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Resumo-Direito Tributario-Aula 06-Fontes normativas de direito tributario-Caio Bartine

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Anual Full 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
 
Disciplina: Direito Tributário 
 Professor(a): Caio Bartine 
Aula: 06 | Data: 11/08/2020 
/03/2018 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
FONTES NORMATIVAS DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
1. Medida Provisória 
2. Atos do Poder Executivo 
 
FONTES NORMATIVAS DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
1. Medida Provisória: 
 
Está prevista no artigo 62 da CF, é um ato administrativo normativo, editado pelo Presidente da República, em 
casos de urgência e relevância, passando a imediata apreciação do Congresso Nacional, que terá um prazo de 60 
dias prorrogáveis por igual período para aprovação e conversão em lei ou sua rejeição. 
 
A emenda constitucional de 32/01 inseriu no artigo 62 da CF, o § 2º que diz que a medida provisória pode ser usada 
para instituir ou aumentar impostos. Em regra, a medida provisória é um ato normativo federal e, portanto, para 
que não se incorra em invasão de competência, os impostos que poderão ser instituídos ou aumentados são os 
impostos federais. 
 
Nos termos do artigo 62, §1º, inciso III da CF é vedada a edição de medida provisória sobre matéria reservada a lei 
complementar. 
 
Além disso, o único imposto que poderá ser instituído nos termos da CF/88, por MP, é o imposto extraordinário de 
guerra (IEG - art. 154, inciso II da CF). Os demais impostos federais poderão ser aumentados, mas não instituídos. 
 
STF: para o STF a medida provisória pode ser utilizada para a instituição ou majoração de outros tributos (imposto, 
taxa, etc.), desde que haja expressa observância constitucional (interpretação extensiva, alargou a possibilidade de 
uso da medida provisória). 
 
Inclusive, segundo o STF a MP pode ser utilizada para a instituição de benefícios, subsídios e incentivos fiscais, 
observando os regramentos constitucionais. 
 
2. Atos do Poder Executivo: 
 
Poder regulamentar ou normativo: poder conferido aos chefes do Poder Executivo para a edição de atos 
normativos, visando a fiel execução de uma lei (art. 84, inciso IV da CF). 
 
O ato normativo mais comum é o decreto regulamentar ou de execução. Esse decreto: 
- Não inova a ordem jurídica; 
- Não cria direitos e deveres; 
- Sofre controle de legalidade e, portanto, não pode ser atacado através de ADI. 
 
Admite-se, porém, o uso de decretos autônomos, nos termos do artigo 84, inciso VI da CF. Nesse caso, o decreto: 
- Inova a ordem jurídica; 
 
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- Poderá criar ou extinguir direitos e deveres; 
- Pode sofrer controle de constitucionalidade. 
 
Em matéria tributária, somente se admite o uso de decreto regulamentar, não se admitindo o uso de decretos 
autônomos. 
 
A possibilidade de uso de decreto regulamentar ou de qualquer outro ato administrativo normativo (por exemplo, 
instruções normativas, portarias, regulamentos, regimentos, etc.) somente ocorrerá nos casos previstos na CF. 
Assim, temos: 
 
- Artigo 153, §1º da CF: os atos do poder executivo poderão ser utilizados para a alteração (aumento ou diminuição) 
das alíquotas do II, IE, IPI e IOF. Essa possibilidade tem por finalidade celeridade nas decisões de cunho econômico 
e de regulação econômica tendo em vista a natureza extrafiscal dos impostos mencionados. 
 
O limite da utilização está na própria norma que regulamenta os impostos descritos: 
 II: decreto lei 37/66 
 IE: decreto lei 1578/77 
 IPI: decreto 7.212/10 
 IOF: lei 5.143/66 
 
No caso do chefe do Poder Executivo exorbitar de seu poder regulamentar, caberá exclusivamente ao Congresso 
Nacional a sustação desse ato (art. 49, inciso V da CF). 
 
Nos termos do artigo 13, inciso III da lei 9.784/99 não podem ser objeto de delegação os atos de competência 
exclusiva do órgão ou agente. Ou seja, somente o Congresso Nacional poderá sustar o ato, já que isso não pode ser 
objeto de delegação.

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