais de um radical: amor-perfeito. 
Primitivo: termo que dá origem a outros termos: amor. 
Derivado: origina-se de um termo primitivo: amizade. 
Concreto: ser de existência independente: casa, vaca, homem. 
Abstrato: depende de outro para existir e não pode ser percebido pelos 
sentidos: amor, alegria. 
 
 
Observações: 
a) Deus, alma, fada, bruxa são substantivos concretos. 
 
b) São substantivos abstratos aqueles que indicam ações (trabalho, casamento, 
ameaça), estado ou qualidade (riqueza, sonho, morte, inteligência, esperteza). 
 
c) Os substantivos coletivos são classificados como comuns. 
 
 
2.4 Flexão de gênero 
 
Podem ser divididos em dois gêneros: masculino e feminino. Há casos em que existe 
apenas uma forma (substantivo uniforme) para indicar o masculino e o feminino. Há 
casos em que a forma masculina sofre mudança (biforme) para indicar o feminino 
(alteração no final do termo masculino, acréscimo de desinência (ou sufixo) ou radical 
complemetamente diferente). Observe exemplos. 
 
2.4.1 Substantivo uniforme 
Substantivos que apresentam apenas uma forma para indicar masculino ou feminino. A 
definição de gênero ocorre por meio de termos específicos que o acompanham ou 
presentes no contexto da frase. 
 
Epicenos: apresentam apenas um gênero na forma para indicar macho ou 
fêmea. Observe exemplos: a cobra, o tatu, a onça, capivara, peixe. 
 
Para evitar a dúvida no sexo do animal, usa-se o termo “macho” ou “fêmea” logo 
após o termo: jacaré macho, jacaré fêmea. 
 
Comuns-de-dois: apresentam uma forma para indicar os dois gêneros, mas 
diferenciam o masculino do feminino por uso de termos determinantes (artigo, 
pronome possessivo etc.) Observe exemplos: o (a) cliente, o (a) colega. 
 
Sobrecomuns: não apresentam flexão de gênero e são empregados para 
indicar masculino e feminino com o mesmo gênero. Observe exemplos: a 
criança, o indivíduo, a testemunha, o cônjuge, a pessoa, o ídolo, a vítima, o ser 
 
2.4.2 Substantivo biforme 
Sofrem variação na forma original para indicar o feminino. 
 
Flexão do substantivo masculino: menino e menina. 
 
Acréscimo de desinência -a ou de sufixo feminino: cantor e cantora. 
 
Radical diferente do vocábulo masculino: boi e vaca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Adjetivo 
 
 
 
3.1 Adjetivo 
 
É a palavra que indica qualidade, defeito, estado, característica ou origem de um 
substantivo. 
 
3.2 Tipos de adjetivo 
 
Uniforme: uma só forma para os dois gêneros: alegre, amável, cortês, feliz. 
 
Biforme: uma forma para cada gênero: ativo, ativa; bom, boa; mau, má. 
 
Simples: possui apenas um radical: alegre, estudioso. 
 
Composto: possui mais de um radical: anglo-germânico, luso-brasileiro. 
 
 
3.3 Flexão de gênero 
 
O adjetivo concorda em gênero com o substantivo: bom livro, boa revista. Alguns 
adjetivos alteram o timbre entre o masculino e o feminino: formoso (silaba tônica 
fechada) formosa (sílaba tônica aberta); gostoso (fechada) gostosa (aberta); glorioso 
(fechada) gloriosa (aberta). 
 
 
3.4 Flexão de número 
 
Regra geral: o adjetivo concorda com o substantivo ao qual se refere: carro bonito; 
carros bonitos. 
 
Substantivo com valor de adjetivo 
O substantivo pode apresentar valor de adjetivo e deve ficar invariável na flexão de 
número. Observe exemplos: camisas cinza, meias laranja, gravatas rosa, lenços 
violeta. 
 
Adjetivos compostos 
Geralmente, o segundo elemento de adjetivos compostos vai para o plural: tratados 
luso-brasileiros, culturas afro-brasileiras, técnicas médico-cirúrgicas 
 
Observações: 
 
a) O plural de surdo-mudo é surdos-mudos. 
 
b) Alguns adjetivos compostos não sofrem qualquer variação no plu ral: azul-marinho, 
azul-celeste. 
 
 
 
3.5 Flexão de grau 
 
Os adjetivos são divididos em relação à flexão de grau em comparativos e superlativos. 
 
2.5.1 Comparativo 
 
O grau comparativo estabele relação de igualdade, superioridade ou inferioridade entre 
seres. Observe. 
 
Comparativo de igualdade: Ele é tão alto quanto eu. 
Comparativo de superioridade: Ele é mais alto do que eu. 
Comparativo de inferioridade: Ele é mais baixo do que eu. 
 
Formação do comparativo 
Superioridade: Ela é mais inteligente (do) que a amiga. 
 
Igualdade: Ela é tão inteligente quanto a amiga; ela é tão inteligente como a amiga. 
 
Inferioridade: Ela é menos inteligente (do) que a amiga. 
 
____________________________________________________________________ 
Observação: 
Há quatro adjetivos que formam o comparativo de superioridade de modo especial: 
bom (melhor), mau (pior), grande (maior), pequeno (menor). 
Ele é tão bom quanto o irmão. Ele é melhor do que o irmão. 
Ele é tão mau quanto o irmão. Ele é pior do que o irmão. 
Ele é tão grande quanto o irmão. Ele é maior do que o irmão. 
Ele é tão pequeno quanto o irmão. Ele é menor do que o irmão. 
 
A expressão mais pequeno indica superioridade assim como menor. 
 
Não se emprega, entre seres, a comparação mais bom, mais mau e mais grande, e, 
sim, melhor, pior e maior. 
Pedro é melhor do que José. 
Pedro e maior do que José. 
 
Em comparação entre adjetivos para um único ser, ocorre a forma analítica. 
Pedro é mais bom do que bonito. 
Paula é mais grande do que inteligente. 
____________________________________________________________________ 
 
 
3.5.2 Superlativo 
 
O grau superlativo se caracteriza por apresentar a qualidade do ser em relação aos 
outros seres. Divide-se em relativo ou absoluto. 
 
Formação do superlativo relativo 
Superioridade: Lucas é o mais inteligente dos (ou entre os) alunos da faculdade. 
 
Inferioridade: Lucas é o menos inteligente dos (ou entre os) alunos da faculdade. 
 
Formação do superlativo absoluto 
Analítico: Isabela é muito inteligente. 
 
Sintético: Isabela é inteligentíssima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Pronome 
 
 
 
Termo que substitui ou acompanha um substantivo. Ao substituir o substantivo, recebe 
o nome de pronome substantivo. Ao substituir o adjetivo, recebe o nome de pronome 
adjetivo. 
 
4.1 Pronome pessoal 
 
Definição: como o próprio nome esclarece, este pronome está relacionado, 
geralmente, a pessoas. No entanto, designa também coisas. Observe o quadro abaixo: 
 
Retos 
Oblíquos 
Átonos Tônicos 
Eu Me mim, comigo 
Tu Te ti, contigo 
ele, ela o, a, lhe, se si, consigo 
Nós Nos nós, conosco 
Vós Vos vós, convosco 
eles, elas os, as, lhes, se si, consigo 
 
 
4.1.2 Características 
 
4.1.2.1 Os pronomes pessoais do caso reto exercem naturalmente a função sintática 
de sujeito. 
Ele saiu. Nós voltamos. Elas chegaram. 
 
4.1.2.2 Os pronomes pessoais do caso oblíquo exercem naturalmente a função 
sintática de complemento. 
Maria encontrou-nos. O prefeito nos convidou. 
 
4.1.2.3 O pronome oblíquo o, a e suas variações adquirem a forma lo, la e suas 
variações, quando posposto a formas verbais terminadas em r, s e z. 
Encontrar + o = encontrá-lo. 
Fizemos + o = fizemo-la. 
Fez + as = fê-las. 
 
4.1.2.4 Se a forma verbal termina em som nasal, o pronome se transforma em no e 
suas variações, sem omissão de letra. 
Encontraram + o = encontraram-no. 
 
4.2 Pronome demonstrativo 
 
O pronome demonstrativo (este, esse, aquele e variações) apresenta diversas funções 
conforme o contexto. Pode indicar a pessoa do discurso, a relação a tempo, o referente 
adequado, retomar ou antecipar ideia presente no texto etc. 
 
4.2.1 Em relação à pessoa do discurso, deve-se empregar o pronome demonstrativo da 
seguinte forma: 
a) este, esta, isto: refere-se à pessoa que fala ou escreve (apresenta a ideia do aqui). 
b) esse, essa, isso: refere-se à pessoa que ouve ou lê (apresenta a ideia do aí). 
c) aquele, aquela,aquilo: refere-se à pessoa que se encontra distante (apresenta a 
ideia do lá). 
Este relatório que seguro. 
Esse relatório que você segura. 
Aquele relatório que se encontra na outra sala. 
 
4.2.2 Em relação à posição da ideia a que se refere, deve-se empregar da seguinte 
forma: 
a) este, esta, isto: em relação a uma ideia que ainda aparecerá no texto (termo 
catafórico). 
Quero lhe contar isto: não volte mais aqui. 
 
b) esse, essa, isso: em relação a uma ideia que já apareceu no texto (termo anafórico). 
Não volte mais aqui. Era isso que eu queria lhe contar. 
 
