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Cirurgia Bariátrica e metabólica

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ARTHUR BITTENCOURT 
 
CIRURGIA BARIÁTRICA E METABÓLICA 
FISIOLOGIA 
 Adipócito cheio: gera aumento da leptina (hormônio de stop/anorexígenos) 
 Intestino delgado cheio: libera CCK, GLP-1 e PYY (hormônios de 
stop/anorexígenos) 
 Estômago cheio: para de libera grelina (único hormônio orexígeno) à para 
saciedade requer distensão do estômago, pausa na liberação de grelina e cair os níveis 
séricos) 
FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE 
 Alterações dos gatilhos hormonais, com dificuldade de induzir saciedade, 
ficando num ciclo vicioso. 
 Obeso tem níveis de grelina aumentado, assim como maior dificuldade em 
liberar os hormônios anorexígenos (dosagem sérica reduzida, mesmo após a 
alimentação) 
CLASSIFICAÇÃO 
 Com base no IMC 
 Sobrepeso: 25-29,9 
 Obeso grau I: 30-34,9 
 Obeso grau II: 35-39,9 
 Obeso grau III: ≥ 40 
 Superobeso: ≥ 50 (mais para estudos científicos) 
 Super-superobeso: ≥ 60 (mais para estudos científicos) 
INDICAÇÕES 
 Obesos ≥ grau II, somente 3% conseguem emagrecer somente com MEV 
Assim, indicação 
PELA OBESIDADE 
IMC >40 
IMC >35 + comorbidades 
IMC ≥ 30 + DM2 grave em pcte >30 anos (se chama cirurgia metabólica e não 
bariátrica) 
PELA IDADE 
 >18 anos ou >16 anos com autorização e indicação do pediatra 
REFRATÁRIO 
 2 anos de terapia clínica e refratário 
CONTRAINDICAÇÃO 
 Pcte em uso crônico de drogas ou álcool é contraindicação (alcoólatra requer 
6m de abstinência) 
 Distúrbio psiquiátrico descontrolado 
 Não compreensão da proposta cirúrgica 
TÉCNICAS 
 Técnicas de restrição (comer menos) ou disabsorção (não absorve) 
 Algumas técnicas são exclusivas e algumas mistas 
BANDA GÁSTRICA 
 Exclusivamente restritiva. 
 Ainda realizada hoje em dia, mas caindo em desuso 
ARTHUR BITTENCOURT 
 
 Técnica: coloca anel próximo da JEG, conectado a um fio por um portal na pele 
do pcte. Esse anel é ajustável, e o pcte pode apertar ou afrouxar o anel 
 Complicações: deslocamento do anel, reganho de peso 
SLEEVE 
 Exclusivamente restritiva (Resposta hormonal diferenciada, pois retira as cls 
produtoras de grelina, que ficam em fundo e corpo gástrico, fazendo diminuir a 
grelina) 
 Técnica: gastrectomia vertical (sonda orogástrica, passada na cirurgia. 
Chegando no estômago, passa do piloro e molda estômago do calibre que ela deve 
ficar e então grampeia o estômago). Gera saciedade precoce. 
 Refluxo é contraindicação devido que poupa piloro e comida fica se 
acumulando no estômago e corpo. 
 Complicações: fístula do ângulo de His, mas baixa % (como se fosse uma 
deiscência, mas é da linha de grampo) 
BYPASS GÁSTRICO COM Y DE ROUX 
 Mista restritiva 
A mais usada em EUA 
Técnica: pouch gástrico (deixa 30ml de estômago) + Y de roux (75-150 cm) 
 Gastro-jejuno anastomose + jejuno-jejuno anastomose/entero-entero 
anastomose 
 Pode melhorar quase que imediatamente o DM2. Também é bom para 
refluxo porque a comida não faz pressão. 
Complicações: 
1- Deiscência de anastomose: mais comum na gastro-
jejunoanastomose, mas também pode ser feito dx com base na secreção, ou seja, caso 
seja secreção biliosa é da jejuno-jejunoanastomose e se não tiver bile provável que 
seja da gastro-enteroanatomastomose 
2- Hérnia de Petersen: fica um “buraco” devido o corte do mesentérico 
no Y de roux, podendo ID entrar nesse defeito. Para evitar pode-se fechar o 
mesentério. Caso haja hérnia de Petersen requer nova abordagem. 
3- Deficiência de Fe, B12, B1 
SCOPINARO 
 Mista disabsortiva 
 Não é mais feita (embora ainda seja autorizada pelo CFM) 
 Técnica de gastrectomia horizontal (se poupar piloro), com canal comum de 
50cm + colecistectomia 
 Complicações frequentes sendo as mesmas do by-pass + desnutrição proteica 
intensa, úlcera de anastomose (pois tira o piloro e toda secreção gástrica cai direto no 
ID), emagrecimento rápido que leva à colelitíase por isso que se faz junto a 
colecistectomia. 
SWITCH DUODENAL 
 Mista disabsortiva 
 Técnica de gastrectomia vertical (poupando piloro), com canal comum de 
100cm + colecistectomia + apendicectomia (pois caso tenha abd agudo não será por 
apendicite) 
 Devido a grande complexidade da cx, começou a ser feita em 2 tempos 
 Gerou a cx Sleeve. 
ARTHUR BITTENCOURT 
 
