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Sala de Competência para processo e julgamento dos crimes

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Direito Ambiental e Crimes Ambientais
Aula 8: Competência para processo e julgamento dos crimes
ambientais - Lei de Crimes Ambientais: crimes contra a fauna
Apresentação
Nesta aula, vamos conhecer o critério de competência para o processo e julgamento dos crimes ambientais.
 
Você verá que muitos dos crimes previstos na Lei de Crimes são considerados de menor potencial ofensivo e com tal, a
competência recai sobre o Juizado Especial Criminal. Então você verá a competência do JEC Estadual e Federal para
processo e julgamento dos crimes ambientais, bem como a competência por prerrogativa de função.
 
Também nesta aula, você estudará os mecanismos de proteção da fauna e os crimes contra a mesma previstos na Lei de
Crimes Ambientais.
Objetivo
Determinar o critério de competência inerente aos crimes ambientais;
Identi�car a competência do JEC Estadual e Federal para o processo e julgamento dos crimes ambientais;
Analisar os mecanismos de proteção e os crimes contra a fauna previstos na Lei de Crimes Ambientais.
Competência para processo e julgamento dos crimes ambientais
O Estado-Juiz deve obedecer determinadas regras com o objetivo de fazer alcançar, da melhor maneira possível, para todos
aqueles que o procuram, a tutela jurisdicional, através dos diversos órgãos jurisdicionais existentes no ordenamento jurídico
nacional.
Competência é o instituto processual que pressupõe um limite, estabelecido por lei, para cada órgão jurisdicional exercer sua
função. Ela de�ne a delimitação do magistrado para processo e julgamento das ações judiciais. Dentro dos limites de sua
competência, os órgãos da estrutura do poder judiciário atuam com plena independência.
Enquanto todo juiz é dotado do poder de solucionar con�itos, do poder de dizer o direito, isto é, de exercer a jurisdição, este
mesmo juiz só poderá exercer esse poder em determinadas matérias e em determinados espaços, segundo sua competência.
Segue um quadro sistemático da estrutura do Poder Judiciário Nacional:
Insta salientar que a distribuição da competência é feita pela Constituição Federal de 1988, que dispõe da seguinte forma:
1
Supremo Tribunal Federal
tem sua competência consagrada no artigo 102 da CRFB;
2
Superior Tribunal de Justiça
tem sua competência estabelecida no artigo 105 da CRFB;
3
Tribunal Regional Federal
sua competência é consagrada no artigo 108 da CRFB;
4
Justiça Federal
sua competência é �rmada na redação do artigo 109 da
Constituição Federal;
5
Justiça do Trabalho
tem sua competência consagrada no artigo 114 da
Constituição Federal;
6
Justiça Eleitoral
tem sua competência no artigo 121 da Constituição Federal
7
Justiça Militar
competência estabelecida no artigo 124 da Constituição
Federal
8
Justiça Estadual
competência consagrada no artigo 125, § 1º da Constituição
Federal
De acordo com a estrutura do Poder Judiciário Nacional, tem-se a Justiça Especial e a Justiça Comum. A Justiça Especial é
dividida em Justiça Militar, Justiça Eleitoral e Justiça Trabalhista. A Justiça Comum é composta pela Justiça Federal e
Estadual.
Dentre a Justiça Comum , a Justiça Comum Federal tem um critério de competência mais especializado do que a Comum
Estadual.
Para a Comum Federal, deve ser observada a regra instituída no artigo 109 da Constituição Federal.
Exemplo
, tem-se a norma contida na redação do inciso I do citado artigo que determina que cabe aos juízes federais processar e julgar as
causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho.
A competência da Justiça Comum Estadual será considerada residual, isto é, quando a competência para processo e
julgamento de uma determinada causa não for das Justiças Especializadas nem da Comum Federal, será da Estadual.