4.2.3 Em relação a tempo, deve-se empregar da seguinte forma: 
a) em referência a um momento atual, usa-se este, esta ou isto: 
Este dia está maravilhoso (dia atual). 
Esta semana está maravilhosa (semana atual). 
Este mês está maravilhoso (mês atual). 
 
b) em relação a momento futuro próximo, usa-se também este, esta ou isto: 
Agora pela manhã chove, mas esta noite promete ser bonita (próxima noite). 
Esta reunião de hoje à tarde será interessante (a reunião está próxima de ocorrer). 
Hoje é quinta-feira e neste fim de semana viajarei (próximo fim de semana). 
 
c) em relação a momento futuro distante, usa-se esse, essa ou isso: 
Um dia você será capaz de entender o que ocorreu. Nesse dia, você me perdoará. 
 
d) em relação a momento passado recente, usa-se esse, essa ou isso: 
Nesse fim de semana, fui a São Paulo (último fim de semana). 
Nessa reunião, fiquei feliz (reunião que ocorreu recentemente). 
 
e) em relação a tempo passado muito distante, usa-se aquele, aquela ou aquilo: 
Aquele fim de semana foi maravilhoso (fim de semana distante). 
Naquela reunião, fiquei feliz (reunião que ocorreu há muito tempo). 
 
4.2.4 Para diferenciar referentes citados anteriormente, usa-se este, esta ou isto para 
indicar o mais próximo ao pronome e usa-se aquele, aquela e aquilo para indicar o 
mais distante. 
O processo e o parecer já chegaram. Este (o parecer) está ótimo, mas aquele (o 
processo) ainda está incompleto. 
 
 
4.3 Pronome relativo 
 
Aquele que se relaciona com um termo que o antecede. 
 
O livro que comprei é bom. 
(que = equivale a livro.) 
 
A casa onde moro é bonita. 
(onde = equivale a casa.) 
 
Variáveis: o qual, cujo, quanto (após os indefinidos tudo, todo e tanto). 
Invariáveis: que, quem, onde, como, como, quando. 
 
4.3.1 O pronome que pode se relacionar com coisa ou pessoa, mas só pode ocorrer 
quando sem estar precedido de preposição com mais de uma sílaba. 
O processo que você leu está interessante (adequado). 
O processo de que você precisa está interessante (adequado). 
O processo sobre que você comentou está interessante (inadequado). 
O processo sobre o qual você comentou está interessante (adequado). 
 
4.3.2 As preposições sem e sob devem ser usadas com o pronome o qual e suas 
variações. 
O juiz perdeu a caneta sem a qual não conseguia escrever coisa alguma. 
O sol sob o qual estamos está forte. 
 
4.3.3 O pronome relativo que exprime posse e se relaciona tanto com o termo anterior 
como com o posterior deve ser representado por cujo e suas variações. Não existe 
cujo o, cuja a e o cujo. A única possibilidade de ocorrer a cuja é quando se tratar de 
um a preposição. 
O carro cujo dono está trabalhando é grande. 
O artigo cuja editora é nova ficou bom. 
O prédio cujos moradores saíram é branco. 
 
4.3.4 O pronome relativo onde só pode ser usado para indicar lugar. 
A escola onde estudei fechou (adequado). 
A situação onde me encontro é terrível (inadequado). 
A situação em que me encontro é terrível (adequado). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Numeral e artigo 
 
 
5.1 Numeral 
 
Numeral é a palavra que classifica pessoas e coisas em termos numéricos. Ele indica 
quantidade (cardinais: 1, 2, 3, 4), ordem numérica (ordinais: 1º, 2º, 3º, 4º), múltiplo 
(multiplicativos: dobro, triplo) ou fração (fracionários: terço, quarto). 
 
5.1.1 Os cardinais são empregados em quatidades (20 pessoas); valores monetários 
(R$ 20,00); grandezas (10kg); medidas (30m); horários (8 horas); datas (27 de junho de 
2015); décadas (década de 60); endereço (rua 15 de novembro, casa 8); referências a 
folhas ou páginas (página 12, folha 12); percentuais (25%), idade (50 anos); artigos e 
parágrafos de atos normativos a partir do 10 (art. 12, parágrafo 12). 
 
5.1.2 Os ordinais são empregados em numerais antecedendo substantivos (3º 
Capítulo, 5ª Reunião, 2º andar); artigos e parágrafos de atos normativos até o nono 
(art. 1º); primeiro dia do mês (1º de dezembro de 2015); zonas, sessões, distritos e 
regiões (6ª Zona Eleitoral, 4º Distrito). 
 
5.2 Artigo 
 
O artigo é a classe gramatical que especifica semanticamente o substantivo. 
 
O carro estava correndo (artigo definido). 
Um carro estava correndo (artigo indefinido) 
 
5.2.1 Indica o gênero e o número do substantivo. 
O jornalista chegou (masculino singular). 
As jornalistas chegaram (feminino plural). 
 
5.2.2 Indica familiaridade, aproximação ou intimidade. 
O Alexandre foi ao escritório. 
A Paula veio. 
Contei tudo a Ricardo (pouco intimidade) 
Contei tudo ao Ricardo (intimidade) 
 
5.2.3 Define o sentido em substantivos com mais de um significado. 
O cabeça 
A cabeça 
 
5.2.4 Altera a classe gramatical de termos. 
A bonita chegou (o adjetivo passa a exercer função de substantivo). 
O entardecer estava lindo (o verbo passa a exercer função de substantivo). 
 
5.2.5 Destaca característica única ou especial do substantivo. 
Ele não era apenas escritor; era o escritor da cidade. 
 
5.2.6 Uso do artigo ao lado de pronome possessivo. 
 
5.2.6.1 É obrigatório quando o possessivo não vier ao lado de substantivo: Contei tudo 
ao meu amigo e não ao seu. 
 
5.2.6.2 Não se recomenda uso de artigo ao lado de possessivo em expressão com 
ideia de bens próprios: Estudei tanto que nunca tive nada de meu. 
 
5.2.6.3 Com ideia de estado de consciência, não se recomenda uso de artigo ao lado 
de possessivo: Rafaela perdeu o juízo ou Rafaela perdeu seu juízo. 
 
5.2.7 A ausência de artigo indica, muitas vezes, sentido generalizado. 
Gosto de livros e de filmes. 
 
5.2.8 Indica ênfase. 
João é de uma simpatia impressionante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Verbo 
 
 
Termo que exprime ação, estado ou fenômeno. 
 
6.1 Classificação 
 
6.1.1 Regular: não sofre modificação no radical durante a conjugação. Observe a 
conjugação do verbo cantar: canto, cantas, canta, cantamos, cantais, cantam. 
 
6.1.2 Irregular: sofre modificação do radical na conjugação. Observe a conjugação do 
verbo ouvir: ouço, ouves, ouve, ouvimos, ouvis, ouvem. 
 
6.1.3 Defectivo: não possui todas as conjugações. Observe o verbo abolir (não existe 
a primeira pessoa): ____, aboles, abole, abolimos, abolis, abolem. 
 
6.1.4 Anômalo: a conjugação apresenta mais de um radical. Observe o verbo ser: sou, 
és, é, somos, sois, são. 
 
6.1.5 Abundante: possui mais de uma conjugação. Observe o verbo aceitar: aceitado 
e aceito. 
 
6.1.6 Auxiliar: acompanha a conjugação do verbo principal. É o que ocorre com o 
verbo ser no exemplo: Ele é aplaudido por todos. 
 
6.1.7 Pessoal: possui sujeito: Lígia leu o livro (sujeito pessoal: Lígia). 
 
6.1.8 Impessoal: não possui sujeito. Alguns verbos, em nosso idioma, não aceitam 
sujeito. Aparecem nas orações sem sujeito. 
Há pessoas aqui (verbo haver no sentido de existir, ocorrer ou acontecer é impessoal). 
Há duas horas (verbo haver no sentido de tempo decorrido é impessoal). 
Faz duas horas (verbo fazer no sentido de tempo decorrido é impessoal). 
 
6.1.9 Auxiliar: aparecem ao lado de formais nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio) 
para indicar locuções verbais ou tempos compostos. 
O livro foi lido por Lucas (voz passiva analítica). 
Tenho trabalhado demais (tempo composto). 
 
6.1.10 Principal: é o verboprincipal na locução verbal ou no tempo composto. 
Tenho trabalhado demais (particípio). 
Vou contar tudo hoje (infinitivo). 
Contínuo esperando por você (gerúndio). 
 
6.2 Flexão verbal 
 
Flexão de número: singular ou plural. 
Flexão de pessoa: indica a pessoa do discurso (primeira, segunda ou terceira). 
Flexão de modo: indica a maneira como o fato se realiza (indicativo, subjuntivo 
ou imperativo). 
Flexão de tempo: indica o momento em que se realiza o fato (presente, pretérito 
ou futuro). 
 
 
6.3 Conjugação 
 
Os verbos podem apresentar flexão de pessoa (1ª, 2ª ou 3ª pessoa), flexão de número 
(singular ou plural) e três formas de conjugação (terminados em –ar, terminados em –
er, terminados em -ir). 
 
1ª conjugação – teminados em -ar (cantar, falar, brincar etc.) 
2ª conjugação – terminados em -er (comer, perder, aprender etc.) 
3ª conjugação – terminados em -ir (partir, contribuir, sorrir etc.) 
 
1ª conjugação 1ª conjugação 1ª conjugação 
eu canto eu como eu parto 
tu cantas tu comes tu partes 
ele canta ele come ele parte 
nós cantamos nós comemos nós partimos 
vós cantais vós comeis vós partis 
eles cantam eles comem eles partem 
 
_______________________________________________________________ 
Observação: 
O verbo “pôr” tem origem no latim ponere e pertence à 2ª conjugação. 
______________________________________________________________ 
 
 
6.4 Modo verbal 
 
Três são os modos verbais em nossa gramática: indicativo (certeza), subjuntivo 
(incerteza ou possibilidade) e imperativo (ordem ou solicitação). 
 
