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11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 1/24 Unidade 4 - Projeto: a globalização como temática de história e geografia Ivan Canovas Iniciar Introdução Nesta última unidade, vamos discutir a questão da prática pedagógica, tendo como pano de fundo das re�exões a questão central da Didática. Qual seria ela? Na realidade, tal questão ainda está vinculada à grande pergunta e proposta de Comenius: como ensinar tudo a todos? Não nos esqueçamos de que a lógica da Didática é a produção da aprendizagem (nos alunos) mediante a processos de ensino previamente planejados. Quando falamos de Didática, somos conduzidos a focar no ensino escolar. O ensino instigado na escola e que, portanto, solicita planejamento. No entanto, cada vez mais, sabe a Didática que, ao planejar o ensino, é esperada determinada aprendizagem. Ou seja, planeja-se o ensino na intencionalidade da aprendizagem futura do aluno. O grande desa�o da Didática tem sido a impossibilidade de controle ou previsão da qualidade e da especi�cidade das aprendizagens que decorrem de determinadas situações de ensino. Já dizia Sócrates: “o ensino é sempre mais que o ensino!”. A questão de Comenius, que reverbera na questão da Didática atual, é exatamente contraditória e instigante. Instigante, porque o planejamento do ensino, por mais e�ciente que seja, não poderá controlar a imensidão de possibilidades das aprendizagens decorrentes. Essas aprendizagens serão a base do próximo passo do ensino bem planejado! 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 2/24 As aprendizagens ocorrem entre os múltiplos ensinos inevitavelmente presentes na vida das pessoas, os quais competem com o ensino escolar ou o potencializam. Há sempre concomitância do ensino. Aí está o desa�o da Didática hoje: tornar o ensino escolar tão desejável e vigoroso quanto outros “ensinos” que invadem a vida dos alunos. Além disso, há o desa�o de compatibilizar esses “ensinos”, potencializá-los dialogando com eles. O ensino escolar, precisa, com a intervenção da Didática, tornar-se uma prática que se constitui nas trocas. Apesar dessas características e das di�culdades em conciliar o ensino com as condições de não controle da aprendizagem, ainda assim podemos considerar que as relações entre professor, aluno, currículo e escola impõe uma convivência tensa e contraditória entre o sujeito que aprende e o professor que se organiza e prepara as condições para ensinar. Basta imaginar o professor como desencadeador de processos de aprendizagem e “acompanhador” das possibilidades múltiplas de retorno de sua ação para perceber que o processo desencadeado produz novas aprendizagens, as previstas e outras não previstas, as desejadas e as não desejadas. En�m, como na vida, o que decorre da ação de um bom ensino serão sempre situações imponderáveis! O importante é acompanhar, vigiar, recompor e readequar o planejamento inicial. Essa dinâmica vai desencadeando situações desa�adoras, intrigantes e exigentes para os alunos aos retornos que eles produzem, misturando vida, experiência atual e interpretação de desa�os que se apresentam. É a marca da identidade do processo de ensino e aprendizagem, visto a sua complexidade e amplitude. Assim, cabe à Didática planejar e sistematizar a dinâmica dos processos de aprendizagem. Ou melhor, caminhar no meio de processos que ocorrem para além dela, a �m de garantir o ensino de conteúdo e práticas tidos como fundamentais para aquela etapa da formação do aluno e, mediante a este processo, fomentar nos sujeitos mecanismos que poderão quali�car/redirecionar as novas aprendizagens de outras fontes, de outros mundos, de outras lógicas, para incorporá-las na qualidade de seu processo de ensino e na ampliação daquilo que considera necessário para o momento pedagógico do aluno. Sabe-se do caráter circunstancial dos conteúdos de aprendizagem levados em conta em determinado momento pedagógico. No entanto, a expectativa é que a seleção de práticas seja cada vez mais ampliada e qualitativamente diferenciada, de forma que o ensino seja mais ensino/leitura do mundo e cada vez menos ensino/informação do mundo, isto é o que objetiva a nova Base Nacional Comum Curricular. Quais práticas pedagógicas possibilita à Didática dar conta da complexidade da tarefa de ensinar em meio a redes educativas cada vez mais emaranhadas e impregnantes? E a�nal, o 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 3/24 que são práticas pedagógicas? O que são projetos baseados na Base Nacional Comum Curricular? Isto será respondido ao estudarmos a unidade 4, que tratará dos seguintes assuntos: Atividade ExtraClasse - Novas práticas; Planejamento dos projetos sobre globalização integrando Geogra�a e História; Apresentação dos projetos sobre globalização integrando Geogra�a e História - Novas práticas; Apresentação dos projetos sobre globalização com conteúdo que integram História e Geogra�a - Novas práticas. Vamos procurar entender e estudar mais afundo cada um dos tópicos acima. 1. Atividades extraclasse - novas práticas Estas laudas foram elaboradas com base nas re�exões sobre a maneira como pensamos e enxergamos a visão do movimento de sala de aula, orientando o trabalho do professor em diferentes etapas da escolarização básica. Acertos que sedimentaram a convicção de que todos nós, adultos e crianças, somos muito mais criativos do que pensamos ou parecemos ser. O “por quê” e o “como fazer” um trabalho criativo nos primeiros anos do Ensino Fundamental e Educação Infantil por meio da integração de conteúdo das diferentes áreas dos saberes- Geogra�a, História, Matemática, Língua Portuguesa, Educação Física, Ciências e Arte- são o nosso principal objetivo. No desenvolvimento desta proposta, consideramos os princípios norteadores apontados nas Diretrizes (BRASIL, 1998) como fundamentos para prática pedagógica na escola: Princípios éticos da autonomia, responsabilidade, solidariedade e respeito ao bem comum; Princípios políticos dos direitos e deveres da cidadania, do exercício de criticidade e do respeito à ordem democrática; Princípios estéticos da sensibilidade, criatividade e diversidade de manifestações artísticas e culturais; Tais princípios indicam a necessidade de repensar os espaços e os tempos vivenciados pelas crianças, pois os conteúdos de ensino devem servir como meios para incorporação das dimensões políticas, éticas e estéticas, tão importantes para formação do cidadão do século XXI. É importante trabalhar com atividades relacionadas ao cotidiano das crianças e a interação entre elas, pois, como a�rmei em trabalho anterior” [...] ao partilhar do mesmo tempo e espaço, a criança constrói estratégias para o enfraquecimento de situações cotidianas referentes a valores, hábitos, conhecimento, entre outros [...] (Moura, 2008, p.11) 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 4/24 Por meio dos espaços e tempos