 
 Resumindo: 
Restritiva 
Banda gástrica 
Gastrectomia vertical/sleeve/em manga 
Mista restritiva Derivação gastrojejunal/by-pass gástrico em Y de Roux 
Mista disabsortiva Derivação biliopancreática: Scopinaro e Switch 
ESCOLHA DA TÉCNICA 
 Sleeve: pcte com déficit nutricional, TU, pólipo gástrico (pois não pode deixar 
um estômato excluso na barriga do pcte) 
 BGYR: DRGE e/ou DM2 (abaixa índice glicêmico logo em seguida) 
COMPLICAÇÕES PÓS-BARIÁTRICA 
SLEEVE 
Estenose 
 Dx com EDA ou com esofagografia (não mais usado tanto) à dilatação 
com balão à se não deu certo faz BGYR 
Fístula de His 
 Se for precoce (<6s): stent ± dilatação à jusante (depois da fístula, para 
acelerar o trânsito. O problema é a redução da restrição, por isso deve ser evitada se 
possível) 
 Se for tardia (>6s): já tem cápsula revestindo a secreção, assim, requer 
septotomia (corta parede do estômago com a fístula, que irá cicatrizar para dentro da 
cápsula) + dilatação à jusante. 
BGYR 
Estenose 
Dx com EDA ou com esofagografia (não mais usado tanto) à dilatação 
com balão à se não deu certo faz BGYR 
Fístula alimentar ou biliar 
 Se for precoce (<6s): stent ± dilatação à jusante (depois da fístula, para 
acelerar o trânsito. O problema é a redução da restrição, por isso deve ser evitada se 
possível) 
 Se for tardia (>6s): já tem cápsula revestindo a secreção, assim, requer 
septotomia (corta parede do estômago com a fístula, que irá cicatrizar para dentro da 
cápsula) 
Coledocolitíase (em todas, mas nessa tem menos acesso) 
 Se by-pass: CVL + exploração da via biliar 
Hérnia de Petersen (só em BGYR) 
TODAS 
Hemorragia 
 Em geral autolimitada, caso não seja requer EDA para controle do 
processo 
Reganho de peso 
 Em geral por dilatação para correção de complicação ou na cicatrização 
normal foi abrindo e perdendo o componente restritivo. Dx com EDA ou esofagografia 
à plasma de argônio (gás que só faz coagulação superficial, passa pela superfície da 
mucosa que coagula e automaticamente estreita). 
Intolerância alimentar e deficiência vitamínica.

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