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1 P3 1. Conhecer a anatomia do ouvido A orelha é um órgão sensorial especializado em duas funções distintas: audição e equilíbrio. Ela pode ser dividida em orelhas externa, média e interna, com os elementos neurais alojados nas estruturas da orelha interna e protegidos por ela. O aparelho vestibular da orelha interna é o sensor primário do equilíbrio. O restante da orelha é utilizado para a audição. A orelha externa é constituída da orelha (aurícula), ou pina, e do meato acústica externo (canal auditivo). O meato é fechado em sua extremidade interna por uma camada membranosa fina de tecido, chamada de membrana timpânica ou tímpano. A membrana timpânica separa a orelha externa da orelha média, uma cavidade preenchida com ar que se conecta com a faringe através da tuba auditiva ou tuba de Eustáquio. A tuba geralmente está colapsada, isolando a orelha média, mas se abre temporariamente durante a mastigação, o bocejo e a deglutição, a fim de permitir que a pressão da orelha média se equilibre com a pressão atmosférica. Resfriados e outras infecções que causam edema podem bloquear a tuba e resultar no acúmulo de líquido na orelha média. Se bactérias ficarem retidas nessa região, ocorrerá a OMA. Três pequenos ossos da orelha média conduzem o som do meio externo para a orelha interna: martelo, bigorna e estribo. Eles são conectados um ao outro por estruturas semelhantes a dobradiças. Uma das extremidades do martelo está fixada à membrana timpânica, e a base do estribo se prende a uma fina membrana, que separa a orelha média da orelha interna. A orelha interna possui duas estruturas sensoriais principais. O aparelho vestibular, com seus canais semicirculares, é o transdutor sensorial do equilíbrio. A cóclea possui receptores sensórias da audição. Em uma vista externa, a cóclea é um tubo membranoso que se enrola como uma concha de caracol dentro da cavidade óssea. Dois discos membranosos, a janela do vestíbulo ou janela oval (à qual o estribo se fixa) e a janela da cóclea ou janela redonda, separam o líquido que preenche a cóclea do ar que preenche a orelha média. Os ramos do nervo craniano VIII, o nervo vestibulococlear, vão da orelha interna até o encéfalo. 2. Entender a fisiologia da audição A audição é a nossa percepção da energia das ondas sonoras, que são ondas de pressão com picos de ar comprimido alternados com vales, onde as moléculas estão mais afastadas. O som é a interpretação do cérebro da frequência, amplitude e duração das ondas sonoras que chegam até as orelhas. O cérebro traduz a frequência das ondas sonoras – número de picos das ondas que passam em um determinado ponto a cada segundo – no tom de um som. As ondas de baixa frequência são percebidas como sons de baixos ou graves, enquanto as ondas de alta frequência criam sons altos ou agudos. A frequência da onda sonora é medida em ondas por segundo, ou hertz (Hz). A orelha humana pode ouvir sons em uma média de frequência de 20 a 20.000 Hz, sendo a audição mais acurada entre 1.000 e 3.000 Hz. A altura do som é a nossa interpretação da intensidade do som e está relacionada à amplitude da onda, que é mensurada em decibéis (dB). Cada 10 dB de aumento representa um acréscimo de 10 vezes na intensidade do som. Uma conversação normal está geralmente em um nível sonoro de cerca de 60 dB. Os sons de 80 dB ou mais podem causar danos nos receptores sensoriais da orelha, resultando em perda auditiva. Transdução do som A audição envolve várias etapas de transdução. A energia das ondas sonoras no ar se torna vibrações mecânicas e, depois, ondas no líquido da cóclea. As ondas abrem canais iônicos nas células pilosas, os 2 receptores da audição. O fluxo de íons para dentro das células gera um sinal elétrico que libera um neurotransmissor, que, por sua vez, dispara potenciais de ação nos neurônios auditivos primários. As ondas sonoras que chegam à orelha externa são direcionadas para dentro do meato acústico externo e atingem a membrana timpânica, onde provocam vibrações na membrana (primeira transdução). As vibrações da membrana timpânica são transferidas ao martelo, à bigorna e ao estribo, nesta ordem. A disposição dos três ossos da orelha média conectados cria uma “alavanca” que multiplica a força da vibração (amplificação), de modo que muito pouca energia sonora é perdida devido ao atrito. Se um som é muito alto, podendo causar danos à orelha interna, os pequenos músculos da orelha média puxam os ossos para reduzir seus movimentos, diminuindo, assim, a transmissão sonora em algum grau. Quando o estribo vibra, ele empurra e puxa a fina membrana da janela oval à qual está conectado. As vibrações da janela oval geram ondas nos canais cheios de líquido da cóclea (segunda transdução). À medida que as ondas se movem pela cóclea, elas empurram as membranas flexíveis do ducto coclear, curvando as células ciliadas sensoriais, que estão dentro do ducto. A energia da onda se dissipa de volta para o ar da orelha média na janela redonda. O movimento do ducto coclear abre ou fecha canais iônicos na membrana das células ciliadas, gerando sinais elétricos (terceira transdução). Esses sinais elétricos alteram a liberação do neurotransmissor (quarta transdução). A ligação do neurotransmissor aos neurônios sensoriais auditivos inicia potenciais de ação (quinta transdução), que transmitem a informação codificada sobre o som pelo ramo coclear do nervo vestibulococlear (nervo craniano VIII) até o encéfalo. A transdução da energia sonora em potencias de ação ocorre na cóclea da orelha interna. Desenrolada, a cóclea pode ser vista como três canais paralelos cheios de líquido: a rampa do vestíbulo, o ducto coclear central e a rampa do tímpano. As rampas do vestíbulo e do tímpano são contínuas uma à outra e se conectam na extremidade da cóclea por uma pequena abertura, chamada de helicotrema. O ducto coclear é um tubo com extremidade cega, mas que se conecta ao vestíbulo através de uma pequena abertura. O líquido presente nas rampas do vestíbulo e do tímpano tem composição iônica similar à do plasma, sendo conhecido como perilinfa. O ducto coclear é preenchido com endolinfa, secretada pelas células epiteliais do ducto. A endolinfa é incomum por sua composição ser mais parecida à do líquido intracelular do que à do extracelular, possuindo alta concentração de K- e baixa concentração