Fiz o trabalho ontem (indicativo). 
Talvez eu faça o trabalho amanhã (subjuntivo). 
Faça o trabalho hoje (imperativo). 
 
 
6.5 Tempo verbal 
 
Quanto ao tempo verbal, os verbos apresentam os seguintes valores: 
 
Presente do indicativo: indica um fato real situado no momento ou época em que se 
fala: Eu escrevo o livro. 
 
Presente do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético situado no 
momento ou época em que se fala: Talvez em escreva o livro. 
 
Pretérito perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada e concluída 
no passado: Eu escrevi o livro. 
 
Pretérito imperfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação foi iniciada no 
passado, mas não foi concluída ou era uma ação costumeira no passado: Eu escrevia 
o livro. 
 
Pretérito imperfeito do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso ou hipotético 
cuja ação foi iniciada mas não concluída no passado: Se eu escrevesse o livro. 
 
Pretérito mais-que-perfeito do indicativo: indica um fato real cuja ação é anterior a 
outra ação já passada: Eu escrevera o livro e, depois, conheci você. 
 
Futuro do presente do indicativo: indica um fato real situado em momento ou época 
vindoura: Eu escreverei o livro. 
 
Futuro do pretérito do indicativo: indica um fato possível, hipotético, situado num 
momento futuro, mas ligado a um momento passado: Eu escreveria o livro. 
 
Futuro do subjuntivo: indica um fato provável, duvidoso, hipotético, situado num 
momento ou época futura: Quando eu escrever o livro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
Advérbio 
 
 
Advérbio é a classe gramatical que confere circunstância (modo, tempo, intensidade, 
lugar, condição, negação etc.) a verbo, adjetivo ou outro advérbio. Observe exemplos. 
Lucas não fez o trabalho (modifica verbo). 
Isabela é muito bonita (modifica adjetivo). 
Paula está muito bem (modifica advérbio). 
 
Locução adverbial é o encontro de dois termos para indicar ideia adverbial (em si lêncio, 
em breve, de graça etc.) 
 
7.1 Principais circunstâncias de advérbios e locuções adverbiais. 
 
Afirmação: sim, certamente, realmente, efetivamente, com certeza etc. 
Causa: de medo, por você, de alegria, por causa de, pelas razões apresentadas etc. 
Companhia: com meu filho, com minha esposa, com você etc. 
Concessão: embora, ainda que, em que pese, apesar de, posto que etc. 
Condição: com estudo, com dedicação, querendo etc. 
Conformidade: segundo, conforme, de acordo com, em conformidade com etc. 
Dúvida: talvez, possivelmente, certamente, decerto, possivelmente, provavelmente etc. 
Fim: com objetivo, com vista, a fim de, para, para que etc. 
Intensidade: bastante, bem, mal, muito, demais, mais, menos, pouco, quanto, quão, 
tanto, tão, pouco, completamente, demais, de muito, de pouco, de todo etc. 
Instrumento: à mão, a lápis, a óleo, à caneta, a vapor etc. 
Lugar: aqui, ali, lá, abaixo, acima, aí, além, aquém, atrás, fora, junto, dentro, perto, 
longe, adiante, diante, onde, em cima, embaixo, ao centro, à direita, à esquerda, ao 
lado, de dentro, de cima, de fora etc. 
Modo: bem, mal, como, assim, às pressas, depressa, devagar, tranquilamente, 
propositadamente, à disposição, ao contrário, em silêncio, com barulho etc. 
Negação: não, nunca, de forma alguma, de modo nenhum etc. 
Ordem: primeiramente, ultimamente, depois etc. 
Tempo: hoje, ontem, amanhã, agora, depois, ontem, já, sempre, jamais, nunca, antes, 
cedo, tarde, breve, brevemente, em breve, à tarde, à noite, imediatamente, raramente, 
finalmente etc. 
 
 
7.2 Adjetivos que funcionam como advérbios 
Adjetivos podem assumir função de advérbio. Isso ocorre quando o termo se refere ao 
verbo e não ao substantivo. Em tais casos, o adjetivo fica invariável. Observe 
exemplos. 
Skol, a cerveja que desce redondo! 
As empresas públicas costumam pagar caro os serviços sem licitação. 
Ela executou rápido a decisão da diretoria. 
 
7.3 Flexão do advérbio 
 
Advérbios são invariáveis em gênero e número, mas podem sofrer flexão em grau. 
 
Grau comparativo 
 
Ricardo anda tão rápido quanto Alexandre (igualdade). 
Ricardo anda menos rápido do que Alexandre (inferioridade). 
Ricardo anda mais rápido do que Alexandre (superioridade). 
Ricardo canta melhor do que Alexandre (sintético) 
Ricardo canta pior do que Alexandre (sintético) 
 
Grau superlativo 
 
Ricardo anda muito rápido (superlativo absoluto analítico). 
Ricardo anda rapidíssimo (superlativo absoluto sintético) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Preposição 
 
 
Preposição é palavra invariável que une termos de uma oração. Observe exemplos. 
 
O curso de Português é necessário a todos. 
 
O exemplo acima apresenta duas preposições: de e a. Observe que a primeira 
preposição une curso a Português. A segunda preposição une necessário a todos. 
 
O estudo da preposição está diretamente relacionado ao conhecimento da regência 
verbal e regência nominal. Geralmente, a função da preposição é apenas ligar termos 
sem influenciar em seu sentido. No entanto, observa-se que, em casos específicos, a 
preposição exprime aspectos semânticos relevantes à frase. 
 
8.1 Preposição essencial 
 
São termos que naturalmente exercem apenas classificação de preposição: a, ante, 
após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás. 
 
8.2 Preposição acidental 
 
São termos que exercem função de preposição, mas procedem de outras classes de 
palavras: durante, como, conforme, feito, exceto, salvo, visto, segundo, mediante, 
tirante, fora, afora etc. 
 
8.3 Locuções prepositivas 
 
União de duas ou mais palavras que passam a funcionar com o valor de preposição. 
Observe alguns exemplos: ao longo de, a despeito de, a fim de, apesar de, à frente de, 
a par de, em redor de, por causa de, perto de, diante de, em busca de, por trás de, por 
meio de, em favor de etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Conjunção e interjeição 
 
 
 
Conjunção é a classe de palavras que liga termos ou orações e estabelece relação de 
subordinação ou coordenação. Observe exemplos. 
 
Paula chegou e leu o livro (conjunção coordenativa). 
 
Paula quer que você volte cedo (conjunção subordinativa). 
 
9.1 Conjunções coordenativasLigam orações independentes ou dois termos que exercem a mesma função sintática 
dentro da oração. Apresentam cinco tipos: 
 
Aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda; 
 
Adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia, contudo, antes (= pelo 
contrário), não obstante, no entanto, entretanto, senão; 
 
Alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer; 
 
Conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte, por 
iso; 
 
Explicativas (justificação): pois (antes do verbo), porque, que, porquanto. 
 
9.2 Conjunção subordinativa 
 
Ligam uma oração que depende de outra para fazer sentido. Dividem-se em: 
 
Causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde que, porquanto, haja 
vista; 
 
Comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto, (mais ou menos +) que; 
 
Condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a 
menos que; 
 
Consecutivas (consequência, resultado, efeito): que (precedido de tal, tanto, tão etc. – 
indicadores de intensidade), de modo que, de maneira que, de sorte que, de maneira 
que, sem que; 
 
Conformativas (conformidade, adequação): conforme, segundo, consoante, como; 
 
Concessivas: embora, em que pese, conquanto, posto que, por muito que, se bem 
que, ainda que, mesmo que; 
 
Temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal (= logo que), até 
que; 
 
Finais: a fim de que, para que, que, com objetivo, com vista a; 
 
Proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+ tanto 
menos). 
 
9.3 Interjeição 
 
Interjeição é palavra invariável que manifesta estados emotivos, sensações ou formas 
expressivas. Observe exemplos. 
 
Ai! Ui! (dor) 
Uau! Oh! Eta! Eita! Eia! Oba! Viva! Eh! Iupi! Caramba! (surpresa, alegria). 
Alto lá! Cuidado! (advertência). 
Puxa! Que coisa! Bravo! Bis! Parabéns! (admiração). 
Ufa! Nossa Senhora! (alívio) 
Obrigado! Grato! Valeu! (agradecimento). 
Oxalá! Tomara! Queira Deus! Quem me dera (vontade, desejo, frases optativas). 
__________________________________________________________________ 
Observações: 
 
a) A interjeição não desempenha função sintática na frase. 
b) Interjeição deve vir acompanhada de ponto de exclamação. 
_________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
Período simples 
 
 
 
Sintaxe (do grego sýntaxis com sentido de organização, arranjo, disposição) é o estudo 
gramatical que organiza a palavra ou oração em relação às outras palavras e orações 
de uma frase. Analisar sintaticamente uma construção textual é observar e classificar 
as funções desempenhadas por palavras e orações em cada período. 
 
Frase é um enunciado com sequência de palavras que satisfaz as regras e os 
princípios gramaticais da língua a que pertence. É por meio de frases que exprimimos 
pensamentos e sentimentos. Chomsky (1965, 1980) declarou que a frase é a 
capacidade criativa da linguagem. 
 
As frases podem ser nominais (não apresentam verbo) ou verbais (apresentam verbo). 
 
Casa vazia e quieta (frase nominal). 
Encontrei a casa vazia e quieta (frase verbal). 
 
A frase pode conter uma ou mais orações. 
Paula leu todo o artigo (período simples). 
Paula leu todo o artigo e gostou (período composto). 
 