vivenciados pelas crianças, propomos a articulação entre as áreas do conhecimento com o objetivo de pensar o real como resultado da síntese de dois mundos distintos: o sensível e o intelectivo. “O campo sensível é o terreno dos sentidos (a visão, o tato, o olfato, a audição, etc.) e da percepção (as sensações reunidas numa única imagem em nossa mente). O campo do intelectivo é o terreno do pensamento e dos conceitos. Esses dois campos interligam através de nossas práticas. Através da sensibilidade captamos as nossas coisas da realidade circundante e as transportamos na forma de sensações até dentro de nós, à nossa mente. Em nossa mente, essas sensações são reunidas na reprodução dos objetivos do mundo externo na forma de imagem. Forma-se, assim, uma primeira síntese da realidade do mundo, que é o senso-percepção” (Moreira, 2007, p.106) . Entre o mundo sensível e o intelecto se poderá repensar o trabalhocom as crianças, fornecendo-lhes ferramentas para o desenvolvimento de habilidades com vista a conquistar níveis de excelência cada vez melhores em relação àquilo que estão aprendendo. Daí a necessária pergunta epistemológica: o que a criança sabe sobre a realidade? A questão é pertinente visto que o desenvolvimento do conhecimento do qual todos precisam se apropriar não é a cópia da realidade, mas o pensar em mudar a situação aparente que vivem. Por esta razão, o movimento operatório busca iniciar suas discussões e debates abstraindo do aluno o que sabem e o que trazem acerca de determinado assunto a ser debatido e discutido em aula, como foi debatido no capítulo anterior a BNCC. Vem por base trabalhar a visão de uma nova escola, de uma nova sala de aula, de um novo professor. Nesta unidade veremos maneiras pelas quais esta educação pode ser construída signi�cativamente. Nesse sentido, a realidade, ou seja, o que existe em si, não pode ser confundido com a ideia (e os conceitos) que se constrói sobre essa mesma realidade, porque, muitas vezes “ [...] tomamos a ideia pela realidade, a ideia das coisas, confundindo a leitura com as próprias coisas. [...] E isso pela simples razão de que são nossas ideias que formam o que chamamos de mundo e orientam nossas práticas”. Nesse processo, “raramente nos damos conta de que em cada canto trabalhamos as coisas reais a partir das suas ideias. Isto é, com a representação que temos do real” (Moreira, 2007, p.105). “Duas consequências podem advir dessa nossa confusão da relação entre a ideia e o real: dispensamos o real, tomando por real a ideia, ou dispensamos a ideia a título de que não é o próprio real. No primeiro caso, absolutizados verdades. No segundo, caímos no empiricismo. Em ambos os casos, dissolvemos a possibilidade da re�exão crítica do conhecimento” (Idem, p. 106) Espaço e tempo são conceitos essenciais para a criança “[...] em seu processo gradativo de apreensão do mundo, pois, na medida em que ela cresce, percebe que o espaço é social e se transforma com o passar do tempo, produzindo uma história da qual faz parte” (Moura, 2007, p.102). A construção desses conceitos deve permear os conteúdos das diferentes áreas do conhecimento, e não �car restrito ao trabalho com as ciências sociais ou naturais. Assim, é importante entender como a criança constrói tais conceitos e como estes podem contribuir 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 5/24 para um trabalho integrado na escola. Problematizar a aula é uma tarefa árdua por parte dos professores e o mesmo deve-se fazer isto por meio de situações provocativas que levem o aluno a uma re�exão maior, a conclusões providas de suas próprias experiências educacionais em contato com o mundo que o cerca. “Geralmente, é somente nas séries iniciais do Ensino Fundamental que as relações topológicas tornam-se mais completas e a criança passa a dominar as relações projetivas e euclidianas. A percepção do espaço vai se modi�cando e dando origem ao espaço representativo, que substitui a ação por símbolo, permitindo-lhe pensar sobre um determinado espaço, sem, contudo, tê-lo vivenciado. Entendemos, então que a estruturação espacial (tomada de consciência da criança em relação à localização dos objetos, pessoas, entre outros, no espaço) inicia-se pelas ações no nível concreto (construção do espaço perceptivo) que ocorrem pela interação da criança com o seu meio e, progressivamente, vão alcançando níveis mais abstratos (espaço representativo), o que não está totalmente relacionado com a faixa etária, mas sim, com a vivência de cada uma” (Idem, p.93) . O tempo deve ser trabalhado de forma gradual e contínua, pois se trata de um conceito bastante abstrato e complexo para as crianças nos primeiros anos do Ensino Fundamental e ao longo do tempo ele vai se solidi�cando, por esta razão a construção do conhecimento deve ser signi�cativa, não primamos o exagero de conteúdos, mas sim a construção no processo de aquisição do conhecimento, buscando assim formar o aluno pesquisador aquele que constrói o seu conhecimento mediado pelos seus mestres. “É importante desenvolver em primeiro lugar, a ideia de que há um tempo passado, ao qual pode ser ligado algum acontecimento da vida criança: seja no passar do seu tempo cotidiano ou das etapas de sua vida. Posteriormente, a partir da relação presente/ passado introduzimos as noções de mudanças, permanências e transformações, paralelamente às noções de ordenação/ sucessão, duração e simultaneidade, as quais possibilitaram um trabalho com as relações temporais, como: antes, depois, mais velho, mais novo, durante, ao mesmo tempo, bem como, a localização cronológica do tempo” (Moura, 2007, p. 94) . Para melhor encaminhamento metodológico no processo de alfabetização desde a Educação Infantil até os primeiros anos do Ensino Fundamental, não podemos valorizar somente a língua portuguesa e a matemática em detrimento das demais áreas do conhecimento. Mediante ao trabalho integrado, é possível envolver as crianças em um universo rico de possibilidades de aprendizagens, ajudando-as a perceber a escola como um lugar no qual se aprendem “coisas legais” para a vida. Na escola, a criança pode viver uma grande experiência e enxergar esse espaço como uma ponte para unir pessoas na construção coletiva de um mundo melhor, por esta razão propomos por meio desta disciplina uma valorização que busque construir um currículo integrado e signi�cativo para o aluno, como já aprendemos estudar as nuances da história e da geogra�a me possibilita abrir horizontes, visto que tais disciplinas possuem em seu cerne formar o aluno critico, objetivo e criativo. Para a construção dessa proposta pautamos também nos pilares da Educação para o século XXI, proposto pelo relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) coordenado por Jacques Delors (1999), que defende a Educação numa 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 6/24 perspectiva holística: “A educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permite