de Na+. O ducto coclear possui o órgão espiral (órgão de Corti), que contém as células receptoras pilosas (ciliadas) e células de sustentação. O órgão espiral (de Corti) se situa sobre a membrana basilar e está parcialmente coberto pela membrana tectória, ambas tecidos flexíveis que se movem em resposta às ondas que percorrem a rampa do vestíbulo. À medida que as ondas percorrem a cóclea, elas movimentam as membranas basilar e tectória, gerando oscilações para cima e para baixo, que curvam as células pilosas (ciliadas). As células pilosas são receptores não neurais. A superfície apical de cada célula ciliada é modificada, formando de 50 a 100 cílios rígidos, chamados de estereocílios, os quais estão dispostos em tamanhos crescentes. Os estereocílios das células pilosas (ciliadas) estão inseridos na membrana tectória acima deles. Se a membrana tectória se movimenta, os cílios abaixo dela também se movem. Quando as células pilosas se movem em resposta às ondas sonoras, seus estereocílios se curvam, primeiro em uma direção, depois na outra. Os estereocílios estão ligados uns aos outros por pontes proteicas, chamadas de filamentos de ligação. Os filamentos de ligação atuam como pequenas molas conectadas a comportas (portões) que abrem e fecham canais iônicos na membrana dos estereocílios. Quando as células pilosas e seus estereocílios estão na posição de repouso, cerca de 10% dos canais iônicos estão abertos, e existe uma baixa liberação tônica do neurotransmissor no neurônio sensorial primário. Quando as ondas provocam uma deflexãona membrana tectória, de modo que os cílios se curvam em direção aos membros mais altos do feixe, os filamentos de ligação abrem um número maior de canais iônicos, e entram cátions (K e Ca2) na célula, que, então, despolariza. Os canais de Ca2 dependentes de voltagem se abrem, a liberação de neurotransmissor aumenta, e os neurônios sensoriais aumentam sua frequência de disparo. Quando a membrana tectória empurra os estereocílios para longe dos membros mais altos, a tensão nas molas elásticas relaxa, e todos os canais iônicos se fecham. O influxo de cátions 3 diminui, a membrana hiperpolariza, e menos neurotransmissor é liberado, reduzindo os potenciais de ação no neurônio sensorial. O padrão de vibração das ondas que chegam à orelha interna é, então, convertido em um padrão de potenciais de ação que vão para o SNC. Codificação sensorial do tom O sistema auditivo processa as ondas sonoras, de modo que elas possam ser discriminadas quanto à localização, tom e altura (amplitude). A localização do som é um processo complexo que requer entrada sensorial de ambas as orelhas associada a uma computação sofisticada feita pelo encéfalo. Todavia, o processamento inicial do tom e da amplitude ocorre na cóclea de cada orelha. A codificação para o tom do som é primariamente uma função da membrana basilar. Próximo de onde se fixa, entre a janela oval e a janela redonda, essa membrana é rígida e estreita, mas se torna alargada e flexível à medida que se aproxima de sua extremidade distal. Ondas de alta frequência, quando entram na rampa vestibular, criam um deslocamento máximo da porção da membrana basilar próxima à janela oval e, consequentemente, não são transmitidas muito longe ao longo da cóclea. As ondas de baixa frequência percorrem toda a membrana basilar e geram seu deslocamento máximo próximo à extremidade distal flexível. Esta resposta à frequência transforma o aspecto temporal da frequência (número de ondas sonoras por segundo) em uma codificação espacial para o tom, indicada pela sua localização ao longo da membrana basilar. A codificação espacial da membrana basilar é preservada no córtex auditivo quando os neurônios se projetam das células pilosas às regiões cerebrais correspondentes. A amplitude do som, ou intensidade, é codificada pela orelha da mesma maneira que a intensidade do sinal é codificada pelos receptores somáticos. Quanto mais intenso o som, mais frequente o disparo de potenciais de ação no neurônio sensorial. Após a cóclea transformar as ondas sonoras em sinais elétricos, os neurônios sensoriais transferem essa informação para o encéfalo. O nervo coclear (auditivo) é um ramo do nervo craniano VIII, o nervo vestibulococlear. Os neurônios auditivos primários projetam-se da cóclea para os núcleos cocleares do bulbo. Alguns desses neurônios conduzem informações que são processadas na temporização do som, e outros conduzem informações que são processadas como qualidade do som. Do bulbo, os neurônios sensoriais secundários projetam-se para dois núcleos superiores, um ipsilateral (no mesmo lado do corpo) e outro contralateral (no lado oposto). A divisão dos sinais gerados pelo som em dois tratos ascendentes significa que cada lado do cérebro recebe informação de ambas as orelhas. Esses tratos ascendentes fazem sinapses em núcleos no mesencéfalo e no tálamo, antes de se projetarem para o córtex auditivo. Vias colaterais enviam informações à formação reticular e ao cerebelo. A localização da origem de um som é uma tarefa integrada, a qual requer a entrada simultânea dos sinais de ambas as orelhas. A não ser que o som esteja vindo diretamente da frente da pessoa, ele não chegará ao mesmo tempo nas duas orelhas O encéfalo registra a diferença no tempo de chegada do som às orelhas e usa uma computação complexa para criar uma representação tridimensional da origem do som. 4 Fisiologia do equilíbrio O equilíbrio se refere a um estado de estabilidade. O sentido especial do equilíbrio tem dois componentes: um componente dinâmico, que nos fornece informações sobre nosso movimento no espaço, e um componente estático, que nos diz se a nossa cabeça está na posição vertical normal. A informação sensorial proveniente da orelha interna e dos proprioceptores presentes nas articulações e nos músculos comunica ao nosso encéfalo a localização das diferentes partes do nosso corpo, umas em relação às outras, e em relação ao meio externo. A informação visual também tem um papel importante no equilíbrio. A nossa sensação de equilíbrio é mediada por células pilosas, as quais revestem o aparelho vestibular cheio de líquido da orelha interna. Estes receptores não neurais respondem a mudanças na aceleração rotacional, vertical e horizontal, e no posicionamento. A função das células pilosas é similar à das células da cóclea, mas a gravidade e a aceleração, em