10.1 Tipos de sujeito 
 
10.1.1 Sujeito simples 
Sujeito é aquele sobre o qual se declara ou se refere a oração. Ele se divide em 
simples, composto, indeterminado ou oração sem sujeito. 
Sujeito simples é aquele que possui apenas um núcleo. 
O Tribunal manifestou-se favoravelmente. 
Os servidores decidiram retornar ao trabalho. 
 
10.1.2 Sujeito composto 
Possui mais de um núcleo: O diretor e o presidente chegaram. 
 
10.1.3 Sujeito indeterminado 
Existe sujeito na oração, mas não se consegue identificar. Duas são as formas de 
sujeito indeterminado: 
 
10.1.3.1 verbo na terceira pessoa do plural sem referência ao sujeito no contexto. 
Compraram o livro ontem. 
 
10.1.3.2 pronome se como índice de indeterminação do sujeito: Caiu-se na rua, 
Precisa-se de vocês agora, Só se é feliz aqui; 
 
Observações: 
a) O sujeito indeterminado nunca está representado por pronome ou termo indefinido: 
Alguém saiu com a menina (sujeito simples). 
 
b) Dúvida comum é a diferença entre partícula apassivadora e índice de 
indeterminação do sujeito. A partícula apassivadora (ou pronome apassivador) só 
existe com verbo transitivo direto (ou transitivo direto e indireto) e indica voz passiva 
sintética. A regra afirma que, ao ocorrer um se como partícula apassivadora, pode-se 
transformar a frase em voz passiva analítica sem falha gramatical. O sujeito na frase 
sempre estará determinado. 
Produziu-se o relatório (o relatório foi produzido). 
Intimem-se as partes (as partes sejam intimadas). 
 
O sujeito no primeiro exemplo é o relatório e, no segundo, as partes. 
 
O índice de indeterminação do sujeito ocorre geralmente com os verbos intransitivo, 
transitivo indireto ou mesmo de ligação. O sujeito é sempre indeterminado e não se 
consegue descobrir quem é. Não se pode transformar a construção em voz passiva 
analítica: Vive-se em São Paulo; Gosta-se de livros; Está-se triste hoje. 
_________________________________________________________________ 
 
10.1.4 Oração sem sujeito 
É a oração que possui verbo impessoal. Quase todos os verbos de nossa língua 
possuem sujeito dentro de uma frase, ou seja, são pessoais. No entanto, em alguns 
casos, ocorrem verbos sem sujeito. Observe os principais verbos impessoais. 
 
10.1.4.1 Verbos que indicam fenômenos da natureza: Ontem ventou muito. 
 
10.1.4.2 O verbo haver com o sentido de existir, acontecer, ocorrer e tempo 
decorrido: Há livros interessantes em casa; Em Brasília, houve festas no Natal; 
Há semanas que não encontro você. 
 
10.1.4.3 Verbo fazer quando indica tempo decorrido: Faz dez anos. 
 
10.1.4.4 Verbo ser ou estar em situações de tempo, distância ou clima: São dez horas 
agora; De Brasília a São Paulo, são mais de 900km; Está frio hoje. 
 
10.1.4.5 Algumas expressões também são impessoais: já passa de, chega de, 
basta de, trata-se de, vai para (relacionada a tempo): Já passa das dez! Chega de 
bobagem! Basta de tolices! Trata-se de problemas sérios. Vai para dez anos. 
 
10.2 Tipologia verbal 
 
Verbos apresentam tipologia específica de acordo com a predicação na frase. Eles 
podem ser intransitivos, transitivos ou de ligação. 
 
10.2.1 Verbo intransitivo 
 
Verbo que apresenta ação e não pede complemento verbal: Paula saiu; João acordou. 
 
Observações: 
a) Os verbos andar, ficar, ser, estar, continuar, permanecer ora funcionam como 
intransitivo ora como de ligação. 
Alexandre andou no parque (intransitivo). 
Alexandre andava preocupado (ligação). 
Ricardo ficou em casa (intransitivo). 
Ricardo ficou feliz com a notícia (ligação). 
Eu sou como você (intransitivo). 
Eu sou alto (ligação). 
 
b) Os verbos ir, chegar e voltar são naturalmente verbos intransitivos. 
Guilherme foi a São Paulo. 
Isabela voltou de Salvador. 
Lucas chegou a Porto Alegre. 
 
Nota: os termos que aparecem após os verbos são adjuntos adverbiais e não objetos 
indiretos. 
___________________________________________________________________ 
 
 
10.2.2 Verbo transitivo direto 
 
Verbo que pede complemento direto: Paula comprou um livro. 
 
Observações: 
a) Objeto direto pleonástico: redundância do objeto em relação ao mesmo verbo para 
enfatizar o termo ou por vício linguístico. 
O livro, Pedro comprou-o. 
 
b) Objeto direto preposicionado: quando o autor por estilo inclui uma preposição no 
complemento direto. 
Ele ofendeu a todos presentes. 
Desta água não beberei; deste pão não comerei. 
_________________________________________________________________ 
 
10.2.3 Verbo transitivoindireto 
 
Verbo que pede complemento indireto (com preposição): Lúcia gosta de bons livros. 
 
10.2.4 Verbo transitivo direto e indireto 
 
Verbo que pede complemento direto e indireto: João enviou o livro ao pai. 
 
10.2.5 Verbo de ligação 
 
Verbo que denota estado, qualidade ou condição: Paula é linda; Paula está linda. 
 
Observações: 
a) Verbo de ligação apresenta predicativo do sujeito. 
 
b) Locução que indicar estado do sujeito também é classificada como predicativo. 
Daniel está com sono. 
 
 
10.3 Adjunto adnominal 
 
Termo ou expressão que caracteriza o substantivo. Geralmente, os adjuntos 
adnominais são artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos. 
As minhas bonitas primas de São Paulo compraram duas revistas novas. 
 
 
10.4 Complemento nominal 
 
Termo que completa o sentido de palavras abstratas (substantivos, adjetivos ou 
advérbios) quando estas dependem de complemento para o entendimento da frase: 
Paula tem necessidade de livros; Ele é bom em Física; O professor agiu 
favoravelmente aos alunos. 
 
O complemento nominal pode também ser representado por pronome átono quando 
completar o sentido do adjetivo: Sou-lhe grato por tudo. 
 
 
10.5 Aposto 
 
Termo ou expressão que explica, especifica, enumera, resume ou distribui. O núcleo de 
um aposto será substantivo ou palavra na função de substantivo. 
Lisboa, capital de Portugal, é uma cidade encantadora. 
 
Tipos de aposto: 
a) explicativo: Lula, ex-presidente do Brasil, nasceu no Nordeste. 
b) especificativo: Minha irmã Denise mora em São Paulo. 
c) enumerativo: Comprei duas coisas ontem: um carro e uma casa. 
d) resumitivo ou recapitulativo: Dinheiro, poder, glória, nada o seduzia mais. 
e) distributivo: Paula e Marta são bonitas. Esta é brasiliense; aquela, carioca. 
 
 
10.6 Vocativo 
 
Termo que indica um chamamento. Também recebe o nome de “apóstrofe”. 
Alunos, voltem à sala! 
Deus, ó Deus, ouça-me! 
 
 
10.7 Agente da passiva 
 
Abordaremos a voz verbal para entendermos melhor o agente da passiva. 
 
Voz ativa: o sujeito é agente em relação ao verbo: Paulo comprou a moto. 
 
Voz passiva: o sujeito é paciente em relação ao verbo. A voz passiva pode ser 
analítica (quando apresenta locução verbal) e sintética (quando apresenta o se como 
partícula apassivadora): A moto foi comprada por Paulo (voz passiva analítica) e 
Comprou-se a moto (voz passiva sintética). 
 
Voz reflexiva: o sujeito pratica e recebe a ação ao mesmo tempo: Inês cortou-se. 
 
Voz recíproca: um sujeito faz a ação para outro sujeito: João e Matilde beijaram-se. 
 
O agente da passiva ocorre na voz passiva analítica e indica quem praticou a ação: A 
aluna foi elogiada pelo professor. 
 
 
10.8 Adjunto adverbial 
 
É o termo modificador de verbo, de adjetivo ou de outro advérbio. 
O candidato estudou muito. 
O candidato é muito bom. 
O candidato escreve muito bem. 
 
O advérbio exprime basicamente ideias de circunstâncias: afirmação, negação, dúvida , 
modo, tempo, lugar, intensidade, causa, companhia, condição, concessão, finalidade, 
meio, instrumento, referência etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Período composto 
 
 
 
Período composto é formado por duas ou mais orações que se relacionam de forma 
coordenada ou subordinada. Na coordenação, não ocorre dependência sintática entre 
elas. Exemplo: 
Isabela comprou o livro,/ foi ao escritório/ e terminou o trabalho. 
 
Na subordinação, há relação de dependência sintática entre as orações. Exemplo: 
Lucas quer / que você volte ao escritório. 
 
As orações, na coordenação, podem estar ligadas por conjunções ou simplesmente 
justapostas, isto é, sem conjunção. Exemplos: 
Alexandre estudou muito, portanto entendeu o assunto (conjunção conclusiva). 
Alexandre estudou muito, brincou pouco, alimentou-se mal (orações justapostas). 
 
No período composto por coordenação, as orações podem ser classificadas como 
sindéticas e assindéticas. 
 
1. Assindéticas quando estão apenas justapostas, sem conjunção. 
2. Sindéticas quando se unem por meio de conjunções. 
 
11.1 Orações coordenadas assindéticas 
 
Orações coordenadas assindéticas são separadas por vírgula, ponto-e-vírgula ou dois-
pontos. 
Ricardo andava, falava, ria. 
Guilherme comprou todos os brinquedos; os filhos choravam no carro. 
Encontrei-o em casa: estava triste. 
 