navegar através dele” (Delors 1999, p. 89). Em defesa de uma educação que abarca o indivíduo na totalidade, Delors apresenta um modelo fundamentado no desenvolvimento de aprendizagens fundamentais: Aprender a conhecer, que revela o processo de abertura do conhecimento em múltiplas dimensões; Aprender a fazer, que pretende despertar para a ousadia, coragem de correr riscos e de considerar o erro como parte do conhecimento; Aprender a conviver, que desperta para a necessidade de compreensão do outro, de respeito ao pluralismo e da habilidade para gerir con�itos na realização de projetos comuns; Aprender a ser visto talvez, como o mais importante, por explicar aí a necessária autonomia, discernimento e responsabilidade social do cidadão no mundo. As propostas a apresentadas, levam em conta as premissas trazidas no capítulo anterior e que podem ser aplicadas desde a Educação Infantil ao Ensino Médio, desde que aprofundadas e/ou adaptadas ao plano de curso do professor, às necessidades das crianças e adolescentes e à realidade (espaço-tempo) em que a escola chave busca: observar, ouvir, falar, experimentar, concentrar-se e aprender. Não apresentamos um roteiro de aula e conteúdo a ser trabalhado como se fosse um receituário pedagógico, mas sim, possibilidades de dialogar com as áreas dos saberes pautados em disciplinas como (geogra�a, história, matemática, língua portuguesa, ciências, educação física- movimento- e artes, etc), por meio da cotidianidade do saber fazer em sala de aula, “experienciar” a aula é o que garante o sucesso desta metodologia interdisciplinar, que tanto é buscada pelo professor. Por esta razão faz-se necessário o trabalho em relação a construção de registros escritos, sistematização de pensamentose amadurecimento de conceitos e ideias, lapidadas pelo professor de modo a ser construída, não como conceito pronto e acabado como temos em uma perspectiva tradicional de ensino, mas em uma visão onde o construir deve ser respeitado e colocado em xeque a todo momento, trabalhar na perspectiva do movimento operatório é ter a consciência que estamos o tempo todo em construção respeitando os saberes trazidos pelo meu aluno em sala de aula, a aula deve ser pautada em debates, registros, análises, construções grá�cas, alinhamentos de mapas conceituais (metais), feedbacks construtivos e avaliativos de tudo o que se é discutido na mesma, contextualizar é parte fundamental desse processo de ensino. 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 7/24 Como mencionado anteriormente não é a quantidade de conteúdos que garantirá o sucesso pedagógico do aluno, mas a maneira como este conteúdo foi trabalhado, discutido, construído, registrado e aplicado pelo mesmo de uma forma de vivências, para que seja signi�cativo e jamais esquecido, esta maneira de “dar a aula”, pode ser uma boa saída para se atender às novas necessidades trazidas pela Base Nacional Comum Curricular. 1.1. Processos construtivos de aprendizagem Pensar numa proposta didática voltada desde a Educação Infantil ao Ensino Médio na visão sociointeracionista e/ou construtivista, implica em mudanças no processo educativo no interior da escola tanto nos aspectos mais pragmáticos, metodológicos e relativos ao conteúdo quanto na discussão mais ampla da concepção de criança e infância num conceito epistemológico, isto acaba sendo algo primordial para construção de currículos que consigam atender a Base Nacional Comum Curricular. Para pensar na educação da criança, é necessário ter em vista, então a concepção de quem é essa criança? Não é porque estamos falando da entrada da criança na escola que vamos descaracterizá-la, deixando-a de ver como criança e tornando-a aluno. Daí decorre o erro de escolarizar precocemente essa criança, tendo em vista sua entrada no universo escolar, erro esse cometido com frequência veemente na antecipação da escolarização básica acontecida anteriormente, na ampliação do tempo de Ensino Fundamental de oito para nove anos. Ao conversarmos com diversos professores muitos, não veem como bené�co essa antecipação, pois com o advento da lei, as escolas não tiveram tempo hábil para se prepararem e receberem esses alunos, e o que temos hoje é um alto índice de alunos mal preparados no Ensino Fundamental a caminho do Ensino Médio, podemos averiguar isso por meio de pesquisas oriundas do próprio governo, apresentando os índices de escolarização básica, onde o Brasil ocupa o 63º lugar em um ranking de 75 escolas participantes da avaliação internacional, escolas avaliadas pelo PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes). Acreditamos que não é possível permanecer utilizando as mesmas propostas da Educação Infantil ao Ensino Médio, levando em conta a apresentação destes dados, pois esta se con�gura com uma rotina diferenciada da escola que almejamos. Se faz necessário fazer uma seleção do que é “relevante” como conteúdo escolar, considerando a idade e o desenvolvimento da criança de 1º ano do Ensino Fundamental. A seleção de alfabetização conduzirá a uma inteira mudança na concepção de conteúdo escolar como é visto pela escola hoje, para que ela seja realmente efetiva e atinja os resultados que busca alcançar. 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 8/24 Neste sistema de ensino é necessário considerar as descobertas mais recentes da psicologia e da epistemologia, que colocam a questão da aprendizagem e, portanto, do conhecimento, não apenas num âmbito absolutamente novo, mas também como fator central da educação. Compreender de que maneira se dá o processo de conhecer qual o papel do sujeito cognoscitivo e do objetivo, as estruturas de semelhanças (similitudes) e as diferenças... isso transforma radicalmente a maneira de pensar a escola e a aprendizagem. Uma educação voltada à criança nessa faixa etária se destina a favorecer o desenvolvimento e a aprendizagem do mesmo. Seus objetivos, atividades e conteúdos devem ser pautados em sua teoria. Na proposta didática da BNCC, eles serão inspirados na teoria sociointeracionista. As estratégias e os procedimentos pedagógicos empregados na execução dessa proposta didática prevê as trocas signi�cativas, onde ao apresentar os objetos do conhecimento os coloca como guias de orientação, para que a escola ao se pautar nesses guias consigam construir o seu currículo real de forma signi�cativa, bem como a atitude do professor responsável por ela, devem re�etir coerentemente os pressupostos da teoria, conseguindo assim respeitar aquilo que se é proposto por lei, estando em consonância com a BNCC. 2. Planejamento dos projetos sobre globalização integrando geografia e história Embora o planejamento possa ser considerado como uma extensão do pensamento marxista, na medida em que estava nele implícita a possibilidade de conferir ao Estado herdado do capitalismo um papel destacado na organização das tarefas associadas à transição ao socialismo, foi somente no período da Nova Política Econômica, início dos anos de 1920, que o planejamento se integrou ao arsenal do Estado soviético. Na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), inspirado na experiência do exército revolucionário advinda da luta contra a burguesia e contra os inimigos externos, e apoiado pelos estudos que vieram a constituir a metodologia de balanço intersetorial (matriz de insumo-produto), o planejamento logo se a�rmou como instrumento de organização da economia socialista. Dado estes fatos, percebemos que o planejamento, possui uma importância essencial para organização e demanda em uma Instituição ou ação que envolva tomada de decisões. Em um âmbito acadêmico utilizamos o planejamento como instrumento de ideias onde são pensadas as estratégias para que sejam registradas no plano de aula. 