Na esfera ambiental, no que tange aos crimes ambientais, se a infração penal ambiental não for de interesse da União, entidade
autárquica ou empresa pública federal, a competência para o processo e julgamento do crime ambiental será da Justiça
Estadual.
Competência do Juizado Especial Criminal Estadual e Juizado
Especial Criminal Federal
De acordo com o artigo 98, inciso I da Constituição Federal, o Juizado Especial Criminal é um órgão do Poder Judiciário que
existe no âmbito da União, do Distrito Federal e dos Estados, providos por juízes togados, ou togados e leigos, que são
competentes para a conciliação, o julgamento para as infrações penais de menor potencial ofensivo.
O procedimento dos Juizados tem os procedimentos oral e sumaríssimo, permitido ainda, nas hipóteses previstas em lei, a
transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau, denominadas de turmas recursais.
Os processos perante os Juizados Especiais, seja ele estadual ou federal,
são orientados pelos princípios da oralidade, simplicidade, informalidade,
economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a
reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não
privativa de liberdade. (Lei 9.099/95, art. 62)
A competência do Juizado Especial Criminal e do Juizado Especial Criminal Federal tem relação direta com o quantum da
pena, isto é, caberá à competência dos Juizados as infrações penais de menor potencial ofensivo, conforme determina o artigo
60 da Lei nº 9.099/95  e artigo 2° da Lei n. 10.259/01.
Perante a Lei nº 9.099/95, infração de menor potencial ofensivo são as contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa. 
Os crimes de menor potencial ofensivo também estão regulados pela Lei de Crimes Ambientais, nos artigos 27 e 28.
"Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a
proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos
ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de
setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde
que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de
que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de
comprovada impossibilidade.”
Lei nº 9.605/98, art. 27
"Havendo representação ou tratando-se de crime de ação
penal pública incondicionada, não sendo caso de
arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação
imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser
especi�cada na proposta.”
Lei 9.099/95, artigo 76
O que se vê no artigo 27 da Lei de Crimes Ambientais é um importante instrumento para a aplicação do princípio do poluidor
pagador.
Atenção
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O princípio do poluidor pagador impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas de evitar a ocorrência de danos ambientais
(caráter preventivo) e, ocorrido o dano, em razão da atividade desenvolvida, ser responsável por sua reparação (caráter
repressivo).
A intenção desse princípio é evitar o dano e responder pelo dano causado. Ele se traduz também na obrigação do empreendedor
de internalizar as externalidades negativas nos custos da produção (como por exemplo a poluição, a erosão, os danos à �ora, à
fauna, dentre outros), bem como daquele que causa degradação ambiental de arcar com os custos de sua prevenção e/ou
reparação.
Tem como fundamento legal o artigo 14, § 1º da PNMA, Lei 6.938/81, e o artigo art.225, § 3º da Constituição Federal.
Competência por prerrogativa de função
O critério de competência por prerrogativa de função do agente que cometeu crime ambiental está vinculada em razão da
qualidade da parte.
Nessa hipótese, para determinar a competência para processo e julgamento, deve-se observar a norma contida nos artigos
102, inciso I, letras b e c da Constituição Federal, bem como do artigo 105, inciso I, alínea a, artigo 108, inciso I, letra a, e ainda o
artigo 29, inciso X e artigo 96 inciso III, letra a, todos da Carta Magna.
Estabelece o artigo 102, inciso I, alíneas "b" e "c", da Constituição Federal
que compete ao Supremo Tribunal Federalprocessar e julgar as infrações
penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros
do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da
República e as infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade,
os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da
Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, inciso I, os membros dos
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de
missão diplomática de caráter permanente.
Determina o artigo 105, inciso I, alínea "a", da Constituição Federal, que compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e
julgar os crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os
desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos
Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os
membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que o�ciem perante
tribunais.
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Já a competência dos Tribunais Regionais Federais está prevista no artigo 108, inciso I, alínea "a", da Constituição Federal, que
dispõe que compete aos Tribunais Regionais Federais processar e julgar, originariamente, os juízes federais da área de sua
jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do
Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.