11.2 Orações coordenadas sindéticas 
 
Orações coordenadas sindéticas apresentam conectivos e podem ser divididas em 
cinco casos. 
 
Aditivas (expressam adição). 
Denise falava muito e gesticulava freneticamente. 
O aluno não só gabaritou Português como também Matemática. 
 
Adversativas (expressam contraste, oposição). 
O time jogou melhor, mas o resultado foi adverso. 
Tens razão, contudo não expresses abertamente suas ideias. 
 
Alternativas (expressam alternância, exclusão, escolha). 
Os preços ora sobem, ora baixam. 
 
Conclusivas (expressam dedução, conclusão). 
Ele sempre estudou muito, logo sempre teve boas notas. 
O lago está na minha fazenda: por conseguinte me pertence. 
 
Explicativas (expressam explicação, motivo, razão). 
Amemos, porque amor é um santo escudo. 
O cavalo estava cansado, pois arfava muito. 
 
 
11.3 Oração subordinada substantiva 
 
Quando a oração subordinada desempenha a função sintática característica de um 
substantivo, recebe o nome de oração subordinada substantiva. 
 
Subjetiva (sujeito): É classificada como subjetiva quando desempenha a função do 
sujeito do verbo da oração principal: Quem estava cansada saiu. 
 
Objetiva direta: Juliana esperou que o amigo a encontrasse. 
 
Objetiva indireta: Não gosto de quem saiu. 
 
Completiva nominal: A menina tem necessidade de saber o resultado. 
 
Predicativa: Ele era quem eu esperava. 
 
Objetiva apositiva: Só desejo uma coisa: que você volte para mim. 
 
Agenda da passiva: O quadro foi comprado por quem o fez. 
 
 
11.4 Oração subordinada adjetiva 
 
Orações com função de adjetivo de um termo da oração principal. 
 
As orações adjetivas podem ser divididas em explicativas ou restritivas. 
Os rapazes, que são altos, saíram (todos os rapazes são altos e todos saíram). 
Os rapazes que são altos saíram (apenas os rapazes altos saíram). 
 
Exemplos de orações adjetivas explicativas: 
Deus, que é nosso pai, nos salvará. 
O Sol, que é a maior estrela de nossa sistema, é bonito. 
 
Exemplos de orações adjetivas restritivas: 
Os animais que são grandes assustam as crianças. 
O colégio em que estudei era bom. 
 
 
11.5 Orações subordinadas adverbiais 
 
Orações que desempenham a função de adjunto adverbial da oração principal. 
 
Causal: Joel se julga muito importante porque é rico. 
 
Consecutiva: Estou tão cansado que não sairei à noite. 
 
Comparativa: Você é bonita como uma flor do meu jardim. 
 
Concessiva: Embora não tenha estudado, entendeu tudo. 
 
Condicional: Se você estudar muito, entenderá o assunto. 
 
Conformativa: Cada um colhe conforme semeia. 
 
Temporal: Quando encontrar você, darei o livro que comprei. 
 
Final: Estudo para passar na prova. 
 
Proporcional: À medida que estudo o assunto, mais me interesso por ele. 
 
 
 
 
 
12 
Regência 
 
 
 
Regência é o estudo da relação entre verbo ou nome e seus complementos (se houver 
necessidade) em três aspectos: a) necessidade ou não de preposição; b) preposição 
adequada, se houver necessidade; c) sentido e correção do emprego ou não de 
preposição. 
 
 
12.1 Principais regências verbais 
 
Agradecer, Perdoar e Pagar 
Apresentam objeto direto relacionado a coisas e objeto indireto relacionado a pessoas. 
Agradeço a audiência aos ouvintes. 
Cristo ensina que é preciso perdoar o pecado ao pecador. 
Paguei o débito ao credor. 
 
Aspirar 
a) Transitivo indireto (pretender, almejar, desejar). Não se admite o pronome lhe ou 
lhes, mas apenas a ele(a) ou aeles(as). 
O consumidor aspira ao desconto prometido na oferta. 
Àquele desconto incomparável, o consumidor aspira a ele. 
 
b) Transitivo direto (sorver, respirar). 
O laudo atesta que a vítima aspirou o próprio líquido. 
Ela aspirou o perfume. 
 
Assistir 
a) Transitivo indireto (ver, presenciar). Não aceita o pronome lhe como complemento. 
O segurança da empresa assistiu a tudo passivamente. 
Assistiu ao julgamento (assistiu a ele). 
 
b) Transitivo direto e indireto (caber direito ou razão). 
Assiste à requerente o direito solicitado. 
O direito de recorrer assiste ao agravante. 
 
c) Transitivo direto ou transitivo indireto (socorrer, ajudar, confortar). 
O condutor do veículo não assistiu a (à) vítima. 
O medido assitiu o(ao) enfermo. 
 
d) Com o sentido de morar, residir exige a preposição em. 
Assisto em Lisboa. 
 
Implicar 
a) Transitivo direto (acarretar, originar, produzir). 
A aprovação do projeto básico implica abertura de procedimento licitatório. 
O fato não implica punição séria. 
 
b) Transitivo indireto (antipatizar, discordar). 
O antigo chefe sempre implicava com este servidor. 
 
c) Verbo pronominal (envolver-se). 
Toda a equipe implicou-se no desvio de recursos. 
 
Informar 
Transitivo direto e indireto. Seguem tal regência avisar, certificar, notificar, cientificar, 
prevenir, notificar. 
Informar algo a alguém. 
Informar alguém de (sobre) algo. 
Informe os novos preços aos clientes. 
Informe os clientes dos novos preços (ou sobre os novos preços). 
 
Morar, residir, situar-se 
Transitivo indireto (indicação de local fixo, estabelecido, domiciliado). A preposição 
indicada é em, e não a. 
O indiciado mora na região do entorno. 
O réu reside em lugar incerto. 
O advogado será intimado no escritório, sito na avenida comercial. 
 
Pedir 
Transitivo direto e indireto (solicitar). Somente se admite a preposição para para indicar 
permissão. 
O revisor pediu cópia do documento à diretora. 
O presidente pediu ao presidente para se ausentar. 
 
Preferir 
Transitivo direto e indireto (preposição a). 
Prefiro livro a novela. 
Prefiro trem a ônibus. 
 
Nota: as construções preferir mais ou preferir do que são inadequadas. 
 
Proceder 
a) Intransitivo (ter fundamento). 
As declarações do apelante não procedem. 
A queixa não procede. 
 
b) Transitivo indireto (originar-se, provir). 
A testemunha procede do Nordeste. 
A língua portuguesa procede do latim. 
 
c) Transitivo indireto (dar início, efetuar, realizar, dar sequência). Nesta acepção, é 
inadequado o uso do verbo na voz passiva. 
O goleiro procedeu à defesa do chute. 
Os fiscais procederam à contagem dos votos. 
O juiz procedeu à audiência. 
O relator procedeu ao exame do recurso. 
O exame foi procedido (inadequado). 
 
Responder 
Transitivo indireto com preposição a. Não aceita voz passiva. 
Respondi ao meu patrão. 
Respondemos às perguntas. 
Responder à carta. 
Respondeu-lhe à altura. 
A carta foi respondida ontem (voz passiva inadequada). 
As perguntas foram respondidas (voz passiva inadequada). 
 
Nota: pode ser usado como transitivo direto e indireto no sentido de responder algo a 
alguém. Neste caso, aceita voz passiva. 
Respondeu a solicitação ao diretor por mensagem eletrônica. 
A solicitação foi respondida ao diretor por mensagem eletrônica (voz passiva 
adequada). 
 
Visar 
 a) Transitivo direto (mirar). 
Os bandidos visaram o alvo assim que ouviram a sirene. 
 
b) Transitivo direto (pôr o visto). 
Os integrantes do conselho visaram a ata. 
 
c) Transitivo indireto (ter em vista, objetivar, pretender). Embora seja aceito por alguns 
gramáticos como transitivo direto, a linguagem formal recomenda o uso como indireto. 
Esta Corte de Justiça visa sempre ao bem da sociedade. 
 
Nota: o verbo visar ao lado de outro verbo no infinitivo pode aparecer sem preposição. 
A pesquisa visa analisar os fatos ocorridos. 
 