vez de as ondas sonoras, é que fornecem a força que move os estereocílios. As células pilosas vestibulares possuem um único cílio longo, chamado de cinocílio, localizado em um lado do feixe ciliar. O cinocílio estabelece um ponto de referência para a direção da curvatura. Quando os cílios se curvam, os filamentos de ligação entre eles abrem e fecham canais iônicos. O movimento em uma direção provoca a despolarização das células pilosas; com o movimento na direção oposta, elas hiperpolarizam, de forma similar ao que ocorre nas células pilosas cocleares. O aparelho vestibular, também chamado de labirinto membranoso, é uma série intrincada de câmaras interconectadas cheias de líquido. Em seres humanos, o aparelho vestibular é composto de dois órgãos otolíticos semelhantes a sacos – o sáculo e o utrículo – juntamente com três canais semicirculares, os quais se conectam ao utrículo em suas bases. Os órgãos otolíticos nos informam a aceleração linear e a posição da cabeça. Os três canais semicirculares detectam a aceleração rotacional em várias direções. O aparelho vestibular, assim como o ducto coclear, é preenchido com endolinfa com alta concentração de K e baixa de Na, secretada pelas células epiteliais. Do mesmo modo que o líquido cerebrospinal, a endolinfa é secretada continuamente e drenada da orelha interna para o seio venoso da dura-máter do encéfalo. Se a produção de endolinfa exceder a taxa de drenagem, o acúmulo de líquido na orelha interna pode aumentar a pressão de líquido dentro do aparelho vestibular. Acredita-se que o acúmulo excessivo de endolinfa contribui para a doença de Ménière, uma condição marcada por episódios de vertigem e náuseas. Se o órgão espiral (de Corti) no ducto coclear é danificado pela pressão de líquido dentro do aparelho vestibular, pode haver perda auditiva. Os três canais semicirculares do aparelho vestibular detectam a aceleração rotacional. Eles estão orientados em ângulos retos um ao outro, como três planos que se juntam para formar o canto de uma caixa. O canal horizontal (ou lateral) detecta rotações que associamos com o giro, como um rodopio de um patinador no gelo ou o balançar de sua cabeça à direita e à esquerda para dizer “não”. O canal posterior detecta a rotação esquerda-direita, como a rotação que você realiza quando inclina sua cabeça em direção ao seu ombro ou realiza uma pirueta. O canal anterior detecta a rotação para a frente e para trás, como quando você balança sua cabeça para a frente e para trás ou dá uma cambalhota. Em uma das extremidades de cada canal há uma câmara alargada, a ampola, a qual contém uma estrutura sensorial, chamada de crista. A crista é constituída de células pilosas e uma massa gelatinosa, a cúpula, que se estende da base ao teto da ampola, fechando-a. Os cílios das células pilosas são embebidos pela cúpula. Como a rotação é detectada? Quando sua cabeça gira, o crânio ósseo e as paredes membranosas do labirinto se movem, porém, o líquido dentro do labirinto não consegue acompanhar, devido à sua inércia (a tendência de um corpoem repouso a permanecer em repouso). Nas ampolas, a endolinfa inclina a cúpula e suas células pilosas na direção oposta àquela para a qual a cabeça está girando. Do mesmo modo, a inércia do líquido no canal semicircular puxa a cúpula e os cílios das células pilosas para a esquerda, quando a cabeça vira para a direita. Se a rotação continua, o movimento da endolinfa finalmente é o mesmo da cabeça. Então, se a rotação da cabeça para abruptamente, o líquido não pode parar imediatamente. O líquido continua a girar na direção da rotação da cabeça, deixando a pessoa com uma sensação de estar girando. Se a sensação for suficientemente forte, a pessoa pode projetar o seu corpo na direção oposta à da rotação, em uma tentativa reflexa de compensar a aparente perda de equilíbrio. Os dois órgãos otolíticos, o utrículo (pequena bolsa) e o sáculo (pequeno saco), são organizados para detectar forças lineares. Suas estruturas 5 sensoriais, chamadas de máculas, compreendem células pilosas, uma massa gelatinosa, conhecida como membrana otolítica, e partículas de proteínas e carbonato de cálcio, chamadas de otólitos. Os cílios das células pilosas são inseridos na membrana otolítica, e os otólitos ligam-se à matriz de proteína na superfície da membrana. Se a gravidade ou a aceleração faz os otólitos deslizarem para a frente ou para trás, a membrana otolítica gelatinosa desliza com eles, curvando os cílios das células pilosas e produzindo um sinal. Por exemplo, as máculas estão horizontais quando a cabeça está em sua posição ereta normal. Se a cabeça se inclina para trás, a gravidade desloca os otólitos, e as células pilosas são ativadas. A mácula do utrículo detecta a aceleração para a frente ou a desaceleração, bem como quando a cabeça se inclina. A mácula do sáculo está orientada verticalmente quando a cabeça está ereta, o que a torna sensível às forças verticais, como quando um elevador está descendo. O cérebro analisa o padrão das células pilosas despolarizadas e hiperpolarizadas para calcular a posição da cabeça e a direção do movimento. As células pilosas vestibulares, assim como as da cóclea, estão tonicamente ativas e liberam neurotransmissor nos neurônios sensoriais primários do nervo vestibular (um ramo do nervo craniano VIII, o nervo vestibulococlear). Esses neurônios sensoriais fazem sinapse nos núcleos vestibulares do bulbo ou vão, sem fazer sinapse, diretamente para o cerebelo, um importante local de processamento do equilíbrio. Vias colaterais seguem do bulbo para o cerebelo ou ascendem através da formação reticular e do tálamo. Existem algumas vias pouco definidas do bulbo para o córtex cerebral, entretanto a maior parte da integração do equilíbrio ocorre no cerebelo. Vias descendentes dos núcleos vestibulares seguem para neurônios motores envolvidos com a movimentação dos olhos. Essas vias ajudam a manter os olhos fixos em um objeto enquanto a cabeça gira. 3. Explicar os métodos de avaliação da acuidade auditiva Audiometria A audiometria é um exame que avalia a capacidade do paciente para ouvir sons. Geralmente esse exame é pedido quando, numa consulta médica, o paciente ou seus familiares alegam que ele está “ouvindo pouco”, mas pode servir também para complementar outros diagnósticos (traumas, infecções, condições hereditárias, etc.). O grau da perda auditiva