Deve-se analisar com cautela a competência do foro por prerrogativa
de função, pois o Supremo Tribunal Federal decidiu que, para a
�xação do foro por prerrogativa de função, se faz necessário existir
pertinência temática entre a conduta do agente e a sua função
pública.
Caso não exista essa relação entre a conduta e a função pública, não haverá que se falar em foro por prerrogativa de função.
Saiba mais
A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação de�nitiva do exercício
funcional.
Proteção da fauna nacional e os crimes contra a mesma previstos
na Lei de Crimes Ambientais
A proteção das espécies animais se passa pela proteção da fauna. A fauna é o conjunto de animais estabelecidos em
determinada região.
A Lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/98) menciona a proteção da �ora nacional do artigo 29 ao artigo 37, mas antes dessa lei,
a Constituição Federal de 1988, no artigo 225, §1°, incisos I e VII e o § 7º, protege a fauna nacional.
No que tange ao inciso I, § 1º, art. 225 da Constituição Federal de
1988, preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e
prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas, Luís Paulo
Sirvinskas orienta sobre a diferença entre preservar e reparar.
Preservar é procurar manter intacto o meio ambiente natural, conservando suas características originais, enquanto restaurar é
estabelecer critérios para recompor os recursos naturais que foram degradados.
Esse preceito constitucional exige que o Poder Público faça o manejo ecológico, a utilização dos recursos naturais pelo
homem, baseada em princípios e métodos que preservam a integridade dos ecossistemas, com redução da interferência
humana nos mecanismos de autorregulação dos seres vivos e do meio físico, assim como proteger a fauna e a �ora, vedadas,
na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais à crueldade, inciso VII.
O § 7º do artigo 225 da Constituição Federal estabelece que:
Para �ns do disposto na parte �nal do inciso VII do § 1º deste artigo, não se
consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que
sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta
Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante
do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei
especí�ca que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
O citado parágrafo foi incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 6 de junho de 2017. A norma estipula que não serão
consideradas cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que essas sejam provenientes de manifestações
culturais, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro.
Essas práticas desportivas, fruto de manifestações culturais, como a vaquejada e o rodeio, por exemplo, devem ser
regulamentadas por lei especí�ca que assegure o bem-estar dos animais envolvidos.
Como o meio ambiente está diretamente ligado à qualidade de vida de todos, zelar pelo patrimônio cultural e histórico de uma
nação traduz-se como meio ambiente cultural, artigo 215 da CRFB.
Segundo este artigo, cabe ao Estado garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura
nacional, além de apoiar e incentivar a valorização e a difusão dessas manifestações.
O parágrafo 1º do artigo 215 ainda determina que “o Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e
afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional”.
Saiba mais
A Emenda Constitucional nº 96, que implementou o parágrafo 7° ao artigo 225 da Constituição Federal, dispõe emdesacordo com
o entendimento do Supremo Tribunal Federal, em Ação Direta de Inconstitucionalidade (nº 4.983/CE), decidida no pretérito dia 6
de outubro de 2016, que declarou a inconstitucionalidade da Lei nº 15.299/2013, do Estado do Ceará, que regulamentou a
vaquejada como prática desportiva e cultural, pois a norma estadual estaria em desacordo com o artigos 225, § 1º, inciso VII da
Carta Magna.
Os crimes contra a fauna estão disciplinados do artigo 29 ao artigo 37 da Lei nº 9.605/98.
A norma amplia o conceito de fauna abarcando os animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, em
determinada região, e revoga dispositivos da Lei nº 5.197/67.
Bem jurídico tutelado pela Lei de Crimes Ambientais é o meio ambiente. O artigo 29 tutela a fauna silvestre. O § 3º do citado
artigo deixa claro que as espécies da fauna silvestre consistem em todos aqueles pertencentes às espécies nativas,
migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos
limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.