12.2 Principais regências nominais 
 
A regência nominal analisa a relação de subordinação entre nome (substantivo, 
adjetivo, advérbio) e os termos regidos. Observe que diversos nomes aceitam mais de 
uma preposição. 
 
absolvido de, por; 
acessível a, para, por; 
acesso a, de, para; 
acostumado a, com; 
adaptado a; 
admiração a, de, por; 
afável a, com, para com; 
aflito com, por, para; 
agradável a, de, para; 
alheio a, de; 
alusão a; 
ambicioso de, por; 
ânsia de, para, por; 
ansioso de, para, por; 
apaixonado com, de, por; 
apto a, para; 
assistido de, por; 
atenção a, com, para (com), sobre; 
atencioso a, com, para com; 
atento a, em, para; 
aversão a, por; 
ávido de, por; 
benéfico a, para; 
capacidade de, para; 
capaz de, para; 
certeza de, em, sobre; 
compatível com; 
composto de, com; 
conforme a, com, em, para; 
constituído de, por, com; 
contemporâneo a, de; 
contente com, de, em, por; 
contrário a, de; 
curioso a, de, para, por; 
desejoso de; 
desgostoso com, de, por; 
desprezo a, de, para, para com, por; 
domiciliado em; 
dúvida de, em, sobre, acerca de, quanto o; 
equivalente a, de, em; 
escasso de, em; essencial a, de, para; 
estimulado a, em, por; 
estudioso de, em; 
fácil a, em, de; 
favorável a, para; 
fiel a, em, (para) com; 
generoso (para) com, em; 
gosto de, em, a, para, por; 
grato a, por, para; 
hábil em, para; 
habituado a, com, em; 
igual a, para, com, de; 
imbuído de, em; 
incompatível com, entre; 
natural de, a, em; 
necessário a, para, em; 
nocivo a, para; 
obediência a, de, para com; 
oportunidade de, para, a; 
passível de; perto de; 
preferência por, a, de, em, para com; 
preferível a; 
prejudicial a; 
prestes a, em, para; 
propenso a, para; 
propício a, para; 
próprio de, a, para; 
próximo a, de; 
relacionado com, a; 
relativo a; 
residente em; 
respeito a, entre, para com, por, de; 
rigoroso com, em, para com; 
satisfeito com, de, em, por; 
segurança de, em; 
semelhante a, em; 
sensível a, para; 
suspeito de, a; 
único a, em, entre, sobre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Concordância 
 
13.1 Concordância verbal 
 
Concordância verbal é o estudo que se estabelece da flexão de número e pessoa entre 
verbo e sujeito na oração. 
 
Regra geral: o verbo concorda com o sujeito em número e pessoa: O servidor 
participou do curso; Os servidores participaram do curso; O servidor e a servidora 
participaram do curso. 
 
Casos que merecem nossa atenção 
 
A língua portuguesa apresenta estruturas complexas que permitem concordância 
específica. Observe os casos a seguir. 
 
13.1.1 Sujeito composto posposto ao verbo aceita a concordância com o núcleo mais 
próximo ou com o conjunto: Chegou (Chegaram) o relatório e o processo. 
 
13.1.2 Sujeito composto formado por pessoas gramaticais diferentes promove 
concordância do verbo com o conjunto semântico do sujeito. 
Paula, Pedro, tu e eu saímos. 
Eu, tu e ele faremos o trabalho ainda hoje. 
 
__________________________________________________________________ 
Observações: 
a) sem a primeira pessoa, o verbo concorda com o conjunto ou com a terceira pessoa 
do plural: Paula e tu andais (andam). 
 
b) aceita-se a concordância do verbo com o núcleo mais próximo ou com o conjunto, se 
o sujeito for composto por pessoas gramaticais diferentes e estiver depois o verbo. 
Faremos (Farei) o trabalho ainda hoje eu, tu e ele. 
__________________________________________________________________ 
 
13.1.3 Verbo concorda com o sujeito se houver pronome apassivador se. 
Resolveu-se o problema. 
Resolveram-se os problemas. 
 
13.1.4 Verbo impessoal é aquele que não possui sujeito e é empregado na terceira 
pessoa. São verbos impessoais: 
 
a) fenômenos da natureza: Ventou muito ontem; Choveu à noite. 
 
Nota: em sentido figurado concordam com o sujeito: Bênções choviam sobre todos.b) verbo haver no sentido de ocorrer, existir, acontecer ou tempo decorrido: Houve 
muitos acidentes na estrada; Há processos sobre a mesa; Há dias não chove. 
 
Nota: a concordância com o verbo haver merece atenção. Observe sempre se ele é 
pessoal ou impessoal na oração. 
Eles hão de cumprir o prometido (pessoal). 
Os servidores haviam confirmado presença (pessoal). 
Os jornalistas houveram por bem não publicar a notícia (pessoal). 
Hão de existir reuniões (pessoal – verbo auxiliar). 
Hajam passado cem anos (pessoal – verbo auxiliar). 
 
Há reuniões programadas (impessoal). 
Houve projetos recusados (impessoal). 
Há de haver reuniões (impessoal). 
 
c) verbo fazer no sentido de tempo decorrido ou clima: Faz dez dia que não vejo você. 
 
d) verbo ser e o verbo estar no sentido de tempo, clima, estação do ano e distância: 
São dez horas; É primavera; Está calor; São trezentos quilômetros. 
 
e) expressões já passa de, basta de, chega de, em que pese a, trata-se de, cuida-
se de: Já passa das dez; Basta de bobagens; Chega de tarefas; Em que pese aos 
argumentos apresentados, a decisão foi mantida; Trata-se de embargos de 
declaração; Cuida-se de recursos. 
 
13.1.5 Sujeito acompanhado de ideia aditiva merece atenção. 
 
a) se a ideia aditiva estiver entre vírgulas, recomenda-se concordar o verbo com o 
núcleo do sujeito. 
O réu, com o advogado, chegou à audiência. 
O diretor, bem como o presidente, apoiou o projeto. 
Seu endereço, bem como seu telefone, deve constar na ficha. 
 
b) se a ideia aditiva não estiver entre vírgulas, o verbo pode concordar com o núcleo do 
sujeito ou com a totalidade da ideia. 
O réu com o advogado chegaram (chegou) à audiência. 
O diretor bem como o presidente apoiaram (apoiou) o projeto. 
 
13.1.6 Verbo acompanhado de índice de indeterminação do sujeito permanece no 
singular sempre: Precisa-se de novos projetos; Gosta-se de livros. 
 
13.1.7 Palavras que terminam com s não determinadas mantêm o verbo no singular. 
Se determinadas, o verbo concorda com a determinação. 
Campinas é um bom lugar para se morar. 
Lápis se tornou indispensável para a tarefa. 
Os óculos são indispensáveis para algumas pessoas. 
Os Estados Unidos foram responsáveis pela guerra. 
 
Nota: nos títulos de obras, quando o artigo for parte integrante e estiver no plural, o 
verbo pode ficar no singular ou no plural. 
Os Lusíadas relatam (relata) os grandes feitos portgueses. 
Os sertões tratam (trata) da guerra de Canudos. 
 
13.1.8 Coletivos partitivos (a maioria, a minoria, grande parte, metade de), seguidos 
de adjuntos adnominais no plural, concordam o verbo com o núcleo ou com o adjunto. 
A maioria dos alunos está (estão) interessados. 
Grande parte dos relatórios apresenta (apresentam) erros. 
A maior parte dos servidores realizou (realizaram) o trabalho. 
___________________________________________________________________ 
Observações: 
a) nome coletivo mantém o verbo no singular. 
O conselho se reuniu ontem. 
A plateia aplaudiu o espetáculo. 
 
b) se o nome coletivo for sujeito contextual de mais de um verbo, o primeiro verbo 
deverá ficar no singular e os demais podem ficar no sigular ou no plural. 
A família toda se reuniu e depois partiu (partiram) em viagem. 
 
c) nome coletivo seguido de adjunto adnominal no plural pode manter o verbo no 
singular ou no plural. 
Um bando de aves pousou (pousaram). 
_____________________________________________________________________ 
 
13.1.9 O pronome que não interfere na concordância: O rapaz que saiu é inteligente; 
Fui eu que fiz o texto; Fomos nós que fizemos o texto. 
 
13.1.10 O pronome quem faz com que o verbo concorde com o pronome ou com o 
substantivo que o antecede:Fui eu quem fez (fiz) o trabalho ontem. 
 
13.1.11 A união de dois pronomes com sentido partitivo mantém o verbo no singular, 
quando o núcleo da expressão está no singular: Qual de nós entregou o trabalho. 
 
Nota: o verbo aceita a concordância com o núcleo ou com o adjunto, quando a união 
de dois pronomes possui o núcleo no plural: Quais de nós entregaram (entregamos) o 
trabalho. 
 
13.1.12 A expressão um dos que leva o verbo para o plural (uso mais frequente) ou 
mantém o verbo no singular: Um dos que saíram (concordância mais recomendada). 
Um dos que saiu (concordância aceita por alguns gramáticos, mas pouco usada). 
Um dos rapazes que voltou (voltaram). 
 
Nota: quando o sujeito for iniciado por “nenhum dos que”, o primeiro verbo ficará no 
plural e o segundo, no singular. 
Nenhum dos que estiveram presentes ao encontro comentou o fato. 
 
13.1.13 A expressão mais de um mantém o verbo no singular. O plural ocorre se 
houver sujeito composto ou reciprocidade: Mais de um processo já foi liberado; Mais 
de um processo, mais de um relatório chegaram cedo; Mais de um advogado 
encontraram-se no corredor. 
 
13.1.14 Verbo pode ficar no singular ou no plural com o sujeito um e outro (e suas 
variações). Se houver reciprocidade, o plural se torna obrigatório. 
Um e outro delegado chegou (chegaram). 
Uma e outra menina se abraçaram na festa. 
 
Nota: recomenda-se que o verbo fique no singular com o sujeito nem um nem outro (e 
variações). 
Nem um nem outro chegou a tempo. 
Nem uma nem outra servidora conseguiu terminar o relatório. 
 
13.1.15 Verbo fica no singular com a expressão um ou outro com ideia de exclusão e 
vai para o plural com ideia de adição. 
Paula ou Isabela será escolhida a nova diretora. 
Brasília ou Lisboa me agradam. 
 
13.1.16 O verbo ser apresenta casos específicos de concordância. 
 
a) concorda com o sujeito quase sempre: 
A decisão é importante para todos. 
As decisões são importantes para todos. 
 
b) concorda com o predicativo se o sujeito for um dos pronomes isto, isso, aquilo, o, 
tudo, ninguém, nenhum ou expressão com sentido coletivo: Isso são horas de 
chegar; Aquilo são obrigações de todos; O que fiz foram pedidos sinceros; Tudo são 
sonhos; A maioria são pedidos impossíveis de serem realizados. 
 