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 9/24 Se pensarmos na rotina escolar, o planejamento marca o início de um trabalho diário, pois trata-se de um movimento onde os alunos, juntamente com o professor, decidem o que vai ser feito naquele dia e qual a sequência que as atividades que deverão seguir, mas para se chegar a este nível se faz necessário que o professor construa as suas ações em um campo hipotético para que junto com a sala de aula ele as ponha em prática. O professor pode organizar seu o planejamento diário, por exemplo, pendurando as atividades que serão desenvolvidas durante o dia, espécie de varal pedagógico, proposta feita para este tipo de trabalho. O planejamento diário consta no planejamento semanal do professor, que de preferência deve ser compartilhado com os alunos, dia a dia. Ao evidenciar com os alunos as atividades do dia, o professor pode solicitar aos mesmos atividades das quais gostariam que passasse a fazer parte desta rotina, por exemplo. Ao �nal de cada atividade o professor vira o cartaz, e assim, os alunos vão percebendo a duração e a ordem de sucessão das atividades que serão realizadas. Agindo assim, os alunos �cam menos ansiosos em saber o que mais tem a ser feito durante seu dia e também conseguem se organizar para acompanharem os professores nas atividades que possivelmente serão propostas. Portanto, o planejamento do dia tem por �nalidade principal possibilitar ao aluno a oportunidade de re�etir antes de agir e também perceber a duração e a ordem das atividades que serão realizadas e, consequentemente, estruturar a noção de tempo. Já o planejamento didático é uma importante ferramenta de organização e envolvimento do professor para com o aluno, ele se compromete por meio desses registros a trabalhar com os alunos de maneira coerente, fazendo-osre�etir e agir de forma crítica, argumentativa e re�exiva. 2.1. Ações básicas para o desenvolvimento do trabalho didático Todas as ações devem basear-se nas características do nível do desenvolvimento da criança. A criança não deve ser adaptada ao conteúdo, e sim, o conteúdo deve ser transformado em algo prazeroso a ser trabalhado com essa criança; A matemática funciona como o “conteúdo” básico para maior número possível de ações, ou seja, uma forma de pensar, tornando-se a estrutura de todas as atividades (situações- problemas); 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 10/24 As ações representadas (matrizes) devem ter por base a unidade. Todas as ações devem ser representadas gra�camente. Deve-se explorar o vocabulário e os conteúdos especí�cos de temas trazidos pelo material a ser trabalhado com os alunos; A unidade permite um sentido geral para o trabalho e favorece a criação de um bloco temático, organizando a ampliação sistemática do vocabulário do aluno, aumentando repertório e conhecimentos especí�cos e gerais sobre diferentes temáticas. O estudo do espaço e do tempo é contemplado pelas unidades que serão desenvolvidas com as turmas; As ações não possuem um sentido em si mesmas, salvo no exercício do período sensório- motor (como proposto na fase de desenvolvimento de Piaget). Assim, deve-se conferir sentido as atividades propostas. Esse sentido é conferido pelas unidades trabalhadas. Não existe recortar por recortar, desenhar por desenhar. Recortam-se os animais, os brinquedos, etc. Desenha-se a casa, a escola, o brinquedo, etc. Escreve-se aquilo que se é debatido e discutido em aula com o professor, registros com signi�cados; As atividades que o aluno deve fazer diariamente na escola constituem as ações básicas. Elas preparam a infraestrutura para as ações mais complexas nas operações concretas e são constituídas pelo esquema de assimilação típico de cada estágio do desenvolvimento infantil; Cada idade tem um tempo de duração, os melhores indicadores de duração é a concentração e o interesse do aluno pela tarefa desenvolvida, por esta razão ela deve ser sempre estimulante, o professor deve ser criativo ao planejar suas tarefas; O objetivo do primeiro ano do Ensino Fundamental é muito mais que alfabetizar. Não se pode dedicar todo o tempo escolar a essa atividade, mesmo porque ela é um mero conhecimento prático facilmente aprendido quando outros aspectos da inteligência se desenvolvem bem; A leitura é parte da função semiótica, e não ela inteira. Dramatizar ou desenhar é tão importante quanto aprender a ler e a escrever; É importante que os trabalhos propostos sejam articulados por meio de brincadeiras, dinâmicas de grupo, jogos de cooperação e ofertas de materiais diversos, assim como a exploração das diferentes linguagens (verbal, corporal, plástica e musical). Todas as orientações previstas para o planejamento são �exíveis e adaptativas à realidade em que forem inseridas, viabilizando maior agilidade do trabalho nas diferentes etapas do ensino, estas foram apenas algumas das propostas colocadas para os professores para o desenvolvimento desta tese. O professor deve levar em consideração a singularidade do aluno e o seu grupo sociocultural, o incentivo e o respeito às diferentes formas de expressão e a oferta de recursos possíveis e necessários é o que garantirá o sucesso do meu trabalho. 