pode ser verificado em cada ouvido isoladamente e pode se dever a perdas provenientes do ouvido externo, ouvido médio ou ouvido interno, bem como do nervo e das vias auditivas sensoriais ou serem perdas mistas. Existem dois tipos principais de audiometria, que são: • Audiometria Tonal: avalia as respostas do paciente a tons puros, emitidos em diversas frequências, detectando assim o grau e o tipo de perda auditiva. É considerado um teste subjetivo porque depende da resposta do examinando aos estímulos auditivos fornecidos pelo examinador. Pode ser feito por via aérea comum ou por via óssea. • Audiometria Vocal: avalia a capacidade de compreensão da pessoa de determinadas palavras, de distinguir determinados sons, que são emitidas através dos auscultadores, com intensidades de som diferentes. Desta forma, a pessoa deve repetir as palavras ditas pelo examinador. O exame não requer p O exame não requer preparo prévio nem suspensão da medicação em uso. Ele é simples, inócuo e indolor e geralmente é feito por um fonoaudiólogo ou por um otorrinolaringologista, que são profissionais mais habilitados a realizá-lo e avaliar seu resultado. O examinando é colocado numa cabine acústica que visa isolá-lo dos sons ambientais, a qual tem uma parede de vidro através da qual o examinador pode vê-lo. Quase todo o exame transcorre em silêncio, salvo as comunicações entre o paciente e o examinador, para o quê o examinando deverá colocar um fone de ouvido, acoplado a um pequeno microfone, através do qual ouvirá certos sons emitidos pelo examinador e deverá responder a eles mediante sinais gestuais previamente combinados (levantar uma das mãos, por exemplo). Em uma parte do exame o examinando deverá repetir palavras emitidas pelo examinador. Nos exames de audiometria tonal, por via óssea, um vibrador é colocado sobre osso mastoide do examinando, o qual deverá acusar as percepções das vibrações do mesmo. A escala de medida da audição é feita em decibéis e o teste normalmente varia entre zero e 120 decibéis, sendo que a audição normal escuta até um mínimo de 25 decibéis (às vezes menos). Se o ouvido começa a ouvir apenas aos 50 decibéis, diz-se haver uma perda auditiva leve; se entre 6 55 e 70 decibéis, diz-se perda moderada; entre 75 e 90 decibéis, perda severa; acima de 90 decibéis, perda profunda. Certas técnicas e condições práticas especiais, bem como uma tabela própria de valores, têm de ser estabelecidas para o exame de crianças. O resultado da audiometria geralmente é expresso num audiograma, um gráfico que informa sobre as respostas do examinando aos diversos sons emitidos. Em muitos casos de perda auditiva o exame ajuda a determinar a conveniência de usar ou não um aparelho auditivo e o tipo mais adequado dele. Em outros casos, ajuda a estabelecer o diagnóstico e o prognóstico, já que são inúmeras as causas possíveis, bem como pode sugerir medidas preventivas que evitem o agravamento das situações anômalas. Uma das grandes utilidades da audiometria é detectar deficiências auditivas em crianças pré-escolares ou escolares, muitas vezes inapercebidas, mas que são uma das causas de baixo rendimento escolar. Impedanciometria Os estímulos sonoros captados pelo ouvido externo fazem vibrar a membrana timpânica que movimenta os ossículos do ouvido que, por sua vez, geram estímulos nervosos que são levados ao sistema nervoso. A impedanciometria (ou imitanciometria) é um exame utilizado pelos otorrinolaringologistas para avaliar a complacência (maior ou menor flacidez ou rigidez) da membrana timpânica e os ossículos do ouvido médio (martelo, bigorna e estribo). O preparo para o exame é muito simples e exige apenas que o paciente esteja com os condutos auditivos limpos e que evite sons muito altos durante as quatorze horas que antecedem o exame. A impedanciometria é um exame objetivo, que não dependente das respostas do paciente, além de ser simples e indolor. Uma pequena sonda é colocada no conduto auditivo externo de um dos ouvidos e um fone de ouvido no outro. Por meio dessa sonda injeta-se pressão. Ela possui também um pequeno canal que fornece estímulo sonoro e outro que transmite de volta as respostas a esses estímulos e avalia o grau de deslocamento do sistema tímpanoossicular. O exame não tem contraindicações e pode ser feito em qualquer idade. Associado à audiometria, como em geral ocorre, o exame dura cerca de sessenta minutos. A impedanciometria é um exame que tem o objetivo de avaliar as condições do ouvido médio, detectando se há ou não indícios de secreção nele, bemcomo a mobilidade do tímpano e dos ossículos e a disfunção da tuba auditiva. O exame é de grande utilidade para identificar otites catarrais crônicas e também permite identificar os tipos de perda auditiva, se condutiva ou neurossensorial. Além disso, também permite a interferência sobre o funcionamento da tuba auditiva. O exame de impedanciometria, juntamente com a audiometria, é utilizado na avaliação da acuidade auditiva. Emissões otoacústicas O teste da orelhinha ou exame de emissão otoacústica deve ser realizado no segundo ou terceiro dia de vida do recém-nascido, na maternidade, ou até o terceiro mês, em bebês nascidos fora de um hospital/maternidade, e tem como função avaliar a integridade auditiva em bebês. Em adultos, o exame de emissão otoacústica pode ser solicitado para pesquisar as condições de funcionamento da orelha interna em paciente com queixas relacionadas à audição, como dor, zumbido, irritação e hipoacusia (perda parcial ou total da audição). Emissões otoacústicas (EOAs) são sons gerados dentro da cóclea normal, espontaneamente ou em resposta à estimulação acústica. Há dois fenômenos básicos de EOAs, as emissões otacústicas espontâneas; e as emissões otoacústicas evocadas, esta última são as provocadas durante a realização do exame. As emissões otoacústicas evocadas são uma resposta a um estímulo acústico e depende de propriedades ativas da cóclea. Essas emissões constituem um índice muito sensível da integridade do mecanismo auditivo, uma vez que a resposta desaparece quando existe qualquer anomalia funcional significativa no ouvido interno ou médio. Esse eco, ou EOA, pode ser captado por um microfone acoplado a uma sonda colocado no conduto auditivo externo. As EOA avaliam a integridade coclear. Ou seja: o médico ou fonoaudiólogo coloca um aparelho de emissões otoacústicas evocadas