Nota: alguns gramáticos aceitam a concordância com o pronome demonstrativo ou 
indefinido: Isso é horas de chegar; Tudo é sonhos. 
 
c) concorda com o predicativo se o sujeito for pronome interrogativo quem, que ou o 
que: Quem são os manifestantes de hoje? Que são decisões irreversíveis? O que 
foram aqueles anos todos. 
 
d) concorda com o predicativo se o sujeito ou o predicativo for pessoa ou pronome 
pessoal: Eu sou brasileiro; Tu és português; Nós somos pessoas; Sonhos somos nós. 
 
e) verbo ser impessoal concorda com o predicativo: É uma hora; São quatro horas. 
 
Nota: na indicação de dias do mês, se houver a palavra “dia”, o verbo fica no singular. 
Hoje é dia dez de dezembro. 
 
f) verbo fica invariável nas expressões é bastante, é muito, é pouco, é suficente, é 
mais, é menos, é nada ou é tudo para indicar quantidade, distância ou peso, o verbo: 
Dez milhões é muito; Dez milhões é pouco; Dez milhões é suficiente; Dois 
quilômetros é bastante; Dois quilos é muito. 
 
 
13.2 Concordância nominal 
 
Concordância nominal é a relação entre nomes que se relacionam. Teoricamente, os 
adjuntos adnominais (adjetivo, artigo, pronomes adjetivos, numerais) concordam com 
seu referente em gênero e número. Na prática, devemos tomar cuidado com alguns 
casos. 
 
13.2.1 Adjetivo posposto a substantivos concorda com o núcleo mais próximo ou com o 
conjunto. Se os substantivos forem antônimos, o adjetivo concorda com o conjunto. 
Para evitar dúvida de sentido em alguns casos, recomenda-se uso de adjetivo ao lado 
de cada substantivo. 
Comprei livro e revista nova (novos). 
Comprei revista e livro novo (novos). 
Recebi o processo e o código necessário (necessários). 
Conversei com a médica e o engenheiro brasileiro (brasileiros). 
Sinto por ele amor e ódio eternos. 
A diretora encaminhou à turma ofício antigo e petição antiga. 
_____________________________________________________________________Observações: 
a) se os substantivos apresentarem gêneros diferentes e houver concordância com o 
conjunto, haverá predomínio do masculino. 
 
b) se o adjunto admominal posposto a substantivos for pronome possessivo, a 
concordância deverá ser feita com o núcleo mais próximo. 
Este servidor selecionado por gosto e decisão sua teve ótimo desempenho. 
____________________________________________________________________ 
 
13.2.2 Adjetivo anteposto a substantivos concorda apenas com o núcleo mais próximo. 
Comprei novo livro e revista. 
Comprei nova revista e livro. 
Tenho por você elevada estima e consideração. 
Tenho por você elevado elevado respeito e consideração. 
 
Nota: se o adjetivo se referir a nomes próprios ou nomes de parentesco, a 
concordância será feita, obrigatoriamente, com o conjunto de substantivos. 
O Brasil cultua os feitos dos heroicos Tiradentes e Tomás Antônio Gonzaga. 
Conheci ontem as gentis irmã e cunhada de Paula. 
 
13.2.3 Em alguns casos, o adjetivo posposto a substantivos concorda obrigatoriamente 
com o mais próximo por questões semânticas. 
Touro e vaca leiteira me agradam. 
 
13.2.4 Adjetivo posposto a substantivos na função de predicativo do objeto concorda 
obrigatoriamente com o conjunto por questões semânticas. 
Considero o rapaz e a menina responsáveis. 
Julguei o relatório e o parecer perfeitos. 
Acho Maria e Patrícia lindas. 
 
Nota: se o predicativo do objeto aparecer anteposto aos substantivos, a concordância 
poderá ser feita com o núcleo mais próximo ou com o conjunto. No entanto, se indicar 
ideia de reciprocidade, a concordância deverá ser feita no plural. 
Considero responsável (responsáveis) o rapaz e a menina. 
Julguei perfeito (perfeitos) o relatório e o parecer. 
Acho linda (lindas) Maria e Patrícia. 
Ele encontrou aborrecidos Lucas e Pedro um com o outro. 
 
13.2.5 A expressão um e outro seguida de substantivo e adjetivo mantém o 
substantivo no singular e o leva o adjetivo para o plural. 
Um e outro deputado federais saíram. 
Uma e outra servidora públicas decidiram realizar o curso. 
 
13.2.6 Obrigado concorda com o referente. 
Homem diz obrigado e mulher diz obrigada. 
___________________________________________________________________ 
Observações: 
a) a expressão o meu muito obrigado é invariável. 
 
b) a expressão obrigado(a) eu é correta gramaticalmente ao ser empregada com o 
sentido de se sentir obrigado a alguém por favor prestado. 
______________________________________________________________________ 
 
13.2.7 Os termos mesmo, próprio, só, junto, anexo, incluso, bastante e meio, 
quando adjetivos, concordam com o referente. 
Eles mesmos saíram. 
Elas mesmas saíram. 
Nós próprios chegamos. 
Estou só. 
Estamos sós. 
A carta seguiu anexa. 
O livro seguiu anexo. 
Comprei bastantes livros. 
Bebi uma garrafa e meia. 
_________________________________________________________________ 
Observações: 
a) as expressões mesmo, só, bastante e meio são invariáveis quando advérbios. 
O juiz determinou mesmo a sentença. 
Eles só fizeram o trabalho hoje. 
Elas estão bastante tristes com o problema. 
Os funcionários ficaram meio chateados com a demora do pagamento. 
 
b) quando a concordância é feita com o termo gente, referindo-se a uma ou a mais 
pessoas, deve-se concordar com o gênero da pessoa a que se refere. 
A gente deve perguntar a si próprio (se for homem) se a decisão foi correta. 
A gente deve perguntar a si própria (se for mulher) se a decisão foi correta. 
 
c) recomenda-se não empregar a expressão em anexo na linguagem formal. 
 
13.2.8 O predicativo do sujeito fica invariável quando o sujeito não está determinado. 
Se o sujeito estiver determinado, concorda com ele: Água é bom; A água é boa; É 
proibido entrada; É proibida a entrada; É necessário reunião; É necessária a reunião. 
 
13.2.9 Dois ou mais adjetivos podem concordar com um mesmo substantivo e 
apresentam as seguintes possibilidades de concordância. 
As polícias civil e militar. 
As bandeiras brasileira e inglesa. 
As línguas francesa e italiana. 
As séries sétima e nona. 
As Turmas Quarta e Quinta foram convocadas. 
___________________________________________________________________ 
Observações: 
a) Ao repetir o artigo, o substantivo deve ficar no singular. 
A polícia civil e a militar. 
A bandeira brasileira e a inglesa. 
A língua francesa e a italina. 
A série sétima e a nona. 
A Turma Quarta e a Quinta foram convocadas. 
 
b) Pode-se, em alguns casos, colocar o substantivo após os adjetivos. Ao se repetir o 
artigo, o substantivo deve concordar com o núcleo mais próximo. 
A sétima e nona série (séries). 
A sétima e a nona série. 
A Quarta e Quinta Turma (Turmas). 
A Quarta e a Quinta Turma. 
 
c) Pode-se escrever juízes de 1º e 2º grau ou juízes de 1º e 2º graus. 
_________________________________________________________________ 
 
13.2.10 O termo alerta na função de advérbio é invariável. 
Os alertas soaram (substantivo). 
Todos estão alerta (advérbio). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
Pontuação 
 
 
A pontuação é de fundamental importância no estudo do idioma. Ela é formada por 
sinais gráficos que facilitam a leitura e a compreensão do texto. O uso adequado dos 
sinais de pontuação exige conhecimento de sintaxe, semântica e estilística. 
As orientações para o uso de sinais de pontuação não são uniformes. Há critérios 
estilísticos aceitos por alguns gramáticos e não aceitos por outros. Abordaremos o 
assunto de forma prática e indicaremos as observações necessárias. 
 
14.1 Ordem direta e ordem indireta 
 
Cada idioma apresenta sequência sintática específica na estrutura da frase. A língua 
portuguesa estrutura da seguinte forma (ordem direta): sujeito, verbo, complemento 
verbal, adjunto adverbial. Observe exemplo. 
O rapaz enviou o livro ao pai ontem. 
 
Caso se altere a sequência da estrutura, a gramática classifica como ordem indireta. O 
deslocamento de uma função sintática ocorre geralmente por recursos estilísticos ou 
semânticos. Observe exemplo. 
Ontem, o rapaz enviou o livro ao pai. 
O rapaz, ontem, enviou o livro ao pai. 
 
14.2 Quando não empregar pontuação 
 
a) A ordem direta sintática (sujeito, verbo, complemento verbal, adjunto adverbial). 
A instituição finalizou o projeto ontem . 
O magistrado escreveu o texto em casa. 
O jornalista enviou as perguntas ao político no início da semana. 
 
Observe exemplos em ordem direta com períodos longos e sem a presença de vírgula. 
 
A empresa citada no processo opôs embargos de declaração contra acórdão da 3º 
Turma deste Tribunal. 
 
Desenvolver o ensino fundamental e médio com qualidade constitui a principal meta do 
atual ministro da Educação. 
 
A legislação brasileira em vigor dispõe que o consumidor é toda pessoa física ou 
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
 
Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o 
desenvolvimento sustentável. 
 