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 11/24 2.2 Cenário de mudanças: metodologias ativas de educação O mundo está em processo constante de mudanças. Mudanças sociais levam a mudanças na educação. Pode-se pensar que, em uma época em que o acesso à informação era algo difícil, uma escola que reservava ao professor o papel de apresentar os conteúdos fazia um certo sentido. Mas hoje, com as novas tecnologias, a informação está muito mais acessível, e assim, o papel do professor mudou frente a este cenário. Criar um ambiente onde os alunos possam assumir o protagonismo da ação educativa, de forma prazerosa e motivadora, é o grande desa�o da educação na escola atual. E alguns caminhos já existem. As metodologias ativas propõem justamente isso, priorizar o envolvimento do aluno, com estratégias interdisciplinares alinhadas a instrumentos de cunho tecnológico. As metodologias ativas trazem como premissa a ideia de planejar, aplicar e desenvolver atividades baseadas em processos ativos de aprendizagem, de forma individual e em grupo, discutindo a importância da motivação no processo de ensino e aprendizagem, pensando métodos de avaliação e aprendizagens signi�cativas. Hoje o método ativo de aprendizagem tem sido amplamente divulgado em universidades estrangeiras e vem construindo diferenciais em instituições brasileiras que inseriram este referencial em sua organização metodológica, sobretudo em cursos superiores nas áreas de saúde (Abreu, 2009). O ser humano é capaz de partir da ideia de que, durante muitos séculos na educação escolar, o aluno foi considerado um ser passivo, que deveria receber a instrução provida de seu mestre. O professor era visto como detentor dos saberes e, assim, colocado como centro dos processos de ensino e de aprendizagem. Aliás, durante muito tempo, pensar em método de ensino se resumia a pensar sobre o “como” ensinar. Com os avanços da Didática e as in�uências de outras ciências também envolvidas nos processos pedagógicos, como a psicologia, por exemplo, a educação escolar passou a focar não apenas em como “ensinar”, mas antes disso, em como as pessoas aprendem. Eis um ponto importante nessa nova era a ser estudado: as metodologias ativas nascem justamente desse olhar investigativo sobre como as pessoas aprendem para a, partir daí, pensar em como ensinar. A�nal, estamos compreendendo, que conforme a�rmado por Paulo Freire (1987), “não há docência sem discente”. 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 12/24 Cabe destacar que sua essência não se constitui em algo novo, pois, ainda segundo Abreu (2009), o primeiro indício dos métodos ativos encontra-se na obra “Emílio” de Jean Jacques Rosseau (1712-1778), tido como o primeiro tratado sobre �loso�a e educação do mundo ocidental e na qual a experiência assume destaque em detrimento da teoria. Vale mencionar que, na construção metodológica da Escola Nova, a atividade e o interesse do aprendiz foram valorizados, e não os do professor. Assim, Dewey, por meio do seu ideário da Escola Nova, teve grande in�uência nessa ideia ao defender que a aprendizagem ocorre pela ação, colocando o estudante no centro dos processos de ensino e de aprendizagem. No intuito de esclarecer o que se entende por uma abordagem pautada em metodologias ativas de ensino, apresenta-se a �gura a seguir (Figura 1), que sintetiza seus principais princípios. Figura 1: Princípios que constituem metodologias ativas de ensino - Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Na sequência, Ensino e Aprendizagem constituem algo diretamente interligado. Não é possível realizar o trabalho de ensino se não acontecer a aprendizagem. Conforme Saint-Onge (2001) “a signi�cação do ensino depende do sentido que se dá a aprendizagem, e essa signi�cação da aprendizagem depende das atividades geradas pelo ensino”. Segundo Moacir Gadotti (2000), as tendências pedagógicas presentes no século XXI, indicam que a característica central da concepção de educação é o deslocamento do enfoque individual para o enfoque social, político e ideológico na educação. Os questionamentos das metodologias tradicionais, entre outras, levaram-nos à criação e adoção de metodologias mais ativas, baseadas na problematização da realidade e na aprendizagem signi�cativa, defendida por Ausubel (2003), na busca de atingir objetivos claramente estabelecidos. As metodologias ativas são consideradas uma alternativa para as novas formas de ensino e aprendizagem,como iniciamos nossa discussão anteriormente, as mudanças trazidas pela nova Base Nacional Comum Curricular, proposta para educação básica visa valorizar o aluno e seu 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 13/24 saber, sendo algo eminente neste novo século, as propostas apresentadas por estas metodologias estimulam o aluno a assumir uma postura ativa nesse processo de aprendizagem, por esta razão elas vem reforçar que o aluno que se envolve nos processos de aprendizagem, aprende melhor do que aquele que passivamente recebe esse conhecimento oriundo de seu mestre. Um dos principais objetivos é romper com o modelo centrado na transmissão de conteúdos e desenvolver um trabalho com mais sentido motivador, para todos os sujeitos envolvidos nesse processo construam aprendizagens de forma signi�cativa, vendo seu orientador como facilitador da aprendizagem. As contribuições de Delors (2000) à Unesco, por meio de um relatório que propõem novos olhares e necessidades para a educação escolar do século XXI, apresenta quatro pilares do conhecimento, que devem ocupar o lugar de norteadores do processo de ensino e aprendizagem nesse século permeado por nova tecnologias e possibilidades de intervenção, recordemos: Aprender a conhecer; Aprender a fazer; Aprender a conviver; Aprender a ser. Esses pilares nos ajudam a perceber que a nova escola deve surgir com novas metodologias que deem conta dessa nova realidade. Busca-se a formação de sujeitos que desenvolvam a capacidade de resolver problemas por meio de uma análise global do contexto de cada situação. Nesse procedimento de atualização das metodologias, o professor continua possuindo um papel de grande importância no processo de aprendizagem, mas deixa de ser colocado como centro de trabalho. O aluno, antes visto como passivo receptor de informações, é agora desa�ado a ocupar o centro, o protagonismo de sua própria história de aprendizagem. O professor passa a ser visto como um facilitador da aprendizagem do aluno, utilizando métodos e técnicas que instigam a participação direta de todos os sujeitos. O caminho a ser percorrido é tão importante quanto o conteúdo a ser trabalhado. As metodologias ativas propõem os processos de ensino e de aprendizagem centrados nas atividades dos alunos, colocando-os no papel de sujeitos capazes de solucionar problemas. Professores e alunos são percebidos como sujeitos ativos no processo interligado de ensino e aprendizagem. Ambos interagem e aprendem. Os conhecimentos são construídos durante situações reais de busca e solução de problemas. A pesquisa, os processos interativos, as vivencias simuladas e as experiências reais, o trabalho em grupo ou equipes, os jogos cooperativos ou competitivos, as novas tecnologias digitais da 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 14/24 informação e comunicação são marcas presentes nas ideias e práticas das metodologias ativas. Temos uma educação baseada na problematização, justamente o contrário da educação bancária discutida por Paulo Freire (1987). Aliás, os círculos de cultura propostos por Paulo Freire, são um ótimo exemplo de metodologia ativa, que em sua obra: “Pedagogia do Oprimido”, é chamado de “temas de dobradiça”. Muitas e diferentes técnicas que são utilizadas nesse processo muitas vezes não compartilham dos mesmos pressupostos teóricos, mas possuem sempre algo fundamental em comum: perceber e colocar o aluno de forma ativa na sua aprendizagem. Vimos que todos esses mecanismos devem ser postos em evidencia para criarmos um currículo cada vez mais atrativo, pensando nesta possibilidade, será proposto um trabalho que utilize aprendizagens baseada em problemas o famoso PBL (Problem Based Learning), pois acreditamos que a mediação da aprendizagem em EaD tenha de ser construída com elementos que valorizem e considerem diversos desa�os a serem transpostos dentro de uma dinâmica ativa de aprendizagem. 