próximo à orelha do bebê. Esse aparelho produz estímulos sonoros bastante leves e mede o retorno dos estímulos. Desse modo, é possível avaliar as estruturas do ouvido interno. O exame é indolor e deve ser feito enquanto o bebê está dormindo. PEATE – BERA PEATE é o acrônimo em português para “potenciais evocados auditivos de tronco encefálico”, também conhecido por seu acrônimo em inglês BERA (Brainstem Evoked Response Audiometry). É um exame auditivo que mede como o cérebro processa os sons que uma pessoa ouve. O exame avalia a integridade das vias auditivas, desde a entrada no ouvido até o córtex cerebral, podendo determinar se existe ou não perda auditiva e localizar em que estrutura anatômica ela se dá: se na cóclea, no nervo auditivo ou no tronco encefálico. O exame também é chamado de potencial evocado auditivo de tronco encefálico (PEATE) ou exame de resposta auditiva de tronco encefálico. Esse exame é uma representação gráfica da sucessão dos potenciais elétricos gerados no nervo coclear e tronco encefálico a partir de um estímulo acústico e é o exame padrão-ouro para diagnóstico de perda auditiva em crianças menores de 3 anos de idade. É capaz de identificar o tipo e o nível de perda auditiva e em quais frequências ela ocorre (PEATE frequência-específica), o que é fundamental para definir qual a melhor conduta para o tipo de perda auditiva do paciente. O exame deve ser indicado em associação a outros e está indicado: • Para ajudar na avaliação da função auditiva em pessoas difíceis de se testar, como por exemplo recém-nascidos, lactentes, pessoas com deficiências múltiplas e outras que sejam incapazes de responder adequadamente a exames comportamentais. • Para pesquisar o limiar auditivo eletrofisiológico. 7 • Em neonatologia, para o estudo do desenvolvimento da maturidade do sistema auditivo, na toxicose provocada pela hiperbilirrubinemia e na detecção de deficiência auditiva. • Para ajudar na avaliação da audição, quando os demais testes audiométricos não são possíveis ou são inconclusivos. • Para avaliar possível existência de tumor do nervo auditivo. • Em neurologia, para ajudar a identificar lesões cerebrais. • Para diagnosticar neuropatia auditiva, não evidenciada radiologicamente. • No uso de prótese auditiva e no diagnóstico diferencial de lesões periféricas e centrais. • Nos recém-nascidos prematuros ou que possuem algum outro indicador de risco para a deficiência auditiva. • Nos pacientes em coma, para ajudar no prognóstico neurológico e na determinação da morte cerebral O BERA deve ser feito em todo recém-nato em que se suspeita de alguma deficiência auditiva. Em alguns países, o BERA já faz parte dos exames rotineiros do recém-nascido. Além desses usos, o BERA tem uma ampla gama de aplicações clínicas, incluindo, entre outras situações, o monitoramento em UTI, estimativa específica da frequência da sensibilidade auditiva e informações sobre as suspeitas de distúrbios desmielinizantes como, por exemplo, a esclerose múltipla. O instrumental que realiza o exame é uma modificação do eletroencefalógrafo associada a um computador. As respostas evocadas podem ser obtidas mesmo de um paciente que é incapaz de responder aos exames comportamentais convencionais. E até mesmo podem oferecer resultados melhores do que aqueles que são obtidos com pacientes inertes ou adormecidos. Os exames BERA são fáceis e rápidos e praticamente não apresentam riscos ou complicações. A pessoa não precisa fazer nenhum preparo especial para o teste, a não ser lavar o cabelo na noite anterior para remover eventuais resíduos de óleos que possam impedir que o equipamento de teste grude no couro cabeludo. A pele por trás das orelhas e da testa deve ser limpa com um produto específico porque nestes pontos serão fixados os eletrodos. O paciente ficará recostado em uma cadeira reclinável ou deitado em uma cama enquanto o médico coloca pequenos eletrodos em seu couro cabeludo e nos lóbulos de suas orelhas. Idealmente ele deve estar o mais relaxado possível e com os olhos fechados. O médico colocará no paciente um conjunto de fones de ouvido, pelo qual o paciente ouvirá uma série de cliques ou tons, mas não precisará fazer nada em resposta a eles. Quando o nervo auditivo e as estruturas do tronco encefálico forem ativados pelos estímulos sonoros, é gerada pequena quantidade de eletricidade que é captada pelos eletrodos. Os eletrodos registram como o cérebro reage aos sons que o paciente ouve, os quais serão interpretados pelo examinador. O exame mostra se o paciente está ouvindo os sons corretamente e se eles estão sendo conduzidos dos seus ouvidos para o seu cérebro. Em crianças que ainda não sejam capazes de obedecer às ordens médicas, o exame tem de ser realizado normalmente enquanto dormem, geralmente sob ação de remédios. Em alguns casos de pessoas adultas também pode ser necessária a indução do sono para que o exame seja efetuado com tranquilidade. Vectoeletronistagmografia Vectoeletronistagmografia é um exame otoneurológico que avalia a função vestibular de forma indireta, ou seja, avalia o labirinto, responsável pelo equilíbrio e os sistemas envolvidos para seu bom funcionamento. Essa avaliação é feita através da observação dos movimentos oculares involuntários. Método de inscrição dos movimentos oculares com três canais de registro, possibilitando a identificação dos movimentos oculares horizontais, verticais e oblíquos e, também, o cálculo da medida da velocidade angular real da componente lenta (VACLR). Durante as provas rotatórias, permite a avaliação dos canais semicirculares verticais. Os equipamentos podem ser analógicos ou computadorizados. A vectoeletronistagmografia consiste em uma série de exames e testes para analisar a função do labirinto e determinar possíveis lesões. Cada teste avalia uma função do labirinto ou dos sistemas associados para um melhor diagnóstico. Estes exames permitem que o médico otorrinolaringologista faça o diagnóstico preciso. O exame é feito por eletrodos que são colocados próximosaos olhos e vão traduzir o que acontece no labirinto., para que possamos obter um registro fiel e sem interferências, os olhos devem estar relaxados e o rosto deve ficar sereno para não impedir ou atrapalhar os mesmos. O exame é indolor e cada teste dura cerca de 20 a 60 segundos. 