Nota: não se usa vírgula entre sujeito e predicado; entre verbo e seus complementos; 
entre nome e complemento nominal; entre nome e adjunto adnominal. Erro muito 
comum é incluir vírgula com objeto indireto deslocado entre o verbo e o objeto direto. 
Observe. 
A Constituição Federal conferiu, à legislação ordinária, outras competências 
(inadequado). 
A Constituição Federal conferiu à legislação ordinária outras competências (adequado). 
 
b) Ordem direta com verbo de ligação e predicativo também não requer pontuação. 
Isabela é bonita. 
Lisboa permanece exuberante durante o inverno. 
 
c) voz passiva não requer pontuação. 
O livro foi lido por Lucas. 
 
d) Inversão de sujeito, verbo ou complemento verbal não requer uso de pontuação. 
Leu o livro Paula. 
Foram opostos embargos de declaração pela Agência Nacional de Petróleo. 
Esclarece o assunto a legislação brasileira. 
 
14.3 Uso da vírgula 
 
14.3.1 Separar termoscoordenados de uma construção. 
O relatório apresentou informação inadequada, pouca novidade, nomes incompletos. 
João, Maria, Pedro saíram. 
 
14.3.2 Separar o vocativo. 
Senhor, gostaria de que me visitasse algumas vezes. 
Por todo o exposto, Senhor Desembargador Presidente, nego provimento ao recurso. 
 
14.3.3 Separar o aposto explicativo. 
O meu antecessor, desembargador José da Silva, foi relator no acórdão. 
Minha mãe, Lígia, chegará amanhã. 
 
14.3.4 Separar palavras ou expressões interpositivas: por exemplo, ou melhor, isto é, 
por assim dizer etc. 
Ela precisava de duas cartas, ou melhor, três.
 
Ela não falou, isto é, falou pouco. 
 
14.3.5 Indicar elipse do verbo. 
João tem 30 anos; Maria, 26. 
 
14.3.6 Separar a localidade da data. 
Brasília, 16 de junho de 2015. 
 
14.3.7 Separar a oração adjetiva explicativa. 
Minha esposa, que é psicóloga, nasceu em Brasília. 
 
O presidente do STF, José da Silva, já votou (ideia explicativa, pois existe apenas um 
presidente no STF). 
 
14.3.8 Pode ocorrer vírgula antes da conjunção e em alguns casos: 
a) orações com sujeitos diferentes (facultativo). 
Josebaldo saiu, e Josebalda leu o livro. 
 
b) ideia adversativa ou conclusiva (indicada). 
Ela saiu, e já voltou. 
Ela estudou muito o ano inteiro, e passou em primeiro lugar. 
 
c) polissíndeto (facultativa). 
E cantava, e pulava, e corria. 
 
d) para enfatizar o último elemento de uma coordenação. 
Comprei um livro, uma revista, e um carro. 
 
e) antes de e vice-versa. 
Ele nunca presenteou a esposa, e vice-versa. 
 
f) antes das expressões e nem, e nem ao menos, e nem sequer. 
Ela não sabe falar inglês, e nem sequer bem o português. 
 
Nota: a conjunção nem expressa ideia aditiva e não há necessidade de incluir vírgula 
anterior. Alguns autores indicam o uso da vírgula se houver repetição do termo. Nos 
dois casos, o uso é estilisticamente opcional. 
Ela não soube explicar nem se esforçou para fazê-lo. 
Nem soube explicar, nem se esforçou para fazê-lo. 
 
14.3.9 Ideia adversativa, conclusiva ou explicativa. 
Ela estudou muito, porém não passou. 
Ela estudou muito, portanto passou. 
Ela passou no concurso, pois já está trabalhando no órgão público. 
 
____________________________________________________________________ 
Observações: 
a) deve-se empregar vírgula para separar a expressão e não ao indicar ideia 
adversativa. Se a ideia for aditiva, não haverá vírgula 
Cabe ao departamento decidir os projetos atuais, e não os projetos do próximo ano. 
Ele afirmou conhecimento do caso citado hoje, e não dos fatos relatados ontem. 
A informação chegou apenas hoje e não há tempo hábil para convocar reunião (ideia 
aditiva). 
 
b) deve-se empregar vírgula para separar a expressão e sim. 
Não cabe ao departamento decidir os projetos do próximo ano, e sim os projetos 
atuais. 
Ele afirmou desconhecer os fatos relatados ontem, e sim os fatos do caso citado hoje. 
 
c) na expressão mas sim, a conjunção mas deve ser separada por vírgula do trecho 
anterior; já a expressão sim pode estar separada por vírgulas ou não. 
Não cabe ao departamento decidir os projetos do próximo ano, mas, sim, os projetos 
atuais. 
Não cabe ao departamento decidir os projetos do próximo ano, mas sim os projetos 
atuais. 
____________________________________________________________________ 
 
14.3.10 Na ordem indireta, temos as seguintes situações: 
a) sujeito ou objeto deslocado não pedem vírgula. 
Chegou o relatório ontem. 
É importante que ela volte. 
 
b) se houver pleonasmo representado por nome e pronome, haverá vírgula. 
O livro, o deputado comprou-o. 
 
c) pode-se colocar vírgula com o objeto anteposto seguido de sujeito. 
O livro, o deputado comprou. 
 
d) predicativo do sujeito deslocado pede vírgula. 
Paula, bonita, saiu. 
Bonita, Paula saiu. 
Insatisfeita com a proposta, a funcionária deixou a empresa. 
A funcionária, insatisfeita com a proposta, deixou a empresa. 
 
e) Adjunto adverbial deslocado pede vírgula quando se deseja enfatizá-lo. Orações 
adverbiais e adjuntos adverbiais longos deslocados devem se separados por vírgula. 
Ontem, ela me trouxe o livro (vírgula facultativa). 
Quando ela chegou ontem, fiquei feliz. 
O museu, durante muito tempo, ficou fechado. 
Por meio do agravo de 14/11/2013, a União pede a reforma da decisão. 
Na sua acepção mais elevada, a religião é essencial ao ser humano. 
O juiz, na primeira parte do interrogatório, fará indagações. 
Ao examinar o caso, o juiz deve levar em conta diversos fatos. 
__________________________________________________________________ 
 
14.3.11 Separar os elementos de uma obra. 
Português Jurídico, 10ª edição, p. 184. 
 
14.3.12 Separar o autor da obra. 
Machado de Assis, Dom Casmurro. 
 
14.3.13 Destacar palavras ou expressões isoladas. 
Atitude, não apenas palavras, é o que quero. 
 
14.3.14 Separar palavras repetidas. 
Quero ficar com você juntinho, juntinho. 
 
14.3.15 Separar elementos de um provérbio. 
Tal pai, tal filho. 
 
14.3.16 Após sim ou não em respostas. 
Sim, sou feliz. 
 
14.3.17 Conjunção ou 
A vírgula antes da conjunção ou repetida em termos ou orações coordenadas é 
estilística. Assim, alguns autores recomendam e outros não. 
Ou estuda o assunto profundamente ou contrata um especialista. 
Ou estuda o assunto profundamente, ou contrata um especialista. 
 
14.3.18 A expressão etc. apresenta uso facultativo de vírgula. Muitos gramáticos não 
recomendam tal vírgula. 
Ele citou o direito à remuneração, ao descanso, à qualidade de vida (,) etc. 
 
 
14.4 Ponto e vírgula 
 
14.4.1 Quando há omissão da conjunção na ideia adversativa, conclusiva ou 
explicativa. 
Minha casa não é grande; a sua casa é imensa. 
 
14.4.2 Quando ocorre descolamento da conjunção na oração coordenada. 
Minha casa não é grande; a sua casa, porém, é imensa. 
 
Nota: pode-se escrever também usando vírgula entre as orações. 
Minha casa não é grande, a sua casa, porém, é imensa. 
 
14.4.3 Entre orações coordenadas que já possuem vírgula em seu interior. 
Minha casa não é grande; porém a sua casa, imensa. 
 
No exercício de 2004, as varas federais comuns julgaram 150.000 processos; as varas 
dos juizados, 140.000; as turmas recursais, 24.000. 
 
Nota: pode-se escrever também usando vírgula se as orações forem pequenas e não 
comprometer a clareza. 
Minha casa não é grande, porém a sua casa, imensa. 
 
14.4.4 Separar termos coordenados em coluna. 
A ONU determinou as seguintes ações: 
a) campanha mundial para arrecadar alimentos; 
b) participação de todas as nações para arrecadar recursos financeiros; 
c) envio de médicos voluntários ao local da tragédia. 
 
14.4.5 Separar expressões ou orações coordenadas longas. 
Ser ético é ser íntegro em seus princípios; ser intolerante com corrupção; ser exemplo 
por meio de sua atitude; ser sábio em suas decisões. 
 
 
14.5 Uso de dois-pontos 
 
14.5.1 Antes de uma citação direta. 
Visto que ninguém nada declarasse, o juiz indagou: 
– Afinal, o que houve no dia do crime? 
 
14.5.2 Antes ou depois de enumeração. 
Comprei três coisas: livros, revistas, jornais. 
Livros, revistas, jornais: tudo o que quero. 
Na audiência, o advogado evocou a cena do crime: o menino, o carro, os cavalos, o 
grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível para tirar a vida do vizinho. 
 
14.5.3 Antes de ideia explicativa ou conclusiva. 
Sei apenas isto: nada sei. 
Ela estudou, estudou, estudou: passou em primeiro lugar. 
O juiz determinou o seguinte: que ninguém abandonasse os princípios da equidade. 
Não importa a motivação, o crime contra a vida absorve todos os demais: o Tribunal 
competente é o do Júri, conforme estipula a Carta Magna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Vocabulário ortográfico da língua 
portuguesa. 3. ed. Rio de Janeiro: A Academia, 1999. 
 
ALMEIDA, Napoleão Mendes de.

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