3. Aprendizagem baseada em projetos Parte-se de um problema real que deve ser resolvido e/ou respondido. Possui como principal característica a interdisciplinaridade e o trabalho em grupos ou equipes. O trabalho é didaticamente dividido em diversas etapas, envolvendo desde a escolha do tema que deve ser fruto de diálogo dirigido pela argumentação (e nunca uma simples eleição) - a seleção de materiais de pesquisa, roteiro e divisão de tarefas, até a confecção do produto que sintetiza todo o conhecimento construído. O trabalho por Projetos não é algo novo na educação, mas ganhou uma nova roupagem na atualidade. Entre as principais vantagens do trabalho por Projetos, podemos incluir a necessidade de adaptação de todos os envolvidos, conforme os resumos que a pesquisa tomará. Assim, os alunos e professores desenvolvem capacidades de integração dos contextos cientí�cos, culturais e sociais. Essa técnica também é conhecida como Project Based Learning (Prj BL) . Apresentação dos projetos sobre globalização integrando história e geografia - Novas práticas 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 15/24 Sendo o professor um mediador entre as condições internas e externas de aprendizagem, neste tópico procuraremos situá-lo nas condições externas de aprendizagem através de: Considerações sobre os diferentes níveis de aprendizagem- exploratória, especí�ca de ano a não é ampliação, decorrentes das diferentes condições externas existentes; Apresentação de uma proposta programática detalhada em objetivos, conceitos e conteúdo; Detalhamento de cuidados básicos a serem tomados na montagem de situações escolares de aprendizagem, apontadas no item anterior. 3.1. Condições de aprendizagem e níveis de ensino Adotar as condições externas de aprendizagem, simultaneamente com as condições internas, como critério norteador para a montagem de situações signi�cativas de aprendizagem leva-nos a algo mais do que optar por esta ou aquela forma de trabalho escolar. Impõe considerar a existência de condições externas que procedem a vida escolar do educando; condições externas que se desenvolvem paralelamente à vida escolar do educando. Condições externas que só ganham existência na vida escolar do educando. Em vista disso, o trabalho escolar aqui proposto por ano desenvolver-se-á em três níveis diferentes de realizações: Quadro 1: Níveis do projeto 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 16/24 Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Em quaisquer dos três níveis, esses conceitos deverão ser trabalhados a partir de fenômenos que possam ser experienciados pelas crianças. Só assim se tornarão de fato instrumentos de trabalho dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental (única maneira de transformar o ensino reprodutivo em produtivo). O ponto de partida, pois, serão os alunos concretos, ou seja, alunos que já têm experiência de vida, um conhecimento dela decorrente e que vivem e existem fora da escola (condições externas de aprendizagem). Na escola, cuidaremos de partir, com esses alunos concretos, de conceitos referentes a fenômenos concretos (condições externas de aprendizagem), já que consideramos as características do seu pensamento, anterior à fase do raciocínio formal e abstrato (condições internas de aprendizagem). A distribuição dos conceitos por ano estão organizados por eixos de aprendizagem como já foram citados anteriormente, vejamos o quadro de descrição: Quadro 2: Descrição dos princípios do raciocínio geográ�co 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 17/24 Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Essa é a grande contribuição da geogra�a aos alunos da Educação Básica: desenvolver o pensamento espacial, estimulando o raciocínio geográ�co para representar o mundo em permanente transformação e relacionando componentes da sociedadee da natureza. Para tanto, é necessário assegurar a apropriação de conceitos para o domínio do conhecimento fatual (com destaque para os acontecimentos que podem ser observados e localizados no tempo e no espaço) e para o exercício da cidadania. Nessa direção a BNCC está organizada com base nos principais conceitos da Geogra�a contemporânea, diferenciados por níveis de complexidade. Embora o espaço seja o conceito mais amplo e complexo da geogra�a, como vimos na unidade 2, é necessário que os alunos 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 18/24 dominem outros conceitos mais operacionais e que expressam aspectos diferentes do espaço geográ�co: território, lugar, região, natureza e paisagem. Já para o ensino de História as grandes temáticas do Ensino Fundamental- anos iniciais, pode-se dizer que, do 1º ao 5º ano, as habilidades trabalham com diferentes complexidades, mas o objetivo primordial é o reconhecimento do “EU”, do “OUTRO” e do “NÓS”. Há uma amplitude da escala de percepção, mas o que se busca, de início, é o conhecimento de si, das referências imediatas do círculo pessoal, da nossa nação de comunidade e da vida em sociedade. Em seguida, por meio da relação diferenciada entre sujeito e objeto, é possível separar o “EU” do “OUTRO”. Esse é o ponto de partida. No 3º e 4º ano contempla-se a noção de lugar em que se vive e as dinâmicas em torno da cidade, com ênfase nas diferenciações entre a vida privada e a vida pública, a urbana e a rural. Nesse momento também, são analisados processos mais longínquos na escala temporal, como a circulação dos primeiros grupos humanos. Essa análise se amplia no 5º ano, cuja ênfase está em pensar a diversidade dos povos e culturas e suas formas de organização. A noção de cidadania, com direitos e deveres, e o reconhecimento da diversidade das sociedades pressupõem uma educação que estimule o convívio e o respeito entre os povos. Para evitar uma visão homogênea, busca-se observar que, no interior de uma sociedade, há formas de registros variados, e que cada grupo produz suas memórias como elemento que impulsiona o estabelecimento de identidades e o reconhecimento de pertencimento a um grupo social determinado. As memórias podem ser individuais ou coletivas e podem ter signi�cações variadas, inserindo-se em uma lógica de produção de patrimônios (materiais ou imateriais) que dizem respeito a grupos ou povos especí�cos. Sendo assim, vemos que tanto a história quanto a geogra�a possuem projetos especí�cos de aprendizagem que visam como principal função a formação de um ser humano, íntegro e ético, passível de ser inserido em um mundo globalizado, tendo como principal visão de mundo o sentimento de pertencimento. Apresentação dos projetos sobre globalização com conteúdo que integram história e geografia - Novas práticas Os conceitos de natureza, cultura, espaço, tempo formam a espinha dorsal da programação do 1º ao 5º ano, construindo-se em conceitos especí�cos dos anos iniciais, nas suas dimensões concretas. 