3.1 conhecer como é feita a consulta com o otororrinolaringologista Na inspeção pode-se reconhecer os processos inflamatórios e neoplásicos do pavilhão da orelha; os cistos, as fístulas congênitas, as reações edematosas da região; corpos estranhos, malformações congênitas etc. Na palpação há a comprovação de pontos dolorosos à pressão, além de revelar a presença de reações linfonodais periauriculares. Os pacientes tendem a procurar o médico otorrino ao apresentarem os seguintes sinais e sintomas: 1- Orelha externa: Otalgia, Otorreia, Hipoacusia condutiva e prurido 2- Orelha média: Otalgia, Otorreia, Hipoacusia condutiva e autofonia. 3- Orelha interna: Hipoacusia sensório-neural, zumbidos, displacusia, algiacusia pressão; vertigem, tontura, desiquilíbrio; paralisia facial Entre as ferramentas diagnósticas da otologia está a otoscopia. A presença de um canal - conduto auditivo externo - e de uma fronteira com transparência - membrana timpânica - entre a orelha externa e a 8 orelha média transforma o uso de iluminação não somente necessário como um diferencial em relação à grande maioria das regiões anatômicas que não permitem de forma tão acessível obter informações de tamanho impacto no diagnóstico dos pacientes. Como ponto de partida é importante reconhecer algumas características na membrana timpânica, que são: • Integridade • Transparência (semitransparência) • Coloração (âmbar- neutra) • Posição (levemente concava com ponto de depressão máxima no umbigo do martelo). • Mobilidade (pode ser aferida pela otoscopia pneumática). O padrão ouro para determinar o tipo de perda auditiva é a audiometria. Entretanto, a surdez súbita não admite que ocorra atraso no início do seu tratamento na espera de um exame audiológico. Assim, é fundamental que o médico faça o diagnóstico diferencial ainda na primeira consulta. Para isso, é importante a realização da otoscopia com iluminação adequada e acumetria com diapasão. Geralmente, na surdez súbita, a otoscopia é normal. O exame mais esclarecedor é a acumetria com diapasão. Essa avaliação é realizada utilizando-se três testes: comparação das vias aéreas, teste de Weber e teste de Rinne; A combinação de resultados dos três testes direciona o diagnóstico do tipo de perda auditiva (neurossensorial ou condutiva). 4. Elencar os principais transtornos do aparelho auditivo (tipos de perda auditiva) Existem três formas de perda auditiva: a condutiva, a central e a sensório-neural. Na perda auditiva condutiva, o som não pode ser transmitido a partir da orelha externa ou da orelha média. As causas da perda auditiva condutiva variam desde uma obstrução do canal auditivo com cera (cerume), ou líquido na orelha média devido a uma infecção, a doenças ou traumas que impedem a vibração do martelo, da bigorna ou do estribo. A correção da perda auditiva condutiva inclui técnicas microcirúrgicas, nas quais os ossos da orelha média podem ser reconstruídos. A perda auditiva central resulta de dano nas vias neurais entre a orelha e o córtex cerebral ou de danos no próprio córtex, como poderia ocorrer em um acidente vascular encefálico. Essa forma de perda auditiva é relativamente incomum. A perda auditiva sensório-neural origina-se de lesões em estruturas da orelha interna, incluindo morte de células pilosas, como resultado de exposição a sons altos. Atualmente, a perda de células pilosas é irreversível em mamíferos. As aves e os vertebrados inferiores, entretanto, são capazes de gerar células pilosas para substituir aquelas que morreram. Essa descoberta tem direcionado os pesquisadores a explorarem estratégias que reproduzam esse processo em mamíferos, incluindo o transplante de células-tronco neurais e a terapia gênica, a fim de induzir células não sensoriais a se diferenciarem em células pilosas. Noventa por cento da perda auditiva em idosos, denominada presbiacusia, é sensório-neural. Atualmente, o tratamento primário para a perda de audição sensório-neural é o uso de aparelhos de audição. Contudo, resultados incríveis têm sido obtidos com o implante coclear acoplado a computadores minúsculos. Otites É uma inflamação no ouvido que pode atingir a parte externa ou média. Comum na infância, pode ocasionar uma perda auditiva e que pode provocar um impacto na aquisição da linguagem. Pode ser causada por agentes alergênicos, infecções virais, bacterianas ou fúngicas. Os sintomas são o prurido, otalgia, sensação de pressão na orelha, vertigem, paralisia facial e perda da audição. Na otite externa, a inflamação acontece no ouvido externo composto pelo pavilhão auricular e o canal auditivo externo. Na otite média, a inflamação acontece no ouvido médio, onde a estrutura da membrana timpânica é acometida, muito comum na infância. A inflamação aguda da mucosa que reveste a orelha média é chamada de otite média aguda, que pode apresentar produção de fluido na cavidade timpânica (cujos sintomas incluem dor súbita e intensa, hipoacusia, sensação de ouvido entupido, ruídos). Quando ocorre acúmulo de fluidos na orelha média, a doença é chamada de otite serosa. O tipo de líquido pode ser seroso (fino e aquoso), mucoso (espesso, viscoso, muco), purulento (pus) e mucopurulento (combinação dos dois últimos tipos). As inflamações do ouvido — otite média, aguda ou crônica — ocorrem mais frequentemente em lactentes e crianças. Essas lesões são, normalmente, de natureza viral e levam à produção de um exsudato seroso, mas que pode se tornar supurativo por infecções bacterianas associadas. As bactérias mais comuns em infecções agudas são o Streptococcus pneumoniae, o H. influenzae não tipável e a Moraxella catarrhalis. O aparecimento repetitivo de otite média sem resolução adequada pode desencadear a doença crônica. Os agentes causadores da doença crônica geralmente são Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus, ou fungos; algumas vezes a causa é uma flora mista. Ainfecção crônica tem o potencial de perfurar a membrana timpânica, invadir os ossículos ou o labirinto, disseminar-se para os seios mastóideos e até mesmo penetrar a calota craniana, desencadeando uma cerebrite temporal ou abscesso. Aotite média em pessoas diabéticas, quando causada por P. aeruginosa, é especialmente agressiva e dissemina-se amplamente, causando uma otite média necrotizante destrutiva. Otosclerose Otosclerose é um crescimento anormal no osso que imobiliza progressivamente o estribo (ossículo mais interno do ouvido médio). Está relacionada a uma falha nos