Aqui, tem-se como elemento subjetivo o dolo, isto é, a vontade consciente de praticar uma das condutas indicadas no tipo
penal. Não existe previsão deste crime na modalidade culposa. Discorre a norma:
Clique nos botões para ver as informações.
Lei nº 9.605/98, art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória,
sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena –
detenção de seis meses a um ano, e multa.
§ 1º Incorre nas mesmas penas:
Quem impede a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;
Quem modi�ca, dani�ca ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
Quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza ou transporta ovos, larvas ou
espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como produtos e objetos dela oriundos, provenientes de
criadouros não autorizados ou sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente.
Lei nº 9.605/98, art. 29 
O crime pode ser praticado por qualquer pessoa, logo trata-se de crime comum.
O sujeito passivo do delito é a coletividade.
O objeto material do delito é a fauna silvestre.
No caput do art. 29, existe um elemento normativo do tipo na expressão "sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida".
O momento consumativo dependerá do núcleo do tipo praticado. Quando for o verbo matar, este se consumacom a morte do
animal; trata-se de crime material. Na forma de perseguir, basta a conduta praticada, independentemente de resultado
naturalístico.
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Na hipótese do § 1º do artigo 29, tem-se as formas derivadas do crime do
art. 29, caput.
O § 2º do artigo 29 da Lei nº 9.605/98, narra que, “no caso de guarda
doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção,
pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar a pena”. Aqui
se con�gura hipótese de perdão judicial, que é causa extintiva da
punibilidade, conforme art. 107, IX do Código Penal.
Clique nos botões para ver as informações.
Lei nº 9.605/98, art. 29 [...]
§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
§ 3º São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras,
aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro,
ou águas jurisdicionais brasileiras.
Lei nº 9.605/98, art. 29 
No caso do crime previsto no artigo 29, “matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em
rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida”.
A pena é aumentada da metade, se o crime é praticado (§4°, art. 29):
Contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que somente no local da infração;
Em período proibido à caça;
Durante a noite;
Com abuso de licença;
Em unidade de conservação;
Com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destruição em massa.
A pena ainda pode ser aumentada até o triplo, se o crime decorrer do
exercício de caça pro�ssional e, ainda, o que se estabelece no artigo 29, não
se aplica aos atos de pesca previstos nos artigos 34, 35 e 36 da Lei.
Pesca é “todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes,
crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies
ameaçadas de extinção, constantes nas listas o�ciais da fauna e da �ora”, segundo o art. 36 da Lei nº 9.605/98.
No artigo 30, “exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e
répteis em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental
competente”, o crime pode ser praticado por qualquer pessoa, desta
forma, é crime comum.
O sujeito passivo do delito é a coletividade.
O objeto material do delito é a pele são as peles e couros de anfíbios e répteis em bruto.
O momento consumativo ocorre com o envio da pele ou couro para o exterior.
Como a pena mínima é de um ano, caberá a suspensão condicional do processo de acordo com o artigo 89 da Lei 9.099/95.
"Exportar para o exterior peles e couros de anfíbios e répteis
em bruto, sem a autorização da autoridade ambiental
competente: 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.”
Lei nº 9.605/98, art. 30
O artigo 31 da Lei de Crimes Ambientais discorre sobre “introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico o�cial
favorável e licença expedida por autoridade competente”. Este crime pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum).
O sujeito passivo do delito é a coletividade.
O objeto material do delito é espécime animal.
O momento consumativo ocorre com a introdução do animal no território brasileiro, porém “sem parecer técnico o�cial
favorável e licença expedida por autoridade competente”, que é elemento normativo do tipo penal.
Como a pena máxima é de um ano, con�gura-se infração de menor potencial ofensivo.
"Introduzir espécime animal no País, sem parecer técnico
o�cial favorável e licença expedida por autoridade
competente: 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.”