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 19/24 São tratados em nível exploratório os conceitos que, pelas características dos fenômenos a que se referem, exigem uma familiarização no plano de vivências e experiências. Essa familiarização antecede necessariamente um trabalho mais sistemático. É o caso do conceito de tempo. Entre os componentes da espinha dorsal do programa, é o de compreensão mais complexa na sua dimensão sócio histórico cultural, por tratar-se de uma relação entre fatos e não de um fato em si. Por essa razão é abordado em nível exploratório nas séries iniciais do ensino fundamental, e como conceito especí�co de área, onde se procuram alcançar e desenvolver habilidades que estejam a serviço da sociedade como um todo. O conceito de relações sociais permanece em seu nível exploratório de trabalho ao longo de todas as séries do fundamental, seja através de vivências de organização do próprio grupo de aluno, seja através da familiarização com as relações sociais de grupos, como acabamos de discutir no item anterior. A compreensão do conceito de relações sociais é ainda mais difícil, já que se refere a “relação entre as relações”, cuja a apreensão acontece em um nível mais elaborado, sendo assim bastante complexa, exigindo um preparo através da vivência ou da familiarização. No terceiro nível, o da ampliação de conhecimentos, os conceitos menos complexos da espinha dorsal (natureza, cultura, espaço) vão sendo retomados nos anos iniciais, realizando uma espécie de aprofundamento de conteúdo, fazendo com que o aluno tenha espaço para revisão e consolidação de aprendizagens, em um movimento que denominamos ensino espiral o aluno tem a possibilidade junto ao seu professor de revistar os alunos consolidando a aprendizagem. A base propõe uma discussão temática sobre os conteúdos, não um engessamento de matérias disciplinares, assim como tínhamos em um ensino com uma perspectiva mais tradicional. Neste tópico apresentaremos uma seleção e sequência de conteúdos que julgamos mais adequada para o desenvolvimento desta metodologia. É possível que o professor reconheça a viabilidade de trabalhar com as propostas temáticas das disciplinas de História e Geogra�a (sequenciadas ou em círculos concêntricos), tendo apenas que modi�car os procedimentos, de modo a ajustá-los às considerações feitas até aqui sobre o processo de ensino e aprendizagem (em geral e destas disciplinas). Entendemos, que o pleno aproveitamento dessa nova proposta, não passa necessariamente pelos temas selecionados da proposta anterior. 4. Situações sugestivas de aprendizagem 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 20/24 Para que as situações de aprendizagem montadas para o ensino de História e Geogra�a nas séries iniciais sejam sugestivas, isto é, adequadas para que a aprendizagem ocorra, é necessário que o professor, como mediador entre as condições internas e externas de aprendizagem, tome alguns cuidados básicos. A compreensão, por parte da criança, da realidade focalizada na proposta programática, ocorrerá como resultado de um trabalho que ela realizará com o fato selecionado, utilizando para tanto um instrumental conceitual. Este, empregado, com a orientação do professor, lhe possibilitará um entendimento mais elaborado dessa realidade, na perspectiva das ciências humanas, especi�camente da História e da Geogra�a. Em vista disso, o professor deve ter os seguintes cuidados na montagem de situações sugestivas de aprendizagens: Lidar com conceitos referentes a fenômenos concretos; Ter o aluno concreto como elemento ativo do seu próprio processo de aprendizagem; Lidar com conceitos cientí�cos na linguagem do aluno. Como foi mencionado, partiremos com a criança de conceitos referentes a fenômenos concretos por levarmos em conta características de seu pensamento, anterior à fase do raciocínio formal abstrato. É importante, porém não confundir de forma alguma o “concreto” com o que é necessariamente próximo à criança, espacialmente. Para ela, é concreto tudo o que sabe e existe, tudo o que compõe seu universo de pensamento. Assim, todo fenômeno a que a criança está vinculada pode ser trabalhado dentro do 1º e 2º ano, através, por exemplo, dos conceitos de natureza e cultura. Com isso, tanto temos a oportunidade de trabalhar com conceitos aplicados ao meio ao qual a criança vive, como podemos aplicá-los a fenômenos naturais e culturais distantes dela espacialmente, mas fazem parte do seu universo de pensamento. É inadmissível que a escola hoje, em nome de qualquer linha de trabalho adote, ignore a in�uência dos meios de comunicação de massa, especialmente da TV e da internet, sobre toda essa população. Utilizar uma estrutura conceitual como a que sugerimos não propicia só uma reorganização e ampliação do conhecimento do própriomeio, como a ampliação de conhecimentos que a criança já possui sobre outros meios, naturais ou culturais. Além disso, impede que o trabalho de ampliação dos conhecimentos que compõem o universo de pensamento da criança se dê ao acaso, ao sabor das circunstâncias, perdendo de vista que a escola é por excelência, um local onde se deve promover a organização do conhecimento e a introdução ao conhecimento sistematizado. Evita-se, assim, um erro que frequentemente vem caracterizado em uma linha de trabalho chamada atualidade. 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 21/24 Alguns exemplos deixarão mais evidentes a convivência de se adotar uma estrutura conceitual básica. Se estamos trabalhando com o aluno o tema “natureza, ambientes e qualidade de vida” com a classe de 1º ano, e observarmos com os alunos a superfície terrestre circundante, podemos constatar a existência de morros, colinas, de um chão plano a se perder vista. Essas características serão trabalhadas, mas também se poderá apontar para aquelas cuja existência deve começar a compor o universo de pensamento do aluno, embora não estejam ali presentes. Para isso utilizam-se fotogra�as, �guras de revistas ou outros recursos visuais que representem as características que estamos focalizando. No desenvolvimento desse trabalho, com frequência as crianças indicam “eu já vi isto na televisão, já ouvi isso no youtube”, ou fazem perguntas sobre fenômenos já vistos nesses meios de comunicação que estão em destaque naquele momento, e que apresentem semelhanças com o assunto que está sendo tratado em classe, seja um vulcão em