três ossículos no ouvido médio, especificamente no estribo. O que significa dizer que, ocorre uma anomalia na formação do tecido ósseo fazendo com que o crescimento 9 desses ossos impeça uma vibração normal, a qual é responsável pela atuação de som. Os estribos são importantes no processo de transmissão de ondas sonoras que vai do ouvido externo, passando pelo ouvido médio, e finalmente chegando ao ouvido interno. Quando os estribos não fazem esse movimento corretamente, o som que uma vez enviado do ouvido médio para o ouvido interno, é reduzido causando, pois, deficiência auditiva. Causas: é hereditária, mas pode existir vítimas de otosclerose sem histórico patológico na família. A osteclerose pode se agravar, ainda mais, em pessoas com sarampo ou grávidas. Ambos os ouvidos podem ser afetados, mas é mais comum um ser mais atingindo gravemente que o outro. E se não for feito um tratamento a perda auditiva pode aumentar causando surdez completa. Sinais e sintomas: ruídos fortes de fundo podem incomodar pessoas com problema auditivo, no entanto, para vítima de otoscleroseesses ruídos são imperceptíveis e em alguns casos as pessoas escutam melhor em ambientes barulhentos (paracusia). E isso ocorre provavelmente pela alta frequência e barulho causados pelas pessoas em determinados ambientes. A otosclerose costuma afetar mais em baixas frequências que em altas e os s sintomas manifestam-se em forma de vertigem e tinnitus. Diagnóstico: através de um exame clínico no ouvido médio, normalmente, através de um clínico geral, ou por um fonoaudiólogo. Tratamento: aparelho auditivo (não cura uma vez que a doença é progressiva o que faz necessário a aquisição de um aparelho que vai sendo graduado com a necessidade de cada um, com o passar do tempo. Na fase inicial, esse instrumento pode ajudar no sentido de evitar que as vítimas se submetam a um procedimento cirúrgico). No entanto muitas cirurgias são realizadas no tratamento de otosclerose, as quais são consideradas relativamente simples e que consistem na remoção de uma das partes do osso e inserção de um pequeno implante que pode restaurar a perda auditiva e eliminar os sintomas de vertigens e tinnitu Refere-se à disposição óssea anormal no ouvido médio, ao redor da margem da janela oval onde se encaixa a base do estribo. Em geral, ambos os ouvidos são afetados. Inicialmente, há o desenvolvimento de uma anquilose fibrosa (fixação) da base do estribo, seguida pelo hipercrescimento ósseo, fixando o estribo à janela oval. O grau de imobilização está relacionado à gravidade da perda auditiva. Essa condição, em geral, inicia-se nas primeiras décadas de vida; graus mínimos desse distúrbio são muito comuns nos Estados Unidos em adultos jovens e de meia-idade, mas felizmente a otosclerose sintomática grave é relativamente incomum. Na maioria das circunstâncias é familiar, em virtude de uma herança autossômica dominante com penetrância variável. Abase desse crescimento ósseo excessivo é totalmente desconhecida, mas parece representar uma desregulação entre a reabsorção e a formação óssea normal. Dessa forma, o processo inicia- se com reabsorção óssea seguida por fibrose e vascularização do osso temporal na área intimamente adjacente à janela oval, que em tempo é substituída por um osso novo compacto, fixando a base do estribo. Na maioria das vezes, o processo é lentamente progressivo ao longo de décadas, levando finalmente à perda auditiva significativa. Doença de Meniere A doença de Meénière é uma enfermidade que ocorre no ouvido interno, caracterizada por vertigem, deficiência auditiva, pressão e entupimento no ouvido e tinnitus. O paciente pode sofrer de várias crises e distúrbios diferentes, os quais podem durar de duas a vinte e quatro horas. Hipoacusia neurossensorial flutuante, inicialmente em tons graves, vertigem, zumbido, plenitude auricular, bilateral em 20 a 30 % dos casos e assintomático nos períodos entre as crises. Sinais e sintomas: os sintomas de deficiência auditiva ocorrem, com frequência, cerca do horário de vertigem; os sintomas podem ser experimentados em apenas um dos ouvidos; o paciente sente, frequentemente, que há uma pressão no ouvido afetado, o que ocorre antes ou durante a crise. Há períodos de alívio da doença de Ménière, e durante esses períodos o paciente sente-se bem. Causas: é crônica e está relacionada à hidropsia endolinfática, excesso de fluido no ouvido interno. Quando o sistema linfático é dilatado, isso pode afetar a drenagem do fluido que protege a audição e equilíbrio das estruturas, causando a doença de Ménière. E isso pode resultar em danos na cabeça, deteriorização no ouvido interno, infecções, alergias, ou pode ocorrer por conta de causas desconhecidas. Caso continue, um aumento de pressão pode afetar seriamente o equilíbrio da pessoa e sua audição. Afeta, normamalmente, pessoas de 40 a 50 anos de idade, no entanto, a doença pode se manifestar bem cedo, logo na infância, ou mais tarde aos 60 anos de idade. PAIR - Perdas auditivas induzidas por ruídos É uma perda auditiva causada por exposição prolongada a níveis altos de ruídos (exposição sonora e curva audiométrica com perda em 4000 Hz). E isso ocorre porque a audição é lesada, gradualmente, devido à exposição a ruídos. É conhecida também como PAIR. E a exposição a ruídos, em excesso, é uma das causas mais comuns de perda auditiva. A pessoa tem perda auditiva induzida por ruído porque a célula ciliada no ouvido interno foi lesada ao ser exposta a ruídos. E isso ocorre devido a redução da capacidade da célula de captar e transmitir sons para o cérebro. A perda auditiva induzida por ruídos é, portanto, um tipo de perda auditiva sensorioneural. Sinais e sintomas: dificuldade de perceber a fala de outras pessoas, pois estas parecem estar resmugando, dificuldade de perceber voz infantil e feminina, dificuldade de perceber a fala em reunião e encontros sociais, dificuldade de perceber a fala quando há ruído de fundo, como por exemplo, em restaurante. Se uma pessoa costuma dizer que o som da televisão está alto, ou que você fala muito alto, isso pode ser também sinal de deficiência auditiva induzida por ruído. é, comumente, acompanhada por tinnitus, som semelhante ao de campainha, susurro, estrondo, ou som de zumbido. De todos os sons, o de campainha é o mais conhecido. Algumas pessoas com deficiência auditiva induzida por ruído podem