Lei nº 9.605/98, art. 31
O artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais narra como conduta do agente “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar
animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.” O crime aqui tipi�cado pode ser praticado por qualquer
pessoa (trata-se de crime comum).
O sujeito passivo do delito é a coletividade.
O objeto material do delito inclui todos os animais.
O momento consumativo ocorre com a efetiva prática da conduta de abusar, ferir, mutilar ou praticar maus-tratos a animais.
Como a pena máxima do delito é de um ano, trata-se de infração de menor potencial ofensivo.
Lei nº 9.605/98, art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar
animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena
- detenção, de três meses a um ano, e multa.
No § 1º do artigo 32, existe um elemento normativo do tipo na expressão "quando existirem recursos alternativos".
Lei nº 9.605/98, art. 32 
  § 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa
ou cruel em animal vivo, ainda que para �ns didáticos ou cientí�cos,
quando existirem recursos alternativos. 
  § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte
do animal.
O artigo 33 da Lei de Crimes Ambientais tipi�cou a conduta de “provocar, pela emissão de e�uentes ou carreamento de
materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas
jurisdicionais brasileiras”. O crime pode ser praticado por qualquer pessoa (crime comum).
O sujeito passivo do delito é a coletividade.
O objeto material do delito são as espécimes da fauna aquática.
O momento consumativo ocorre com a efetiva provocação do perecimento da espécime da fauna aquática.
Como a pena mínima é de um ano, caberá a suspensão condicional do processo de acordo com o artigo 89 da Lei 9.099/95.
Lei nº 9.605/98, art. 33. Provocar, pela emissão de e�uentes ou
carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática
existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicionais
brasileiras:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
Merece destacar que no parágrafo único do artigo 33 existe elemento normativo do tipo, nas expressões: "sem licença,
permissão ou autorização da autoridade competente" e "devidamente demarcados em carta náutica".
Lei nº 9.605/98, art. 33.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas:
I - quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aquicultura
de domínio público;
II - quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem
licença, permissão ou autorização da autoridade competente;
III - quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza
sobre bancos de moluscos ou corais, devidamente demarcados em carta
náutica.
O artigo 34 da Lei de Crimes Ambientais refere-se à pesca. Conforme dispõe o artigo 36, “pesca é todo ato tendente a retirar,
extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios,
suscetíveis ou não de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas
o�ciais da fauna e da �ora”.
A conduta aqui a qual se quer tipi�car é “pescar em período no qual a
pesca seja proibida ou em lugares interditados por órgão
competente”. Este crime pode ser praticado por qualquer pessoa
(crime comum).
O sujeito passivo do delito é a coletividade.
O objeto material do delito é o equilíbrio ecológico referente a fauna aquática.
O momento consumativo ocorre com a efetiva pesca.
Como a pena mínima é de um ano, caberá a suspensão condicional do processo de acordo com o artigo 89 da Lei 9.099/95.
Lei nº 9.605/98, art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou
em lugares interditados por órgão competente:
Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem:
Pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos
inferiores aos permitidos;
Pesca quantidades superiores às permitidas,ou mediante a utilização de
aparelhos, petrechos, técnicas e métodos não permitidos;
Transporta, comercializa, bene�cia ou industrializa espécimes provenientes
da coleta, apanha e pesca proibidas.
Pesca
Lei nº 9.605/98, art. 36. Para os efeitos desta Lei, considera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar,
apreender ou capturar espécimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não de
aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes nas listas o�ciais da fauna e da
�ora.
Período em que a pesca é proibida: período de defeso ou piracema.
Clique nos botões para ver as informações.
“É a paralisação temporária da pesca para a preservação das espécies, tendo como motivação a reprodução e/ou
recrutamento, bem como paralisações causadas por fenômenos naturais ou acidentes”. (Ministério da Agricultura,
pecuária e abastecimento)
Defeso 
É o movimento migratório dos peixes, no sentido contrário à correnteza do rio; este tem o objetivo de reprodução. Esse
período é uma medida preventiva a �m de garantir a reprodução de espécies nativas.