erupção, uma enchente que assola determinada região do país, etc. Nada justi�caria que, dada a curiosidade demonstrada, não se trabalhasse o vulcão, embora isso não estivesse previsto no conteúdo para aquele momento. O que é, como funciona, se o fenômeno ocorre ou não no nosso país são conhecimentos que irão satisfazer a curiosidade demonstrada, reveladora de sua necessidade, naquele momento. Um outro cuidado básico no trabalho com esta metodologia é o de fazer o aluno um elemento ativo no seu processo de aprendizagem. Isso signi�ca que os conceitos especí�cos de�nidos para cada ano, será construído a partir das experiências já vivenciadas pelo aluno, das vivências que possam ser organizadas na escola e das observações feitas por ele. Ao falarmos em observação é importante ressaltar que a visão de qualquer fenômeno, por qualquer observador, é sempre seletiva. Isso inclusive explicaria por que alguns fenômenos ou eventos da vida do aluno e de seu mundo circundante não são registrados por ele, em detrimento de outros distantes. Observar não se resume a uma experiência visual. Inclui as condições da observação. Se observou o oceano a partir de um avião, do alto de um morro, ou de um submarino, obtenho como resultado visões bastante diferentes. Se considerarmos que as condições de observação não dizem respeito somente às condições externas, mas compreendem também as condições internas e próprias de cada observador, como idade, formação, história de vida, etc., podemos compreender que os resultados das observações feitas por diferentes observadores serão sempre diferentes. Se tomarmos como referência teórica os trabalhos de Piaget sobre o desenvolvimento humano no campo da linguagem e do pensamento humano, podemos a�rmar que nos anos iniciais o aluno provavelmente não terá atingido a fase do pensamento formal. Convém examinar os 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 22/24 mecanismos mentais correspondentes às etapas anteriores, uma vez que em cada etapa somos capazes de desenvolver os raciocínios que lhe são próprios e todos os anteriores. Se levarmos em consideração as unidades temáticas propostas pela BNCC, chegaremos à conclusão que tais temas são propostos a�m de fazer com que o aluno trabalhe a sua amplitude, olhando para os conteúdos como eixos norteadores, fazendo com que a empregabilidades destes conceitos modi�quem a sua visão de mundo, quando abordamos os objetivos gerais da base e ela nos apresenta o projeto de vida como sexto objetivo a ser atingido ao longo do ensino fundamental, podemos correlacionar tais conteúdos como algo signi�cativo. Pois, a principal marca da BNCC, contudo, é a clara sinalização de que é preciso deixar para trás extensas listas de conteúdos meramente informativos e focar no que é realmente fundamental o aluno aprender. E o aprender não ocorre apenas por ouvir o (a) professor (a) falar, mas por fazer, experimentar, analisar e produzir. Tudo isso sempre associado à compreensão da realidade vivida e fazendo uso de tecnologias. Assim cada componente curricular passa a ter um conjunto de habilidades cognitivas que precisa ser assegurado, em cada ano escolar, a todos os alunos. A lista não é extensa, mas pode ser muito desa�adora para a escola que se mantém focada na transmissão de conhecimentos. Essa mudança pode indicar uma adaptação tanto dos temas trabalhados (inclusão e exclusão de conteúdos), quanto da forma de abordagens desses temas (prática pedagógica). Essa premissa acompanhará todos os níveis de ensino, desde os anos iniciais do Ensino Fundamental até o Ensino Médio. Síntese Nesta unidade foram apresentados alguns conceitos que são primordiais para que você como futuro professor polivalente, possa ter uma visão ampla do ensino de história a geogra�a, vimos por meio de conceitos da base a maneira como foi pensado os conceitos e a proposta com projetos sistemáticos, levando em consideração eixos de aprendizagens que tem por primazia a amplitude da visão docente sobre o trabalho em sala de aula. Os principais tópicos abordados foram: As principais formas de construirmos a aprendizagem, por meio dos quatro pilares da educação, onde Jacques Dellors apresenta que para trabalharmos o ser humano de forma íntegra e ética é necessário exercitar a capacidade de aprender a conhecer, ser, conviver e fazer; 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 23/24 Os processos construtivos de aprendizagem trazem como principal visão de ensino a pedagogia sociointeracionista, onde tem como principal premissa as trocas signi�cativas para construção da aprendizagem, onde o professor é visto como o mediador do conhecimento, fazendo o elo entre o conteúdo e a absorção de conhecimentos por parte do aluno; O planejamento é uma ferramenta importantíssima para construção do trabalho docente, onde partimos da premissa que sem planejamento nada é possível ser construído nas áreas dos saberes didáticos e metodológicos, o planejamento é responsável por nortear o professor e a forma como deve ser tratado os conteúdos apresentados, alinhado ao planejamento sugerimos atividade de cunho prático e lúdico, para isto, foi proposto atividades ligadas a metodologias ativas; No atual cenário as metodologias ativas são responsáveis pelo trabalho de um ensino mais prazeroso e signi�cativo, a própria base aconselha o professor a trabalhar em uma linha mais construtiva e aberta, aonde leve o aluno a re�etir sobre sua construção, para que o ensino não seja algo meramente mecânico; Os conteúdos e os projetos apresentados pela Base, tem por primazia trabalhar a visão de amplitude trazendo eixos articulares, onde se apresentam formas de fazer com que o aluno se envolva com a temática estudada, ao fazer isto, ele traz signi�cados ímpares para as áreas de ciências humanas. Download do PDF da unidade Bibliografia DELORS, Jacques (Coord.). Educação: um tesouro a descobrir . 7.ed. São Paulo: Cortez, 2012. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa . 51ª ed, São Paulo: Paz e Terra, 2015. KAMII, Constance; DEVRIES, Rheta. Piaget para a educação pré-escolar . Porto Alegre: Artmed, 1991. MOURA, Jeani Delgado Paschoal de. A dimensão tempo-espacial daspráticas cotidianas do brincar . In___________; BATISTA, C.V.M; MORENO, G.L. (Orgs) As crianças e suas infâncias: o brincar em diferentes contextos. Londrina: Humanidades, p.107 a 115, 2008. _________, O espaço, o tempo e o imaginário infantil . In: ______ (Org) Trabalho pedagógico na 11/08/2022 21:58 MI_EDU_MEHGEF_19_E_4 https://ambienteacademico.com.br/course/view.php?id=17726 24/24 educação infantil. Londrina: Humanidades, p.89 a 103, 2007PENTEADO, Heloísa Dupas. Metodologia do Ensino de História e Geogra�a. São Paulo: Ed. Cortez, 2000. RONCA, Paulo Afonso C.&TERZI, Cleide do Amaral. A aula operatória: Contribuições da Psicologia do Desenvolvimento . São Paulo: Ed. Edesplan, 1991.
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