experimentar dor no ouvido quando são expostas a ruído. Causas: é causada por excesso de som alto durante um longo período de tempo ou pode ser causada também através de alta intensidade de ruído 10 como de disparo de tiro, buzinas e fogos de artifício. Afeta, geralmente, ambos os ouvidos. E em alguns casos raros pode ocorrer em apenas um ouvido, fato esse conhecido como deficiência auditiva unilateral. Trauma acústico Trauma acústico é um dano causado no ouvido provocado por ruído repentino e potente como por exemplo o de uma explosão que pode provocar danos no tímpano e consequentemente perda de audição do tipo condutiva. Causas: pode ser causado repentinamente por um som muito forte semelhante a uma explosão. Esse tipo de dano auditivo é frequentemente temporário. Após um tempo de recuperação, o trauma acústico pode acabar. Se ele persistir ocorrerá normalmente uma alteração auditiva dentro de uma frequência relativamente curta aproximadamente 4 khz. O que significa dizer que, as pessoas não poderiam ouvir dentro de um certo limite de tom de alta frequência. Em certas situações, na vida cotidiana, isso não vem a incomodar, porém, em ambientes mais ruidosos, pessoas com trauma acústico podem ter problemas auditivos. Às vezes o uso de aparelho auditivo pode ser uma grande ajuda para as vítimas desse problema. Alterações auditivas congênitas São considerados neonatos ou lactentes com indicadores de risco para deficiência auditiva (Irda) aqueles que apresentarem os seguintes fatores em suas histórias clínicas: • Preocupação dos pais com o desenvolvimento da criança, da audição, fala ou linguagem. • Antecedente familiar de surdez permanente, com início desde a infância, sendo assim considerado como risco de hereditariedade. Os casos de consanguinidade devem ser incluídos neste item. • Permanência na UTI por mais de cinco dias, ou a ocorrência de qualquer uma das seguintes condições, independente do tempo de permanência na UTI: ventilação extracorpórea; ventilação assistida; exposição a drogas ototóxicas como antibióticos aminoglicosídeos e/ou diuréticos de alça; hiperbilirrubinemia; anóxia peri-natal grave; Apgar Neonatal de 0 a 4 no primeiro minuto,ou 0 a 6 no quinto minuto; peso ao nascer inferior a 1.500 gramas. • Infecções congênitas (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes, sífilis, HIV). • Anomalias craniofaciais envolvendo orelha e osso temporal. • Síndromes genéticas que usualmente expressam deficiência auditiva (como Waardenburg, Alport, Pendred, entre outras). • Distúrbios neurodegenerativos (ataxia de Friedreich,síndrome de Charcot-MarieTooth). • Infecções bacterianas ou virais pósnatais como citomegalovírus, herpes, sarampo, varicela e meningite. • Traumatismo craniano. • Quimioterapia. 5. Compreender como os transtornos auditivos impactam a vida no meio social A audição provavelmente é o nosso sentido social mais importante. As taxas de suicídio são mais altas em pessoas surdas do que naquelas que perderam a visão. Mais do que qualquer outro sentido, a audição nos conecta com outras pessoas e com o mundo ao nosso redor. A audição é um dos sentidos mais importantes para a vida humana. É a chave para a linguagem oral e uma forma de sentir o mundo. De acordo com a idade que surge a perda auditiva, ocorrem diferentes consequências e impactos, tanto a nível social como emocional do indivíduo. Quando a perda auditiva surge nos primeiros anos de vida, a criança deixa de estar exposta ao estimulo da linguagem, provocando um déficit quanto ao nível do desenvolvimento linguístico, dificultando a aprendizagem e até mesmo o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Se a perda auditiva ocorrer durante a idade escolar, podem surgir problemas na linguagem quanto na articulação de palavras, colocando muitas vezes em prejuízo o aproveitamento escolar da criança. Já nas pessoas adultas, especialmente nas mais idosas, a perda auditiva normalmente surge de uma forma tão gradual, que muitas vezes não percebem que estão ficando surdos. A perda auditiva associado ao envelhecimento tem inúmeras consequências, sendo a mais grave a degradação da comunicação oral. Por outro lado, o equilíbrio também é fundamental na vida humana, e é o principal responsável pelo relacionamento especial do homem com o ambiente, exige complexa interação entre os sistemas sensoriais e o motor. Os movimentos estáticos e dinâmicos exigem um sistema de prioridade aos objetivos comportamentais, que utilizam as informações sensoriais, disponíveis para um controle eficaz dos membros e do tronco, para conseguir a orientação e o equilíbrio. Para a regulação do equilíbrio, o sistema de controle postural (SNC) necessita de informações quanto as posições relativas dos segmentos do corpo e a magnitude das forças atuantes. Tais informações são oriundas dos sistemas visual, proprioceptivo e vestibular, com a finalidade de manter o alinhamento e a estabilidade. Sendo assim, quando o aparelho vestibular apresenta algum tipo de distúrbio, o equilíbrio da pessoa pode ser afetado, interferindo no processo de aquisição de habilidades motoras básicas. Dessa forma, a deficiência auditiva pode afetar o desenvolvimento cognitivo, aprendizagem, linguagem e inclusão social, além a privação sensorial, provocando consequências biopsicossociais. A função auditiva estabelece a comunicação com o ambiente e o equilíbrio, que participa de todas as funções motoras e posturais. No entanto, as pessoas com deficiência auditiva tendem a isolar-se, evitando situações sociais em que o barulho de fundo torna a conversação anormal e difícil de compreender. O isolamento social e as doenças depressivas são muito frequentes nessas pessoas, e a barreira 11 de comunicação que essa perda provoca, pode causar ou exacerbar esse problema. Embora não exista cura para certas formas de perda de audição, muitos doentes podem ser ajudados através de próteses auditivas, especialmente quando o problema é identificado cedo. Devido à dificuldade na comunicação oral com deficientes auditivos, em abril de 2002, sancionou a lei que dispõe sobre a língua brasileira de Sinais (LIBRAS) que a partir de então passou a ser reconhecida como meio legal de comunicação e expressão, garantindo o direito e comunicação da pessoa surda e facilitando a inserção desses indivíduos na sociedade.
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