Piracema 
Como a pena mínima é de um ano, caberá a suspensão condicional do
processo de acordo com o artigo 89 da Lei 9.099/95.
Lei nº 9.605/98, art. 35. Pescar mediante a utilização de:
Explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam efeito
semelhante;
Substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente:
Pena – reclusão de um ano a cinco anos.
Saiba mais
Importante destacar a regra contida no artigo 37 da norma que entende não ser crime o abate de animal, quando este for
realizado em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família ou para proteger lavouras, pomares e
rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;
ou por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.
Lei nº 9.605/98, art. 37. Não é crime o abate de animal, quando
realizado: 
Em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua
família; 
Para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado
pela autoridade competente; 
(Vetado) 
Por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão
competente.
Atividades
1. De acordo com matéria na página virtual do IBAMA, em 23 de abril de 2019, intitulada Ibama apreende 80 animais silvestres em
SP após identi�car importação ilegal de aranhas
A entrega da encomenda foi monitorada por agentes do Instituto e de batalhões ambientais das PMs de Rio Claro (SP) e
Campinas (SP). Todos os animais apreendidos na operação foram destinados ao Laboratório Especial de Coleções Zoológicas do
Instituto Butantan, em São Paulo.
De acordo com a matéria, o caso narrado se encaixa em alguma conduta tipi�cada na Lei de Crimes Ambientais?
2. Tício, ao completar 18 anos e induzido por seus colegas, saiu para pichar um monumento urbano. Neste caso, cometeu o crime
previsto no art. 65 da Lei 9.605/96, cuja pena é de detenção de três meses a um ano e multa. Qual o juízo competente para o
processo e julgamento de Tício?
a) Juizado Especial Cível
b) Vara Criminal
c) Vara do Trabalho
d) Juizado Especial Criminal
e) Vara Cível
3. Quando o crime ambiental não atinge interesse da União e nem de Autarquia Federal, qual a justiça competente para o
processo e julgamento?
a) Justiça Estadual
b) Justiça Trabalhista
c) Justiça Eleitoral
d) Justiça Militar
e) Justiça Federal
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4. Ocorrendo crime ambiental, em que o fato atinge interesse de Autarquia Federal, qual a justiça competente para o processo e
julgamento?
a) Justiça Estadual
b) Justiça Trabalhista
c) Justiça Federal
d) Justiça Eleitoral
e) Justiça Militar
5. De acordo com a Lei 9.605/98 quem mata espécime da fauna silvestre ameaçada de extinção terá a pena:
a) aumentada de metade
b) diminuída de um terço
c) diminuída de metade
d) aumentada de um sexto
e) aumentada de um terço
6. Quando alguém abate um animal para saciar sua fome, ocorre:
a) crime previsto na Lei 9.605/98
b) causa que exclui a culpabilidade
c) causa que exclui a ilicitude
d) fato atípico
e) causa que exclui a punibilidade
Notas
Princípio da prevenção 1
A prevenção refere-se ao dano conhecido quando o perigo é certo, e quando há elementos seguros para a�rmar que uma
atividade especí�ca é efetivamente perigosa.
Neste caso, existe o conhecimento dos efeitos de determinadas atividades e das medidas para as quais se impõem ações no
sentido de evitá-las ou, pelo menos, minimizá-las.
De maneira prática, esse princípio tem o objetivo de impedir a ocorrência de danos ao meio ambiente, adotando-se medidas
acautelatórias prévias à instalação, obra ou implantação de determinado empreendimento ou atividade consideradas efetiva ou
potencialmente poluidoras.
Referências
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em: 21 ago. 2019.
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Acesso em: 21 ago. 2019.
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MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 18. ed. Revistas dos Tribunais. 2018.
RODRIGUES, Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
SIRVINKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
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